PROPOSTAS



Coluna de Marla Donovan, publicada no “Profeta Esportivo” e reproduzida no Wizzard Sports:

Eu deveria escrever sobre a partida sensacional realizado ontem na belíssima “Super-Arena” de Massachussets, nos Estados Unidos da América, onde mediram forças o selecionado desse país e o time dos Cannons. Deveria falar da atuação soberba de Harry Potter, provavelmente uma das maiores exibições de um artilheiro em qualquer partida que eu tenha visto. Poderia falar da extraordinária tática desenvolvida pela treinadora Vera Ivanova, que após os primeiros minutos de jogo recuou Potter que passou a lançar Gina Weasley e Cris Toledo em velocidade, desnorteando a defesa dos selecionado norte-americano.

Poderia ainda enaltecer a velocidade e a perícia dessas jovens artilheiras do time laranja, companheiras à altura de “Mergulho” Potter. Poderia falar da atuação sóbria e segura de Rony Weasley, sem sombra de dúvida o melhor goleiro surgido na Inglaterra desde aquele acidente infeliz com Olívio Wood. Deveria falar do talento desses dois batedores, o soberbo e amplamente conhecido “Big” Toni M’Bea e essa jovem revelação vinda do Brasil, Andy Lopes. Poderia falar do grande apanhador que é Vitor Krum, que travou com Max Brankovitch um duelo digno dos grandes tempos do quadribol, que sinto que estão retornando.

Poderia ainda fazer justiça ao grande capitão do selecionado norte-americano, Brankovitch, grande atleta e grande cavalheiro, que juntamente com os não menos extraordinários Jimmy Aguirre e a goleira Pam Bernard, cumprimentou os jogadores do time inglês ao final da partida, reconhecendo sua superioridade e a sua vitória justa, ainda que apertada.

Infelizmente, a baixeza, a vilania e a sordidez no nosso governo mágico, me fazem voltar novamente a tratar de política, o que não é originariamente o tema dessa coluna.

A ordem internacional de prisão contra Harry Potter, emitida (e covardemente desmentida!) pelo Ministério da Magia britânico, que alguns aurores tentaram fazer cumprir em terras ianques, sem ao menos notificar as autoridades mágicas dos Estados Unidos, foi uma das coisas mais sujas, indignas e patéticas que tive o desprazer de presenciar na minha vida. Prender Harry Potter! O herói do mundo mágico! Um rapaz tímido e gentil, que doa dinheiro para causas sociais, para as vítimas e combatentes da guerra. E por que? Porque ele foi acusado de usar “magia excessiva” nos campos de quadribol!

Ainda que a acusação fosse procedente, o que eu duvido, seria o caso de um inquérito junto às autoridades esportivas do país e não de uma tentativa espetacular de prisão em território estrangeiro, que envergonhou os britânicos perante o mundo, e, diga-se de passagem, apenas aumentou o prestígio de Harry, que a essa altura deve estar tomando um drinque com o vice-presidente da comunidade bruxa dos Estados Unidos, e infelizmente, pensando seriamente em mudar de país, o que nos privaria do maior gênio surgido no quadribol em várias gerações.

Por que Harry Potter merece um tratamento que não foi dispensado anteriormente nem mesmo a suspeitos notórios de parceria com “você-sabe-quem”? Por que essa necessidade insana de prendê-lo e humilhá-lo? O nosso incompetente governo mágico deveria dar à comunidade britânica uma boa explicação, se é que existe uma que não esteja relacionada com vinganças sórdidas, inveja, despeito e mais algumas coisas sobre as quais suspeito, mas espero estar realmente enganada. Pois ainda prefiro acreditar na idiotice das pessoas se alternativa for a vilania e a desonestidade.

