Na Toca
Abri os olhos. Tudo estava embaçado. Pisquei algumas vezes e a imagem entrou em foco. Um teto de madeira. Luz. Tinha uma luz vinda de algum lugar e ela estava me irritando. Virei a cabeça levemente. Um rosto entrou no meu campo de visão. Era... Remo. Ele me olhava e deu um leve sorriso com a expressão de preocupação. Não era possível. Só pode ser uma armadilha.
Saquei a varinha que por acaso estava no meu bolso, me sentei e a apontei para seu pescoço. Ele arregalou os olhos.
- Calma. - Remo disse - Está tudo bem.
Abaixei a varinha. Foi nesse momento que eu percebi que meu braço estava enfaixado. E que a minha cabeça doía muito. E que eu estava tonta por ter levantado rápido demais. Pressionei a área que doía na minha cabeça. Eu tinha um galo gigantesco e ele doía muito.
- Ai... - Eu resmunguei - Onde...
- Na Toca. - Uma voz diferente disse
Me virei pra olhar. Molly Weasley estava vindo por um corredor, com um roupão rosa choque e pantufas.
- Como eu cheguei aqui? - Perguntei. Minha voz estava fraca, mas eu ignorei o fato
- Não sabemos. - Outra voz disse. Virei-me mais e vi Arthur Weasley sentado numa poltrona com a expressão séria - Alguém bateu na porta. Eu perguntei quem era e só ouvi um barulho de algo caindo e batendo no vaso. Abri a porta e você estava lá, desmaiada e com o braço todo ensangüentado.
Franzi a testa. Sim eu me lembrava. Eu tinha estrunchado e desmaiei pela perda do sangue.
- Sim... - Eu disse pensativa - Eu roubei a varinha de um seqüestrador... Estrunchei quando tentei aparatar... Eu estava fraca, não agüentava ficar de pé.
Esfreguei os olhos. Não tinha me tocado o quanto eu estava cansada.
- Você está desaparecida há cinco meses, Julieta. - Remo disse seriamente
Olhei para ele com os olhos arregalados.
- Em que mês estamos? - Perguntei
- Dezembro. Hoje é dia 20 de dezembro. - Molly respondeu
- Todos nós achávamos que você estava morta. - Remo disse
Tá, foi meio difícil ouvir aquilo. Cinco meses sem dar sinal de vida. Minha mãe, meus amigos, Remo... Todos achavam que tinha morrido. Eu realmente fiz tanta gente sofrer? Não estou sendo convencida nem nada, mas é a segunda vez que eu ''morro''. Eu não posso ficar brincando com os sentimentos das pessoas assim. Eu preciso ser um ser humano normal que só morre uma vez.
- Julieta... O que houve? Não conseguimos entrar em contato com você... - Remo disse com dificuldade
Respirei fundo. Era muita coisa para contar e eu acho melhor não dizer nada sobre eu ter negociado com uma doninha.
- Comensais. - Eu respondi finalmente - Eles me seqüestraram. Pegaram a minha varinha. Torturaram-me. Eles queriam informações. Eles... - Minha voz foi se perdendo enquanto um nó se formava na minha garganta. Aquelas lágrimas que demoraram cinco meses para vir estavam chegando - Eles mataram o meu pai Remo. - Eu disse com a voz fraca.
Ele me olhou de forma estranha. Então segurou meu rosto levemente, se inclinou e me beijou. Algo rápido. Acho que foi mais para me confortar do que qualquer coisa. Então ele se separou de mim e olhou fundo nos meus olhos.
- Está tudo bem agora. Eu não vou deixar que façam nada com você. - Remo disse. Algo em sua voz me fez acreditar. Eu assenti enquanto as lágrimas saíam.
Ele se afastou de mim e eu enxuguei as lágrimas. Francamente, eu choro quando estiver sozinha, não gosto de demonstrar fraqueza.
- Ai eu explodi tudo e fugi pela janela. - Eu disse - Sobrevivi na floresta com a forma animaga até conseguir uma varinha. E aqui estou.
Ficamos todos em silêncio por um tempo. Estava começando a ficar desconfortável quando Molly finalmente o quebrou.
