Acordo

Ao contrário do dia anterior, Hermione acordou bem tarde no domingo. Havia ficado acordada até tarde a noite pensando em tudo que tinha acontecido.

Por sorte, tinha conseguido contar a verdade para o seu pai e ele tinha aceitado tudo muito bem. O único problema é que teria de casar com o Harry e essa era a maior das suas preocupações no momento.

O senhor Granger estava lendo o jornal na sala e no momento em que ouviu o barulho de passos na escada, se virou e viu a garota descendo.

- Olá, minha filha! - ele sorriu para a menina – Não sabia que horas você iria acordar, mas eu deixei o seu café da manhã em cima da mesa da cozinha.

- Obrigada, pai! - cruzou os braços – Mas eu não estou com fome agora, eu vou direto para o almoço.

- De maneira nenhuma, você não vai pular nenhuma refeição – avisou – Isso pode fazer mal para o bebê.

A morena revirou os olhos. Agora não tinha só Halley falando o que podia ou não podia fazer, mas também tinha seu pai e a senhora Potter.

- Tudo bem! - acabou concordando, por fim – Eu vou até lá.

Quando chegou a cozinha, encontrou um prato com uma pilha de panquecas em cima e junto com um pote de calda.

- É muita coisa! - voltou para a sala reclamando – Eu não vou comer todas aquelas panquecas.

- Você precisa se alimentar muito bem, Hermione – continuou – Está comendo por dois agora, não se esqueça disso.

- E também voltou estar enorme de gorda daqui a pouco – revirou os olhos – Ainda não estou nem com um mês de gravidez, imagina quando eu estiver com 9.

- Não se preocupe com isso agora minha filha – garantiu – Tenho certeza de que você vai recuperar o seu peso bem rápido.

Com muito custo, Hermione acabou voltando para a cozinha. Só conseguiu comer três panquecas e também tomou um copo de suco de laranja.

- O café da manhã estava mesmo uma delícia – comentou se sentando ao lado do homem – Muito obrigada, pai.

-Eu tenho que aproveitar enquanto ainda posso te mimar! - a puxou para mais perto de si e começou a passar as mãos nos cabelos dela – Ainda tenho nove meses para isso, não é mesmo?

- Deixa de bobagem pai, você ainda vai poder continuar a me mimar! - não pode deixar de sorrir – Mesmo depois que o bebê nascer, vou continuar a ser a sua garotinha.

- Você está dizendo isso agora! - avisou – Mas quando essa criança nascer, você só vai ter olhos para ela.

Ela estava com a mão sob a barriga. Tinha certeza de que o bebê mudaria mesmo tudo na sua vida quando nascessem, afinal, ele já está mudando.

- Foi assim com a sua mãe! - ele continuou – Logo depois que você nasceu, ela passava horas tomando conta de você. Seu deixasse, ela ficaria ao seu lado no berço para vigiar todas as suas respirações.

- Dizem que toda a mãe faz isso com o primeiro filho! - a morena comentou – Espero que eu não seja tão paranoica.

- Tenho certeza de que você vai ser uma excelente mãe! - garantiu – Você sempre se engaja muito em tudo que faz.

- A maioria das garotas querem seguir os exemplos das mãe quando vão criar os seus filhos – suspirou pesadamente e ficou encarando o teto – Mas eu não, quero ser para o meu filho o mesmo que você foi para mim todos esses anos.

- Sua mãe também é uma boa mãe! - lembrou – Com você, durante o tempo em que vocês moravam juntas e também com o seu irmãozinho.

- Se fosse assim ela não teria me abandonado! - completou, já estava sentindo algumas lágrimas se formando no canto do seu olho.

- Ela te ama muito! - o homem deu um beijo no topo da cabeça da filha – Pode não demonstrar muito, mas eu tenho certeza.

Hermione ficou quieta. Sempre foi muito duro falar sobre sua mãe e todos esses anos em que ela esteve ausente na sua vida, por isso quase não falava a respeito disso.

- Pai! - ela disse depois de algum tempo – Como foi que minha mãe te contou que ela estava grávida de mim?

- Eu ainda me lembro como se fosse hoje! - a garota se levantou para poder olhá-lo melhor – Já estávamos casados há dois anos e tentávamos ter um bebê há um. Por duas vezes, sua mãe achou que estivesse grávida, mas era só alarme falso, começamos a achar que teríamos que fazer algum tipo de tratamento.

- Ainda não consigo entender – o interrompeu – Como é que algumas pessoas demoram tanto para engravidar e outras fazem isso com a maior facilidade.