Se você leitor, estiver tão indignado quanto eu estou no momento, faça como a autora dessa coluna: exerça seu direito sagrado de protestar. Estou mandando nesse momento uma coruja expressa para o Ministério da Magia do Reino Unido para demonstrar o meu desagrado com tudo isso. Basta! Deixem Harry Potter em paz!
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O DIA ANTERIOR


O auror que lançou o feitiço estuporante em Harry assustou-se ao perceber que o jovem continuava parado, em pé, encarando-o como se nada tivesse acontecido. O homem não tinha como saber que a roupa das “Geminialidades Weasley” havia protegido o Eleito. Talvez não o protegesse se um segundo feitiço fosse atirado no mesmo lugar. A verdade, entretanto, é que ele não teve tempo para tanto. Os cinco aurores foram cercados pelos jogadores dos Cannons e mais Hermione, Malfoy e Ivanova. Todos estavam com as respectivas varinhas em punho. Aguirre, Pam Bernard e Max, os craques americanos, olhavam a cena chocados.

- Como assim, prender o Potter? – perguntou Max.

- Ordens do governo britânico. Não se metam. Somos aurores a serviço da Federação Internacional dos Bruxos – explicou o sujeito mais mal-humorado.

- Accio varinhas – disse Harry, apontando para os aurores. As cinco varinhas dos representantes da Federação flutuaram até a sua mão, deixando os donos dos artefatos mágicos boquiabertos. Ninguém os havia informado que o rapaz fazia mágica sem varinha. É verdade que disseram que ele era perigoso, mas a informação não parecia muito digna de crédito.

- Queremos explicações! – vociferou Toni M’Bea. Um burburinho tomava conta das arquibancadas. Fotógrafos começavam a se acotovelar na área onde se localizavam os jogadores e os representantes da Federação.

Nesse momento um homem negro, relativamente idoso e muito gordo, vestido com uma elegância ligeiramente extravagante, entrou no campo. Vinha não se sabia de onde, e caminhou na direção do tumulto. Calmamente tocou no ombro de M’Bea, demonstrando conhecer o batedor africano.

- E aí, meu brother? – cumprimentou, com um inconfundível sotaque norte-americano.

- Tudo em cima, Half? – devolveu o cumprimento o jogador, tocando na sua mão espalmada, numa saudação típica de atletas.

- Que que tá pegando aí? – quis saber o homem mais velho. Depois, virando-se para os jogadores americanos: - E aí, pessoal? Beleza?

- Cai fora, balofo! – rugiu um dos aurores.

- Isso aqui não faz parte do jogo, seu saco de banha! – ofendeu outro, descontando toda a sua raiva por ter a sua varinha arrancada sem dificuldade.

- Vocês ouviram eles me ofendendo? – perguntou o homem gordo, parecendo, entretanto, mais divertido do que contrariado – Você também é testemunha, não é Veruska? – falou, olhando na direção da treinadora dos Cannons, que também parecia conhecê-lo.

- Maior sacanagem da parte deles, Half – concordou Ivanova.

- Devolva as nossas varinhas, Potter! – ordenou um dos aurores. Na verdade eles estavam acuados, sob a mira de varinhas e ainda tendo que agüentar aquele homem obeso, saído sabe-se lá de onde, agindo como se estivesse dando um tranqüilo passeio matinal pela vizinhança.

- O senhor não precisa devolvê-las, Senhor Potter – disse de repente o gordo, assumindo subitamente um tom solene - Aliás, os senhores devem se retirar imediatamente. Harry Potter está sob minha custódia.

- Olha aqui... – mas antes que o mais mal-educado dos aurores pudesse dizer qualquer coisa, um grupo de sujeitos grandes e uniformizados aparatou às costas dos representantes da Federação.

- Eu disse que Harry Potter está sob minha custódia e eu reportarei Londres a respeito – insistiu o homem. Agora sua voz tinha perdido todo o bom humor e demonstrava muita autoridade.

- Afinal quem é você, ô gordão? – questionou de maneira mal-humorada outro auror.

- Julius Halfenus Armstrong III, vice-presidente da comunidade bruxa dos Estados Unidos da América – apresentou-se formalmente – E vocês estão presos por desacato e por tentativa de agressão ao governante bruxo em exercício do país.

