Fadas mordentes



Só depois que dormiu, sem usar um Feitiço Desilusório, e acordou, no dia seguinte, foi que caiu a ficha de Luke: atacara um professor e destruiu os pertences do Diretor. “E agora? O que eu faço?”.


Luke trocou-se rapidamente e desceu para escrever uma carta ao diretor. Terminado de escrever ele foi para o Corujal, para enviar a carta ao Diretor, já que Luke achou que não conseguiria encarar o Diretor.


Após enviar a carta, Luke voltou para o Castelo e foi tomar seu café da manhã.


O salão não estava muito cheio àquela hora da manhã. Havia poucos estudantes em todas as mesas, exceto a mesa dos professores estava quase cheia, apenas dois lugares vagos: a do Diretor, professor Dumbledore, e da vice-diretora, professora Mcgonagall. O coração de Luke disparou, será que ele seria expulso? Afinal, depois do que ele fez, será que alguém eles o perdoariam?


Com todos esses pensamentos na cabeça, Luke quase não comeu, ele engoliu uns dois pães e bebeu dois goles de suco de abóbora. Subiu para o salão comunal, pegou seu material e foi para sua aula de Trato de Criaturas Mágicas.


 


— Bem – começou a professora Grubly-Plank – hoje vamos ver Fadas Mordentes, eu não sou a favor de ensinar-lhes isso no quarto ano, mas precisamos dos ovos que elas dão, alguém pode me dizer por quê?


Duas pessoas ergueram a mão, Luke e Lílian Evans, uma quartanista, da Grifinória.


— Posso dar a palavra ao outro aluno, senhorita Evans? – perguntou a professora virando-se para a garota.


— Sim, claro. – respondeu a garota gentilmente.


— Bem, então, senhor…?


— Burgage. Bem, ovos de Fada Mordente são ótimos alimentos para tronquilhos e… bem… temos bastante desses aqui na escola… por exemplo bem ali – respondeu Luke apontando para uma árvore.


— Correto, correto, bem dez pontos para a Corv…


— Sou da Grifinória.


— Ah sim, me desculpe. Dez pontos para a Grifinória. Como disse o Sr. Burgage, os ovos de fadas mordentes são ótimos alimentos para tronquilhos e estamos precisando muito alimentá-los, porque eles estão ficando loucos… Mas ainda não está na época de dar ovos, então só vamos fazer desenhos da anatomia deles, como sempre fizemos com outros animais.


“Dividam-se em duplas, usem o feitiço do corpo preso na fadas e desenhem-nas nos pergaminhos e me entreguem no final da aula.”


Todos os alunos se dividiram e para a surpresa de Luke:


— Posso fazer par com você? – era a voz de Lílian – bem minhas outras amigas fizeram pares e somos três, então eu sobrei, pensei que…


— Claro, claro, faço sim. – eles se sentaram e a professora entregou uma jaula com uma fada e recomendou-os para lançarem o feitiço do corpo preso – você quer… lançar ou…?


— Lanço sim, Petrificus totalus – a pequena fada, que estava gritando loucamente parou e ficou imobilizada.


— Uou, você é boa – elogiou Luke.


— Bem, obrigado – respondeu Lilian corando.


Eles começaram a desenhar, porém Luke não prestava muita atenção, estava com seus pensamentos em outro lugar, estava pensando na bonita garota à sua frente, bonita, muito bonita, com uma beleza indescritível.


— ÉÉ… oi? – Luke voltou à terra.


— Hum… sim, Lílian?


— Como você sabe meu nome?


— Bem não é difícil quando se é uma das melhores alunas do Slugohrn, também sou do Clube do Sluge.


— Ah, bem… eu nunca vi você nas festas…


— Eu quase não vou, exceto quando ele insiste.


— Ah – Lílian parecia sem graça -, qual é o seu nome?


— Luke – agora ele estava desenhando corretamente. – segure-a de braços abertos, por favor?


— Ah, sim claro – Lilian ajeitou o corpo – bem, se quiser pode me chamar de Lily…


— Ah, ok – Luke respondeu, mas não tirava os olhos do papel, assim que olhou para fada novamente ela estava se mexendo e Lílian nem prestava atenção – Lily, cuidado!


Mas já era tarde de mais, a fada escapou da mão da Lílian e voou direto para o pescoço de Lily e mordeu e não soltou mais.


— Estupore – Luke acertou a fada bem na cabeça e ela soltou o pescoço de Lily – professora, a Lilian foi mordida e desmaiou.