- Bem Julieta, você não deve dormir direito há muito tempo e precisa descansar. - Ahhh Molly. Você me conquistou com a palavra dormir - Venha, você pode ficar no antigo quarto do Carlinhos.
Me levantei com dificuldade. E comecei a segui-la. Então me lembrei de uma coisa que era muito importante.
- Molly, espere - Eu disse
Então eu corri (ou melhor, cambaleei) até Remo. Pus minha mão no bolso e fiquei aliviada ao ver que o colar continuava lá dentro. Tirei-o de lá e entreguei à Remo.
- Avery pisou nele pouco antes de eu fugir. - Eu disse - Conserta para mim?
Ele piscou e pegou o colar.
- Claro. - Remo respondeu pondo ele no bolso da capa.
- Obrigada. - Eu disse num tom baixo.
Então eu voltei até onde Molly me esperava. Sumimos um lance de escada. Molly avançou mais, mas eu parei assim que vi o meu reflexo num espelho que estava pendurado na parede.
Posso lhe jurar que nunca vi nada parecido. Meu rosto estava febrilmente magro. Meus olhos estavam opacos, minhas pupilas pareciam fendas no meio do castanho morto que as envolvia. Eu tinha olheiras pretas; não roxas, pretas. Minhas sobrancelhas estavam quase virando uma só. Meu rosto estava sujo de lama e sangue, eu tinha um corte bem embaixo do olho esquerdo. Meus cabelos estavam tão oleosos que faziam Snape virar um bom exemplo de higiene. Na boa, meu cabelo parecia um ninho de esquilo - se é que esquilo faz ninho - cheio de nós, folhas, gravetos, etc, etc, etc. Mas isso não era o pior. Bem na frente, um fio branco se destacava ao meio dos cabelos castanhos.
Soltei um berro.
- Deus, o que foi? - Molly disse tomando um susto
- Eu... E-eu era bonita! - Eu disse assustada - Eu virei um monstro! Um monstro com cabelo branco! Eu era jovem! E linda!
Molly deu um sorriso. Isso mesmo. Ria de meu sofrimento!
- Você passou meses na floresta. Não esperava estar igual à quando foi pega, não? - Ela disse - Venha, vai melhorar se descansar.
Eu a segui. Ela me levou para um quarto cheio de desenhos de dragões, pôsteres de dragões, bonecos de dragões... Na boa, eu achei que tinha entrado num quarto, não numa caverna de dragões.
- Carlinhos é o seu filho que estuda dragões, certo? - Eu perguntei olhando em volta
- Sim. - Molly disse com uma expressão de orgulho - Se precisar de qualquer coisa nos avise, certo?
- Sim, é claro. - Eu disse sentando na cama - E Molly. - Eu chamei. Ela pôs a cabeça para dentro do quarto - Obrigada. - Eu disse sem graça
Ela deu aqueles sorrisos maternos e reconfortantes.
- Durma. - Ela disse
Eu juro que nunca dormi tão profundamente na minha vida.
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Devo admitir que acordar cercada por dragões foi bem estranho, mas foi a melhor noite de sono da minha vida. Bem, eu sempre amei dormir e quando eu acordei era meio dia. Eu dormiria mais, mas eu estava com fome. Me levantei e vi a varinha de quinta do seqüestrador. Então olhei passei a mão pelos meus cabelos. Acho que ainda existe uma última utilidade para essa varinha.
Um bom feitiço de limpeza em mim e nas minhas roupas, a convocação de alguns objetos simples e necessários para a beleza de uma mulher... Pronto! Agora eu não estou monstruosa, só feia! É uma evolução! Ah quem eu quero enganar? Eu virei um monstro!
Poupe-me disso ok? É muito drama para tão pouco tempo. VOZ! VOCÊ VOLTOU! Finalmente, não? Livrei-me daqueles dois. Cara eles estavam te levando à loucura! Cara, você realmente falou com uma doninha ou foi só impressão minha? Hãã... Bem... AH NÃO! ELES VÃO ME PAGAR! Eles são os caras do sonho? Exato. Ahhhh sim, eu odeio eles. Eu também!
