Praia



Um mês depois, eu resolvi chamar Hermione pra sair. Precisávamos ficar sozinhos, matar a saudade. Com todo aquele clima pesado na Toca nos lembrando de tudo que aconteceu, ficava complicado. Perguntei para Gui se ele sabia de algum lugar solitário e bonito para que eu levasse ela. Ele disse que sabia de uma praia, uns dois, três quilômetros do Chalé das Conchas. Resolvi levá-la lá.


Estávamos eu e ela, sozinhos no jardim. Ela estava aninhada em meus braços, e estávamos conversando sobre futilidades, só para passar o tempo.


- Mione?


- Hm?


- Você quer sair comigo?


Ela me olhou, sorrindo.


- Para onde?


- Uma praia...


- Quando?


- Se você quiser, agora.


- Podemos ir então? – A expressão dela era de uma felicidade radiante, e seu sorriso estava me hipnotizando como sempre me hipnotizava.


- Claro, vai lá se arrumar.


Ela beijou meus lábios levemente, e foi em direção à casa, pegar suas coisas. Aparatei rapidamente em meu apartamento, que ainda me trazia lembranças boas de Fred, mas que me traziam dor, peguei algumas coisas e voltei para a toca. Ela já me esperava na frente de casa, de vestido, com uma bolsa na mão. Linda. Ofereci minha mão á ela, e conduzi a aparatação.


Aparatamos na praia, que estava completamente deserta. Havia algumas árvores ao longe, acima de pedras onde poderíamos estender uma toalha para deitarmos. A faixa de areia era grande, cheia de pequenas e grandes conchas, de todas as cores e formatos. A água estava calma, lisinha, refletindo a luz do sol. Ela olhou ao redor, fascinada com a beleza do lugar, e fiquei feliz por ter escolhido justamente aquele lugar. Abracei-a por trás, pela cintura, e perguntei sussurrando sedutor em seu ouvido:


- Então, o que quer fazer primeiro?


Ela se virou para mim, sorrindo maliciosa, e disse:


- Primeiro de tudo, isso.


E me beijou. Depois, tirou o vestido e revelou um biquíni preto, com o sutiã preto de bolinhas brancas. Sorrindo, correu para a água. Tirei minha camisa e meu calçado, e fui atrás dela. A água estava maravilhosa, e naquele momento, eu esqueci toda a dor, ficando ali com ela, brincando, namorando, nos curtindo.


Mais tarde, estávamos abrigados embaixo de uma árvore, nas pedras. Ela estava aninhada em meus braços, com a cabeça encostada em meu peito. Conversávamos. Um certo momento, ela se levantou, me olhou nos olhos e me beijou, ficando completamente acima de mim. Rolei para cima dela, ainda a beijando, e as mãos dela passeavam livremente pelas minhas costas nuas e molhadas. Uma de minhas mãos estava em sua cintura, e a outra, segurando meu peso. As mãos dela desceram para meu peito, alisando-o, e então gentilmente empurrando-me para longe dela. Ela estava ofegante, e sorria, encabulada. Então eu percebi o que estávamos fazendo. Ou quase fazendo. Senti meu rosto esquentar, e voltei a deitar, com ela aninhada em meus braços.


Assistimos o por do sol juntos, como naqueles filmes românticos trouxas que uma vez Hermione havia me mostrado. As sete da noite, voltamos para a Toca, e para a dura realidade.

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