O feitiço e a fuga
Ademar Cleworth foi por muitos anos um dos mais importantes e influentes medibruxos de toda Europa. Durante anos, pesquisou e foi responsável pelos mais renomados estudos sobre a magia e suas reações no corpo humano. Junto a sua brilhante equipe, Ademar dedicava 100% de seu tempo testando e pesquisando os efeitos que feitiços, maldições e azarações causavam no corpo humano e o quanto de magia um ser humano era capaz de suportar. Cleworth tinha esposa e dois filhos, mas não se preocupava nunca em deixar de mostrar que o trabalho para ele, era seu principal interesse.
Um dia, como outro qualquer, repleto de pesquisas e testes, Ademar atingiu o ápice de sua carreira. Era algo que vinha trabalhando há quase um ano e pela primeira vez, surgiram os primeiros resultados positivos. Utilizando-se de células vivas e magicamente controladas de trouxas e roubadas de laboratórios trouxas, o cientista bruxo foi capaz de com a dose certa de magia, tornar as células receptivas ao poder que não possuíam. O feitiço foi batizado por ele de Relliemins, que representava o renascimento de raças não mágicas. Com muito trabalho e adaptações, logo Ademar poderia iniciar os testes em humanos e depois, apenas a glória máxima seria o seu limite.
Com o feitiço de Ademar, trouxas seriam capazes de se tornarem bruxos. Essa seria uma nova ordem mundial, capaz de estreitar de vez os laços entre raças com as mesmas gerações genéticas, mas por milênios separadas por inveja, guerras e rancor.
Em um dia nublado como tantos outros típicos de Londres, Ademar voltou mais cedo para casa. Estava feliz e imaginava poder compartilhar com a família o seu sucesso. Agora tudo seria diferente. Teria mais tempo para seus filhos e sua esposa. Tudo seria diferente.
Ademar aparatou na porte de casa e o calor o dominou assim que surgiu no jardim. A casa estava completamente em chamas e assim que ameaçou correr para dentro, três homens surgiram por uma janela quebrada e correram. Desesperado, o bruxo tentou entrar na casa, mas era impossível. Gritava desesperado a procura de ajuda, pessoas saiam de casa para ver o que acontecia e a casa se despedaçava em chamas incandescentes. Ademar chorava copiosamente enquanto os vizinhos tentavam segurá-lo. O bairro que morava era trouxa e os vizinhos de nada sabiam a respeito da família que morava naquela casa.
Dois meses se passaram e Ademar continuava com os sentimentos destruídos. Perdera sua família e via agora, pouco sentido para a vida que esperava construir ao lado deles. O incêndio havia sido consequência de um assalto. O Ministério fez de tudo para encobrir o acontecido no mundo trouxa e fizera um bom trabalho. Tudo indicava que ladrões que vinham realizando uma sequência de roubos naquele bairro, entraram na casa na ausência de Ademar para fazer a limpa no lugar. A esposa tentou reagir e foi morta por eles, que para evitar problemas futuros assassinou também os filhos do bruxo para depois incendiar a casa e limpar toda e qualquer evidência.
Com a morte daqueles que tanto amou e nunca conseguiu demonstrar da maneira certa, Ademar Cleworth tornou-se um homem obscuro. Seu coração estava completamente preenchido de ódio por qualquer um que, assim como os assassinos de sua família, não possuíam magia e muito menos sabiam da existência do mundo bruxo. Ademar jurou vingança aos trouxas e passou todos os meses seguintes, dedicado a este objetivo.
Enclausurado em um novo laboratório, o bruxo realizou experiências secretas e malignas, aliando a magia das trevas à fórmula mágica que usara para criar o Relliemins. Aos poucos, trouxas comuns desapareceram misteriosamente de suas vidas e com eles, Ademar aperfeiçoou sua descoberta. Na época em que tudo isso começou, o Ministério da Magia passou a investigar o bruxo, mas nunca foram capazes de apanhá-lo ou descobrir o que exatamente ele estava planejando.
Um ano se passou e finalmente Ademar foi descoberto, mas não pelos aurores que continuavam a sua procura. Na noite em que foi encontrado, uma longa conversa aconteceu no esconderijo que Ademar vinha fazendo suas experiências e ao final, Voldemort conquistara mais um seguidor.
Ademar Cleworth era agora um comensal da morte e aliado a Voldemort, o bruxo terminaria sua pesquisa, continuaria os testes com trouxas que Voldemort traria e ao final, ambos teriam sua vingança.
Todo o empenho de Ademar, em aperfeiçoar sua descoberta e dessa forma trazer sofrimento a todos àqueles que não possuíam magia, era basicamente o inverso do que faria seu feitiço original. Ao invés de permitir que o organismo trouxa passasse a se manifestar magicamente de forma espontânea, o Relliemins aprimorado seria capaz de sugar a essência de vida daqueles que fossem atingidos, sendo que está força vital poderia ser armazenada e transferida para onde o bruxo que se utilizou do feitiço desejasse.
Para Ademar, esta era apenas uma forma cruel de vingança, enquanto para Voldemort, era a chance de criar uma arma devastadora, que reuniria toda a fonte de vida dos trouxas e se concentrada da maneira certa, seria utilizada contra aqueles que se opunham ao seu novo formato de mundo, dominado por bruxos de sangue puro.
