MAX E HARRY



ALGUMAS OBSERVAÇÕES:


1- Para quem não se lembra ou não prestou atenção quando leu os livros: uma partida de quadribol acaba quando o pomo de ouro, a menor das bolas do jogo, é apanhada. O que rende cento e cinqüenta pontos ao time e praticamente (mas nem sempre) garante a sua vitória.

2- As informações sobre quadribol, conforme já disse, foram retiradas do livro “Quadribol através dos séculos”.

3- Max (ou Máximo) Brankovitch Neto é citado no tal livro, mas não há qualquer informação adicional sobre ele. Portanto, os aspectos de sua personalidade foram invenção minha.

4- Nos livros de J.K. Rowling é mencionado que um jogo de quadribol só acaba quando o pomo é capturado, podendo estender-se por dias ou semanas. Eu fiz aqui algumas pequenas modificações. Afinal, como o mundo bruxo hoje é bastante capitalista, ninguém poderia esperar que as pessoas passassem semanas assistindo a um jogo e se afastando dos seus afazeres.

5 – Boa leitura!
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CAPÍTULO 43


- Hum... que gracinha! – disse Gina, olhando de maneira sonhadora para Harry, que vestia uma roupa justa das ”Gemialidades Weasleys”.

- Posso ajeitar aqui atrás? – perguntou maliciosamente Vera Ivanova, enquanto sua mão aproximava-se perigosamente do traseiro do artilheiro dos Cannons.

- Claro que não! – gritou Gina, fato que fez a treinadora cair na gargalhada, assim como a maioria dos presentes que assistiam a experimentação da roupa.

Fred Weasley, sócio das famosas e brevemente internacionalmente conhecidas “Gemialidades Weasleys” havia, no dia anterior, oferecido uma sugestão para o impasse “Harry joga/Harry não joga”, que havia tomado de assalto o mundo do quadribol, ou pelo menos o mundo do quadribol da Costa Leste dos Estados Unidos da América. Durante a guerra, os gêmeos haviam desenvolvido uma série de roupas que protegiam os seus portadores contra feitiços e azarações. Claro que elas não protegiam as pessoas de uma maldição imperdoável, mas eram eficientes contra feitiços normais e até contra alguns mais perigosos. As roupas eram uma adaptação do “feitiço-escudo”, que aprenderam com Harry no sexto ano deles na escola, e que conseguiram transferir posteriormente para capas, vestes e chapéus. Essa linha de produtos rendeu e ainda rendia uma verdadeira fortuna aos gêmeos, pois os funcionários do ministério britânico compravam-nas até hoje. Faziam parte da linha de “produtos sérios” desenvolvidas pela empresa, como os dois Weasleys costumavam dizer.

- Sim, esses produtos sérios são a nossa vergonha! – dizia de maneira dramática Jorge Weasley.

- Mas aceitamos com o coração partido a montanha de galeões que eles nos proporcionam! – emendava marotamente Fred.

- Afinal, o que são galeões, quando o mundo precisa de diversão? – questionava Jorge, fingindo um grande pesar.

- É, maninho, o que os galeões podem comprar, a não ser jaquetas novinhas de couro de dragão, vassouras possantes e férias em praias exclusivas nas ilhas gregas? – filosofava Fred.

- E então, campeão? O que achou da roupa? – perguntou Fred, ajudando Harry a ajeitar os braços das vestes, que mais pareciam uma malha colada à pele.

O novo modelo, desenvolvido especialmente para corredores de vassoura, duelistas profissionais em treino e bruxos que praticavam atividades perigosas em geral, era mais um aperfeiçoamento das roupas desenvolvidas durante a guerra. Havia sido uma idéia gaiata de Jorge para assustar familiares e amigos, uma vez que o usuário poderia saltar de um telhado ou de um pequeno prédio, dando um grande susto em todos, e aparecer ileso e sorridente, pois a roupa aliviava os impactos inerentes às quedas e choques.

- Tudo bem, mas precisamos ver como os ossos de Harry reagem até o dia do jogo – antecipou-se Hermione, ainda na condição implacável de curandeira e protetora do amigo.

- Mas, Granger, eles adiaram o confronto até a semana que vem. Potter só joga contra a seleção americana – disse um exasperado Draco Malfoy.

O acordo era o seguinte: Harry (se os seus ossos reagissem, como fazia questão de frisar Hermione) só jogaria contra a seleção dos Estados Unidos, jogo que já tinha todos os seus cinqüenta mil ingressos esgotados na Super-Arena, um dos estádios de quadribol modernos construídos para a Copa Mundial, que seria disputada no ano seguinte na América. A partida contra os Azulões seria disputada com um time reserva, o que daria a Olga a oportunidade de testar os novatos e a Harry a oportunidade de uma recuperação adequada.

Na verdade o adiamento da partida e os boatos que “Mergulho” Potter jogaria criaram um frenesi poucas vezes visto nos meios esportivos ianques. Nem as más notícias vindas da Inglaterra conseguiam nublar a euforia em torno do jogo.
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Artigo de Dan Carter no jornal “Notícias Mágicas”, semanário criado recentemente, que contava com uma suspeitíssima verba de patrocínio do Ministério da Magia do Reino Unido:

Harry Potter, sobre quem pesam seríssimas suspeitas de desonestidade esportiva, foi recebido como um rei nos Estados Unidos. Lá, como constatou a nossa reportagem, ele passa o tempo falando mal do seu próprio país para a imprensa ianque, além de criar problemas diplomáticos e comerciais, como demonstra a recente intenção de seu mentor (ou seria “dono”) Draco Malfoy de processar as “Vassouras Nimbus” e seu principal executivo, nascido naquele país.

Jogar quadribol ele ainda não jogou, pois não tem coragem de desafiar a sua recente interdição do esporte determinada pelo nosso governo mágico. Diferentemente de muitos bruxos, eu entendo que o Ministério agiu como se esperava dele ao ordenar uma investigação sobre as habilidades “sobre-humanas” estranhamente demonstradas no quadribol pelo “garoto que sobreviveu”.

Agora, em terras norte-americanas, ele goza de extensa mordomia, enquanto muitos heróis anônimos que lutaram na guerra contra “você-sabe-quem” se contentam com uma reles ajuda de custo de duzentos galeões mensais. Seria interessante que as pessoas cegas que ainda acham que esse garoto mimado é um herói da comunidade mágica avaliassem esse fato e passassem a dar apoio ao seu governo e não a esses aventureiros arrivistas.

- Faltou dizer que os ex-combatentes só recebem alguma coisa graças às doações do Harry – disse Gina contrariada

- Quer dizer que eu não tenho coragem de desafiar o Ministério, por isso não vou jogar? – perguntou Harry, a beira de uma gargalhada, que, contudo não escondia a sua irritação.

Era o seu primeiro dia fora do hospital. Ele já caminhava bem, embora ainda tivesse faixas curativas nos quadris. Hermione lhe aplicava um ungüento duas vezes ao dia para acelerar a sua recuperação óssea. Tinha certeza que a amiga aplicava um pouco mais de força do que o necessário, chateada pela sua disposição de jogar.

- Você leu a matéria daquele jornaleco... AI!

