Decadente

 

 Duas semanas. Havia duas semanas desde que meu pai desapareceu. Comensais. Eles o pegaram. Se ele está vivo? Eu não sei. Eu rezo com todas as minhas forças para ele estar. Se eu estava mal, estou deplorável. Eu não contei a ninguém que ele sumiu. Nem que briguei com Remo. Se eu parecer triste, pareço vulnerável. Se eu parecer vulnerável, serei a próxima. Se eu for a próxima... Nem brinque com isso criatura! Está certa, voz. Nem brinque com isso.
 As coisas mudaram nestas semanas. Primeiro: Olho-Tonto morreu. Estavam transportando Harry para A Toca e o grupo foi atacado. Jorge perdeu uma orelha e Moddy a vida. E o corpo não foi achado para melhorar. Isso não ajudou no meu humor. Kingsley assumiu a Ordem depois disso. Segundo: Snape é o novo diretor de Hogwats. Eu quebrei um copo ao ler sobre isso no Profeta. Mas ele é o novo diretor acreditem ou não. Eu quero matar Seboso. Mas acho que estou deprimida demais para isso.
- Hey. Você está bem? - Sirius chamou
 Eu estava pegando minhas coisas para ir embora do Ministério. Eu olhei para ele vagamente.
- Sim, claro. - Eu respondi indiferente continuando a pegar minhas coisas
- Não quer dizer nada? - Ele perguntou
- O dia está bonito hoje. - Eu disse pegando minha bolsa
- Giucci, eu te conheço. Sei que você está mal. - Sirius forçou - É algo tão sério que nem eu posso saber? Eu não era seu melhor amigo há alguns meses? Eu estou aqui para ajudar.
 Olhei para aquele par de olhos azuis acinzentados. Ele estava com um olhar tão preocupado que me lembrou de Remo. O que me fez ficar ainda pior.
- Vamos na minha casa. - Ele ofereceu - Eu te faço um chá.
 Eu assenti várias vezes e nós saímos do Departamento de Aurores. Subimos de elevador fomos para sua casa via pó de Floo.
- Sente-se. - Ele disse indicando o sofá. Eu me sentei e ele se sentou ao meu lado
 Assim que eu me sentei todas as lágrimas que eu estou engolindo por duas semanas resolveram fugir de dentro de mim.
- Ei, vem cá. - Ele disse me abraçando - Não precisa dizer nada, ok?
 Eu fiquei soluçando em seu ombro por 10 minutos. Então me separei dele e limpei as lágrimas.
- Eu briguei com Remo. - Eu disse
- O que? Mas... Por que? - Ele perguntou incrédulo
- Por que eu sou uma idiota que age como uma criança mimada. - Eu disse enquanto mais lágrimas corriam pelo meu rosto.
- Ele... Ele te chamou de idiota? - Ele perguntou alterado
- Não. Mas disse que eu agia como uma criança mimada. - Eu disse - Não se zangue Sirius. Eu fui uma idiota. Eu deveria saber que ele prefere a Tonks a mim.
- Giucci, só um idiota preferiria a Tonks a você. - Sirius disse
- Então ele é o maior idiota do mundo. - Eu disse - Mas não é só isso, Sirius. Meu pai. Ele...
 Um nó na garganta me impediu de continuar a falar. Com alguma dificuldade eu me livrei dele e olhei Sirius.
- Os comensais o pegaram - Eu disse com a voz falhada - Eu não quero que eles matem o meu pai, Sirius.
 Sirius me olhou com compaixão e me deu um abraço. Eu retribuí. (n/a: fãns do Sirius não se rebelem só pelo fato da Giucci estar carente, ok?)
 Então soltei ele e enxuguei as malditas lágrimas. Eu odiava chorar. Sempre odiei. Mas parece que quanto mais eu cresço, mais eu choro!
- O Remo brigou com você mesmo sabendo que seu pai desapareceu? - Ele perguntou sem entender
- Não. Eu briguei com ele, então fui para casa. A coruja de minha mãe estava tentando abrir a janela. Eu peguei a carta e ela dizia para eu ir na casa de meus pais assim que ler. Então eu fui e tchã-nã: virei esse zumbi deprimido - Eu expliquei
 Sirius deu um meio sorriso. Eu levantei uma sobrancelha.
- Que atencioso Sirius. Obrigada. - Eu disse ironicamente
- Não é isso, Giucci. - Ele disse ficando sério novamente - Eu achei engraçado quando você falou a coisa do zumbi. Mas eu entendo que é sério. Foi uma falha no meu autocontrole, desculpe.
- Tudo bem. - Eu suspirei - Tá muito na cara que eu estou tão mal? - Perguntei com uma pequena esperança de eu ser uma boa atriz
- Sim. - PUF! Ouviu isso? Foi a minha esperança explodindo em milhares de pedacinhos. Valeu Six!
- Droga. - Resmunguei
- Mas eu sei disso por que te conheço há anos. Ninguém mais pareceu perceber. Você é uma boa atriz. - Ele complementou
 Agora a esperança já morreu, já era.
- Acho que eu vou para casa, Sirius. Já mostrei como sou fraca emocionalmente o suficiente por hoje. - Eu disse com um leve sorriso
- Como assim já vai? Eu te disse que ia te fazer um chá, não? - Ele disse sorrindo - Vai precisar de mais para se livrar de mim, Giucci.
 Eu dei uma leve risada. Sirius aumentou seu sorriso.
- Viu? Já tá sorrindo de novo. 
 Então ele me deu um beijo ne bochecha e foi fazer o tal chá. Nunca fiquei tão feliz por ter um amigo como ele.

