Explicações
Passei dois dias na casa dos meus pais. Não durmo direito desde o ataque no Beco. Tenho pesadelos sempre que adormeço. Com isso, fico com sono o dia todo e não consigo prestar atenção em algo por muito tempo. Deja vu. Eu era assim aos doze anos. Na boa, não é nada legal voltar a essa época.
Lupin estava no hospital. Greyback causou ferimentos graves nele. Eu sentia que deveria ir lá vê-lo, mas ainda estava chateada (ou melhor, p da vida) com a história com a Tonks. Até que achei melhor ir lá. Ele salvou minha vida. E mesmo tendo me trocado, ele sempre ficou ao meu lado quando eu estava no hospital (coisa que acontece com mais freqüência do que eu gostaria de admitir).
Entrei no St. Mungus e fui até a recepcionista mal humorada. Ela me olhou e soltou um sorriso debochado.
- Veio ver sua amiga novamente?
- Na verdade não. - Eu disse com um sorriso irônico - Vim ver Remo Lupin.
Ela olhou uns papéis e então chamou uma curandeira. A curandeira me guiou por dentro do hospital até o quarto da seção Ferimentos induzido por criaturas. As camas separadas por cortinas estavam cheias de pessoas adormecidas. A curandeira me guiou até uma no centro, completamente coberta por cortinas. Eu entrei lá.
Remo estava deitado na cama, olhando para os lados. Seu braço estava enfaixado e ele tinha cortes no rosto. Então ele olhou para mim.
- Oi. - Eu disse meio sem saber o que dizer.
- Oi. - Ele respondeu
Eu dei um passo a frente.
- Como sabia que eu estava em perigo? - Perguntei
- Instinto. - Ele respondeu - Ele não some com a poção acônito. E eu descobri a alguns anos que não devo ignorá-lo.
Mordi o lábio inferior me lembrando da última vez que ele ignorou o bendito instinto. Tipo, eu morri!
- Obrigada. - Falei - Se não fosse por você eu... Eu não estaria aqui.
Ele sorriu fracamente
- Disponha. - Ele disse
- Por que fez aquilo? - Ele franziu as sobrancelhas - Quero dizer... Eu estou te tratando mal há meses... nós tínhamos até discutido na manhã do ataque... Por que você me salvou.
Lupin pareceu surpreso.
- Julieta, você estava tão... assustada. Tão indefesa. Eu só sei que senti a vontade de matar o causador daquilo. - Ele respondeu - Eu sei que você tem um trauma. Aquilo deve ter sido horrível. Eu precisava te proteger.
Eu sorri de leve.
- Julieta, você pode me dizer por que vem me tratando assim há tanto tempo? - Ele pediu
Hesitei. Eu deveria contar? Argh, ele salvou a minha vida, ele tem o direito de saber, mesmo que isso custe minha dignidade.
- Eu vi você beijando a Tonks, Lupin. - Eu disse - Eu sei que não temos nada sério nem nada... Eu só sei que eu me senti... Descartada. Usada e descartada. - Meus olhos queimaram de leve ao dizer isso
- Julieta... - Remo disse - Você me deixaria explicar?
Sequei os olhos disfarçadamente. Acho que ele percebeu, por que sua expressão estava cada vez mais preocupada.
- Diga. - Falei finalmente
- Na verdade, Tonks me beijou. Eu não vou mentir para você, eu até que correspondi por uns momentos, mas então eu recuei. - Seu olhar ficou distante por um momento - Ela ficou confusa e eu disse para ela que meu coração já tinha dona. - Ele sorriu de leve - Ela ficou furiosa. Então deprimida. É por isso que sua aparência está tão... morta ultimamente.
Eu queria que abrisse um buraco no chão e que a terra me engolisse.
- Então eu estou te tratando assim há todo esse tempo a toa? - Perguntei
- Bem... sim. - Ele respondeu sem graça.
Me aproximei da cama dele.
- Remo... me desculpe. Me desculpa por ter te tratado tão friamente, por ter virado um bando de pessoas contra você, por todas as maldições mentais que eu mandava para você... Me desculpe por tudo. Eu sou uma idiota.
- Idiota sou eu que não me toquei que você sabia. E eu devo ter merecido aquelas maldições mentais mesmo. - Ele disse sorrindo
- Você é um lerdo, sabia Lupin? - Perguntei sorrindo
- Lerdo Giucci? Sério? - Ele perguntou
- É tão lerdo que nem se toca que é lerdo! - Bufei
Ele riu de leve.
- Realmente eu deveria ter me tocado... Sirius me tratava mais friamente que o normal, você nem ousava dizer o meu nome, você não usava mais o cordão... - Seu olhar ficou triste de repente - Desistiu mesmo de mim?
- Acha mesmo que vou te deixar ir para as garras da colorida? - Perguntei
Ele sorriu
- Você não tem jeito. - Comentou
- Se tivesse você não mudaria. - Eu disse me sentando na beirada da cama dele
- Com certeza não. - Respondeu
Olhei para ele preocupada.