- Acho que deve ser uma questão biológica – sugeriu – Não precisa ficar pensando nisso, nem se sentir culpada por ter engravidado com 17 anos quando outras mulheres não podem ter filhos.

- Mas é meio impossível de não pensar nisso! - deu de ombros.

- De qualquer maneira! - mudou de assunto – Quando eu cheguei em casa, sua mãe disse que tinha feito reserva no restaurante em que tivemos o nosso primeiro encontro.

- Que romântico! - ela não pode deixar de sorrir nesse momento.

- Na hora em que sentamos na nossa mesa e pedimos a nossa bebida, colocaram um prato coberto na minha frente – segurou a mão da filha – Eu achei muito estranho, mas foi então que vi que dentro tinham dois sapatinhos: um rosa e outro azul. A sua mãe disse que colocou os dois, pois ainda não sabia se era menino ou menina, quase não consegui acreditar de tanta felicidade.

Hermione continuava a sorrir. Ás vezes era muito difícil de acreditar em como os seus pais foram felizes no inicio do casamento, foi triste terem se divorciado poucos anos depois.

- O dia em que você nasceu foi o mais importante das nossas vidas – continuou – Não importa o que aconteceu com o nosso casamento depois, você, fez tudo valer a pena.

O senhor Granger viu que a filha tinha um olhar preocupado em direção a um ponto fixo na parede.

- Eu já sei o que você está pensando, minha filha – começou – Em como você vai contar para a sua mãe, não é mesmo?

- É! - admitiu – Sei que tive medo de você ficar decepcionado comigo e estava enganada, mas não posso deixar de pensar a mesma coisa com a minha mãe.

- Ela não está aqui, então acho que você pode esperar mais um pouco para ela – disse por fim – Sobre o casamento vou ter que falar. O problema é que ela vai ficar desconfiada, mas podemos enrolá-la um pouco.

- Esse casamento! - suspirou pesadamente.

- Sei que não era isso que você e o Harry estavam querendo – o homem comentou – Mas acredite, vai ser o melhor para o bebê.

- Tenho certeza de que você e o senhor e a senhora Potter só tiveram boa intenção – se afastou um pouco – Mas não acho que esse seja o melhor, nem para nos nem para o bebê.

- O melhor para uma criança é ter o pai e a mãe por perto – lembrou – Acho que você vai concordar comigo a respeito disso.

- Mas precisam, necessariamente estar casados – ficou em pé – Ainda mais quando os dois se odeiam, não é o melhor ambiente para uma criança crescer.

- O Harry não te odeia, minha querida – garantiu – Imagino que as coisas entre vocês não estejam boas depois da gravidez, mas logo vai voltar ao normal.

A morena, simplesmente, deu de ombros, não precisou falar nada, o homem já entendeu o que estava acontecendo.

- Então quer dizer que você e o Harry nunca estiveram juntos? - ela balançou a cabeça afirmativamente.

- A gente só ficou juntos uma noite, e no dia seguinte ele estava me ignorando – explicou sem conseguir encarar o pai nesse momento – Sei que sou uma grande idiota por ter acreditado em tudo que ele me disse, na verdade só queria me levar para cama.

- Um filho une duas pessoas, querendo ou não – continuou a falar – Não estou dizendo que vocês podem ficar juntos um dia, mas podem ser amigos e criar essa criança juntos.

- Ele nem queria esse filho! - revirou os olhos – Só vai assumir o bebê por que os pais estão obrigando. Por favor, não nos façam casar.

- O Harry só está confuso, vocês só tem 17 anos e já tem uma responsabilidade dessas nas mãos – explicou – Com o passar do tempo isso vai mudar e depois que ele nascer, você vai ver como vai ser o pai mais coruja do mundo.

- Será mesmo? - perguntou, pelo jeito como Harry falou na sexta-feira, parecia impossível que ele pudesse ser um bom pai.

- Claro que sim! - garantiu – É só dar tempo ao tempo.

- E quanto ao casamento? - quis saber – Sei que ele não quer tanto quanto eu.

- Por mim, vocês não precisam se casar, mas acho que James e Lilian não vou abrir mão – falou calmamente – Façam isso para agradá-los e tentem entrar em um acordo sobre o que fazer depois que o bebê nascer.

- É uma boa ideia! - concordou enquanto caminhava em direção a escada – Eu preciso dar uma saída, mas eu não demoro.

Foi ao seu quarto e trocou de roupa rapidamente, também pegou a bolsa e a chave do carro. Dirigiu em direção ao outro lado da cidade, onde ficava a casa dos Potters.

Tocou a campainha e não demorou muito até Lilian Potter abrir a porta e dar um enorme sorriso quando viu a garota.