- Mas a gente não te agrediu! – protestou um dos bruxos da Federação.

- Ah, agrediu sim – disse o vice-presidente – E na frente de testemunhas.

- Azarar o vice-presidente com um feitiço estuporante foi uma coisa muito feia – disse Max Brankovitch com a maior cara de pau.

- Chutar a canela de um homem mais velho... Que coisa repugnante! – emendou Vera Ivanova.

- E ainda ameaçá-lo com um bastão de quadribol! – acrescentou M’Bea, entrando no espírito da coisa.

- E cuspir nele! – emendou Malfoy, que não sabia direito o que se passava, mas adorava uma sacanagem – Eu terei o maior prazer de testemunhar contra esses meus compatriotas que envergonham a comunidade bruxa da Grã-Bretanha, senhor vice-presidente – completou o loiro, fazendo uma cara fingidamente indignada.
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- Aqueles idiotas! – vociferava o vice-presidente americano.

Era quase meia noite e todos estavam na residência imponente de Max Brankovitch, na companhia do segundo homem mais importante do mundo bruxo dos Estados Unidos. Que estava uma fera. A tentativa de prender Harry Potter no seu país sem que ele fosse comunicado havia sido uma das coisas mais absurdas que presenciara na sua longa carreira política. Nem os seguidores de “você-sabe-quem” haviam sido tão abusados. E no momento ele estava exercendo o cargo máximo, pois o presidente eleito estava no Japão em visita diplomática.

Julius Halfenus Armstrong III era um sujeito que preferia de longe a tranqüilidade da vice-presidência da comunidade mágica do seu país à amolação da presidência. Como vice-presidente podia comparecer às solenidades que o agradavam e a todos os jogos de quadribol que quisesse. Era considerado o político do país que mais conhecia e apreciava o esporte, além de privar da amizade da maioria dos jogadores, que o tratavam sem cerimônia e de quem também dispensava qualquer formalidade.

Foi com toda a cerimônia diplomática, entretanto, que teve uma conversa tensa através de uma lareira especial usada por diplomatas e políticos, com o ministro da magia da Grã-Bretanha e explicara para aquele sujeitinho pomposo uma ou duas coisas.

- Senhor vice-presidente, – disse Hermione educadamente – O que o ministro britânico disse para o senhor?

- Me chame apenas de Half, querida – disse gentilmente para a jovem curandeira - Ele disse que seu amigo violou algumas leis ao se recusar a acatar a ordem do ministério de vocês de não jogar – disse o homem, muito contrariado – Mas ele negou que houvesse uma ordem de prisão. Disse que os aurores deveriam apenas intimá-lo e que eles se equivocaram.

- Mas isso é... – ia dizendo Draco Malfoy

- Uma mentira descarada – completou o político – Eu sei. A diplomacia internacional me impede de dizer pra esse tal de Blackwell o quanto ele é um cretino. Embora eu tenha insinuado isso. Desculpe-me ofender o ministro de vocês – disse, fazendo um gesto amigável na direção de Hermione.

- Ele é um cretino! – confirmou Rony.

- Ora, mas não vamos nos preocupar com isso agora! – disse o vice-presidente de maneira jovial – Tenho certeza que o meu amigo Max preparou uma ceia modesta para nós, não é mesmo, Max, seu pilantra? – falou, piscando para o dono da casa, que ouvia atento a conversa.

O vice parecia muito a vontade na residência cheia de gente. Todo o time dos Cannons, seus agregados, Fred, vários jogadores norte-americanos, inclusive o batedor Palermo, que fora do campo de quadribol era até bem simpático, estavam presentes.

Na verdade, chamar o bufê que o capitão da seleção americana havia preparado de ceia modesta era bastante inadequado. Havia comida ali par alimentar um pequeno país. Como os ianques não pareciam gostar muito de formalidades, todos foram se servindo generosamente dos acepipes e das muitas bebidas trouxas e bruxas. Havia sucos variados e também algumas coisas mais fortes.