- Como está se sentindo? - Perguntei
- Eu acho que estou ficando velho para arranjar brigas com lobisomens... - Ele comentou - Três costelas quebradas, várias mordidas e alguns arranhões.
- Coitado... - Falei passando a mão de leve por seu rosto.
- Valeu à pena. - Ele sorriu
Corei de leve. Merlin, esse homem nasceu com o dom de me deixar sem palavras!
- Por que te isolaram do resto? - Perguntei apontando para as cortinas
- Os meus companheiros de quarto parecem não apreciar a companhia de um lobisomem. Ainda mais por que ainda restavam três dias de lua-cheia quando cheguei. - Ele respondeu com um leve tom de tédio
- Mas você não tem tomado a poção acônito? - Perguntei
- Mesmo assim. Julieta é normal terem preconceito. - Ele disse quando eu ia protestar - Eu não os culpo. Sou um monstro.
- Você não é um monstro, Remo. Um monstro é o ser que te mandou para cá. Greyback é um monstro. - Eu disse
Ele suspirou. Nós sempre discutíamos isso.
- E você? Como está? - Ele perguntou
- Dentro do possível. - Sorri fracamente - Não durmo direito desde o dia. Sinto-me com 12 anos novamente.
Ele sorriu compreensivo.
- Queria tê-lo matado. Seria melhor para todos.
- Não diga isso, Remo! Você viraria um assassino! - Eu repreendi
- E ele é...? - Ele disse com uma sobrancelha levantada - Julieta, talvez você não saiba, mas se um lobisomem matar quem o mordeu ele deixa de ser um. - Ele suspirou - Eu quase cheguei lá.
- Como?!... Bem, magia não se discute. E Remo, você ainda vai ter sua chance. Aliás, estamos em guerra. - Eu disse
- Provavelmente não. - Ele suspirou - Mas está tudo bem. Já quase me acostumei com isso.
Olhei para ele. Ele olhou para mim. Ficamos nos encarando por um tempo. Eu sempre achei seus olhos bonitos, mas Merlin! Eles são lindos! Inteligentes, preocupados, atraentes...
- Me desculpe por ter te tratado tão mal. - Eu disse novamente - Você não merecia... Mesmo que a Tonks tenha merecido aquele nariz quebrado
Remo riu de leve.
- É claro que eu te desculpo Julieta. - Ele respondeu
Ele voltou a me encarar com aqueles olhos castanho-claros lindos. Eu sabia que tinha que fazer uma coisa e a hora era agora. Abaixei-me lentamente sobre ele e lhe dei um beijo rápido, suave e delicado. Então me afastei alguns centímetros e, ainda de olhos fechados, sussurrei:
- Eu te amo.
Me afastei e me levantei. Remo me olhava intensamente, com vestígios de um sorriso no rosto. Ele abriu a boca para falar algumas vezes. Eu me afastei e saí da área cercada por cortinas, sem tirar meus olhos dos dele.
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Depois disso parecia que eu nunca tinha quase sido morta por Greyback. A vida voltou para mim. E eu estava bobamente apaixonada. Tá, eu já era apaixonada por ele, mas agora parece que deu uma renovada no sentimento. Eu voltei a usar o colar com o pingente que ele me deu, depois de achá-lo num canto da sala embaixo de uma aranha. Mas com um bom ''AHHHHH MORRA FILHA DE ARACNE!'' eu acabei me livrando dela. Agora o cordão estava pendurado bonitinho no meu pescoço e eu espero que ele nunca tenha que sair de lá. Mas como nada é perfeito... EU VOLTEI \õ/ eu mereço, não?
Mas bem, eu ainda não tinha encontrado Sirius, Anne ou minha mãe, então ninguém sabe de como eu estou feliz. É claro que eu ainda tenho pesadelos e que de noite eu fico tão paranóica que só consigo dormir quando o cansaço me vence, mas enquanto há luz no dia eu fico saltitando internamente (por que se eu saltitasse de verdade seria meio estranho, né?).
A única coisa que eu sei é que Remo, depois de sair do hospital, me chamou para a sua casa. Ele disse que queria falar uma coisa comigo. E eu fui para lá curiosa para saber o que ele queria falar comigo.
Chaguei em sua casa e bati na porta.
- Quem é? – Ouvi ele perguntar
Como eu já estava acostumada com as medidas de segurança, eu respondi:
- Julieta Kathleen Giucci, mestiça, linda, inteligente, bem humorada...
Remo abriu a porta.
- Modesta também vale, sabia? - Ele perguntou marotamente
- Mais uma qualidade para meu currículo. - Sorri
- Entra. - Ele disse
Entrei na casa. Para a minha surpresa Sirius estava sentado no sofá.
- E você nem pra me avisar que já estava feliz novamente! - Ele disse indignado
- Ora pulguento, eu não tive chance! - Eu sorri
- Giucci, agora você pode me explicar o que foi aquilo no Beco alguns dias atrás?