***
Naquela noite, era Ademar o responsável pelos prisioneiros que haviam sido trazidos a ele. Enquanto os amordaçados e vendados eram colocados quietos e sentados contra a parede, os comensais os vigiavam de perto. Ademar arrumava em sua bancada, os instrumentos mágicos que utilizaria para iniciar os procedimentos. O novo feitiço ainda não poderia ser considerado 100% eficaz, mas com aquele número de prisioneiros, certamente terminaria com os estudos naquela noite.
- O senhor está pronto? O Lorde insistiu para que lhe déssemos toda a assistência – falou um dos comensais que observava atentamente os preparativos do cientista.
- Tudo o que preciso é de paciência e espaço para trabalhar – respondeu Ademar, rude como sempre fora – Você parado aí do meu lado não faz com o que o trabalho seja feito com mais rapidez.
O comensal apertou a varinha na mão e contou até três. Fazia tempo que vinham aguentando aquele velho medíocre. Se Voldemort não o considerasse importante para seus objetivos, ele sem dúvida sofreria pelas grosserias.
- Ok! – falou um dos outros comensais que vigiava os capturados – Nossas ordens são para auxiliá-lo e não para aguentar seus surtos de impaciência velho! É melhor nos tratar com um pouco mais de respeito.
Ademar bateu com força na mesa, largando um estojo com instrumentos de prata. Com uma velocidade impressionante. Apontou a varinha para o comensal e no momento seguinte, sem que o velho pronunciasse uma única palavra, o comensal estava paralisado, com o corpo suspenso a meio metro do chão e sendo claramente sufocado pela força do feitiço.
- Enquanto vocês aprendiam a montar em vassouras, eu já sabia mais de magia do que compreendem até hoje. Seu lorde das trevas me recrutou para que desempenhasse um trabalho que apenas eu posso fazer – sussurrou Ademar, aproximando-se do comensal suspenso bem devagar, com a varinha apontada e os olhares aterrorizados dos outros bruxos.
O cientista interrompeu o feitiço e o comensal caiu no chão sorvendo o máximo de ar que conseguisse. Por debaixo da máscara, seus olhos queimavam de ira por ter sido humilhado dessa maneira na frente dos companheiros, mas conseguiu se controlar e levantou devagar.
- O que estou fazendo aqui são procedimentos complexos e extremamente detalhistas. Eu preciso de calma e paciência – Ademar agora parecia mais tranquilo e se virou novamente para a mesa de trabalho enquanto continuava a explicação – O feitiço ainda não está completo e para que funcione melhor no corpo destes vermes, é necessário tortura-los para que permaneçam enfraquecidos enquanto eu tentar extrair a energia vital.
Todos os comensais permaneceram em silêncio enquanto Ademar falava e quando terminou, parecia que tinha de uma vez por todas, ganhado o respeito, ou quem sabe o medo de seus companheiros.
***
Remo Lupin não pode deixar de sentir uma pontada de desespero ao ver a menina desaparecer pela claraboia no teto do galpão. Ela não havia visto o sinal que o bruxo havia feito, e agora tinha entrado diretamente para dentro do covil onde certamente ia se meter em confusão.
- Precisamos entrar Remo – disse Tonks enquanto observava atentamente a fachada do prédio à procura de alguma brecha para que entrassem despercebidos.
- Sim, precisamos entrar, mas com certeza isso vai nos trazer muitos problemas – respondeu o bruxo – se ao menos tivéssemos tempo para buscar reforços.
- Mas não há tempo Remo. Não podemos deixa-los lá dentro. Mesmo Mione sendo controlada e muito capaz, ela não irá se segurar se os malditos machucarem o Rony.
Remo assentiu com a cabeça e no momento seguinte, os dois já corriam pelo canto da rua, procurando proteção nas paredes dos prédios ao lado. Com um impulso, Remo se pendurou na escada suspensa fixada na lateral do prédio e subiu rápido enquanto Tonks permanecia embaixo dando cobertura. A garota se alçou para cima assim que Remo já estava em pé e no momento seguinte, ambos olhavam para baixo através da entrada por onde Hermione havia entrado.
E ela estava lá. Quando olharam para baixo, menina corria de uma parede para um emaranhado de cordas e redes de pesca no extremo oposto do amplo píer. Remo olhou ao redor e viu Bellatrix Lestrange e Lucius que conversavam em voz baixa para o lado de fora de uma sala que parecia ser onde estavam mantendo aprisionados Rony e os outros. Logo abaixo, Hermione observava a conversa e pela forma como observava tudo, com certeza estava pensando em uma maneira de salvar o garoto.
- Ela só pode estar de brincadeira não é? – sussurrou Tonks – ela não espera conseguir derrotar Lucius, Bellatrix e os outros dentro da sala e sair rindo daqui.
- Não, ela não espera – respondeu Lupin enquanto conjurava uma corda – mas está assustada e se conheço Hermione, ela irá tentar resgatar todos lá dentro sem que nenhum dos comensais perceba que ela esteve ali.
