O Idiota
Mesmo já sabendo da resposta, ouvi-la dizer me deixou confuso. Impressionado. Feliz. Preocupado. Eu estava um misto de emoções. Ela chorava, encharcando minha camisa, e eu não entendia direito porque ela estava chorando.
- Amor, por que você está chorado?
Ela me olhou.
- E-Eu não queria engravidar, não agora, tão cedo... E nem somos casados...
Eu não soube o que responder de imediato. Voltei a abraçá-la, ainda estupefato. Comecei a sussurrar em seu ouvido coisas para confortá-la.
- Amor, eu te amo. – Sussurrei. – Nós vamos ter nosso filho, vê-lo crescer, educá-lo bem. Não precisa ter medo, sabe por que? Porque eu sempre vou estar com você, nunca vou te deixar sozinha e ainda tem a minha família para apoiar. Talvez fiquem sem reação assim como eu, mas eu tenho certeza que vão ficar super felizes com a vinda de mais um Weasley pro mundo.
Ela foi parando de chorar, a medida que seu abraço forte não diminuía. Eu acariciava seus cabelos, tentando tranqüilizá-la, enquanto o meu interior estava fazendo uma festa de arromba. “Eu vou ser pai!” pensei. “Pai do filho da Hermione! Da MINHA Mione! Eu sou o cara mais feliz nesse mundo!”.
- Ah, amor, eu já comentei que você me faz o homem mais feliz do mundo? – Perguntei. Ela levantou a cabeça, e me olhou, sorrindo.
- E eu já comentei que você me completa por inteiro? – Ela devolveu. Eu sorri, e a beijei.
- Vem, vou fazer alguma coisa pra gente comer, algo que não te deixe enjoada. Afinal, eu quero os dois saudáveis.
Ela sorriu, e abracei-a lateralmente.
Domingo. Almoço de família. T-O-D-A a família. Eu e Hermione tensos. Dia em que contaríamos a novidade. E estávamos com medo da reação.
No meio do almoço, ela apertou minha coxa, numa tentativa de me confortar e me encorajar. Respirei fundo, sentindo o meu coração acelerar à mil e seiscentos batimentos por segundo, e abri a boca pra falar, mas dela só saiu um “ei” rouco.
- George, você está bem? – Perguntou Fleur.
- É, estou, mas eu preciso contar uma coisa para todo mundo.
Nisso, todos prenderam a atenção em mim. Oh droga.
- Que foi, George? – Meu pai perguntou.
- É... Bem... É que...
- Que?
- Eu estou grávida. – Hermione falou, quando percebeu que eu não conseguiria falar. E todos ficaram com a mesmíssima expressão de não ter reação alguma. Ficaram todos nos olhando, em silêncio, boquiabertos, surpresos demais para falar. Então Gina se levanta de repente, e chega no nosso lado, nos abraçando e beijando no rosto, desejando felicidades e parabéns. E foi a nossa vez de ficar sem reação quando todos acordaram do seu transe de surpresa e fizeram o mesmo que Gina. Depois de tudo isso, terminamos o almoço e nos esprememos na sala de estar, conversando calmamente sobre o novo Weasley que estava a caminho. Então, Gina perguntou:
- E o casamento?
Senti Hermione enrijecer ao meu lado. Eu não havia a pedido em casamento. Para não decepcioná-la, saí do sofá onde estávamos e a fiz levantar. Ajoelhei-me aos seus pés, e ela inclinou a cabeça para o lado, me olhando, e eu percebendo que as lágrimas já queriam vir para seus olhos. Ela sorria timidamente, e eu tremia de nervoso.
- Hermione... Eu sei que sou um idiota por não ter feito isso antes, mas... Eu quero ser o SEU idiota pra sempre. Hermione Jean Granger, você aceita se casar comigo?
Ela começou a chorar, sorrindo. Ela puxou-me pela mão, fazendo com que eu me levantasse. Eu enxuguei uma lágrima que escorria pela sua bochecha com o polegar, e ela me beijou. Todos explodiram em comemorações, e eu a abracei forte. Ela sussurrou no meu ouvido:
- Sim, eu aceito me casar com você, meu idiota.
Eu sorri. Agora eu tinha certeza que era o homem mais feliz da face da Terra. E de todo o universo também.
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