— Bem, leve-a para a ala hospitalar, pode fazer isso?


— Claro. – Luke tentou segurar Lílian, mas não era muito forte – Levicorpus – Lílian levitou e ficou flutuando enquanto Luke a conduzia para o castelo.


Luke queria correr, mas sabia que não poderia, já que corria o risco de deixar Lílian cair. O garoto conseguiu conduzi-la sabiamente pelo castelo, entrando em atalhos e corredores desertos, para evitar perguntas e atrasos. “O veneno já deve ter feito bastante efeito… droga! O que aconteceu com aquela fada?”


Assim que Luke entrou na ala hospitalar ele gritou:


— Madame Pomfrey!


— Que…?


— Veneno de Fada Mordente!


— Minha nossa! Coloque-a aqui – ela indicou uma cama e Luke obedeceu. – Bem… a quanto tempo ela foi mordida?


— Ah, sei lá, uns cinco minutos.


— Bem, preciso achar onde o veneno está… – Ela começou a passar a varinha por todo o corpo de Lílian, depois de pouco tempo ela começou a passar linhas embaixo dos dois joelhos e um pouco embaixo dos ombros. – Isso deve bastar para impedir o veneno de continuar, mas precisamos tirá-lo do corpo… vou lá dentro pegar um antídoto e daqui a pouco ela vai acordar, não deixe-a se mexer se preciso use um Feitiço do corpo preso.


Luke concordou com a cabeça, porém estava pensativo. “Como foi que aquele feitiço acabou tão rápido?”.


— On… onde… estou? – Lílian acordara.


— Lily, não se mexa, Madame Pomfrey pediu.


— Sim.


Pouco tempo depois, Madame Pomfrey chegou com um frasco cinza, destampou e encheu um copo com o líquido amarelo que a garrafa continha e deu para Lílian tomar.


— Você não tem que ir para a aula, não?


— Só daqui 15 minutos. Posso ficar com ela aqui?


— Bom, acho que pode.


— Você acabou de me conhecer e já quer ficar aqui comigo? – perguntou Lílian.


— Bem, se você quiser, eu vou embora – Luke nem percebeu, mas estava falando Português.


— O quê?


— Ah, nada.


— Que língua você estava falando.


— Inglês, ué.


— Não, você não falou inglês… o que você falou?


— Você não acha que está falando de mais, para quem acabou de se recuperar de um ataque de fada mordente?


— Ah! Então foi isso que… – mas Lílian foi interrompida, alguém entrou gritando.


— Lílian! Lílian! Você está bem? Abaffiato!– era Tiago, o apanhador da Grifinória, que entrou lançando um Feitiço silenciador no escritório de Madame Pomfrey.


— Fui atacada, Tiago, por uma fada mordente!


— Quem a lançou contra você? Foi você, né? – disse sacando a varinha e apontando-a para Luke.


— Eu não fiz nada!


— Ele me trouxe para cá, Tiago! Deixe de ser retardado! – defendeu-o Lilian – Vá embora! Deixe-me descansar.


— Por que ele pode ficar aqui? – perguntou Tiago.


— Porque ele não está gritando, está? – respondeu Lílian.


— Eu não vou embora, não! – gritou Tiago, ainda mais alto.


— Ah vai! Impedimenta! – gritou Luke e Tiago parou, estático. – Expulso! – Tiago foi empurrado para longe e saiu pela porta.


— Você desfez o feitiço? – perguntou Lílian.


— Ele não vai durar muito tempo. – a porta se abriu de novo e Luke já apontou a varinha, mas não era Tiago.


— Tudo bem, tudo bem. Oi, Sev!


— Lily, o que houve?


Enquanto eles conversavam, Luke se sentou numa cadeira. “Nossa! Eu ataquei Tiago, Tiago Potter.”


— E quem é esse? – perguntou Snape, foi quando Luke parou de pensar.


— Luke, Luke Burgage. Prazer. – respondeu Luke, estendendo a mão.


— Severo, Severo Snape. Prazer, também. – respondeu o garoto, apertando a mão de Luke. – Foi você que deixou Tiago daquele jeito?


— Sim. Bom, Lily, tenho que ir, minha aula de Poções é agora, depois venho aqui, na hora do almoço. Tchau.


E saiu pela porta. Pensando “Fiz dois amigos, de uma vez só. Nossa! Realmente, nossa!”

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