O grupo que nunca se separou
Aquela reunião havia sido convocada em cima da hora, e mesmo assim, mesmo com suas tarefas e afazeres diários, a maioria dos membros remanescentes da enfraquecida Ordem da Fênix conseguiu estar presente na casa dos Weasley.
Rony estava impaciente e não conseguia se concentrar na conversa que todos mantinham na sala. Remo atualizava a todos com informações sobre os últimos movimentos de Voldemort e seus Comensais, contava um pouco sobre o que cada um vinha fazendo pela Ordem e, principalmente, fazia o possível para manter a esperança que ainda restava.
Hermione cutucava Rony a cada minuto para que se acalmasse e deixasse que o líder da Ordem falasse o que era necessário. Gina roía as unhas descontroladamente enquanto Luna parecia alheia a qualquer assunto tratado na sala.
Quando a segunda rodada de chá e bolinhos foi servido pela Sra. Weasley aos bruxos, Lupin serviu-se de uma xícara enquanto tentava parecer calmo e confiante para abordar o próximo assunto.
- Harry foi atacado na casa de seus tios durante a noite de ontem – falou objetivamente enquanto olhava para uma Gina Weasley que parecia a ponto de desmaiar sobre o irmão no sofá – Enviei uma equipe para investigar a casa dos Dursley hoje cedo. Kim foi pessoalmente até lá, uma vez que tenha sido ele o portador de notícias que até então nós desconhecíamos.
Rony parecia agora incapaz de ser controlado. Ele andava de um lado para o outro da sala irritando sua mãe e principalmente aqueles que queriam continuar ouvindo o que Remo tinha a dizer.
- Ontem como todos sabem, um grupo particularmente grande de comensais atacou simultaneamente, duas estações de metrô em Londres, e por isso, foi preciso um operação de emergência já que os aurores do Ministério pareciam incapazes de conter a tentativa de homicídio em massa – Remo agora olhava cada um atentamente – Ao que parece, esse ataque foi uma forma de nos entreter enquanto atacavam o Harry e seus tios na Rua dos Alfeneiros.
- Como foi possível professor? – perguntou Hermione tentando absorver o maior número possível de detalhes – Como foi que eles conseguiram entrar na casa sob a proteção?
- Eles encontraram um jeito Hermione – respondeu Kim, tomando a palavra do professor – Tudo indica que um novo grupo de bruxos das trevas foi formado. Uma solução muito simples na verdade, mas enquanto eu estava colhendo informações com algumas fontes que ainda me restam, descobri que a Lestrange formou um grupo de mercenários que conseguiram romper os laços de defesa que existiam na casa, e assim puderam entrar e atacar Harry sozinho. Sem vínculo algum com Voldemort, eles não encontraram problemas em invadir a casa.
Gina chorava copiosamente no canto do sofá enquanto Fred e Jorge tentavam consolar a garota.
- Nesse momento, Harry está seguro no único lugar onde ele pode ficar sem correr nenhum tipo de risco – continuou o professor.
- Como assim? – perguntou Rony que se sentava novamente para ouvir o restante da história – Como ele pode estar seguro com grupos de bruxos aliados a Voldemort atacando ele sem que ninguém possa ajuda-lo.
- Ele recebeu ajuda Rony – emendou Kim sorrindo para o rapaz que parecia em pânico – Ele foi resgatado por bruxos que até então, não passavam de lenda contada por pessoas muito mais velhas, como Dumbledore.
- Eu não estou conseguindo entender mais nada – foi a vez de Jorge se manifestar – O Harry foi ou não foi sequestrado.
Remo se levantou do sofá e foi em direção a janela. Do lado de fora, o sol ia se manifestando enquanto uns poucos gnomos de jardim corriam descaradamente por entre as moitas.
- Ele realmente foi sequestrado, mas também foi salvo antes que pudessem leva-lo da casa – falou o professor pausadamente – e agora é a hora de você saberem de algumas coisas que eu e Kim apuramos nestes últimos tempos.
Com estas palavras, Remo Lupin instaurou um profundo e concentrado estado de silêncio na casa. Rony, Gina e Hermione sentavam de frente ao ex-professor enquanto o restante se ajeitava da maneira que podia. Kim Schacklebolt olhou para o amigo que acenou com a cabeça em sinal de aprovação.
- Há pouco mais de três meses, eu seguia um conhecido preparador de poções africano que parecia estar muito envolvido nas atividades de Voldemort. – começou o auror com calma – O dia em que consegui intercepta-lo, ele estava em uma antiga e abandonada biblioteca bruxa, que se mantinha escondida magicamente em um bosque no interior de Lancaster. Encontrei o homem envolvido em livros sem fim e quando me viu, travamos o que sem dúvida foi o mais violento duelo da minha carreira como auror e membro da ordem. Eu o venci, mas não consegui mantê-lo vivo.
Kim olhava para a mesa e parecia reviver em pensamento os momentos em que lutou com o bruxo africano.
- Infelizmente não cumpri meu objetivo de tirar do homem, informações sobre o seu trabalho com Voldemort, mas passei o restante do dia analisando os livros que o bruxo pesquisava antes de morrer.
- O que era Kim? – perguntou Fred entusiasmado com as histórias de um auror lendário
- Fique calado Fred, deixe que ele continue – berrou o Sr. Weasley para o garoto.
- Todos os livros continham histórias e lendas sobre artefatos mágicos que podiam ser usados na preparação de infusões e poções malignas, mas o mais interessante eu encontrei em algumas folhas do que pareciam ser relatos de uma história muito antiga. Estas folhas estavam nas vestes do bruxo, junto com uma carta sem remetente, mas que havia sido endereçada ao próprio africano, juntos com as ordens para mais informações naquela biblioteca.