Isso deve significar que eu estou me recuperando da loucura! Bom não? Guardei a varinha, arrumei a cama e desci para o primeiro andar. Para a minha surpresa não só os Weasley estavam lá, mas também Kingsley e Remo. Gina também estava lá, me lembrei que estávamos bem no meio dos feriados. Todos olharam na minha direção quando apareci. Olhei para os lados com a esperança de não estarem olhando para mim. Bem, a não ser que eles estejam olhando para um quadro de um vaso, é para mim. Droga.
- Hãã... Boa tarde. - Eu disse sem jeito
Foi a deixa para Molly se levantar e me levar para a cozinha, onde ficou falando que eu estava muito magra e ficou me enchendo de comida. Ela me lembrou minha avó com essa atitude, mas eu achei muito fofo. Posso lhe jurar que a melhor comida do mundo é feita por Molly Weasley. Claro, sem contar com o fato de eu estar comendo animais crus e sem o mínimo tratamento por meses, é claro.
Então finalmente após uns três pratos ela deixou hesitante que eu fosse até as pessoas. Cheguei à sala e me sentei ao lado de Remo. Todos olharam para mim novamente. Ótimo. Por que eu amo ser o centro das atenções. Olha a minha cara de quem ama: -_-
- Então era verdade. - Kingsley quebrou o silêncio com sua voz grave - Seja bem vinda de volta, Giucci.
- Obrigada Kim. - Eu disse séria - Mas pela cara de vocês as coisas não devem estar bem por aqui, não?
- Não, de fato não. - Ele respondeu - Como sobreviveu tanto tempo?
- Eu sou animaga. - Suspirei - Passei a maior parte do tempo sob a forma de uma enorme raposa.
Todos menos Remo levantaram as sobrancelhas. Cruzei os braços desconfortável, mas eu tinha me esquecido que estava machucada e acabou doendo muito. Xingando internamente, voltei os braços para a posição de antes.
- Você é animaga? - Kingsley perguntou - Mas... Não há nenhum registro... - Ai ele sacou - Você é uma animaga ilegal? Desde quando?
E o interrogatório recomeça.
- Sim, sou animaga, desde os nove anos. Eu tive que virar por que meu pai... - Minha voz sumiu e meus olhos arderam - P-podemos falar disso depois?
- Nove? - Kingsley murmurou
- Sim, nove. - Eu cortei - Como vão as coisas aqui?
Eles começaram a dizer das coisas que aconteceram. Agora a resistência contra Aquele-Que-Se-Denomina-Lorde tem uma estação de rádio. Por lá o nosso povo dá informações para os outros usando nomes falsos. Eu achei isso a coisa mais inteligente de todas. Bem, continuando, soube que o casamento de Gui e Fleur foi adorável até o momento em que comensais o atacaram. Harry, Ron e Hermione sumiram desde então. Mas eles tinham uma missão de Dumbledore então devem estar salvando o mundo ou acendendo uma fogueira agora.
- E como vai Hogwarts, Gina? - Perguntei
Percebi que sua expressão ficou invocada e a de Molly ficou preocupada.
- Snape é o novo diretor. - Ela disse
Levantei as sobrancelhas. Mas por algum motivo isso não me surpreendia.
- Ele pôs dois comensais como professores. - Ela continuou - Atelo e Amico Carrow. Eles cuidam da disciplina e castigam qualquer um que sair um milímetro da linha.
- Tradução: Eles torturam crianças. - Remo disse um pouco alterado
- Que tipo de pessoa tortura crianças?! - Eu perguntei incrédula
- Eles. - Gina disse - Mas devo admitir que a AD ajude um pouco no tamanho dos castigos.
- AD? Merlin, vocês não tem nem um pingo de juízo, não? - Eu suspirei
- Precisamos estar preparados. - Ela disse teimosa
- Eu entendo, mas é perigoso, Gina. - Eu disse séria
Ela resmungou algo. Cara, essa menina é igualzinha a mim quanto à personalidade. Eu olhei para todos. Sérios e intrigados. Que depressão É... Mas é a guerra. A felicidade e a paz de espírito vão dar um passeio.
- Acho que abusei da hospitalidade de vocês. - Eu suspirei
- Que isso, Julieta. Pode ficar o tempo que quiser. - Molly disse com um sorriso bondoso
- Não... Eu estou com saudade da minha casa. Quero voltar o mais rápido o possível. - Eu disse
Com essas frases todos se calaram e se entreolharam. Franzi as sobrancelhas. Ai tem coisa...