- Li. E você fará um favor a eles se matando – respondeu a amiga friamente.

- Você sabe que... AI! – gritou de novo Harry quando Hermione esfregou com força a região acima dos quadris do rapaz – Você fez isso de propósito!

- Imagine...

- Se você continuar torturando o meu homem, eu vou ser obrigada a tomar medidas drásticas – intercedeu Gina, que agora lia distraída uma revista trouxa.

- Que seria... – disse Hermione de maneira distraída.

- Ajudá-la, é claro! – respondeu a ruiva de maneira decidida – Você não vai jogar se não tiver condições, Sr. Potter!
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Ele não tinha mais onze anos de idade. Mas, mesmo agora, dez anos depois, quando se tornara um grande goleiro, um sucesso com as mulheres e um cara articulado ao tratar com a imprensa, algumas pessoas ainda o viam apenas como o amigo idiota do “Eleito”, ou pior, um aproveitador que vivia atrás de Harry Potter apenas por causa do prestígio que essa proximidade proporcionava. Felizmente Rony Weasleys não era mais aquele garoto inseguro que havia sido na adolescência. Sabia lidar muito bem com pessoas que faziam uma avaliação errada do seu caráter. E, principalmente, sabia reconhecer um farsante quando via um.

Seguramente ele não era tão observador quanto Hermione ou Gina. Mas percebeu logo de cara que havia algo errado com a suposta repórter que marcara com ele uma entrevista. A moça decididamente era uma idiota ou tinha a certeza que Rony era. Primeiro: dizia-se norte-americana, mas tinha um sotaque que, se não era muito familiar ao goleiro dos Cannons, com certeza não era proveniente dos Estados Unidos. Segundo: nunca tinha visto uma jornalista sem pena de repetição ou uma daquelas engenhocas trouxas de gravação que Rony percebeu que os jornalistas bruxos usavam na América. Terceiro: ela disfarçava muito mal. Não havia perguntado nada sobre o ruivo. Seu interesse óbvio era Harry. Principalmente sobre a situação do amigo com o governo mágico da Grã-Bretanha e se ele estava interessado em mudar de país.

- Chega! – disse de repente, assustando a garota.

- Mas eu ainda...

- Vamos parar com a palhaçada, moça! – interrompeu o ruivo, bastante irritado – Quem é você? E não me venha com a história que você é americana! Nem eles falam inglês tão mal assim...

- OK – concordou a garota, aprumando-se e assumindo uma postura séria – Eu represento o time dos Trovões de Thundelarra. Estamos interessados em ter Harry Potter no nosso time e gostaríamos de contar com a sua ajuda. E estamos dispostos a pagar uma generosa comissão se nos ajudar a convencê-lo a assinar um contrato.

- Esse time é da Austrália, certo? – perguntou o ruivo para a garota, que concordou – Por que vocês não falam diretamente com ele? Por que essa farsa toda?

- Bem – hesitou um pouco a bruxa – Disseram o que o senhor era mais maleável e mais sensível ao ouro... E a outras coisas também... – completou a garota, fazendo um ar sedutor e cruzando as suas belas pernas de maneira reveladora.

Rony estava tão irritado com a cara de pau da australiana que nem mesmo reparou (muito) nas suas pernas. Então era isso que esses imbecis pensavam dele. Mercenário e maníaco sexual. Levantando-se, encarou a moça que permanecia sentada calmamente na ampla varanda da residência que servia de abrigo para o time dos Cannons. Por um momento a garota sorriu vitoriosa, pensando que sua oferta (na verdade, “ofertas”) seria levada em consideração. Se conhecesse bem os membros da família Weasley, saberia que aquelas orelhas vermelhas eram um inequívoco sinal de perigo.

Do alto dos seu pouco mais de um metro e noventa centímetros, Rony encarou raivosamente a jovem bruxa e com uma das suas mãos grandes segurou-a pelas vestes. Um vaso ornamental foi feito em pedaços e dois xaxins com plantas típicas foram arrebentados. Uma janela se partiu e os olhos azuis do bruxo pareciam estranhamente arroxeadas nesse momento. Finalmente a australiana percebeu que Ronald Billus Weasleys não estava contente e nem tentado a considerar alguma das suas propostas.

- Sabe como nós sobrevivemos naquela guerra, moça? – perguntou de maneira selvagem – Você ouviu falar da guerra, não é mesmo? Mesmo naquele país do outro lado do mundo, cheio de bichos estranhos, você ouviu falar da maldita guerra na Inglaterra, não é mesmo? OUVIU OU NÃO? – berrou Rony.

- S-sim – gaguejou a garota, tomada pelo mais puro pânico. Outra janela havia trincado após o grito do ruivo.

- NÓS SOBREVIVEMOS CONFIANDO UNS NOS OUTROS! CADA UM DOS MALDITOS DIAS QUE PASSAMOS NAQUELA MALDITA GUERRA? DÁ PRA ENTENDER?

- S-sim – concordou a outra novamente, completamente apavorada. Por que ninguém havia lhe dito que aquele ruivo grandalhão era doido varrido?

Jogando a moça sobre cadeira da qual ela tinha sido praticamente erguida, Rony continuou, agora num tom mais baixo, mas mesmo assim pronunciando as palavras de uma maneira assustadora:

- Harry não é meu amigo, sabe?

- N-não? – perguntou a jovem, surpresa.

- Não. Ele é meu irmão. O cara no qual eu confiaria, mesmo às portas do inferno. E sei que ele confia em mim. Eu faço parte da família dele e ele faz parte da minha! Agora cai fora, vadia, antes que eu te transforme num... num... Como é mesmo o nome daquele bicho esquisito australiano?

- Ornitorrinco – completou Hermione. Ela, Harry e Gina presenciaram a perda de controle de Rony, mas a curandeira não parecia contrariada com ele. Muito pelo contrário. Depois, virando-se para a jornalista, que se encolhia amedrontada, disse friamente e de maneira surpreendente: - Cai fora, vadia!
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- A Mione já está falando como jogadora de quadribol – brincou Harry.

- “Cai fora, vadia!” – disse Gina, imitando a amiga – Sou eu que costumo dizer coisas desse tipo!

- Aquela desclassificada! – quase gritou Hermione – Querendo comprar o Rony para chegar até o Harry! Ah, Rony, eu fiquei muito orgulhosa de você, sabia? – disse meigamente a jovem, beijando os lábios do namorado.

Hermione estava sentada no colo de Rony numa espécie de cadeira de balanço, enquanto Harry recostava-se em Gina numa espreguiçadeira.

- Aquela típica “explosão Weasley” certamente vai afastar outros pilantras – constatou Gina. Depois, preocupada com Harry, que estava muito silencioso, perguntou a ele: - Querido, tudo bem com você?

Ele se sentia definitivamente estranho. Hermione o avisara que as doses cada vez menores da poção para dormir que vinha tomando o deixariam mais “sensível” ou emotivo, para usar o termo usado pela amiga.

- Eu não sei o que fiz para merecer vocês – disse por fim, quase com lágrimas nos olhos – Eu ouvi o que você falou para aquela australiana, Rony. Eu... eu sinto o mesmo por você. Por todos vocês – acrescentou, fazendo um gesto que abarcava Hermione e Gina.