- Olá Hermione, querida – disse – Você está bem? Está sentindo alguma coisa? Enjoo? Tontura? Algum desejo?

- Eu estou bem, senhora Potter! - respondeu sem conseguir deixar de sorrir – Ou melhor, nós estamos bem.

- Então entre! - abriu espaço para a outra passar pela porta – Eu, James e Halley estamos lá na piscina.

- Na verdade, eu vim aqui falar com o Harry! - disse, um pouco tímida – Ele está em casa?

- Está sim! - concordou com a cabeça – Está lá em cima conversando com o Rony, mas eles já vão descer.

- Certo! - falou – Eu posso esperar bem aqui.

- Você pode subir, minha querida – garantiu – Você e Harry vão ter um filho juntos, não precisa ficar com cerimônia.

- Eu vou até lá então! - subiu as escadas rapidamente antes que a mulher pudesse ver seu rosto totalmente vermelho de vergonha.

Enquanto isso, Harry estava contando para o amigo tudo que tinha acontecido e por que ele estava agindo tão estranhamente nos últimos dias.

- Quer que a Granger está grávida? - Harry colocou a mão no queixo, pensativo – É cara, você está mesmo ferrado.

- E o pior é que os meus pais estão em obrigando a trabalhar para sustentar o bebê – suspirou pesadamente – E ainda querem que a gente se case.

- Já pensou em conversar com a Granger? - sugeriu – Quero dizer, ela não deve querer se casar tanto quanto você, podem tentar convencer os seus pais que essa não é a melhor opção.

- A Granger não quer olhar para a minha cara desde que eu sugeri que ela abortasse – lembrou – Além do mais, somos menores de idade, eles podem nos obrigar.

- É cara! - o ruivo deu um tapa de leve nas costas do amigo – Pelo jeito você se meteu em uma bela encrenca.

- Obrigado, Rony! - o olhou atravessado – É sempre bom saber que você está me apoiando.

- E o que você vai fazer a respeito da Lilá? - quis saber – Quero dizer, por mais que ela seja grudenta, pensei que vocês dois estivessem indo bem.

- Vou tentar esconder esse casamento o máximo que eu conseguir – explicou – Só que quando a barriga dela começar a aparecer , então não tem mais jeito.

- Então acho que é melhor você aproveitar o pouco tempo que você ainda tem com a Lilá – não pode deixar de dar um pequeno sorriso – Nem adianta você fazer muitos planos.

- Foi então que alguém bateu na porta do quarto. Harry imaginou que fosse sua mãe o chamando para eles irem até a piscina.

- Pode entrar – avisou.

Para a sua grande surpresa, não era sua mãe quem estava e sim Hermione Granger.

- O que você está fazendo aqui? - foi perguntando no momento em que a viu para no corredor.

- Eu precisava falar com você! - respondeu antes de dirigir o seu olhar para dentro do quarto – Você se importa de nos deixar sozinhos, Weasley?

- Claro que eu não me importo, vou indo para a piscina – se levantou – Se você não aparecer em dez minutos eu chamo a polícia – sussurrou para Harry que apenas revirou os olhos.

No momento que o ruivo saiu, fechou a porta do quarto. Agora os dois estavam ali, sozinhos.

- Pode começar a falar! - o garoto disse – Como você pode ver, eu não tenho o dia todo para a ficar aqui.

- Eu queria falar com você sobre a conversa dos nossos pais ontem! - começou – E sobre eles querem que a gente se case.

- O que você quer falar sobre isso? - ficou interessado naquela conversa, quem sabe ela tenha pensando em uma boa ideia para escaparem daquilo.

- Já que, pelo jeito, não vamos conseguir escapar! - revirou os olhos – Tenho um acordo para fazer com você.

- E que tipo de acordo seria esse? - quis saber.

- Nós nos casamos, como os nossos pais estão querendo – explicou – Então o bebê nasce e você dá o seu nome para ele, da mesma maneira que já tínhamos combinando antes.

Ele apenas balançou a cabeça afirmativamente concordando com tudo que a garota estava falando.

- Depois que terminamos a escola, nos iremos para a faculdade, em lugares diferentes – deu de ombros – Então eu cuido do meu filho e te deixo em paz.

- Só isso? - achou que aquilo fácil de mais, não achou que a garota fosse deixá-lo fugir das suas responsabilidades – Só vamos precisar ficar “juntos” até a formatura.

- Exatamente! - concordou com a cabeça – Depois disso eu sumo da sua vida e você nunca mais vai precisar me ver.

- Mas e o bebê? - não sabia muito por que estava perguntando isso, ele não queria esse filho mesmo – Quero dizer, ele vai ter o meu nome, pensei que fosse querer nos víssemos regularmente.