- Você consegue acreditar nisso? – perguntava Harry contrariado – Os caras realmente enlouqueceram! Me caçar pelo mundo como seu eu fosse um Comensal da Morte...

- Amanhã a gente se preocupa com isso, querido – disse Gina, que trazia um grande prato com salgadinhos e uma salada que parecia bastante apetitosa – Trate de comer agora, certo? Como um bem menino – brincou com o namorado, levando uma canapé até a sua boca.

- Eu acho que sei onde está a preocupação do ministério – disse Rony, soando ligeiramente misterioso.

- Mesmo? – engasgou-se Harry, o que fez Gina lançar um olhar reprovador para o irmão.

- Eu preciso confirmar uma coisa com o Gui – explicou timidamente o ruivo. Depois, claramente querendo mudar de assunto: - Ah, essa é a minha idéia de festa. Comida pra caramba! Esses americanos sabem como levar a vida.

- Fico contente que tenha gostado, Weasley – disse Brankovitch, que se aproximara na companhia de Fred e Draco – Você se acostumaria muito bem por aqui, sabe? Todos vocês – completou, olhando de maneira significativa para o Eleito.

Assim que o capitão do time dos Estados Unidos se afastou, a fim de entreter os demais convidados, Draco disse a Harry:

- Os caras estão malucos por sua causa, Potter.

- Ah, claro, a minha quase prisão foi um grande espetáculo... – lamentou o artilheiro dos Cannons de maneira irônica.

- Potter, você não entende como são as coisas por aqui – retrucou o loiro – Há centenas de repórteres lá fora que irão implorar pra que você explique como consegue marcar aqueles gols de quarenta metros.

- Mas eu acabei com a seleção deles! – insistiu Harry.

- E você acha que eles ficaram com raiva de você? – perguntou Malfoy – Os caras te amam! E estão morrendo de pena, o pobre herói do mundo bruxo, quase preso injustamente – disse, usando de brincadeira uma voz dramática - Sem contar que aqui na América tudo é um show. E o vice-presidente deles ali é o seu fã número um – apontou Draco para o homem gordo, que estava entretido numa conversa aparentemente muito divertida com Toni, Helga e Ivanova.

- O Brankovitch e o gordinho ali fizeram uma proposta pro Malfoy que eu acho que vocês deveriam ouvir – disse Fred, que estava estranhamente sério e pensativo – Eu aceitaria na hora.

- Que proposta? – perguntou Rony, que estava com a boca cheia, pois havia surrupiado os salgadinhos do prato que Gina havia preparado para Harry.

- Transferir o time dos Cannons para os Estados Unidos – explicou Draco – A gente escolhe a cidade e disputa o próximo campeonato norte-americano. A Liga deles banca o salário do time inteiro e ainda paga doze milhões de dólares bruxos para o Potter. Só pela primeira temporada.

- O que? – Agora havia sido Rony quem havia engasgado. Hermione e Fred tiveram que bater em suas costas.

- Você está brincando, não é mesmo? – perguntou Harry, completamente surpreso. Doze milhões de dólares bruxos norte-americanos para jogar quadribol era na sua opinião um valor obsceno. Nem mesmo presidentes de empresas e executivos do mundo mágico ganhavam isso em anos de trabalho. Provavelmente nem “As Esquisitonas”, a mais famosa banda de rock do mundo mágico faturava uma quantia tão elevada como essa.

- Talvez quinze milhões na segunda temporada – explicou Fred – E um milhão para Rony, Gina e Toledo. E participação nos lucros para Vitor e Toni, com ganhos mínimos de cinco milhões ao ano.

- Diga que isso é brincadeira – falou Harry. Alguém nesse país estava realmente demente. Essa era a opinião do artilheiro sensação dos Cannons.
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- Nunca falei tão sério em toda a minha vida – disse um sisudo Max Brankovitch.