Remo amarrou a corda em um suporte de aço no telhado do galpão, utilizado provavelmente para colher água da chuva. Transpassou a corda pelo suporte e com a mesma ponta, enrolou na cintura, deixando frouxo o suficiente para que pudesse manuseá-la com facilidade.
- Ok – falou o bruxo amarrando a ponta restante em Tonks – eu vou baixar você e ao mesmo tempo ficar de olho naqueles dois. Mas preste atenção porque a qualquer sinal de movimento, serei obrigado a te largar para que possamos lutar.
- Eu entendi. Estarei preparada.
- Ótimo. Então quando descer. Sinalize para Hermione e vá direto ao seu encontro. Não chegue de mansinho, ok? Senão teremos ainda mais confusão.
Tonks sorriu e sentou na ponta da claraboia. Com a varinha em punho, a garota se debruçou e olhou para a outra ponta do prédio onde os Lucius e Bellatrix ainda conversavam concentrados. Acenou positivamente para Remo e se lançou com cuidado para baixo.
Hermione estava atenta aos dois comensais que falavam baixo no canto mais distante em que estava, quando viu uma pessoa sendo baixada bem devagar por uma corda. Aquilo ia parecer incrivelmente estranho se não a pessoa que descia não tivesse os cabelos rosa chiclete, divididos em duas tranças curtas e estivesse claramente apreciando aquele momento.
Hermione não conseguiu conter um sorriso curto, por presenciar a alegria que a auror sentia em situações como aquela e principalmente pelo alívio em ter ajuda.
Tonks terminou a descida sem problemas. Desatou o nó da cintura e ao ver que Hermione já a tinha notado, sorriu e acenou compulsivamente antes de olhar para os lados e correr até ela.
- Ei garota! – falou a auror abraçando a menina – se eu não fosse capaz de fazer a mesma coisa que você, estaria muito brava! Mas eu não estou. Só que não posso dizer o mesmo de outras pessoas.
Hermione viu que agora era Remo quem descia pelas cordas, com o um pouco mais de esforço já que precisava de força para descer devagar enquanto segurava a varinha e observava os dois bruxos das trevas que permaneciam de costas.
- Remo, olha! – começou Hermione assim que o bruxou se uniu as duas, massageando os braços certamente doloridos – eu não podia esperar! Eu fui até a Ordem e não tinha ninguém.....se machucassem o Rony eu......eu tentei......e o Harry!!
- Calma Mione! Calma – falou o bruxo abaixando e olhando ao redor para entender as opções que tinham a disposição – Eu compreendo, mas não aceito. O que estamos fazendo é um risco enorme, mas isso é assunto para uma outra conversa. O importante agora e conseguirmos tirar o Rony daqui.
O líder da Ordem da Fênix analisou as opções. Na época em que lutava contra as trevas ao lado de Sirius, Tiago e Pedro, aprendera muito bem em como ser tático em situações como aquela, principalmente com Tiago. Desde o início da Ordem, o amigo sempre fora o mais hábil em combates e ações em que as coisas nunca saíam de acordo com o planejado.
Lucius e Bellatrix pareciam realmente entretidos na conversa. Vez ou outra erguiam a voz para dar ênfase em algo específico, mas no geral o assunto parecia ser secreto e muito importante.
O pátio em que estavam era pouco menor que um campo oficial de futebol. Era amplo e bem organizado, sendo distribuído em áreas em que haviam caixas e mais caixas empilhadas. Certamente era um galpão de estoque de materiais e que pelo abandono e mal estado das caixas, parecia abandonado há muito tempo.
No canto oposto, onde os dois comensais discutiam, era o lado de fora de uma sala montada dentro do galpão. Tinha paredes de chapa metálica e uma porta do mesmo material e sem janelas. Remo, Tonks e Hermione estavam do outro lado do prédio e a distância a ser percorrida era grande demais para que fizessem rapidamente, então a única saída era irem pedaço a pedaço, escondendo-se entre as grandes caixas de estoque e aproximando-se devagar para só depois tentarem um ataque.
Remo contou o plano às duas garotas e em seguida correu para a primeira divisória. Apontou a varinha para frente e viu que estava tudo tranquilo até ali. Acenou para Tonks e Hermione que vieram na sequência.
Esta foi a dinâmica que se sucedeu enquanto percorriam lentamente a distancia do galpão. Lupin prestava atenção nos inimigos e em seguida corria silenciosamente entre as divisórias e depois cobria o lugar para que as meninas pudessem fazer o mesmo.
Remo preparou-se para mais uma corrida e quando tirou o corpo da proteção, um grito alucinado cortou o ar parado e quieto do prédio. O bruxo voltou assustado para o amontoado de caixas e olhou para as duas. Outro grito soou na sequência e dessa vez Hermione colocou as mãos nos ouvidos tentando não ouvir. A partir daí, a tortura que acontecia dentro da sala foi gradualmente aumentando e parecia que duas pessoas sofriam ao mesmo tempo.
- Eles estão torturando Remo – falou Hermione desesperada – Eles vão mata-los!
Lupin olhou novamente e viu que os gritos de sofrimento não havia interrompido o assunto de Lucius e Bellatrix.