- Eu nunca tive a menor dúvida disso – respondeu o ruivo.

- Às vezes vocês são tão... – ia dizendo Gina.

- Não diga “fofo”! – falaram Harry e Rony juntos, fazendo com que as garotas caíssem na risada.
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Apenas dois terços do estádio estava ocupado na noite de sábado quando o time dos Azulões de Fitchburg entrou em campo, onde os Cannons já faziam o vôo de saudação à torcida. E mesmo assim a ocupação parcial só havia ocorridso graças aos vários ingressos de cortesia que haviam sido distribuídos pela filial do Gringotes, pelas Gemialidades Weasleys e pela Vassouras Firebolt. De qualquer modo, como em qualquer evento esportivo do mundo mágico na América, colunáveis, superstars e famosos em geral faziam-se presentes.

Espertamente, os promotores dos jogos resolveram poupar os três jogadores que atuavam na seleção dos Estados Unidos, guardando-os para o grande evento do sábado seguinte. Brankovitch, Bernard e o batedor Palermo não jogariam hoje. Contusões haviam sido alegadas, mas ninguém acreditou muito, embora também não insistissem na discussão. Harry reparou que a imprensa bruxa esportiva da América era muito mais condescendente com os seus ídolos do que a da Grã-Bretanha.

Quando o capitão dos Estados Unidos visitou Harry na propriedade da família de Draco e Rony lhe perguntou se o fato de Harry jogar não criaria problemas com o governo mágico do país. Max olhou o ruivo de maneira incrédula:

- Do que você está falando, Weasley?

- Ora, ontem eu recebi uma coruja do meu pai, que trabalha no ministério britânico, dizendo que eles estão pressionando o governo de vocês para impedir o Harry de jogar – explicou o ruivo.

- Eu não sabia disso! – disse Gina irritada. Harry estava numa das alas da propriedade realizando um trabalho de fisioterapia com Hermione.

- O seu governo é uma figura, sabe? – disse Max Brankovitch ironicamente – Mas isso não vai dar certo. Eu não sei como é no país de vocês, mas aqui na América, a Federação de Quadribol é uma entidade privada. O governo não interfere em nada e a gente paga milhares de dólares bruxos por ano em impostos. Todos ficam felizes e satisfeitos.

- Não existe um Departamento de Esportes Mágicos? – perguntou Gina.

- Ah, claro! – respondeu o americano animadamente – Eles organizam competições escolares e coisas assim. Mas na federação, nós mandamos! – concluiu Max de maneira orgulhosa, apontando o próprio peito.

- Que conveniente... – disse Hermione, que acabava de entrar na sala de estar. Ela decididamente não gostava daquele sujeito. Pouco importava que fosse amigo de Toni, uma pessoa por quem tinha a maior consideração. Aquele americano mesquinho só via em Harry um monte de galeões, dólares bruxos, ou qualquer outro padrão monetário – Não, Sr. Brankovitch, ainda não posso dizer se Harry vai jogar – explicou a curandeira antes que a inevitável pergunta fosse formulada. Afinal, o homem os visitava quase todos os dias atrás de uma resposta.

Na verdade Harry estava indo muito bem e provavelmente, protegido pela roupa das “Gemialidades”, poderia jogar sem problemas, mas iria fazer aquele americano sofrer um pouco. Ainda ficava enfezada quando lembrava do seu ar de pouco caso. “A senhorita seria...”. UH! QUE RAIVA!

Agora, Hermione olhava entediada o jogo que se desenrolava. Harry, Rony e Draco estavam ao seu lado. Um pouco à frente, Ivanova gritava instruções no megafone mágico. Harry e Rony aplaudiram entusiasmados uma defesa de Robby York, o garoto negro alto que substituía o ruivo no gol. Ben Woodrow substituía Andy como batedor e Nat Mars, a garota de cabelos castanhos, compunha com Gina e Toledo o trio de artilheiras.

- Esse reserva do Brankovitch é péssimo – disse Andy para Apollo Cole, esse último mal-humorado por ter sido sacado do time. Rodriguez, um garoto de traços latinos, substituía (mal) a lenda do quadribol norte-americano.

Vitor Krum nem mesmo se esforçava muito procurando o pomo. Contra aquele garoto estabanado, apanharia a bolinha dourada na hora que quisesse. As artilheiras do Cannons davam um show, arrancando aplausos enlouquecidos da torcida. Ao lado da cabine da TV Bruxa (“a emoção do esporte mágico atravessando as fronteiras”), um grupo de entusiasmados turistas japoneses, totalmente vestidos de laranja, soltavam faíscas da mesma cor para o alto com suas varinhas e tiravam fotos com suas câmeras mágicas superpotentes.

Vera Ivanova, entretanto, estava irritada com o que ela julgava excesso de firula das artilheiras. Quando o placar apontava 250 a 30 para os Cannons, Vitor voou a toda velocidade para baixo atrás do pomo. Num primeiro momento o apanhador dos Azulões ficou na dúvida se ele realmente o havia avistado ou se era uma “Finta Wronski”, manobra que tinha o búlgaro como especialista. O instante de hesitação foi fatal. Quando Rodriguez resolveu segui-lo, Vitor Krum já segurava o objeto dourado na sua mão direita, recebendo os flashs da imprensa e o abraço em pleno ar do restante do time dos Cannons.

Ao se sentar novamente, após de aplaudir aos colegas da equipe, Harry percebeu surpreso que Brankovitch e Aguirre estavam ao seu lado com ares condescendentes.

- Um belo jogo, Potter – disse Aguirre, com um grande sorriso nos lábios – Todo mundo sabia que os Azulões não teriam chance sem o Max como apanhador.

- Mas na semana que vem a coisa vai ser muuuito mais difícil – ironizou Brankovitch.

- Espero que você jogue, cara! – desafiou o artilheiro do time norte-americano – Você voa bem pra caramba. Só que fintar uma parede é bem mais fácil do que passar por nós.

- Eu acho que a parede é bem mais inteligente – caçoou Ivanova, colocando-se ao lado de Harry.

Por um momento todos se encararam de maneira hostil. Andy e Cole, na primeira fila, próxima ao campo também se aproximaram. Então, como num passe de mágica, Aguirre e Ivanova começaram a rir como loucos e se abraçaram.

- Sempre protegendo os “garotos”, não é mesmo? – disse o artilheiro americano.

- E você, seu bobo? “Fintar uma parede é bem mais fácil do que passar por nós” – imitou a búlgara – Você quer assustar o cara que deu cabo de Voldemort?

- A gente tenta, né? – brincou o americano com humildade – Depois do jogo de sábado, vamos tomar umas e outras como nos velhos tempos?

- Combinado, gatinho – concordou a loira, despedindo-se de Aguirre e Brankovitch com beijos no rosto.

- O que foi isso? – perguntou Andy curioso.

- O Aguirre queria provocar o Harry pra ver se ele jogava – disse a treinadora – Eu conheço bem o cara. Joguei bastante tempo com ele.
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SEGUNDA-FEIRA: CAFÉ DA MANHÃ


- Harry joga – disse Hermione simplesmente.

