Revivendo um Trauma
Não vou mentir, ela até que me machucou. Mas só alguns hematomas e alguns arranhões. Eu quebrei o nariz dela, então minha mão estava levemente suja de sangue. Nada que uns feitiçozinhos não tirem. Mas eu sinto que não deveria ter feito aquilo. Tá, eu a odeio, ela é uma vaca que roubou o meu homem, mas ela é muito menor que eu, muito mais fraca e mais nova! Tudo bem, quando mais jovem mais ágil, mas eu acho que foi uma covardia. Se eu vou me desculpar? Mas é claro que não! O que você tá pensando leitor? Que eu vou me rebaixar a esse nível?!
Muito bem, eu andava tentando esquecer a minha falta de espírito natalino, quando eu esbarro com o Lupin no meio da Londres trouxa.
- Com licença. - Pedi
- Julieta, podemos conversar? - Ele pediu
Olhei para ele. Aparência cansada, olheiras fundas nos olhos, alguns cabelos grisalhos a mais... Lua cheia. Estávamos no meio do ciclo. Merda.
- O que você quer Lupin? - Perguntei impaciente
- Conversar. - Ele respondeu - Seria possível?
Olhei para os lados procurando uma forma de escapar da conversa. Não deu certo. Estávamos no meio do feriado Natal-Ano Novo e eu não estava em horário de trabalho no momento.
- Está bem. - Bufei
Ele me guiou até um parque pouco movimentado no centro de uma... rodatória? Não, rotatória, isso. Trouxas e seus termos estranhos...
- O que quer falar? - Perguntei
- É verdade que você e a Tonks brigaram? - Ele perguntou
- É. - Respondi com simplicidade
Ele parou de andar por um momento.
- Por quê? - Perguntou
- Não se faça de inocente. - Disse impaciente - Você sabe muito bem o porquê!
- Julieta, se eu soubesse não perguntaria! - Ele disse já ficando impaciente também
- É Giucci, Lupin. Chame-me de Giucci. - Cortei friamente
Ele estava prestes a falar alguma coisa, então sorriu de leve.
- Está rindo de que?!
- Giucci Lupin nem fica tão mal... - Ele murmurou com um sorrisinho bobo
- Infantil. - Rugi
- Julieta, o que houve? Do nada você começou a me chamar de Lupin, fica pedindo para eu te chamar de Giucci, arranja brigas com a Tonks, não usa... - Ele pareceu meio triste por um momento - O que houve?
- O que houve é que eu percebi o que é melhor para mim, Lupin. Você não vivia dizendo que nós não ficaríamos juntos? Pois é. Considere-se sortudo. Eu desisti de você. - Com essas palavras eu me virei e saí do parque pela lateral.
Para a minha sorte, Lupin não me seguiu.
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Onze horas da noite. Como eu acordava cedo para o trabalho, a essa hora eu normalmente já estava dormindo. Principalmente no inverno, quando se jogar no meio de edredons era a melhor coisa do mundo. Mas eu não conseguia cair no sono. Eu simplesmente ficava sentada na sala, olhando a lua e pensando... nele.
Por que ele finge não saber de nada? Ele já deveria ter percebido que eu sei. Ou então é tão convencido de si mesmo que nem desconfia que eu sei. Bufei. Meus amigos estavam certos, ele não era assim. Tinha alguma coisa errada. Remo era sempre tão delicado comigo... sempre se preocupando com como eu estava. Não fazia sentido. Aquele homem que beijou a Tonks não é o homem pelo qual eu me apaixonei. Tudo é tão confuso!
Fui tirada de meus pensamentos quando meu espelho dupla-face.
- JULIETA GIUCCI! - Ouvi Sirius praticamente gritar
Imagina, você está na sua casa, sozinha durante a noite e de repente alguém berra o seu nome. Eu quase tive a porra de um infarto!
- Você quer me matar do coração, Sirius?! - Perguntei
- Não dá tempo para conversar, o Beco Diagonal tá sendo atacado por uns comensais, é melhor você vir! - Ele disse
- Estou a caminho. - Respondi
Eu não tinha tempo para enrolar. Peguei minha varinha a sacudi. Minhas roupas ficaram apresentáveis e eu saí para a batalha.
Aparatei, por sorte, bem ao lado de onde estava tendo o ataque. Uns vinte comensais estavam espalhados pela rua. Alguns membros da Ordem já estavam lá. Eles tinham explodido uma loja. Mas o fogo já estava apagado. Corri para lá.