Remo olhou para o auror como que pedindo autorização para que continuasse a contar.
- Kim leu e pesquisou muito sobre o que havia naqueles relatos antes de vir até mim, e quando me trouxe os resultados, pudemos juntar as informações dele com um pouco do que já havia conversado com Dumbledore em uma de nossas últimas conversas.
- Me desculpe Remo, mas isso tem a ver com o pouco que conversamos? – perguntou Hermione interessada
-Sim Hermione! É exatamente sobre aquilo, mas naquela ocasião eu ainda não sabia a profundidade do assunto. Continue Kim, por favor!
- Os pergaminhos que o bruxo que eu enfrentei carregava no bolso, falava de um antigo grupo de magia que há centenas de anos vinham estudando e se aprimorando sobre o pouco que se conhece como magia elementar.
- Magia elementar? – Perguntou o Sr. Weasley confuso – Algo como os primórdios da magia no mundo?
- Exatamente meu amigo – respondeu Remo – Esse grupo de bruxos mantiveram-se em segredo por toda a sua existência. Segundo o que se conhece através de pergaminhos e lembranças de bruxos tão sábios e poderosos quanto Dumbledore, a magia elementar é toda a força que move o universo. Essa “ordem” da magia elementar, não se considerava exatamente como um grupo como o nosso, de defesa contra as artes das trevas, mas tudo indica, levando em consideração as pesquisas e anotações que encontrei com o bruxo, que este grupo por algum motivo parecia estar agora, muito interessado nesta guerra, a ponto de influencia-la de alguma maneira.
Todos agora conversavam baixo entre si, enquanto Rony, Gina e Hermione permaneciam pensativos e confusos com tudo o que estava acontecendo.
- Assim que ficamos sabendo do ataque a Harry, Kim foi no mesmo momento até Surrey junto com uma de nossas equipes e lá encontramos a prova de que este grupo realmente pensava em tomar partido nisso que estamos vivendo – Continuou Remo
- Quando cheguei até lá, a casa parecia um cenário de guerra – Kim prosseguiu com a história – Tudo estava destruído. Nem Harry e nem os bruxos que o atacaram estavam no lugar. Encontrei somente seus tios e o primo, com as memórias completamente apagadas.
- O que? – perguntou Hermione exaltada – os Dursley foram obliterados?
- Exato – respondeu o gigante negro – Tivemos muito trabalho para organizar toda a bagunça e transferir os parentes do Harry para um lugar seguro até que saibamos o que fazer com eles. O fato é que havia um Patronum com uma mensagem endereçada a ordem da fênix na casa, que se manifestou assim que entramos no lugar.
Ninguém se falou nada. A sala novamente se manteve no mais profundo silêncio até que Rony se perguntou o óbvio:
- Então Kim! O que o Patronum deixou?
Kim calmamente, como que apenas aguardando a pergunta, puxou sua varinha e invocou no centro da sala um lindo cisne azul cintilante que plainou sobre o tapete.
- Guardei o feitiço até que pudesse compartilhar com todos – disse o auror.
No mesmo momento, o cisne brilhou ainda mais e sussurrou com uma voz feminina que certamente pertencia a sua dona:
”Harry Potter estará em um lugar seguro até que possamos nos encontrar. Não se preocupem, nossos caminhos agora se cruzaram e em breve vocês serão convocados. O menino que sobreviveu estará a salvo apenas sob nossa proteção”
Nesse momento uma explosão de conversas e protestos irrompeu na sala enquanto uma lágrima solitária escorria pelo rosto de um abatido Rony Weasley que permanecia imóvel no sofá.
- Acreditamos que tenha sido este grupo da magia milenar quem resgatou Harry e impediu que ele fosse parar de frente a Voldemort.
- Mas não sabemos onde ele está agora, certo? – Rony perguntou atordoado
Remo olhou com carinho para o garoto.
- Não sabemos Rony. Como sabemos a magia dentro do Harry é muito forte, mas mesmo assim não foi possível rastreá-la.
- A única coisa que podemos dizer com toda a certeza, é que ele está realmente seguro, pelo menos até o momento – afirmou Kim sorrindo para o garoto – A magia que invocou o Patronum naquela casa era pura e de uma bondade incrível. Seja lá quem estiver com o Harry, irá protegê-lo sem dúvida.
A conversa continuou por muito tempo. A Ordem da Fênix voltou a falar sobre as histórias sobre a magia milenar e este misterioso grupo que a protegia, falou sobre os interesses de Voldemort neste poder e durante a conversa, decidiram que confiariam no destino para revelar o próximo passo a respeito do desaparecimento de Harry Potter. Aguardar o contato de quem o levou era tudo que poderia ser feito.
Próximo do almoço, quando aos poucos os integrantes da Ordem começaram a desaparatar, Hermione chamou sorrateiramente Rony e Gina até o jardim.
- O que foi? – perguntou Gina ainda nervosa – Porque essa cara?
Hermione sorriu e se sentou na grama sob o sol que agora brilhava forte.
- Quando foi que nos separamos ou deixamos o Harry sozinho? – perguntou a garota.
Ronny olhou interessado para a garota que com certeza já havia pensado em um plano para encontrar o amigo.
- Nunca – Hermione mesmo respondeu – e por isso que vocês dois devem estar prontos para uma viagem! Nesta madrugada vamos buscar o Harry, não importa onde.
Comentários (2)
Obrigado pelo primeiro comentário!Mas minha ideia é mais ou menos por aí...mais posso te adiantar que eles não se encontrarão com o Harry. Não ainda...Abs.
2011-10-25A fic é boa,mas ñ tem muito haver levar Rony,Mione e a Gina para onde o Harry está,ele ser treinado sozinho e voltar depois seria muito melhor.
2011-10-25