Max, “The man” , como era conhecido em prosa e verso o capitão do selecionado norte-americano, acabava de repetir para os titulares dos Cannons, acompanhados de Hermione, Draco, Fred e Helga, a proposta que havia feito anteriormente em particular para o presidente do time laranja.

- Eu não entendo vocês – disse Harry – Sem entrar na discussão do dinheiro, vocês não tem medo do nosso time ganhar a liga norte-americana?

- Ah, vocês ganhariam fácil, tenho certeza – disse o vice-presidente, sentado confortavelmente numa grande poltrona – Pelo menos no primeiro ano.

Cadeiras, poltronas e pufes estavam ocupados naquele momento. M’Bea, em pé, abraçado a Helga, parecia ter o semblante mais carregado dentre todos os presentes. Os malditos americanos tinham encostado Harry contra a parede. Ele sabia muito bem que o moreno não tinha nenhum interesse em deixar a Inglaterra. Mas sabia também, conhecendo Harry Potter como ele conhecia, que o rapaz preferiria ser beijado por Bellatriz Lestrange a prejudicar a carreira dos amigos. Ele com certeza não estava pensando nos doze milhões que seriam pagos a ele, mas sim nos milhões que os colegas de time poderiam deixar de ganhar com uma negativa sua. Os ianques não estavam apenas apresentando uma proposta quase irrecusável a Harry. Incluíram também os seus companheiros de time, pois o africano suspeitava, tinham percebido muito bem como funcionava a psique do Eleito.

O raciocínio era mais ou menos assim: “Se não pudermos comprar você sozinho, vamos incluir seus amigos no pacote. Sai dessa, Potter! Você pode ser ‘o cara’ e tudo mais, mas nós vamos ter você de um jeito ou do outro”.

- Eu não entendo como vocês tem tanto dinheiro – insistiu Harry, ainda considerando absurda a proposta apresentada.

- Isso aqui é a América, garoto! – explicou calmamente o vice-presidente – Terra da livre iniciativa. Eu e o meu amigo Max mandamos umas corujas, demos uns telefonemas o resultado é esse: Há muita gente louca para ver você na América. Pagariam qualquer coisa, pois ganhariam essa “qualquer coisa” em dobro.

- Mas, vocês aceitariam, assim facilmente que um time de fora ganhasse de vocês? – perguntou Andy Lopes com seu sotaque carregado.

- Andy é seu nome, não é mesmo? – perguntou Max Brankovitch ao brasileiro, que concordou – Olha, garoto, eu já fui campeão em mais campeonatos do que posso me recordar. Há uns três quartos nessa casa abarrotados com os troféus que eu ganhei. Mas falta uma vitória pra mim. Sabe qual é?

Como nem Andy nem qualquer um dos presentes soubesse, o apanhador americano respondeu:

- Tornar o quadribol o esporte predominante entre os bruxos da América. A liga de quadribol suplantar o trancabola, as corridas de vassoura, as competições de duelo e esgrima bruxa, todas essas coisas que as pessoas gostam aqui nesse país. O meu sonho é tornar o quadribol o esporte mais rentável e de maior prestígio, como é na maior parte do mundo mágico.

- E onde entra o Harry nisso? – quis saber Hermione.

- Como assim, “onde entra o Harry nisso”? – exaltou-se Max – Vocês viram o público na “Super Arena”. Potter arrastaria multidões aos estádios. As pessoas aqui desconfiavam dele, mas agora que o viram jogar, elas estão loucas.

- A América está a seus pés, garoto – disse o vice-presidente Armstrong III – Desde os Beatles, nenhum inglês fez tanto sucesso nesse país.

- Desde quem? – perguntou Rony.

- Uma banda de rock trouxa – explicou Hermione ao namorado.

- Eu saquei o jogo de vocês – falou finalmente Toni M’Bea, a sua voz impressionante parecendo envolver todo os cantos do aposento – E eu não vou deixar vocês fazerem isso com o Harry!

- Mas Toni... – ia protestando Max.