Um comensal me viu e me lançou um Avada. A criatividade deles para feitiço... Eu deviei e começamos a duelar. Não vou mentir, o cara até era bom... mas ele foi para o chão após alguns momentos. Não deu nem dois milésimos, outro tentou me acertar. Começamos a duelar ferozmente.
Alguns feitiços depois, outro comensal no chão. Olhei para os lados para localizar a minha próxima vítima. Eu tinha parado no meio dos escombros da loja. Os membros da Ordem e os comensais estavam do lado de fora, na rua. Eu estava indo para lá quando ouvi um som de gelar o sangue. Um rosnado baixo. Me virei para olhar. Fiqeui paralizada com o que vi. Saindo das sombras, um lobo grande, magrelo, com poucos pelos, branco, com muitas cicatrizes pelo corpo, boca aberta mostrando os caninos enormes. Não era um lobo, era um lobisomem. E pior. Era Greyback.
O pavor se espalhou por mim mais rápido que a luz se espalha por um ambiente. A mão que eu segurava a varinha afrouxou e ela caiu com um barulho surdo no chão. A fera rosnou e saltou sobre mim. Cai no chão com um berro. O rosto do mosntro a poucos milímetros do meu. Ele parecia rir de meu desespero. Eu sentia seu hlito quente que fazia contraste com o clima gelado. Então Greyback se afastou um pouco, prestes a me morder. Fechei os olhos com força. As lágrimas que estavam presas escorreram. Então eu ouvi um outro rugido e um vento passando por cima de mim.
Abri os olhos. O monstro não estava mais em cima e mim. Ele estava uns dez metros de mim, lutano com outro lobisomem nas sombras dos escombros. Então Grayback lançou o outro para a luz da lua. Era um lobisomem castanho claro, haviam cicatrizes por seu corpo e ele rosnava para seu oponente. Greyback saltou e eles voltaram a lutar. Eu rastejei de costas enquanto as lágrimas corriam por meu rosto. Meu escondi entre alguns pedaços de madeira queimada. Continuei a olhar a luta. O meu salvador estava em desvantagem. Greyback mordia e arranhava qualquer parte de seu corpo que alcançava (não levem para o mau caminho, eu to falando sério). Então o lobsomem castanho olhou para mim. Aqueles olhos... Aquele olhar... Eu sabia quem era o lobisomem que me salvou. Era Remo. Então Lupin reagiu. Começou a atacar Greyback como se meu olhar tivesse lhe dado alguma força ou coisa do tipo. O monstro uivou. Tampei meus ouvidos com força enquanto outras lágrimas caiam. Eu só tinha dois medos. Perder alguém que amo e Greyback. E lá estava. Eu estava correndo o risco de perder alguém que amo nas garras de Greyback.
Mas isso não aconteceu. Remo lançou ele para longe. Pude ver que a fera estava completamente suja de sangue. Então o monstro rosnou e correu pela escuridão da noite. Olhei para Remo. Ele estava completamente sujo de sangue também. E parecia muito fraco. Com uma troca de olhares ele correu pela noite assim como seu adversário. Eu fiquei lá, soluçando apavorada. Com as imagens passando e repassando na minha mente. Até que uma mão tocou meu ombro. Gritei, mas ao olhar quem era, senti uma onda de alívio percorrer por meu corpo. Era Athur Weasley.
Tentei dizer algo, mas ele só disse:
- Está tudo bem. Venha.
Me levantei com dificuldade e ele me guiou para fora dos restos da loja. Vi Sirius indo na minha direção.
- O que aconteceu? Ela está ferida? - Ele perguntou para Arthur
- Está apavorada. - Ele respondeu
- Eu a levo para casa. - Sirius disse
Arthur pensou por um momento e permitiu que Sirius tomasse minha mão.
- Vou te levar para a casa de seus pais, ok? - Ele disse no meu ouvido
Eu assenti ainda me lembrando das cenas que presenciei poucos momentos atrás.
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(n/a: Dramático não? Foi necessário um pouco de ação. Vou começar a escrever o próximo hoje a noite, com sorte acaberei hoje, mas provavelmente só amanhã. Bem, adios muchachos ;}D
Comentários (2)
Poção acônito :3 Merlin, eu amo essa invenção... Já to na metade do próximo cap, ele deve ser postado amanhã se tudo correr bem ;)
2011-12-17uma pergunta: Como o Remo a reconheceu se ele estava transformado? Ou foi só instinto? Bem, eu estou amando o capítulo e não tenho nenhuma reclamação só elogios! então só pra constar a fic está perfeiiita! Uhhhhhhhhuuuuuuuuuuuuuu! PORFAVORPOSTALOGOOO!
2011-12-17