Todos deram grandes vivas, até mesmo os garotos reservas, que tinham Harry na conta de um verdadeiro ídolo. Gina deu-lhe um grande beijo, fato que desagradou as crianças M’Bea.

- Eles estão fazendo aquilo de novo! – disse Miriam com cara de nojo.

Após o café, o time foi até o campo de treino. Pela primeira vez, Vera comandaria um treino com todos os titulares. Fred Weasley, que estava radiante com o fato de ter conseguido parceiros para emplacar as “Gemialidades” nos Estados Unidos, treinaria como batedor. Para o espanto da platéia formada pelos filhos de Toni, Dylan, Amanda e Draco, Harry subiu na vassoura mais uma vez como se tivesse nascido montado nela. O treinamento da manhã consistia-se em desviar dos balaços que os batedores, ajudados por Fred, atiravam na direção dos artilheiros. Harry desviou-se de todos. E com aquela vassoura com dispositivo de segurança, que era bem mais lenta do que as de competição.

- Suponho que isso que o Harry está fazendo seja muito difícil ou particularmente espetacular – disse Hermione para Draco Malfoy, ao ver o espanto das crianças e da namorada de Andy.

- Deus abençoe a sua ignorância a cerca do quadribol, Granger – retrucou Draco sem despregar o olho das manobras do artilheiro do time – O cara se desviou de cinco balaços praticamente arremessados ao mesmo tempo. E com aquela vassoura de treino. Eu mal conseguiria realizar uma simples manobra de apanhador nessa vassoura. E o seu amigo fazendo malabarismos...

- Por isso aquele Brankovitch quer por que quer que o Harry jogue? – perguntou a jovem.

- Não só ele – ponderou Draco – É claro que tem o lance da grana. A verba dos patrocinadores, com o Potter jogando, vai ser muito maior. Mas não é só isso. Esse país vai sediar a Copa Mundial de Quadribol no ano que vem. Em um século, é a primeira vez que a seleção deles tem a chance de ser campeã num campeonato com todas as principais seleções. Eles foram campeões a três anos na Coréia. Mas as melhores seleções não participaram. Imagine a moral que eles ganhariam com uma vitória sobre o nosso time, com o Potter em campo.

- Daria a eles um incentivo muito grande. É isso?

- Eles ganharam da Bulgária no mês retrasado. Só que Krum e outros titulares não jogaram. Então todos disseram que o jogo foi fácil. Ganhar dos Cannon com Potter, Krum e M’Bea seria confirmar a qualidade da seleção deles e certamente aumentaria o interesse dos patrocinadores.


TERÇA FEIRA: APÓS O JANTAR


- Nós tomamos conta deles. Fiquem tranqüilos – dizia Harry para Toni e Helga. O casal, assim como os demais, iriam até a boate bruxa na qual Draco havia “caído na farra” dias atrás.

Depois do treinamento puxado dos dois últimos dias, Ivanova permitira essa folga, apenas recomendando para os jogadores que não cometessem excessos. Como que para assegurar-se disso, ela própria resolvera compartilhar a noite com os atletas e seus acompanhantes. Gina e Harry, entretanto, resolveram ficar. A ruiva percebeu que os treinamentos exigiram muito do namorado e não permitiria que ele se desgastasse. Hermione havia ficado contente com sua atitude. Ficaram fazendo companhia para as crianças e assistindo desenhos dos estúdios Disney.

Gina, que havia sido criada exclusivamente no meio bruxo, ficara particularmente emocionada com “A Bela e a Fera”. Todos vestiam roupas de dormir e se espalhavam pela confortável sala de TV sobre as almofadas e o carpete macio. Em algum momento o sono começou a se fazer presente e as crianças foram se aninhando em torno de Harry e Gina. Owen dormiu tranqüilamente colocando-se entre os dois, enquanto Miriam abraçou-se às costas de Harry, encostando a cabeça no seu ombro.

Às duas da manhã, quando retornaram da noitada, Helga ficou olhando as “crianças” dormir, sorrindo para o marido.

- Bom, ninguém pode negar que eles não tenham jeito com crianças – disse Toni, enquanto conjurava cobertas, que foram estendidas sobre todos.

- Miriam está bem confortável, não? – perguntou Helga, apontando para a filha mais velha.

- Melhor deixá-la dormir – ponderou o africano - ou ela vai ficar tão envergonhada amanhã que certamente vai querer voltar para casa.


QUARTA FEIRA: MANHÃ


- Bom dia – disse Gina baixinho para Harry. O rapaz tocou suavemente os cabelos vermelhos da namorada. Owen resmungou alguma coisa e virou de lado, abraçando a ruiva.

- Nós dormimos aqui? – perguntou no mesmo tom de voz. Elevando-se sobre o corpo de Owen entre eles, o rapaz deu um beijo em Gina, que correspondeu, até que uma voz contrariada os assustou.

- Credo! Sem escovar os dentes! – disse Miriam, a boca cheia de creme dental.

- Por favor! Há crianças inocentes nessa sala – falou Dylan dramaticamente, fingindo que tapava os olhos.

- Eu vi quem dormiu abraçadinha com o Harry... – zombou Daniel, olhando maliciosamente para a irmã mais velha.

- Você tá maluco – retrucou a menina, corando furiosamente, apesar do seu tom de pele escuro.

- Acho que você aproveitou para dar uns beijinhos no Harry enquanto ele estava dormindo... – disse o garoto, antes de fugir da sala com a irmã no seu encalço.


QUARTA-FEIRA: CINCO HORAS DA TARDE


A notícia que Harry jogaria havia mobilizado toda a comunidade bruxa jornalística dos Estados Unidos. Uma verdadeira multidão cercou o campo de treinamento dos Cannons. Quando uma jornalista perguntou sobre a roupa usada por Mergulho Potter, Fred, que esperava pela deixa, adiantou-se e fez a sua propaganda das Geminialidades Weasleys e da roupa protetora.

- Na loja de lembranças do estádio estaremos vendendo algumas dessas roupas autografadas por Harry Potter em pessoa – anunciou de maneira solene.

Ele já havia combinado com o seu recém-adquirido sócio na América aquele arranjo. Sócio que era, nada menos do que Max Brankovitch em pessoa, querendo diversificar os seus investimentos. Pena que Fred só pôde providenciar quinhentas peças, que chegariam sábado da Inglaterra. E mesmo assim, com elfos costureiros trabalhando dia e noite para produzi-las.

- Elfos pagos, diga-se de passagem – disse para Hermione, que o encarava com ar de censura – Os caras já tem até sindicato! Dá pra acreditar?

- Eu não vou ficar assinando meu nome em quinhentas roupas – protestou Harry após o final do treino. Havia começado a chover e ele era o único razoavelmente seco. A roupa era também impermeável.

- Bem, a sua assinatura já vai sair impressa – disse Fred timidamente – Você se lembra daquela tarde de autógrafos no Beco Diagonal no ano passado?

- Fred Weasley! – ralhou Gina com o irmão mais velho – Você e Jorge andaram falsificando a assinatura do Harry sem a autorização dele?

- Claro que não! – indignou-se o dono das “Geminialidades” – Nós apenas a reproduzimos em série.