- O que? - Eu perguntei alarmada
- Como assim? - Remo perguntou
- Vocês se entreolharam. O que foi? É por que eu disse que ia para casa? O que houve com a minha casa? - Perguntei
Todos se mexeram desconfortáveis. Eu revirei os olhos impaciente. Isso estava me irritando.
- Eu te levo para casa. - Remo disse
- Tem certeza, Lupin? - Kingsley perguntou baixinho
Remo acenou a cabeça positivamente. Então ele se levantou. Olhei para todos novamente e então levantei, relutante.
- Obrigada por me acolherem. Molly, Arthur... Gina. - Eu disse
Eles sorriram desanimados.
- Vamos. - Remo chamou
Saímos da Toca e andamos até o ponto em que o feitiço de proteção acaba. Remo ofereceu o braço. Eu o segurei e fechei os olhos. Aparatamos. Foi bem mais tranqüilo do que ontem com a varinha podre do seqüestrador adormecido.
Fomos parar num terreno horrível. Eram ruínas de uma construção. Uma casa talvez... O que a atingiu? Provavelmente um incêndio. Haviam pedaços de madeira queimados, cobertos de neve; a pintura estava descascando, o segundo andar tinha desmoronado em cima do primeiro, as paredes da frente tinham cedido, mostrando o que deveria ser restos de móveis, fotos, pinturas, etc, etc, etc. Franzi a testa e me virei para Remo.
- Por que estamos aqui? - Perguntei
- Você pediu para ir para a sua casa. - Ele respondeu tristemente
Arregalei os olhos. Abri a boca para falar algumas vezes. Meus olhos arderam novamente. Corri até a cena da destruição. Comecei a olhar pelos restos mortais do que um dia foi a minha casa. Não podia ser. Ouvi o barulho de algo quebrando. Olhei para baixo. Eu tinha pisado em um porta retrato semi-destruído. Abaixei e o peguei. Tive que serrar os olhos para identificar as pessoas. Eram quatro. Duas eu reconheci, uma era eu e outra era meu primo Will. O rosto das outras tinha sido destruído pelo fogo. Larguei o porta retrato, que quebrou no chão. As lágrimas já estavam correndo por meu rosto. Tudo que já me pertenceu algum dia... destruído. Como isso?
Comecei a soluçar. Cobri o rosto com as mãos. Eu não tinha nada agora além da minha dignidade. Nem minha pele eu tinha toda. Isso era deplorável. A cena era deplorável. Senti uma mão no meu ombro. Esfreguei meus olhos e vi Remo lá.
- Eu não queria que visse isso. - Ele disse
Estendi os braços. Ele me abraçou. Eu soluçava em seu ombro. Eu estava só... Desesperada. O que eu ia fazer? Eu não tinha nada! Meus joelhos ficaram fracos de repente. Me segurei em Remo para não desabar. Ele levou um susto, mas me segurou. Então me guiou até o que me pareceu o que sobrou do banco de concreto que ficava embaixo da janela. Eu me sentei, ele se sentou ao meu lado. Então voltei a chorar. Remo me abraçou novamente.
- Não chora... - Ele disse baixinho
Me soltei dele e o encarei.
- Remo, minha casa está destruída. Eu passei cinco meses numa maldita floresta na forma de um animal. Remo eu estava quase pirando lá. Eu cheguei a falar com uma doninha! - Eu exclamei - E tudo que eu mais queria era poder chegar em casa e poder finalmente relaxar, dormir, comer algo que não tinha acabado de ser morto...
O nó na minha garganta me impediu de continuar. Sequei as lágrimas novamente.
- Eu ainda estou aqui, Julieta. - Remo disse
Olhei para ele. Nunca o vi tão sério.
- Obrigada. - Eu disse baixinho
Então eu apoiei a cabeça em seu ombro. As lágrimas já tinham acabado, mas a tristeza ainda tomava conta de mim. Mas estar ao lado de Remo... Ele me fazia sentir segura. Era como se nada pudesse ma atingir.
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POV Remo Lupin
Ela apoiou a cabeça no meu ombro. Vê-la chorar sempre foi algo difícil para mim, mas com a culpa me consumindo foi mil vezes pior.