- Nós precisamos continuar! – falou o homem.
- Não! Não temos tempo – continuou Hermione decidida – Não vamos conseguir! Aquelas pessoas estão morrendo lá dentro. Nós não podemos deixar que isso aconteça. Qual o princípio da Ordem da Fênix?
- O princípio é derrotar Voldemort e proteger as pessoas Hermione. Mas se atacarmos sem estratégia e o mínimo de bom senso, nós morremos e não cumprimos nem um dos dois objetivos.
Hermione com a varinha em punho olhou de canto para os dois comensais e depois Remo.
- Eu concordo Remo. Mas infelizmente eu não consigo mais...
Hermione correu. Tudo aconteceu tão rápido, que Lupin e Tonks apenas reagiram instintivamente. A garota lançou um feitiço preciso em um dos guindastes presos no teto do galpão que estourou o eixo de segurança da haste que mantinha suspenso pelo menos quinze caixas como as que estavam organizadas no chão. O guindaste segurava todo o conteúdo a poucos metros do casal que conversava e segundos depois, tudo desabava.
Bellatrix ouviu o som característico de feitiço e viu o mar de madeira que vinha muito próximo de onde estava. Saiu ainda mais de perto do desabamento e foi acompanhada por Lucius que pegava sua varinha automaticamente.
Hermione disparou em segundos, quase todos os feitiços que lembrava, mesmo sem sequer olhar para o alvo e pulou para se abrigar da retaliação. A chuva de luz correu a distância que ainda restava entre eles e os comensais. Um dos feitiços arrancou um pedaço da roupa de Lucius, levando junto um fiapo de sangue que ficou marcado nas chapas de aço da sala onde acontecia a tortura.
Bellatrix irrompeu em uma fúria agressiva de feitiços na direção de onde vinham aqueles que os atacaram, mesmo sem saber ao certo o que acontecia. Caixas explodiam e um dos comensais saiu da sala com a varinha em punho.
- Traga Millan junto com você – berrou Lucius – O resto fica dentro da sala e não saiam até que isto acabe.
Logo Lucius, Bellatrix e dois comensais faziam uma linha em frente da sala, disparando feitiços intermitentes contra o amontado de obstáculos que tinham a frente. Ainda não sabiam quem eram os inimigos, mas a estratégia muda de todos era despedaçar cada espaço que os atacantes tivessem para se proteger.
O lugar estava escuro, com poucas luminárias suspensas em pontos espaçados no teto do galpão, então além de nãos saberem quem eram os invasores, também não conseguiriam enxergar muito bem.
Hermione havia se distanciado de Remo e Tonks. Estava abaixada atrás de uma mureta de concreto no canto esquerdo do galpão, onde lançava feitiços constantes em direção ao grupo de comensais. Lupin e a auror tentavam chegar até a garota, enquanto também descarregavam maldiçoes contra os inimigos. Abrigaram-se atrás de mais uma barricada de madeira e continuaram os ataques.
- Eu sabia que ia acabar nisso – berrou Lupin tentando se fazer entender no meio daquele caos – Precisamos pensar Tonks.
Tonks enfeitiçava caixas próximas e as lançava contra os defensores da sala e aos poucos, tudo ia ficando destruído e cheio de fumaça. Pequenos focos de incêndio começavam a aparecer onde os feitiços de fogo batiam nas proteções de madeira.
- Não tem outro jeito – Tonks gritou – Não podemos ficar aqui para sempre. Pelo jeito eles estão preocupados em defender a sala, já que não conseguem nos enxergar direito. Eu vou ter que entrar sozinha, enquanto você cuida da Hermione e os distrai.
- Ficou louca? Como é que vocês espera entrar lá sozinha?
- Tem uma entrada de ar por cima Remo – apontou a garota para uma claraboia muito parecida com a que usaram para entrar no prédio - Se vocês continuarem atacando, eu consigo dar a volta e entrar por cima. É o único jeito ou então logo esse lugar vai estar em chamas e os infelizes vão aparatar com Rony e os outros.
Remo continuava com a chuva de feitiços, enquanto notou que Hermione avançava para mais uma mureta um pouco mais a frente.
- Isso não está certo Tonks.
- É a única opção para tirarmos eles daqui e sairmos vivos.
Remo estourou uma caixa que estava muito próxima a Bellatrix e afirmou para a garota com a cabeça.
- Se acontecer alguma coisa... - falou agora séria – tire Hermione daqui Remo, não tentem nada.
Falando isso, Tonks correu para a lateral oposta do galpão, aproveitando que Hermione fazia chover chamas incandescentes sobre os comensais.
Bellatrix, Lucius e os comensais estavam avançando. Sem dúvida haviam se casado de trocar maldições com atacantes que sabiam ser da Ordem da Fênix. Separaram-se assim que chegaram aos amontoados de caixas e passaram a atacar individualmente. Remo viu que o grupo havia se dividido, e isso era bom para Tonks que corria pelo canto do galpão tentando aproximar-se da sala.
Hermione também vira que os inimigos decidiram avançar. Lançou um ultimo feitiço que explodiu na proteção em que um dos comensais mascarados estava abrigado e correu para próximo de Remo.