- Eu vou mandar uma coruja expressa para a mamãe agora...

- Não! – apavorou-se o ruivo mais velho.

- Tudo bem, Gina – tranqüilizou-a Harry.

- Esse infeliz está explorando você!

- Também não é assim – defendeu-se Fred – Harry vai ganhar uma participação...

- De quanto? – quis saber a garota.

- Por Merlin! – exclamou Fred – Por que todas as garotas protegem o Harry?


QUINTA-FEIRA: NOVE DA NOITE


- Nossa, aquela búlgara maluca nos destruiu hoje! – falou Gina, atirando-se numa poltrona do quarto de Harry. Ela havia tomado banho e tinha os cabelos molhados. Vestia shorts e uma camiseta justa, que não passaram desapercebidos ao Eleito – Tudo bem, Harry? – perguntou a garota, ligeiramente preocupada.

- Você não deveria vir até o meu quarto vestida desse jeito – disse o rapaz, ligeiramente corado – Isso me faz ter idéias...

- Mesmo? – perguntou a garota, entrando na brincadeira – E se eu começasse a te agarrar assim? – A ruiva o abraçou, a princípio timidamente, mas depois ambos foram se empolgando no abraço e nos beijos – Harry, você acha que é seguro? Quer dizer... você ainda não está...

- Nós vamos ter que descobrir – disse baixinho no ouvido da garota. Seria a última frase coerente que um dos dois diria durante aquela noite.


SEXTA-FEIRA: SEIS E MEIA DA MANHÃ


- Eu não tive intenção, Gina – murmurou Harry.

A ruiva estava semi-acordada quando ouviu o namorado dizer algumas frases entrecortadas, só a última audível. Estava de costas para o jovem, sendo abraçada por ele. Virando-se ao ouvir o seu nome, percebeu surpresa que Harry ainda dormia. Ele tinha dito a Hermione que não vinha tendo aqueles pesadelos que o levaram a se viciar naquela poção para dormir sem sonhos.

- Eu preferia ter morrido no lugar dele – sussurrou Harry.

No seu sonho, ele explicava à namorada que não tivera a intenção de causar a morte de Carlinhos. Além de sonhar com o irmão de Gina acusando-o, um sonho recorrente de Harry era com aquela noite chuvosa na Toca, quando as palavras da garota o feriram até a alma.

- Eu nunca quis dizer aquilo, querido – falou carinhosamente a garota, tocando delicadamente na face úmida do namorado.

Harry acordou de repente. Os olhos verdes fitaram confusamente Gina.

- Um pesadelo – disse simplesmente e depois se encolheu como se sentisse frio.

- Eu estou aqui com você. E não estou te culpando.

- Obrigado – respondeu Harry com um sorriso tímido, voltando a dormir nos braços da ruiva.


SEXTA-FEIRA: HORA DO ALMOÇO


Caía uma chuva torrencial lá fora e todos de alguma forma se dedicavam a matar o tédio. As crianças M’Bea e Dylan divertiam-se com um videogame, tentando ensinar pacientemente Andy e Amanda a jogar um jogo complicado, onde o personagem principal vivia morrendo. Draco perdia a terceira partida de xadrez bruxo para Rony (“Chega, Weasley! Você acabou com a minha auto-estima. Acho que vou até o meu quarto cortar os pulsos!”). Hermione trocava impressões sobre a América com Toni e Helga. Rony, Fred e Ivanova contavam baixinho (para as crianças não escutarem), uns para os outros, um repertório de piadas imorais.

O treino daquele dia havia durado menos de duas horas. Aparentemente Vera havia ficado satisfeita com a movimentação da equipe, embora tivesse se irritado com os cuidados excessivos que mais uma vez Gina dispensava ao namorado.

- Ele não vai quebrar, garota! – disse a treinadora quando a ruiva ralhou com o batedor reserva que havia acertado um balaço em Harry – Você não acha mesmo que os americanos vão poupá-lo, não é mesmo?

- Então é melhor ele não jogar!

- Ah, ruiva, dá um tempo! – disse Ivanova de bom humor. E depois, baixo para que só a garota pudesse ouvir: - Espero que você não tenha quebrado nenhum osso do garoto à noite.

Muito irritada com a gaiatice da técnica, Gina disse um palavrão e deu as costas para a bruxa mais velha, deixando-a debaixo da chuva. Vera apitou encerrando o treino e seguiu a sua artilheira. Encontrou-a num canto do vestiário, bastante desanimada e ainda usando as roupas de treino ensopadas.

- Melhor tirar essa roupa ou vai pegar um resfriado, garota.

Como Gina não reagiu, a treinadora apontou a sua varinha na direção da jogadora e pronunciou um feitiço na sua língua natal, que fez com que suas vestes de quadribol saíssem do seu corpo como se fossem sugadas por um ímã, deixando a artilheira apenas com as peças íntimas.

- Ei! – protestou a ruiva.

- Agora entre no chuveiro! Tem roupas secas de quadribol aqui fora. E trate de tomar um chá quente quando a gente voltar lá pra dentro - recomendou de maneira maternal a treinadora.

- O Harry! – disse Gina de repente, fazendo menção de pegar as roupas secas e ir atrás do namorado.

- Calma, Gina – tranqüilizou-a Toledo, que junto com Nat, a artilheira reserva entrava agora no vestiário feminino – Ele está legal. Hermione e Rony estão com ele.

Quando finalmente Gina se banhava num dos boxes, Vera aproximou-se dela, não se importando de molhar a roupa seca que também tinha vestido.

- Pare de agir como se fosse mãe do Harry! – disse a treinadora sem rodeios – Eu aceito Hermione fazer isso porque ela tem conhecimento médico e sabe quando alguém pode ou não pode jogar.

- Você não entende – protestou Gina.

- Entendo mais do que você imagina, ruiva. Você ama o garoto, provavelmente fez alguma coisa idiota pra ele no passado e fica agora querendo compensar. Isso não dá certo, menina! Esqueça o que aconteceu antes.

- Gostaria que fosse assim fácil – disse Gina timidamente.

- Nunca é. Eu não estou falando para você deixar o moreno solto por aí. Afinal, ele é tão gracinha... – divagou a búlgara de maneira sonhadora - Só não fique bancando a mãe dele. Hoje você não jogou nada tentando levar os balaços no lugar do Harry e brigando com os batedores só por que eles faziam o seu trabalho. Deixe o garoto jogar. Ele pode se defender. Agora, à noite, tudo bem, podemos confiar em você para cuidar dele – disse maliciosamente a loira. Se você quiser eu te ensino depois aquele feitiço para expulsar a roupa do corpo...

- Tudo bem, Vera – falou a ruiva depois de vários segundos de silêncio debaixo do chuveiro – Vou pensar no que você disse.

- Só mais uma coisa – Vera havia retornado depois de fazer menção de ir embora – Vê se não vai ficar grávida! Pelo menos por enquanto...


SÁBADO: DEZ DA MANHÃ


- “Ele é maneiro” – cantou Dylan em forma de rap.

- “Ele é guerreiro” – emendou Daniel

- “Na vassoura!” – gritaram Miriam e Owen, de maneira um tanto exagerada.