''Terra, me engula, por favor!!!'' Pensei. Remo pôs uma mão no meu ombro e me indicou o sofá. Sentei-me lá. Remo se sentou ao meu lado
- Sirius, eu fui atacada por Greyback, transformado. - Eu disse
- Remo já me disse o que aconteceu, eu só quero saber por que você ficou naquele estado se já tinha visto o Aluado transformado tantas vezes. - Ele continuou
- Sirius... - Remo tentou falar
- Remo, não. - Eu repreendi - Sirius, eu tenho um certo... medo dele. Desde que o vi quando era pequena. O meu bicho-papão é ele. Sempre que eu tenho um pesadelo ele está envolvido.
Eu não menti. Só omiti os fatos. Cara, eu sou genial!
- Ah. - Ele disse um tanto surpreso - Então tá. Agora eu gostaria de perguntar uma coisa para você Lupin.
- Diga Sirius. - Remo respondeu
- COMO VOCÊ NÃO PERCEBEU QUE ELA SABIA?! - Ele perguntou - Para estar mais na cara só estando escrito na testa dela com marcador permanente!
- Eu não sei... Acho que não dei muita atenção para o beijo e acabei me esquecendo dele. - Ele respondeu
- Ou seja, ele é lerdo. - Eu conclui sorrindo
- Eu não sou lerdo! - Remo protestou
- Claro que não é Remo, eu to brincando. - Eu disse pondo a mão em seu ombro. Então eu mexi a boca para Sirius, dizendo '' Ele é lerdo sim!''
Sirius riu. Remo percebeu.
- Obrigado pela força. - Ele disse ironicamente
Rimos um pouco.
- Aluado, como você reconheceu ela? - Sirius perguntou
- Eu tinha tomado a poção. - Ele explicou
- Sorte, hein? - Sirius comentou
- Muita. - Eu suspirei
Nos encaramos por um tempo. Eu ainda estava curiosa com a coisa que Remo queria falar comigo. Aquela vontade de mandar Sirius ir embora para eu poder descobrir logo... Olhei em volta. Já estava escurecendo.
- Quanto tempo vocês acham que essa guerra dura? - Perguntei num suspiro
Eles trocaram olhares.
- Não faço idéia. - Sirius disse - A última durou uns vinte anos, talvez mais.
- Só espero que quando ela acabe eles percam. - Remo suspirou olhando pela janela
- Eu só quero que não percamos muitos de nós. - Eu comentei
Sirius olhou o relógio e fez uma careta.
- É melhor eu ir. - Ele disse
- Tem hora, pulguento? - Eu perguntei
- Tenho que fazer um relatório para a Ordem e tem trabalho amanhã, Giucci. - Ele respondeu
- Quem é você e o que fez com Sirius Black? - Eu perguntei
- Ele cresceu querida. - Sirius respondeu com um sorriso maroto - Até mais, e Aluado, talvez eu passe aqui amanhã de manhã, tá?
- Ok. - Remo respondeu - Tchau Almofadinhas.
Sirius saiu da casa. Eu me virei para Remo.
- O que queria me falar? - Perguntei
Ele pereceu nervoso de repente.
- Bem... Quando você foi me visitar no St. Mungus, você disse... - Ele começou hesitante
- Que te amava. - Eu completei. Ele assentiu - Remo, eu não quero que você responda. Eu disse aquilo por que eu achei que já estava na hora de você saber que meus sentimentos por você não mudaram. Eu sei que você cismou que não vai acontecer, mas... é só a verdade, entende? - Eu disse - Não precisa responder.
Ele olhava meus olhos intensamente. Como se ainda estivesse formulando o que iria dizer o algo assim. Eu não sei, foi um olhar muito enigmático para mim.
- E se eu te dissesse que eu também te amo? - Ele disse se aproximando um pouco
Respirei fundo e deixei um sorriso sair. Me inclinei para frente e ele foi junto. Nos beijamos como se fosse a primeira vez. Ficando mais intenso a cada segundo. Remo segurou minha cintura e me puxou mais para perto. Entrelacei minhas mãos em sua nuca. Ele largou minha cintura e tirou o próprio casaco. Eu descalcei minhas botas com os pés. Subi em seu colo. E nós continuamos lá. Parando somente alguns momentos quando a falta de ar nos obrigava a nos separar.
Comentários (3)
Jubs Ricci, você me deu uma idéia com essa história de bicho-papão... MUAHAHAHAHAHAHA E Polayne, está certa nas previsões, além de eu ainda estar formulando a vida amorosa do Sirius. Só um avisinho, eu estou numa espécie de crise criativa, então... eu não sei o que escrever no próximo cap :x Ele vem assim que o possível, mas eu tipo, não sei quando vai ser >.<
2011-12-18Uou! está perfeito! Mas sinto que o Remo ainda vai dizer muiito: Sou muito perigoso pra você! E que a Tonks ainda vai atrapalhar muito! MUITO mesmo! Estou amando e quero log que o Sirius se resolva amorosamente! Kkkk' Estou doida pelo próximo capítulo! Bjokas!
2011-12-18Owwwn! Tá mt lindo, eu me derreto com esses dois! Julieta S2 Remo Podia ser o bicho papão né? Aquele que a Molly encontra e mostra todo mundo morto (versão livro HP) Mas de qualquer jeito tá mt lindo! ^^
2011-12-18