- Sem essa, cara! Eu conheço muito bem vocês. – E depois, virando-se na direção de Harry, que estava sentado num sofá, entre Gina e Rony, disse: - Você não tem que decidir isso agora, Harry. E nem tem que decidir como eles querem que decida.

- Escutem, rapazes – voltou a falar o número dois dos bruxos da América, de maneira apaziguadora – Fizemos uma proposta honesta. Eu sou um grande fã de quadribol e não nego que intercedi junto às pessoas certas.

- Eu não tenho dúvidas – retrucou Toni de maneira irônica.

- Eu desconfio – continuou o vice americano, ignorando o comentário e enfatizando a palavra “desconfio” – que o que aconteceu há algumas horas atrás na “Super Arena” é só o começo do que o Potter vai ter que enfrentar na Inglaterra.

- O que o senhor quer dizer com isso? – perguntou Gina, ligeiramente assustada com a afirmação do homem mais velho.

- Tá legal – disse o político, soltando um bufo de impaciência ou contrariedade, era difícil dizer – Mas, vamos deixar claro que nós nunca tivemos essa conversa. Eu negarei tudo que for dito nessa sala.

- Como um bom político... – desdenhou Vera Ivanova.

- É isso que eu sou, querida – confirmou o americano – Mas você é testemunha também que sempre fui amigo dos jogadores de quadribol. Gosto muito mais de vocês do que dos meus pares. Por isso digo em “off”: Os caras querem destruir o Potter por causa de uma disputazinha mesquinha de poder.

- Como assim? – quis saber Harry – Eu nunca me interessei por política.

- Ah, mas o tal ministro de vocês e outras pessoas se interessam. O pessoal da embaixada bruxa americana em Londres disse que muita gente quer aquele professor famoso...

- Dumbledore? – disseram vários ao mesmo tempo.

- Esse! – confirmou Armstrong – Eu o conheci há alguns anos atrás. Grande sujeito. Suponho que seja seu amigo – disse, olhando na direção de Harry.

- Sim, é – confirmou o rapaz – Mas, eu ainda não entendo.

- Muita gente quer que o professor se torne Ministro da Magia, apesar da idade. Blackwell acha que você seria o seu principal cabo eleitoral. Então...

- Ele quer enlamear a imagem de Harry para atingir Dumbledore! – disse Hermione indignada – Mas, isso é repugnante!

- E meio burro também, se me permite dizer – aparteou Max.

- Políticos desesperados costumam fazer coisas burras – explicou Armstrong – Mas, enfim, isso são histórias que os diplomatas contam. Não sei se tudo que eu falei é verdade, mas faz sentido.

- Tem mais coisa – disse Rony muito baixo.

- Provavelmente, Weasley – concordou o político – Mas, o que oferecemos é a oportunidade do Potter e de todos vocês se livrarem disso. Aqui vocês ganhariam dinheiro, seriam respeitados e Harry Potter seria um deus! Nada de processos, nada de políticos cretinos.

- A gaiola dourada – disse Toni com desdém – E nós todos para segurá-la.
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- Eu me sentiria como se estivesse fugindo – disse Harry aos amigos – Já era madrugada e todos estavam de volta à propriedade de Malfoy.

- Uma fuga de doze milhões de dólares – caçoou Fred – Eu consigo imaginar destinos piores.

- Você não tem que decidir agora, Potter – explicou Draco – E, pode ter certeza, eu não vou pressioná-lo.

- É isso aí, Harry – concordou Toni – A decisão é sua.

- O que você acha, Gina? – perguntou Harry.

- Eu acho que a decisão é sua, querido. Mas, se eu te conheço bem, e acho que conheço, você vai ficar se mortificando, pensando no dinheiro que a gente poderia ganhar – falou Gina – O que é uma grande bobagem. Nenhum de nós iria desejar que você mudasse de país por nossa causa.

- É, Harry – concordou Toledo – Ninguém vai pressionar você.