- “Ele mata basilisco” – cantou novamente Dylan.

- “Monta no hipogrifo” – emendou novamente Daniel.

- “Na vassoura!” – gritaram novamente Miriam e Owen, dando uma volta completa em torno de si mesmos, no que se supunha ser um passo da coreografia que acompanhava aquele rap ridículo.

- É O POTTER LARANJA! É O POTTER LARANJA! É O POTTER LARANJA! – gritaram e pularam as quatro crianças, finalizando o espetáculo.

Por razões diferentes, Helga, Draco e Toledo aplaudiram entusiasmados. Amanda, Andy e Vera assobiaram em aprovação à performance. Gina, Rony e Fred rolavam de rir. Toni, Vitor Krum e Hermione olhavam abismados para os garotos. Harry estava rubro de vergonha.

- Que droga de música é essa? – quis saber.

- Ouvimos ontem na TV Bruxa – respondeu Miriam muito animada – Cantada pelo English Cool J.

- Quem? - Perguntou Harry surpreso.

- English Cool J! – repetiu Miriam – O maior rapper bruxo da Inglaterra. Você nunca ouviu? O cara é demais!

- Ele é amigo do Lino – explicou Fred, após recuperar o fôlego – Sempre compra um monte de coisas na nossa loja. Diz que é pra incrementar os shows. Grande Cliente!

- Ele é irado! – disse Daniel.

- Tá, o cara é o máximo – falou Harry impaciente, realmente não achando o máximo coisa nenhuma – Mas, e essa música, se é que se pode chamar assim?

- Dizem que um torcedor dos Cannons compôs e o English gravou – agora era Dylan quem explicava, cada vez mais interado no mundo bruxo – “É o Potter Laranja!” – repetiu dando voltinhas e pulando.

- Ontem eu recebi um telefonema de Londres – disse Draco Malfoy – A gravadora quer saber se você vai exigir direito de imagem pelo uso do seu nome.

- É claro que não! – respondeu Harry contrariado – Eu quero esquecer que alguém pôs o meu nome num rap. Era só o que faltava...

- É uma pena que você não tenha gostado – disse Draco, claramente se esforçando para não cair na risada de novo – O... como é mesmo o nome dele? – perguntou para Miriam.

- English Cool J! – repetiu a menina, descontente com o fato desses adultos desinformados não conhecerem um cantor tão maneiro.

- Pois é – continuou Draco – A essa hora o nosso Cool J já está nos Estados Unidos. Ele vai se apresentar antes do jogo de hoje à noite.

- Não me diga que ele vai cantar o “Potter Laranja” – implorou Harry.

- OK, eu não digo – respondeu Draco. E depois caiu na risada novamente.

- É O POTTER LARANJA! É O POTTER LARANJA! É O POTTER LARANJA! – gritaram de novo os garotos, agora ajudados por Fred e Rony.

- Traidores – murmurou Harry desolado – Chamem Voldemort de volta – disse, ainda mais contrariado.
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English Cool J incendiou o público com a performance do “Potter Laranja”. Embora continuasse achando a música abominável, Harry tinha que admitir que o rapper era sensacional no palco. Foram sete minutos de passos ousados e uma coreografia sensual (imoral na opinião de Toni M’Bea), acompanhando a batida da música. Ao final a multidão aplaudiu enlouquecida.

Em seguida, Josh Crazy Horse, o mais famoso cantor de rock bruxo dos Estados Unidos, eletrizou o público com “Max, the man”, uma balada pop composta já há alguns anos em homenagem ao capitão do time dos Estados Unidos. E para deixar os torcedores no ponto para curtir a partida, o rapper inglês e o roqueiro ianque terminaram o show cantando juntos uma versão “hard” (e na opinião de Toni, fã de rock trouxa tradicional, abominável) de “We are the champions”. Apesar da opinião crítica do africano, o estádio delirou e quase foi abaixo. Os dois artistas saíram do palco improvisado no centro do gramado sob uma ovação ensurdecedora.

Então luzes tremulantes tomaram conta do palco, que desapareceu e dois pequenos palcos se materializaram a cerca de dez metros do chão. Com suas roupas púrpuras chamativas, Lino Jordan, que transmitiria a partida direto para a Inglaterra pela Rádio e TV Bruxa, aparatou sorrindo para o público. Ao seu lado, com roupas igualmente espetaculares, só que prateadas, Lincoln Brand, famoso apresentador da TV Bruxa americana acenava para o público.

- AMIGOS DA INGLATERRA E DOS ESTADOS UNIDOS – disse Lino solenemente – ESTAMOS AQUI PRESENTES, COM O PATROCÍNIO DAS VASSOURAS FIREBOLT.

- DO BANCO GRINGOTES – emendou Brand.

- E DAS GEMIALIDADES WEASLEYS! – finalizou Lino.

- PARA APRESENTAR O JOGO DOS CAMPEÕES! – disse um entusiasmado Lincoln Brand.

- OS SENSACIONAIS CANNONS! – anunciou Lino – RONY WEALEY NO GOL. ANDY LOPES E TONI “MISTER ÁFRICA” M’BEA COMO BATEDORES. CRIS TOLEDO, GINA WEASLEY E HARRY “MERGULHO POTTER” COMO ARTILHEIROS E O INIGUALÁVEL VITOR KRUM, A ÁGUIA DOS BALCÃS, COMO APANHADOR!

- Um a um, assim que chamados os jogadores entravam voando, pois o vestiário ficava acima das cabines de rádio e TV, a cerca de doze metros do chão e iam se postando no centro do campo, no solo, a espera do outro time. Houve vários minutos de aplausos. Depois, foi pedido silêncio e o hino dos Estados Unidos foi tocado, cantado pela maioria do estádio, onde várias bandeiras do país tremulavam nas mãos dos torcedores. Foi então a vez de Lincoln Brand anunciar o selecionado norte-americano.

- AGORA, SENHORAS E SENHORES DA INGLATERRA E DA AMÉRICA, A SENSACIONAL SELEÇÃO DOS ESTADOS UNIDOS. PAM BERNARD NO GOL. JIMMY AGUIRRE, VIRNA MORRISON E JEAN ORLOSKI COMO ARTILHEIROS. JEREMY BROWN E FRANK PALERMO, AS TORRES GÊMEAS, SÃO OS BATEDORES. E O APANHADOR NÃO É OUTRO SENÃO O ESPETACULAR, O INIGUALÁVEL MAX BRANKOVITCH NETO, “THE MAN”!

Cinqüenta mil pessoas gritaram o nome de Max, que passou sorrindo pelas câmeras de TV, acenando para o público, gesto que foi reproduzido pelo telão gigantesco acima do placar, do lado do anúncio do Banco Gringotes.

Os americanos usavam vestes brancas com detalhes em azul e vermelho. E novidade, as camisas tinham número, como nas competições esportivas trouxas. Max era o número 1. Os jogadores dos dois times se cumprimentaram amistosamente, mas os dois batedores gigantescos deram sorrisos cínicos na direção de Harry. Ambos os times perfilaram-se para os fotógrafos e depois foram tiradas inúmeras fotos de Harry e de Max.