- Eles estão se aproximando Remo – gritou a garota em meio a explosões e rajadas de luz que estouravam por todos os lados.
Remo olhou irritado para a garota.
- É eu percebi Hermione! – falou atacando um dos bruxos que tentava avançar para a próxima proteção – E isso está acontecendo graças ao seu desespero. Se tivesse esperado um pouco, talvez tenhamos conseguido um plano melhor e agora Tonks está tentando entrar na sala sozinha.
Um Avada Kedavra estourou no chão próximos a eles, levantando lascas de concreto do piso encardido.
- Ela foi sozinha? Nós não vamos ajuda-la?
- A melhor ajuda que podemos dar no momento é continuar aqui atacando e torcendo para que ela consiga entrar.
No momento em que terminou de falar, Remo percebeu que estava ficando descoberto. As caixas em que Hermione e ele estava se abrigando, presas por cordas bem ficadas começaram a flutuar, os deixando completamente desprotegidos.
Bellatrix Lestrange viu quando uma pessoa correu de trás de uma proteção indo em direção a uma das fontes em que partiam os feitiços. Concluiu que eram apenas dois bruxos lutando contra eles e então se animou.
Ao lado de Milan, um comensal magro e baixo que trabalhava como cultivador de mandrágoras ao norte de Manchester, passaram a concentrar os ataques naquele ponto, da mesma forma que Lucius e o outro comensal, escondidos na lateral oposta.
- Eu vou levantar aquelas caixas – disse Bellatrix – Você ataca assim que eles estiverem sem proteção! Você me ouviu?
Milan confirmou com a cabeça e se preparou.
Quando as caixas se levantaram, Remo entrou em pânico, mas tentou controlar-se. Conseguiu ver que um dos comensais levantava por detrás de onde estava escondido e preparava-se para atacar, assim como outros dois que estavam no outro oposto.
- Avada Kedavra – Lupin ouviu um urro furioso quando o feitiço veio em direção a ele e Hermione.
Com habilidade, evocou um poderoso escudo da rainha que repeliu o golpe com precisão, o que o fez perceber que seu poder mágico era bem superior ao do homem que o atacara.
Antes que tivesse qualquer reação, Lupin viu um feitiço de Hermione correr veloz a distancia que havia entre os dos grupos. Uma explosão forte atingiu o peito do comensal que lançara a maldição. O homem tombou para trás com violência e Lupin viu o momento em que um risco de sangue sujou o rosto de Bellatrix que olhava Hermione e Remo. Ela havia acabado de os identificar.
Agora restavam três. Mesmo sabendo que dificilmente Remo conseguiria vencer Lucius e Bellatrix sozinho, e que Hermione ainda não tinha habilidade suficiente para enfrenta-los, aquilo foi um golpe de esperança.
- Corra! – falou Remo – vamos recuar um pouco.
Os dois correram para uma bancada de pedra usada para embalar as caixas de madeira, enquanto mais feitiços estouravam ao redor. Hermione disparou mais alguns feitiços antes de se abaixar, no exato momento em que Lucius Malfoy e o comensal que estava com ele avançaram mais uma barricada de caixas.
- Estou me sentindo cansado Remo – falou a garota abaixada por detrás da pequena parede de pedra – não sei o que está acontecendo.
- Magia para bruxos é a energia vital para trouxas Hermione. Você está usando muita magia e nunca havia lutado por tanto tempo. Está ficando estafada e o esforço físico para usar a magia vai se acumulando.
***
Tonks foi passando devagar por entre as caixas que dividiam o galpão. Sempre próxima a parede, a auror permanecia atenta a movimentação dos comensais e assim que o grupo passou por ela, ela teve caminho livre para alcançar a sala.
Quando chegou próxima, olhou para trás e viu que um dos comensais havia acabado de ser derrubado por um feitiço preciso de Hermione. Tonks sorriu e olhou para cima. O telhado da sala de prisioneiros estava a pouco mais de 3 metros do chão. As paredes tinham pequenos suportes onde os trabalhadores certamente amarravam os ganchos que fixavam as caixas e com eles a bruxa conseguiu apoio para se sustentar. Um embalo do corpo foi suficiente para levantar as pernas até o telhado e então fez força com o tronco para alavancar o resto do corpo. Quando terminou a escalada, olhou novamente para onde os amigos estavam e viu que a batalha era furiosa. Não enxergava Hermione, mas Remo lançava feitiços devastadores contra o grupo de comensais que se aproximava. “Ele não vai aguentar sozinho por muito tempo” pensou Tonks e rastejou o mais rápido que pode até a entrada de ar do telhado.
Do lado de dentro da sala, os gritos continuavam. Talvez no calor da batalha e com tantas explosões e feitiços sendo ouvidos, era impossível escutar os berros de dor, mas eles estavam lá.
Ademar Cleworth continuava com os feitiços de tortura em dois trouxas que foram estirados e amarrados em um maca de metal improvisada. Dois comensais permaneciam com o bruxo cientista, um sempre de olho nos prisioneiros cabisbaixos que eram mantidos sentados em um canto da sala, e outro próximo a porta.
