Fortes Emoções
Os meses iam se passando. E a barriga de Hermione crescendo. Ela adorava andar por aí de vestido longo, acariciando a barriga. Arrumávamos todos os detalhes para o nosso casamento, e eu não via à hora de poder chamá-la de “Hermione Jean Weasley”.
Então chegou o grande dia. Era na praia. Naquela mesma praia. Eu estava de bermuda azul claro, que tinha o efeito de calça arregaçada pra cima, uma camisa gola V branca, e descalço. Parado no altar de madeira arranjado, enfeitado com várias rosas coloridas e luzes. Era de noite; o mar estava calmíssimo, e a Lua trilhava um caminho sobre o mar com seu reflexo. Os convidados estavam todos sentados em cadeiras de madeira simples, e entre as duas fileiras de cadeiras, estava um tapete feito de pétalas de rosa brancas e vermelhas. Minha família e Harry ocupavam os primeiros lugares. Então, uma música no piano começou a tocar, e ela apareceu, vinda de uma tenda branca armada em um canto, para que eu não a visse antes da hora.
Ela estava simplesmente perfeita. De vestido rosa bebê, na altura dos joelhos. Havia um decote não muito grande, um laço rosa mais forte com alguns brilhos abaixo dos seios. Seus cabelos castanhos estavam com seus cachos definidos, presos em um rabo de cavalo lateral com uma rosa branca pendurada neles. Sua maquiagem era lebe, destacava levemente seus olhos e seus lábios. Em suas mãos, um buquê de tulipas vermelhas. Mas sabe o que me encantou mais? Seus olhos. Eles mostravam para mim toda a felicidade que sentia, todo o amor que sentia.
Ela vinha caminhando em minha direção, mantendo seu olhar em mim. Seus passos calmos e serenos contrariavam o nervosismo em seu sorriso. Então ela chegou finalmente ao altar. Ela entregou o buquê a Gina, e eu estendi minha mão para ela. Beijei sua testa em sinal de respeito, e levemente os seus lábios, demonstrando o meu amor. Afinal, quem ama, respeita. Quem ama, cuida.
O senhor seu Padre começou a falar sobre amor, casamento, família, respeito, e todas as coisas que eu já sabia a muito, sem que ele precisasse me dizer. Eu não parava de olhar para Hermione e contemplar sua beleza, pois ela estava mais magnífica do que já era. E olha que isso era uma coisa quase impossível de se acontecer, pois ela é perfeita. Com todos os defeitos e manias dela, ela é perfeita.
Em certa parte da cerimônia, ela começou a chorar. Não me contive e sequei uma lágrima que escorria por sua face, e ela me olhou e sorriu. Apertamos mais as mãos, e o padre sorriu. Então, chegara o ápice do casamento.
- Hermione Jean Granger, você aceita George Weasley como seu legítimo esposo, para amá-lo e respeitá-lo, na saúde e na doença, na riqueza ou na pobreza, até que a morte os separe? – Perguntou ele.
- Sim.
- George Weasley, você aceita Hermione Jean Granger como sua legítima esposa, para amá-la e respeitá-la, na saúde e na doença, na riqueza ou na pobreza, até que a morte os separe?
- Com licença, senhor. – Falei. Hermione, e todo mundo presente, olhou para mim confusos. – Tem um pequeno erro nessa pergunta. Nem a morte me separará dela, pois se ela morrer, eu morrerei com ela.
Ouvi um “ooh” das mulheres convidadas, e Hermione começou a chorar mais, sorrindo. O padre sorriu satisfeito, e então pronunciou as duas frases que eu mais esperava ouvir:
- Sendo assim, eu os declaro marido e mulher. Pode beijar a noiva.
Me aproximei dela lentamente, enxuguei uma lágrima, e a beijei. Ela passou os braços pelo meu pescoço, bagunçando meu cabelo. Desajeitadamente, envolvi-a pela cintura, sendo um pouco afastado pela sua barriga de oito meses e meio. Ela sorriu de encontro aos meus lábios, percebendo minha dificuldade. Todos estavam nos aplaudindo e gritando algumas coisas felizes. Nos distanciamos, e demos as mãos, virando-nos para nossos amigos e familiares. Caminhamos pelo nosso corredor de rosas, enquanto jogavam arroz em nós (aquele costume trouxa!) e íamos para a nossa festa, ainda na praia, ao lado de onde era a cerimônia.
Tochas com fogo mágico, azul, especialidade de Hermione, estavam espalhadas por todos os cantos no deck de madeira. Várias almofadas estavam espalhadas por toda a extensão do deck, e em um canto afastado, uma mesa com várias comidas leves e um bolo de três andares, branco com prata. Em cima do bolo, havia uma vela enfeitiçada, onde um boneco ruivo soltava fogos e incomodava uma boneca de cabelos cacheados e cheia de livros na mão. Era como um “remember” para nosso tempo em Hogwarts, quando eu fazia exatamente isso para chamar sua atenção.
Ali, cumprimentamos todos nossos amigos e familiares, e batemos fotos com eles. Logo após, era a hora da nossa primeira dança como oficialmente casados. Era uma espécie de valsa, tranqüila, suave, e nós dois dançávamos como se estivéssemos flutuando, e eu não tirava o olhar de seu olhar. Eu me perdia naquele infinito contido em dois olhos castanhos como avelãs. No final da música, beijei-a levemente nos lábios como pude.
Depois de comermos, dançarmos resolvemos todos tomar um banho de mar. Porque obviamente, um casamento na praia não poderia faltar um banho de mar! Estava jogando água em Hermione, implicando com ela, quando ela começou a fazer caretas e segurar a barriga.
- Amor, você está bem? – Perguntei, aproximando-me dela e segurando-a lateralmente.
- O bebê... Agora. – Ela ofegou. Surpreso, segurei-a no colo e a levei para o deck de madeira, na maior velocidade que consegui, ainda por cima gritando:
- O MEU FILHO! MEU FILHO VAI NASCER!
Todos se aproximaram de nós, e eu não saí do lado dela. Mamãe chegou ao seu lado, dizendo coisas como “respira” “empurra” “força!”. E eu estava super preocupado, pois Hermione gritava e ofegava de dor. Algum tempo angustiante parecido com a eternidade depois, o choro de bebê invade os meus ouvidos, um alívio e uma felicidade sem tamanho invadem meu coração. Hermione sorriu, tentando normalizar a respiração, enquanto mamãe conjurava toalhas limpas para embrulhar meu filho no colo. Sim, era um menino. Com ralos cabelos vermelhos. Mamãe entregou meu pequeno para Hermione, e ela o embalou, sorrindo. Aos poucos, ele parou de chorar, e todos queriam se aproximar do meu pequeno. Ele abriu os seus pequenos olhos, e mostrou sua íris azul. Me aproximei mais de Hermione, e abracei lateralmente, olhando-a, e em seguida olhando o nosso filho. Nosso filho.
- Qual vai ser o nome dele? – Perguntaram-nos. Havíamos discutido nomes, mas não havíamos decidido nada. Hermione me olhou, sorrindo, e disse em alto e bom som:
- Fred.
Fiquei boquiaberto por um segundo, petrificado de tanta emoção, e em seguida a beijei. Ela estava homenageando o meu irmão gêmeo. Eu não tinha palavras para expressar como eu me sentia. E aparentemente, nem a minha mãe, que desatou a chorar de tanta emoção.
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