Os dois batedores continuavam lançando olhares cínicos e desafiadores na direção do artilheiro dos Cannons. Eram dois verdadeiros armários. Se Brown não fosse negro e Palermo ítalo-americano poderiam passar por irmãos. Apesar da cor diferente, ambos eram identicamente quase tão altos e tão fortes quanto Toni M’Bea. As suas camisetas eram propositalmente justas e com mangas bem cavadas, pois assim exibiam os bíceps avantajados. Ambos tinham a cabeça raspada e pareciam trasgos ferozes prontos para eviscerar a sua presa indefesa.

Gina mostrou a língua para os dois gigantes, quando ela percebeu que eles olhavam para Harry cheios de más intenções. O gesto infantil da ruiva arrancou mais risadas ainda dos dois trogloditas. Antes de se virar para receber as instruções finais de Ivanova, a garota ainda acenou com o dedo médio em riste para a dupla.

- É isso aí, ruiva – incentivou-a a treinadora - Nada de se deixar intimidar - E depois, falando para o time: - Vocês já sabem o que fazer. Harry, dê o seu showzinho no começo, depois você recua e deixa Gina e Toledo fazer os caras dançar. Andy, não adianta muito mirar os balaços no Aguirre. Deixa ele com os artilheiros. Mira na Orloski. Ela voa bem, mas não sabe se desviar. É isso aí pessoal! – falou por fim a treinadora, colocando a sua mão sobre as sete mãos unidas.
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Às sete horas e cinco minutos da noite, horário da Costa Leste dos Estados Unidos, Toni M’Bea e Max Brankovitch, respectivamente capitães do time dos Cannons e da seleção dos Estados Unidos da América, cumprimentaram-se. Tancred Duff, um dos mais famosos árbitros de quadribol do mundo, vindo diretamente da Holanda, o seu país natal, apitou. A partida tinha início. Transmitida para todo o território americano, Canadá, América Latina e Japão, o jogo faria ainda com que muitos europeus dormissem mais tarde naquela noite de sábado por causa do fuso horário.

- COMEÇA O JOGO, CAROS OUVINTES E TELESPECTADORES! – anunciou Lino Jordan para todo o Reino Unido – HARRY POTTER COM A GOLES. O QUE ELE ESTÁ FAZENDO? FINTOU AGUIRRE E ORLOSKI, ESCAPOU DE UM BALAÇO, FINGIU QUE IA PASSAR PARA TOLEDO, MAS VOOU DIRETO ATÉ OS AROS!!!!!!!!!! SEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEENSACIONAL!!!!!!!!!!!! A GOLEIRA BERNARD NEM VIU A GOLES!!!!!!!!!!!!! DEZ A ZERO PARA OS CANNONS!

- UMA JOGADA AUDACIOSA DE POTTER LOGO NO COMEÇO DA PARTIDA – comentou Marla Donovan, que normalmente comentava os jogos narrados por Lino Jordan.

- POTTER DE NOVO! O CARA TÁ ENDIABRADO! OLHA O QUE ELE FEZ! OLHA SÓ O QUE ELE FEZ!

Mesmo sendo a torcida obviamente favorável ao selecionado local, o estádio aplaudiu de pé a manobra de Harry. Cercado por dois artilheiros americanos, ele girou a vassoura como se fosse uma hélice em posição horizontal, enganou os marcadores e marcou mais um gol. Logo em seguida, Orloski, atingida por um balaço atirado de maneira precisa por Toni, deixou cair a goles. Harry a recolheu, ainda no campo de defesa e voou, praticamente em linha reta até a área da seleção dos Estados Unidos, enganou Pam Bernard e fez mais um gol sensacional.

- EU NÃO ACREDITO! O QUE FOI AQUELE VÔO??? POTTER CONDUZIU A GOLES DESDE O CAMPO DE DEFESA. SEEEEEEEEEEEENSACIONAL!!!!!!!!!! TRINTA A ZERO PARA OS CANNONS. OLHA ELE ALI DE NOVO. VAI ARREMESSARA DAÍ, HARRY? E É ISSO QUE ELE FAZ!!! É ISSO QUE ELE FAZ!!! ARREMESSO DE QUARENTA METROS DIRETO PARA O ARO DA ESQUERDA!

Ao público americano só restava aplaudir. Em pouquíssimos minutos os Cannons haviam marcado cinqüenta pontos e a seleção ianque mal havia conseguido organizar um ataque. Todos os pontos de Harry Potter

- O TREINADOR DONALDSON PEDE TEMPO. PROVAVELMENTE ELE NÃO SABE O QUE FAZER PARA DETER POTTER.

- SURPREENDENTE O INÍCIO AGRESSIVO DOS CANNONS. SERÁ QUE ELES CONSEGUEM MANTER ESSE RITMO? – indagou Marla.

Na volta dos times aconteceu o que Vera Ivanova havia previsto. Os batedores passaram a atirar todos os balaços na direção de Harry. Ela conhecia muito bem o treinador americano e sabia exatamente como ele pensava. Harry, entretanto, passou a jogar estranhamente recuado. Aguirre passou a marcá-lo de perto. Embora Jimmy Agirre fosse muito bom em roubar as goles dos adversários, colocá-lo marcando um artilheiro de perto, tirava dos Estados Unidos a ação ofensiva do seu melhor artilheiro. Agora vinha o plano B.

- WEASLEY FAZ UMA GRANDE INTERVENÇÃO, SENHORAS E SENHORES. FINALMENTE O TIME IANQUE CONSEGUIU ORGANIZAR UM BOM ATAQUE. POTTER ESTÁ JOGANDO LÁ NA DEFESA. ELE OLHA AO REDOR DO CAMPO. O QUE VOCÊ ESTÁ PROCURANDO, HARRY?

De repente Harry coloca em prática a jogada que Vera ensaiara a semana toda. Gina e Toledo voaram rapidamente pelas laterais do campo, uma de cada lado. Os batedores, preocupados demais com o Eleito, haviam deixado as garotas livres. Virna Morrison ainda tentou acompanhar Gina, mas o lançamento espetacular de Harry encontrou Toledo completamente livre na frente da goleira Bernard. Mais um gol dos Cannons.

E o jogo prosseguia, agora com Harry se destacando nos lançamentos em profundidade. Gina marcou dois gols e Toledo mais um. Os batedores dos Cannons desarmavam os artilheiros americanos com facilidade. Só Agirre dava algum trabalho para os adversários, obrigando Rony a duas defesas sensacionais. O placar apontava inacreditáveis Noventa a zero para o time inglês. Os torcedores, sem alternativa, aplaudiam educadamente o time visitante e ainda empurravam, com gritos já um tanto desanimados, a sua seleção.

Max Brankovitch tentava desesperadamente encontrar o pomo. Havia percebido logo no começo do jogo que a tática de Vera e a atuação de Potter haviam reduzido o seu time a condição de um bando de principiantes. Só que o seu antagonista direto era Vitor Krum. O búlgaro voava excepcionalmente bem e por duas vezes havia conseguido afastar o apanhador americano do pomo, embora não conseguisse também apanhá-lo.