-----------------------------------

 Assim que eu saí da casa de Sirius eu voltei ao meu estado quase-zumbi. Deprimida, chorando pelos cantos, olhando fotos do meu pai, chorando mais, olhando fotos de Remo, chorando mais ainda, indo para o trabalho, deprimida, indo para uma missão da Ordem, chorando mais um pouquinho, dormindo. É lindo. 
 Sirius me disse um dia desses no trabalho que tinha falado com Remo. Eu fiquei furiosa, mas não disse nada. Ele é muito abusado. Eu não quero que Remo saiba que eu fico chorando sem ele. Claro que eu não estou chorando só por ele. Mas eu estaria mil vezes melhor se ele não tivesse sido tão grosseiro.
 O pior é que eu encontrei com ele um dia. Bem, eu tinha ido ao Beco Diagonal comprar uns ingredientes para o meu estoque. O que? Sou uma bruxa e preciso sempre ter um estoque para emergências. Estava na época de volta às aulas, havia certo movimento nas ruas. Assim que saí da Farmácia Mullpeppers eu o vi no meio das pessoas, olhando atentamente para os lados. Então nosso olhar se encontrou. Ele abriu a boca algumas vezes e avançou entre as pessoas. Eu voltei para dentro da loja e aparatei na hora. Vê-lo já foi ruim, imagine falar com ele!
 Então eu fui para casa arrumar algumas coisas. Uma pequena lembrança de infância me lembrou que eu tenho coisas a arrumar. Depois eu fui ler minhas cartas. Eu recebia cartas há um tempo e não as abri. São três. Abri a primeira: convite para o casamento de Gui e Fleur na Toca. Eu sempre gostei de Gui, ele é um bom garoto. Eu sempre achei Fleur uma princesinha, até conhecê-la. Eu conversei com ela mais ou menos uma hora após ter dito que seu noivo ficaria bem naquele dia em Hogwarts. Ela é um amor. Vaidosa até a morte, completamente orgulhosa, tem um sotaque irritante, mas é um amor. Abri a outra carta. Conta de luz. Eba. A outra, uma carta de Anne dizendo que era melhor nós pararmos com os encontros mensais enquanto a guerra está tão séria. Percebi que ela usou o antigo código da Ordem. Ela está aprendendo. Então guardei as cartas e me sentei para ler um pouco. Péssima escolha. Havia duas fotos marcando a página - Uma em que mostrava eu, minha mãe e meu pai há uns 10 anos, felizes; e outra, eu e Remo com uns 18 anos, abraçados e sorrindo.
 Fechei o livro na hora. Esfreguei o rosto e peguei minha bolsa e um casaco. Eu ia dar uma volta. Tudo para não ficar rodeada com essas fotos que me torturam. Saí de casa e fui andando pela minha rua vazia. Minhas lágrimas se rebelaram novamente escorreram por meu rosto. Aquelas imagens felizes não saiam de minha cabeça. Comecei a chorar silenciosamente enquanto andava. Então quase trombei com uma pessoa de casaco preto.
- Com licença - Eu disse sem olhá-la nos olhos
 A pessoa não se mexe. Levantei os olhos para olhar mas não consegui ver seu rosto. Pois na mesma hora senti uma dor aguda na nuca e tudo ficou preto.


--------------------------------

n/a: MICRO CAPÍTULOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO! DOIS EM UM DIA! TO FELIIIIIIIIIIIIIIIIIZ! KK a Giucci não, nem vocês que vão ter que esperar até amanhã, mas EU to feliz ^^! O último cap ficou tão triste assim? Vocês tão dizendo que choraram! NÃO ERA A MINHA INTENÇÃO FAZER AS MINHA LINDAS E BELAS LEITORAS CHORAREM! Desculpa :´( Bem, boa noite, até o próximo cap ^^

Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.