Estavam todos preocupados com o que acontecia lá fora e pela movimentação e barulho, seria impossível imaginar que se tratava de uma batalha entre apenas quatro comensais, um bruxo adulto e uma adolescente.
Ademar gritou furioso dentro da sala. Um dos comensais olhou e viu o motivo do desespero. Mais um trouxa morto, vítima dos feitiços que o bruxo das trevas usava para enfraquecer os organismos.
- Maldição! – berrou alto atirando uma bandeja de instrumentos contra a parede de chapas metálicas – Mais um! Estes imbecis não aguentam a magia!!
O comensal que observava não disse nada com medo de irritar ainda mais o cientista. Apenas agarrou o corpo e o atirou de lado em cima de outros dois que jaziam em um canto da sala pouco iluminada. Tonks colocou a cabeça para dentro da sala no momento em que o corpo era jogado da maca e não aguentou de tristeza. Uma lágrima solitária escorreu pelo rosto vermelho da auror que recuou a cabeça novamente para fora.
- Coloque outro aqui em cima! – falou Ademar enxugando o suor da testa com a maga das vestes negras.
O comensal que vigiava a porta continuava atento nos sons do lado de fora, quando percebeu uma névoa fina e cinzenta que lentamente envolvia seus pés. O bruxo olhou confuso para a fumaça imaginando se vinha de dentro ou de fora e no instante seguinte, a névoa se tornou mais densa e envolveu por completo o comensal. O homem tentou gritar, mas não conseguia emitir som algum. A voz era contida pela fumaça que o sufocou silenciosamente.
Tudo aconteceu rápido. Tonks lançou a maldição do nevoeiro no momento em que o outro comensal ajudava Ademar com o trouxa que seria torturado. O nevoeiro era um feitiço complexo e poderia ser mortal. Tonks se orgulhava do controle que tinham com a magia, permitindo que a auror executasse feitiços que exigiam habilidades tremendas.
Ademar e o comensal só perceberam que o companheiro próximo a porta havia caído, quando Tonks já pulava para dentro da sala. A garota identificou Rony entre os trouxas que eram mantidos prisioneiros e quando Ademar puxou a varinha para enfrentar a bruxa que invadira seu laboratório, uma imensidão de feitiços irrompeu no interior da sala.
***
- Vá Hermione! – gritava Remo enquanto fazia desabar caixas que permaneciam intocadas pelos feitiços destruidores.
Bellatrix e Lucius estavam agora muito próximos e os feitiços de Hermione estavam cada vez mais fracos. A garota já derrubara um comensal e por muito pouco não nocauteara Malfoy, mas agora estava exausta.
Os dois tentavam se afastar ainda mais e quando Hermione tropeçou em uma das inúmeras redes que ficam estendidas pelo chão, o comensal que lutava ao lado de Lucius surgiu por detrás de um fardo de barras de ferro que estavam encostadas na parede.
- Cruciu – evocou o comensal
Remo bloqueou o feitiço e se jogou de lado assim que um novo estava a caminho. Contra atacou rápido, mas o comensal também era rápido e atirou para longe o ataque.
O comensal continuou atacando e Remo defendendo habilmente. Um dos feitiços do homem de negro cortou fundo o antebraço de Lupin que tentou segurar a dor enquanto rolava o corpo sobre uma mesa de madeira no momento em que esta explodia para todos os lados. Irritado, Lupin defendeu mais uma vez e quando o comensal preparava mais um ataque, Hermione lançou sua varinha para o amigo que apontou as duas para o mascarado. Sem pronunciar uma palavra, os dois feitiços saíram em uníssimo das varinhas. O homem lançou um escudo negro sobre o corpo, mas foi em vão. Com o poder dos feitiços de Remo, o escudo explodiu, queimando completamente o rosto e o peito do homem que foi lançado contra a parede com as roupas ainda chamuscadas.
Remo devolveu a varinha para Hermione e quando ajudava a garota a se levantar, sentiu uma pressão descomunal nas costas e a magia que queimava seu corpo. Caiu tonto sobre a garota, a tempo apenas de apontar a varinha para trás e ser desarmado. Lucius e Bellatrix haviam chego.
- Mas olha quem veio nos visitar Lucius – gargalhou Bellatrix apontando a varinha para os dois que permaneciam no chão – a sangue ruim e o lobisomem!
Remo se virou para encara os dois comensais que chegavam.
- O que foi? – perguntou Lucius com a mesma voz afetada que usava sempre que estava em vantagem – Achou que entraria aqui trazendo apenas a sangue ruim e depois levaria os prisioneiros junto com aquele medíocre Weasley que está lá dentro?
Remo olhava para os dois e tentou permanecer calmo. Não encontrava nenhuma saída, mas o desespero naquele momento seria adiantar a morte e impedir que Tonks cumprisse sua missão.
- Agora será ainda mais divertido não acha Lucius? Mataremos um Weasley, uma sangue ruim e o líder da Ordem da Fênix. Acredito que chamaremos a atenção do bebezinho Potter, não?