Finalmente Aguirre conseguiu marcar um gol e cinco minutos depois, Morrison anotou outro. A torcida mal teve tempo de comemorar. Gina roubou uma goles no cento do campo e lançou para Toledo, que marcou o centésimo gol dos Cannons. Foi aí que Palermo, o batedor ítalo-americano, partiu para a ignorância. Ao passar por Harry, que voava na direção da artilheira peruana para cumprimentá-la, o gigante acertou-lhe uma cotovelada, vaiada pelo próprio público norte-americano. Gina voou a toda velocidade e deu um tranco com os pés nas costas do grandalhão, que pego de surpresa, quase despencou da vassoura.

- O JUÍZ MARCOU DUAS PENALIDADES – narrou Lino Jordan – PÊNALTI PARA OS CANNONS POR CAUSA DA COVARDE AGRESSÃO DESSE TRASGO DO PALERMO SOBRE HARRY. E PÊNALTI PARA OS AMERICANOS, SÓ POR QUE A NOSSA GININHA DEU UM EMPURRÃOZINHO NAQUELE...

- Lino, por favor – pediu Marla fora do ar. Desde os tempos em que narrava os jogos de quadribol na escola, a imparcialidade nunca havia sido a marca registrada do locutor.

O jogo havia sido paralisado para que Harry fosse atendido por Hermione. A jovem curandeira estava indignada.

- Seu bandido nojento! – gritava para o batedor, enquanto estancava o sangramento nasal de Harry.

- Aposto que a sua irmã faz a alegria do time, seu bundão! – vociferou Vera no megafone mágico. A ofensa foi ouvida por todo o estádio, que vaiou a treinadora búlgara. Palermo, por sua vez, queria partir para a briga, sendo contido por Brown e Aguirre com dificuldade.

- EU NÃO ACREDITO! O JUÍZ DESGRAÇADO, ESSE HOLANDÊS SARNENTO, MARCOU MAIS UM PÊNALTI CONTRA OS CANNONS, SÓ PORQUE A TREINADORA IVANOVA FALOU UMAS VERDADES SOBRE A IRMÃ DO PALERMO! – protestou Lino.

No reinício da partida, Harry anotou a sua penalidade, enquanto, Aguirre, o melhor jogador dos americanos, converteu também as suas. Em mais dez minutos de jogo, os Cannons anotaram mais três gols, todos marcados por Gina, assistida por Harry. O placar marcava cento e trinta a quarenta. Aí Harry voltou a jogar no ataque. Surpreendendo os batedores, que agora perseguiam Gina e Toledo, ele voltou a usar os recursos que havia aprendido como apanhador. Passou a voar rapidamente para cima e para baixo, confundindo os marcadores. Ninguém conseguia pará-lo.

- POTTER APROVEITOU QUE OS BATEDORES ESTÃO CANSADOS – explicava Marla.

- CANSADOS E DETONADOS! MAIS UM GOL DE POTTER!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Já eram decorridas quase três horas de jogo. Pelo acordo realizado para o amistoso, essa seria a duração da partida, ainda que ninguém capturasse o pomo. Os times já demonstravam desgaste físico e agora eram os goleiros Rony e Pam Bernard que se sobressaíam. O placar marcava cento e noventa a quarenta para os Cannons.

Olhando para o relógio do estádio, um conformado Max Brankovitch só esperava que aquela humilhação terminasse rapidamente. Faltava menos de trinta segundos para o fim do jogo. Os artilheiros dos Cannons passavam as goles uns para os outros, a espera do fim da partida. Então ele agradeceu aos céus por sua sorte. A poucos metros do relógio, entre o telão e as placas publicitárias, estava o pomo. Eles ainda poderiam conseguir um empate honroso.

Apontando o cabo da vassoura para cima, o capitão americano partiu em disparada na direção da bolinha dourada. Vitor Krum também a havia avistado e se dirigiu para o mesmo lugar à toda velocidade, se não para realizar uma captura, pelo menos para impedi-la. Max pressentiu preocupado a aproximação do búlgaro. Sabia o quanto ele era veloz. Então a sorte mais uma vez o favoreceu. O pomo se moveu rapidamente, indo exatamente na sua direção. Num gesto rápido ele o apanhou. Os torcedores estavam prontos para comemorar o empate obtido às duras penas. Só que havia algo errado. Krum, que o havia ultrapassado no vôo, estava sorrindo. Ou fazendo o mais próximo disso que conseguia.

Ao olhar o placar a poucos metros de distância, Max entendeu o motivo. O público também, silenciando subitamente. O letreiro luminoso assinalava 200 x 190 para os Cannons e o telão mostrava a razão disso, reproduzindo simultaneamente os dois últimos lances da partida. Pouco antes que Max apanhasse o pomo, Harry aproveitou-se do fato de que todos estavam paralisados assistindo a luta pela bolinha dourada e deu um de seus famosos arremessos longos, colocando a goles no aro da direita da goleira americana, cinco segundos antes que Max Brankovitch capturasse o pomo e dez segundos antes das três horas de duração, que assinalaria o final da partida. Os Cannons venceram, embora o selecionado norte-americano tenha capturado o pomo de ouro.

- FINAL DE JOGO! – anunciou Lino Jordan – QUE PARTIDA SENSACIONAL!!!! MAX BRANKOVITCH CAPTURA O POMO, MAS MERGULHO POTTER MARCA UM GOL ANTES DA CAPTURA! 200 A 190 PARA OS CANNONS! HÁ ALGUMA DÚVIDA DE QUE O GOL FOI MARCADO ANTES DA CAPTURA, MARLA?

- NENHUMA DÚVIDA, LINO – explicou a comentarista – DUFF CONFERIU A IMAGEM NO TELÃO E CONFIRMOU A VITÓRIA DOS CANNONS. HISTÓRICA VITÓRIA DE UM TIME SOBRE UMA SELEÇÃO NACIONAL!
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Harry era muito cumprimentado pelos colegas de time. As crianças M’Bea e Dylan pulavam e socavam o ar na arquibancada. A torcida aplaudia os vencedores e também o selecionado americano, reconhecendo o esforço desses. Max, Aguirre e Bernard, demonstrando espírito esportivo, cumprimentaram o time visitante, enquanto os seus companheiros voavam contrariados para os vestiários. Os flashs espocavam por todos os lados. Abraçado por Gina e por Rony, Harry dirigiu-se feliz para onde estavam a treinadora Ivanova e Hermione.

No local da audiência mais próximo do campo, alguém chamava freneticamente pelo artilheiro do time dos Cannons, estendendo-lhe alguma coisa. Harry a princípio julgou que era uma pena de alguém fanático por autógrafos. Quando ele se dirigiu ao que pensou que fosse um torcedor, percebeu que era uma varinha que estava apontada para ele. Antes que pudesse reagir foi atingido por um feitiço estuporante.

Toni e Rony perceberam tarde demais o que havia se passado, mas mesmo assim correram na direção do amigo. Havia mais quatro bruxos de varinha em punho, agora todos dentro do campo. O mais mal encarado dentre eles anunciou:

- Somos da Federação Internacional dos Bruxos. Estamos prendendo Harry Potter por ordem do Ministério da Magia da Grã-Bretanha.
























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