- Julieta tem uma coisa que eu preciso dizer. - Eu comecei
- Hum. Diga. - Ela disse com a voz serena
- Me desculpe. Por aquela briga, eu não queria dizer aquilo, eu não entendi por que eu disse. Não tinha a mínima necessidade de ser grosseiro. Desculpe-me, por favor. - Eu disse
Ela virou o rosto e me encarou. Achei melhor continuar.
- Eu perdi a cabeça, fui um idiota, eu admito. Mas a minha intenção nunca foi e nunca será te magoar. - Eu disse
Ela balançou a cabeça afirmativamente.
- Continue. - Pediu
- Quando eu percebi o que tinha feito... Julieta ver você chorar por minha causa é algo pior do que Cruciatus para mim - Eu disse - Então eu soube do seu pai e tentei te procurar. Cheguei a te ver no Beco Diagonal, mas você sumiu logo depois e eu não pude dizer nada. Então você faltou uma reunião da Ordem e eu achei estranho.
''Tentamos entrar em contato com você. Pelo espelho dupla face e por cartas. Mas você não respondia então tentei usar o relógio. A imagem tremeu e apagou. Eu sabia que havia algo de errado, então fui à sua casa. - Minha voz falhou - Ela estava pegando fogo, com a Marca Negra pairando em cima. Eu chamei os aurores e tentei apagar o fogo. No final você não estava lá. Perguntei ao seu vizinho e ele disse que não te via há quatro dias. Eu fiquei desesperado. Pedi ajuda para Kingsley, para que ele juntasse um grupo para te procurar.''
'' Eu mesmo tentei te procurar. Encontrei Harry, Ron e Hermione no Largo uma semana depois. Eu queria ir com eles na busca. Era um plano perfeito, eu ficaria de olho em Harry, ajudaria na guerra e te procuraria. Mas Harry não é burro, ele percebeu e disse que eu deveria ficar para te receber quando você aparecesse. No final nós brigamos, e eu fiquei. - Suspirei - O tempo foi passando, as pessoas começaram a achar que você estava morta. Eu negava. Eu não ia deixar que a minha última lembrança sua fosse você chorando por causa de uma idiotice minha. Mas você não aparecia. O Ministério desistiu de te procurar. Tinham se passado quatro meses e havia outras pessoas para procurar. Achei isso um absurdo, mas eu não podia fazer nada. Então até Sirius começou a perder a fé. ''
Olhei para ela. Ela não me olhava mais, mas parecia atenta.
- Ai eu comecei a encarar que eu tinha te perdido para sempre. Que nunca poderia me desculpar. Que nunca iria te ver mais. Que nunca veria você sorrir. E nem um enterro digno você teria. Fiquei tão furioso comigo mesmo. Tinha tantas coisas que eu ainda gostaria de te contar, tantas coisas que eu gostaria de fazer junto com você. - Eu disse com um olhar distante - Eu sonhei com você toda santa noite desde que você desapareceu. E sempre eram sonhos felizes e agradáveis, que me faziam acordar com vontade de me matar. Sabe, ver você e depois saber que não é mais real... E que eu nem sequer aproveitei enquanto era...
'' Eu te amo Julieta. Eu nego para mim mesmo por que sei que eu não te faço bem; mas é a verdade. Ficar sem nenhuma noticia sua esses meses me fez ver que deveria ter estado ao seu lado sempre. Não posso te arriscar namorando, casando com você. Mesmo que seja uma das únicas coisas que me faria realmente feliz. – Só então percebi que tinha falado demais – Hãã, quero dizer... Você me perdoa por eu ter sido um total idiota? ''
Ela não respondeu.
- Julieta? - Chamei
Silêncio novamente. Estiquei meu pescoço para olhá-la. Dormindo. Estava dormindo.
- Que grosseria. - Eu exclamei num tom baixo. Então sorri - A sua sorte é que você fica linda dormindo. Ou de qualquer outra forma.
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POV Julieta Giucci
- Julieta.