Lupin sentiu movimento abaixo dele. Hermione estava tentando alcançar a varinha que ficara presa quando o bruxo caíra por cima dela. Bellatrix percebeu a movimentação e quando levantou a varinha, Remo rolou o corpo para o lado ignorando a dor que sentia e permitindo que Hermione se armasse.
- Cruciu! - bradou a comensal que não teve tempo de ter seu feitiço disparado. Hermione fora mais rápida e descrevendo um semicírculo com a carinha no ar, lançou um feitiço flamejante que Lucius precisou defender com agilidade.
Remo teve tempo de recuperar sua varinha, mas o braço sangrava muito e o feitiço anterior que o atingira havia o enfraquecido demais.
Bellatrix urrou com fúria e logo em seguida gargalhou descontroladamente. Lucius iniciou um duelo violento com Remo que se defendia como podia, mas inevitavelmente acabaria sendo morto pelo comensal.
- Vamos brincar criança? – perguntou Bellatrix lançando um feitiço estuporante em Hermione que defendeu com dificuldade.
A mulher lançava magia compulsivamente e Hermione ainda no chão, tentava se afastar e defendia por pouco a carga que vinha da comensal. Lestrange brincava com a menina e essa brincadeira não duraria porque a força de Hermione estava praticamente esgotada.
Finalmente Lupin caiu. Não resistiu a o ultimo ataque de Lucius e tombou de joelhos no chão. Suado e quase desmaiando, Lupin ergueu mais uma vez a varinha e ouviu ao longe alguém que gritava.
Rony correu desesperadamente assim que viu Hermione sendo atacada por Bellatrix Lestrange. A varinha do garoto havia ficado com a comensal quando fora levado para a sala de tortura, então o que restava era correr.
Tonks vinha atrás. Quando Remo caiu aos pés de Lucius, a bruxa estuporou o comensal que defendeu e contra atacou na sequência. Aquilo tinha sido necessário para desviar a atenção de Malfoy, mas fez com que Bellatrix também se virasse e notasse o garoto ruivo que tentava alcançá-la.
- Avada Kedavra – falou a bruxa ainda com o sorriso no rosto.
Rony se jogou de lado em uma pilha de ripas de madeira, desviando por pouco do feitiço da morte. Tonks duelava com Lucius Malfoy que ainda se preocupava com Remo que havia desmaiado e permanecia estirado no chão.
O garoto engatinhou até as caixas sobrepostas ao lado de onde se protegera do feitiço. Precisava tentar dar a volta para alcançar Bellatrix que continuava berrando loucamente e disparando feitiços contra as tábuas de madeira.
- Avada Kedavra! Avada Kedavra! – A mulher parecia fora de si. Disparava feitiços a esmo na direção onde estava Rony, que se protegia entre as caixas que eram despedaçadas com o impacto das maldições.
Hermione tentava se levantar e precisava fazer alguma coisa. Tentou rastejar e estava bem próxima da mulher louca que gritava para o ar e a mordeu. Não entendeu direito o que havia feito. Estava sem força para qualquer feitiço e precisava ajudar Rony que permanecia acuado atrás da barricada. A mordida foi forte e Bellatrix sentiu a dor profunda assim que a menina cravou os dentes em sua carne. Gritou ainda mais profundamente e com a perna mordida e chutou o rosto de Hermione que desfaleceu.
“Criatura repugnante” pensou a mulher apontando a varinha para a menina que tinha um corte que sangrava logo abaixo da boca. A maldição já era pronunciada e então Bellatrix percebeu que se distraíra.
Rony estava sem varinha, mas dadas as circunstâncias, lembrou que tinha tamanho e força suficiente para atacar Bellatrix. Quando Hermione a mordeu, agarrou o primeiro pedaço de madeira que conseguiu alcançar e correu.
A comensal olhou para trás no segundo exato em que Rony pulava por cima de alguns destroços logo a frente da mulher. Mudou a varinha de direção para tentar impedi-lo, mas foi tarde demais. A tábua que Rony segurava baixou rápida e com força. Bellatrix sentiu a brutalidade com que a arma se chocou com a parte de cima de sua cabeça, abrindo instantaneamente um profuso corte vertical que fez espirrar um pouco de sangue enquanto o corpo da mulher tombava inconsciente.
- Mione! – falou Rony desesperado abaixando ao lado da amiga – Mione acorda!
A garota se moveu lentamente no chão sem não abriu os olhos.
Poucos metros ao lado, Tonks duelava como nunca antes. Parece que a necessidade de salvar as pessoas que amavam, aguçava seus sentidos e lhe dava ainda mais força para combater. Era certo que Lucius Malfoy era mais poderoso que ela, mas ainda assim a auror estava se saindo brilhantemente. Lucius defendeu uma sequência rápida de feitiços de Tonks e contra atacou. Tonks defendeu tudo o que conseguia, mas o feitiço estuporante do comensal acertou o ombro da garota que rodopiou e caiu de joelhos. Tonks não perdeu a concentração na luta e mesmo com muita dor, levantou a varinha a tempo de ver um pedaço grande e pesado de madeira que baixava com violência contra o braço de Malfoy. O som de osso se quebrando foi ouvido de longe e Lucius se encolheu de agonia para em seguida desferir um soco no rosto de Rony usando o braço que não estava ferido. A boca de Rony vertia sangue e o garoto se ajoelhou. Lucius pegou do chão o pedaço de madeira e quase ao mesmo tempo, um feitiço estuporante o fez voar alguns metros para trás.