- É isso aí, Potter – concordou Rony, desmanchando o cabelo do amigo e lhe dando soquinhos no braço – Você agora é um deus, não é mesmo? Esse é o meu garoto!

- O garoto é meu! – brincou Gina – abraçando Harry como se o protegesse – Arrume um para você!

Todos riram, enquanto Rony fazia uma cara engraçada, parecendo levemente nauseado com a idéia. O resto da madrugada foi passada em conversas mais amenas, onde os principais lances do jogo do dia anterior foram lembrados e comentados e o governo mágico da Grã-Bretanha foi devidamente xingado por todos, com Fred, Draco e Rony caprichando nos palavrões, para a contrariedade de Hermione.
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- Você não precisava jogar aquela azaração no Rony – dizia Harry de maneira apaziguadora. A namorada calou-o com um beijo e demoraria bastante tempo para que ambos voltassem a dizer alguma coisa com mais de uma sílaba.

Rony havia, há poucos instantes, tentado repreender Gina, quando flagrou a irmã mais nova entrando no quarto de Harry.

- O que você acha que está fazendo entrando nesse quarto? – perguntou o ruivo, as orelhas ficando ligeiramente vermelhas.

- Pretendo dormir com o meu namorado – respondeu Gina tranqüilamente – Talvez fazer sexo. Já ouviu falar nisso?

Hermione, que estava ao lado do ruivo, segurou o riso com muita dificuldade. Harry olhou para os lados, abafando uma gargalhada. Aquela ruiva ainda iria provocar uma crise familiar, pensou o artilheiro.

- E você! – o ruivo apontou para Harry, mas antes que ele pudesse dizer qualquer coisa para o amigo, Gina lançou-lhe uma azaração, fazendo com que bolinhas verdes e lilases “enfeitassem” o seu rosto. Imediatamente a ruiva puxou Harry para o seu quarto e lacrou a porta com um feitiço, ignorando os protestos indignados do irmão.


Bem mais tarde, Gina repousava sobre o peito do namorado, ambos ainda um tanto ofegantes.

- Ele vai ficar uma fera – disse Harry, lembrando-se finalmente do incidente com Rony. Gina tinha o efeito de fazê-lo esquecer do mundo.

- Aquele tapado – disse Gina bocejando. Depois, olhando para Harry de maneira meiga, brincou com ele: - Quem diria que você ficaria tão animado depois de um grande jogo e de ter escapado de ser preso... Não que eu esteja reclamando – acrescentou, beijando o namorado, que sorriu encabulado.

- Há uma maneira do Rony não amolar mais a gente – falou Harry depois do beijo.

- Acho que assassinato ainda é crime no mundo mágico...

- Estou falando sério, Gina! Eu quero passar a minha vida inteira com você. Eu sempre quis isso.

Gina ergueu-se subitamente, fazendo a coberta escorregar pelo seu corpo esguio.

- O que você quer dizer? – sussurrou a ruiva, seu coração batendo de maneira mais acelerada do que quando fizera amor com Harry ainda há pouco.

- Não é óbvio? – perguntou Harry – Eu quero me casar com você.
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NO PRÓXIMO CAPÍTULO:

1- A VIAGEM PARA A AMÉRICA DO SUL.

2- A RESPOSTA DE GINA.

3- HERMIONE E RONY FOR EVER!

4- A RESPOSTA DE HARRY.

TUDO NÃO NECESSARIAMENTE NESSA ORDEM. E HARRY RESFRIADO.



MUITO OBRIGADO PELOS REVIEWS! E AGUARDO MAIS!!!










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Comentários (2)

  • bebelbenedito

    casar!! eles vão casar! na verdade eu ainda não sei né.. não li a resposta! mas sei q sim!!!! outra coisa, o ministro ingles é um puto. amando a fanfic

    2013-12-21
  • Vitória Leopoldina Gomes Mendes

    se vc quer saber quero msm que dubledore gasnhe a eleição para o ministerio :@ ve se essa umbridge engole essa

    2011-09-07
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