Acordei com a voz de Remo chamando meu nome. Olhei para ele. Ele sorria. Olhei em volta. As ruínas de o que um dia foi a minha residência. Foi ai que eu percebi que Julieta era sinônimo de idiota. Eu dormi enquanto ele falava! G-E-N-I-A-L. Kkkkkkk como você conseguiu fazer isso, criatura? A culpa não é minha se a voz dele é serena e suave e seu ombro é confortável! E eu estou cansada já que passei CINCO MESES NA MATA! Ok, ok! Calma! Hump.
- Eu sou tão chato assim? - Remo perguntou
- Remo desculpe! Eu não queria ter dormido, não sei como consegui dormir numa hora dessas, você tava falando de algo sério, eu...
- Ei. - Ele interrompeu o meu surto - Tudo bem, eu entendo que você estava cansada. Até onde você ouviu?
Franzi a testa tentando lembrar.
- Ah sim! Você estava falando que o grupo de aurores parou de me procurar... Então eu adormeci. - Eu disse
Ele balançou a cabeça com um olhar pensativo.
- Ouviu o suficiente - Remo disse. Então segurou minhas mãos e me olhou de tal forma que fiquei constrangida - Me perdoa?
Suspirei.
- Não dá ficar com raiva de você, Lupin. - Disse
- Isso é um sim? - Remo perguntou. Eu revirei os olhos e o ignorei - Isso é um sim, Giucci?
- Não me faça mudar de idéia. - Respondi
Deu para ver o alívio se espalhando por sua expressão.
- Obrigado. - Ele disse
Olhei para ele de forma debochada.
- Não agradeça ainda. Há muita vida pela frente. - Eu cortei.
Então me lembrei de uma coisa. Uma coisa muito importante. Ele começou a falar algo, mas eu levantei a mão pedindo que parasse.
- Shh! - Pedi
Me levantei, pus uma mercha de cabelo atrás da orelha e andei até onde eu achei um dia ter sido a minha cozinha. Comecei a procurar pelo chão.
- O que diabos você está fazendo? - Remo perguntou sem entender
- Calado. - Ordenei - Aqui!
Me ajoelhei e passei a mão por uma área em que o chão não estava tão destruído. Um quadrado de uma madeira um pouco mais clara e menos danificada.
- O que é isso? - Ele perguntou, agora ao meu lado
- A única coisa esperta que a minha família já resolveu fazer na vida. - Eu respondi - Me empresta sua varinha.
Graças a Merlin ele percebeu que eu não iria dizer mais do que aquilo e me entregou a varinha. Eu me levantei e a apontei para o quadrado.
- Wingardium Leviosa - Eu disse
O bloco se moveu, mostrando um buraco de mais ou menos um metro de profundidade. Tinha um baú lá dentro.
- Que os deuses abençoem meu avô Peter. - Murmurei me abaixando para pegar o baú.
Acabou que eu estava fraca e tive que pedir para Remo pegar para mim, o que ele fez com facilidade. Então eu o abri. Várias caixas menores estavam lá dentro. Dei um sorriso. Estava tudo lá, assim como eu arrumei tanto tempo atrás.
- Julieta? O que é iss? - Ele perguntou
- Isso, são as coisas que eu achei terem sido inceneradas. - Respondi
- Como?! - Ele perguntou sem entender.
Revirei os olhos e abri uma das caixas. Tirei de lá um sofá de cinco centímetros e o estendi para Remo. Ele o pegou e o olhou curisos.
- Isso é... o seu sofá? - Ele perguntou incrédulo
- Exato. - Respondi tomando-o de sua mão e devonvelndo-o para a caixa - Minha família, há muitos anos começou a fazer isso. Eles duplicavam tudo que era importante ou e duplicava; então encolhia a versão original e guardava num buraco que ficava dentro da casa. Isso só acontecia nas épocas de guerra, quando o risco da casa ser atacada era maior. - Expliquei então fechei o baú e o transfigurei numa bolsa, pondo-a no ombro - Me leva para a casa da minha mãe?
Ele acenou a cabeça afirmativamente.