Tonks largou a varinha e viu que Remo tentava se levantar sem sucesso. Hermione permanecia desmaiada, Bellatrix sangrava muito na cabeça, Lucius inconsciente entre caixas de madeira e redes de pesca, Rony continuava abaixado tentando conter o sangramento da boca e haviam ainda 2 comensais mortos dentro da sala de prisioneiros e mais dois inconscientes do lado de fora.
Lupin piscou lentamente e sorriu com o canto da boca.
- Parece que você conseguiu – falou com a voz cansada
- Parece que sim! Mas temos que sair daqui Remo. Não vai demorar para que mais comensais cheguem. Eu deixei um deles escapar dentro da sala. Era muito estranho, tipo um cientista e ele estava testando alguma coisa.
- Os trouxas?
- Eles estão bem! Ou quase todos. Três não aguentaram Remo. O restante eu e Rony limpamos a mente deles e os soltamos por uma porta de emergência no fundo daquele sala.
- Tudo bem...vai haver tempo para falarmos sobre o restante, mas antes Hermione precisa de cuidados. Aqui – falou o Remo e tirou do bolso um pequeno e antigo chaveiro – É uma chave de portal de emergência, nos leva para frente da sede da Ordem.
Tonks ajudou Remo a se levantar e caminhou até Hermione. Rony já estava lá abraçado a garota.
No momento em que se uniram ao redor do chaveiro, sete estalos foram ouvidos quase que ao mesmo tempo e mais comensais aparataram dentro do galpão. Assim que os primeiros feitiços brilharam, o Tonks encostou a chave em todos e assim desapareceram.
***
Quando Kim, Minerva, Arthur, Fred, Jorge, Neville e Carlinhos saíam pela porta da sede da Ordem, um ferido e maltrapilho grupo surgiu com um clarão na calçada de frente a casa.
- São eles – falou a professora Minerva e todos correram para ajudar.
Dentro da casa, Hermione, Rony era tratados enquanto Remo tentava falar mesmo que muito fraco. Relatou sem muitos detalhes o que havia acontecido, enquanto Rony agora sem sangramento falava o que haviam feito desde que saíram da sede.
- Vocês precisam descansar – falou Molly enquanto afagava os cabelos do filho compulsivamente
- O que precisamos é descobrir o que são estas torturas que estavam praticando naquele galpão – Tonks falou com uma xícara de chá quente nas mãos – Eles estão matando os trouxas. Aquele comensal velho era sinistro.
Kim olhou para Remo que acenou com a cabeça para o auror.
- Nós sabemos quem é – falou Kim olhando para todos – eu e Remo conversamos há algum tempo atrás, mas ainda estávamos investigando em segredo.
Arthur olhou intrigado para o amigo imaginando que mais informações veriam.
- O que descobrimos é sério e um problema mais grave do que todos os que estivemos enfrentando até agora. Os trouxas estão ainda mais em perigo, mais do que estiveram antes e agora teremos que nos redobrar para manter tudo em ordem.
Remo olhou para Hermione que repousava no sofá da sala e pensou em Harry. Onde estaria o garoto que tanto fazia falta? A esperança do menino era sempre a fonte de energia de todos e agora, seria ainda mais necessário.
“Espero que esteja bem, meu garoto...ou então eu terei falhado com seus pais mais uma vez” pensou o líder da Ordem da Fênix.
Do lado de fora, o dia ia raiando e o sol começava a aparecer por entre os prédios de uma Londres que ainda despertava. Os primeiros trouxas saíam para o trabalho sem a menor ideia do que acontecia no mundo compartilhado com bruxos e tantas outras raças mágicas.
Para Remo Lupin, independente do sol que nascia forte, tudo parecia mais escuro do que o costume. A sombra que Voldemort derramava sobre todos era intensa e obscurecia até a força dos raios de sol da manhã.
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N/A
Oi!
Capítulo de natal pra quem está acompanhando!
Como sempre, espero que gostem...
Para os que estão comentando!!! o que estão achando até agora??
É isso então...até a próxima! Um Feliz Natal e um Ano Novo mais feliz ainda.
E no próximo capítulo... A família de prata começa os ensinamentos para o Harry. Ele inicia o treinamento com a magia elementar e uma surpresa que pode tornar a vida da Ordem da Fênix um pouco mais esperançosa.
Comentários (1)
Nossa, foi por pouco, muito pouco que eles nao morreram... Ninguem deu o maior sermao no Rony ou na Mione? Achei que a Molly iria surtar e quase ela mesma mata-los... rsrs Hum, no proximo capitulo começa o treinamento do Harry, mas ele fará sozinho? Os amigos nao vao encontra-lo? Eu espero que sim, afinal o Harry, por mais poderoso que seja, nao pode fazer tudo sozinho e seria bom que seus fieis escudeiros tambem fossem preparados... Bem, tenha um feliz natal e um 2012 iluminado!
2011-12-22