- Claro. - Respondeu
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n/a: DESCULPA PELA DEMORAAAAAAAA! Foi mais difícil do que eu imagine criar esse cap e olha que ele já estava formado na minha cabeça! Bem, minhas aulas voltam dia 6 e eu vou postar MUITO lentamente. Muito mesmo. Por que além das aulas eu to escrevendo um livro *-* Bem, adiós bitchachos
Comentários (9)
Leitora sumida²Vergonha on#Hey,nossa essa Julieta é azarada,viu? Eu te entendo kkReminho: Pede a Julieta em casamento agoraaa!Estou torcendo por vocês!Autora: AAA Você está escrevendo um livro!Que demais! Eu te apoio viu? Ah,se precisar de ajuda ou qualquer coisa,me avisa que eu te passo meu msn.Pode contar comigo =DPs: Eu tnha feito um comentário grande dizendo todo o meu amior por essa fic,mas o comentário não foi bem sucedido =s Aí eu fiquei com preguiça de escrever de novo kkMAs eu AMO a sua fic,de verdade.
2012-02-07Ownt, brigada *_* Presonagnes:Giucci: O QUE É? O QUE É? O QUE É? O.O AVISO: Remo não acho palavras para responder, mas ele está mais pensativo e corado do que o normal. :3
2012-02-03Oiie! Mil perdões pela demora, eu estudo em escolas trouxas pq algum elfo domesticos andam roubando minhas cartas >.< Mas enfim, para os personagens: Julieta: Dormindo nas horas erradas! Que coisa tragica! O Remo ia deixar escapulir uma coisa que ia mudar a sua vida! Remo: Reminho, amor da minha vida... AS COISAS MUDAM! VOCÊ NÃO VE QUE O UNICO GEITO DE DEIXAR A GUICCI 100% FELIZ É VOCÊ CASANDO COM ELA? --' Toma geito e pelo menos deixem as coisas irem fluindo, o destino (autora) vai fazer a coisa certa, se o certo for vocês ficarem juntos, vocês irão ficar, você só está magoando a Guicci e a si mesmo u.u Bem é só, ameiii de coração o capitulo e nunca mudaria nada! Até o proximo capitulo. Xoxo
2012-02-03Eu não sei explicar na verdade, mas digamos que é sobre uma garota revoltada que descobre que ela não é humana e que existem vários como ela(não revoltados, só não-humanos). Se eu explicasse direito eu diria praticamente toda a história :)
2012-02-03É sobre o que Julieta, a autora ?
2012-02-03hehehe to na segunda página ainda (¬¬) o nome ainda está indefinido. Personagens!:Giucci: ELE É CONFORTÁVEL! >_< EU TAVA CANSADA, ELE É CONFORTÁVEL E TEM UMA VOZ RECONFORTANTE! Remo: Pelo simples fato de eu ser um lobisomem que a magoou umas... 4 vezes? Sirius: Ela não apareceu por 5 meses. Me desculpe!Tonks: Ah sim, obrigada *minha voz mandou eu agradecer* :)Você chorou na fic? Eu não gosto de fazer minhas leitoras divas chorarem :( Tudo bem, obrigadinha ^^
2012-02-02Oh leitora sumida chegando. *pega e escudo e varinha* - Pode atcar Julieta. Pelas calças de merlin, sua fic é a unica que me faz chorara, mas agora vamos aos recadinhos. Giucci: COMO VOCÊ DORMIU OUVINDO O REMO ? Remo: Reminho... Se você ama ela, por que não a pede em namoro, ou casamento ? Sirius: COMO ASSIM VOCÊ TAVA DESISTINDO DA GIUCCI ? Tonks: Ok eu não te odeio, só nao seja uma destruidora de lares ok ? Deixe ele ser feliz ao lado da Giucci, e desculpa por te ofender * minha voz mandou eu pedir desculpas*. Então que livro você está escrevendo Julieta diwã do meu coração ? Eu quero ler ok ?
2012-02-02Giucci: ELE É CONFORTÁVEL!!!!!!!!!!!! >_<Remo: ¬¬ LOL, brigada. Não odeie a Tonks, ela é um bom ser humano, eu só ponho ela como vilã por que eu queria me casar com o Reminho *-* Parabéns por ser Weasley ^^
2012-02-02GIUCCI SUA ANTA, COMO VOCÊ DORME OUVINDO O LUPIN LINDINHO *.* de qualquer modo, eu amo sua fic, a unica que me faz odiar a Tonks ((: continue assim Natalie Mayer Black Weasley
2012-02-02