- Pensei que você não quisesse ter um filho agora! - comentou – Só estava te facilitando as coisas.

- Eu realmente não queria! - respondeu – Só achei que você não iria querer criar um filho sem o pai, para que ele não te fizesse perguntas depois.

- Não precisa se preocupar quanto a isso! - garantiu – Quando ele perguntar a respeito do pai, eu digo que o pai o amou muito desde o momento em que soube da sua existência, mas que por um acaso do destino não pode mais estar junto conosco.

- Você vai ter mesmo coragem de mentir dessa maneira? - cruzou os braços e a encarou seriamente.

- Vou fazer isso para protegê-lo – disse – É muito melhor que contar toda a verdade, você não acha?

- Tem razão! - concordou com a cabeça, estava começando a se sentir um monstro, mas o que poderia fazer, não queria uma responsabilidade daquelas aos 17 anos – Você e a mãe e sabe o que é melhor.

- Perfeito! - foi caminhando em direção a porta – Então, apenas faça o seu papel de futuro pai preocupado na frente das nossas famílias e esteja ao meu lado segurando a minha mão na hora do parto, daqui há alguns meses o seu pesadelo termina e você pode voltar para a sua vidinha de antes.

- Espera, Mione! - ela já estava com a mão na maçaneta e isso a fez parar imediatamente.

- Do que foi que você chamou? - a única vez que o garoto a chamou assim foi naquela fatídica noite em que ficaram juntos, quando ela engravidou.

- Eu te chamei de Mione! - respondeu – Minha irmã sempre te chama assim, pensei que não fosse ter problema.

Na mesma hora teve vontade de dizer que só seus amigos a chamavam assim e ele não tinha o direito de usar o seu apelido. Mas não estava com vontade de ter uma nova discussão com moreno.

- Claro que você pode me chamar assim! - foi o que acabou dizendo e deu um pequeno sorriso – Mas, o que você queria me dizer?

- E o que você vai fazer a respeito da minha família? - perguntou – Não acredito que a minha mãe vá querer ficar longe do neto e nunca vai concordar com o nosso acordo.

- Eles não precisam saber disso! - deu de ombros – E é claro que seus pais e a Halley vão poder ver o bebê, não seria tão má em afastá-lo deles.

- Certo! - colocou a mão no ombro dela – Acho que isso, muito obrigada por vir conversar comigo.

- Tudo bem! - disse – Fico feliz em termos chegado a um acordo.

Então Harry fez uma coisa surpreendente, deu um beijo no rosto da morena há poucos centímetros de sua boca. Ela o ficou encarando, espantada, por alguns segundos e também começou a sentir seu rosto esquentar.

- Eu já estou indo! - abriu a porta – Tchau, Harry.

Ela desceu a escadas e o garoto foi junto. Quando chegaram a sala encontraram Halley parada no pé da escada.

- Oi Mione! - a abraçou – Quando Rony disse que você estava aqui e estava conversando com o meu irmão eu quase não acreditei.

- Eu já estou indo lá para fora! - o moreno avisou – Tenho certeza de que não vou gostar desse papo de mulher.

Halley esperou até que ele saísse pela porta que dava acesso ao quintal antes de virasse para a amiga.

- Sobre o que vocês dois estavam conversando? - quis saber imediatamente.

- Nada demais! - deu de ombros – Apenas algumas coisas a respeito do bebê e sobre o casamento.

- Ainda não consigo acreditar que vocês vão ter que se casar – comentou – Simplesmente não era uma das reações que eu imaginava.

- Nem eu! - concordou – Mas agora não tem mais jeito, só nos resta esperar e ver no que isso vai dar.

Nesse momento Lilian Potter entrou na sala e as duas pararam imediatamente de falar.

- Ai está você, Hermione! - disse – Você vai ficar conosco? Vamos comer hambúrgueres. Especialidade do James, foi assim que ele me conquistou.

- Eu adoraria ficar, senhora Potter, mas não posso – explicou – O meu pai está me esperando em casa.

- Tudo bem! - deu um pequeno sorriso – Mas você vai ter que vir um dia almoçar ou jantar conosco, e trazer o seu pai também.

- Pode ter certeza de que eu venho! - concordou – Agora eu tenho que ir mesmo. Halley, te vejo amanhã no colégio.

Ela foi para o lado de fora da casa e depois foi para o seu carro. Agora estava bem mais aliviada depois que conseguiu resolver tudo com Harry.

***
N/A: ta ai gnt,
o q vocês acharam do acordo que o Harry a Mione fizeram? Será que vai dar certo?
Pensei em colocar um beijo entre os dois, mas eu tenho planos para um beijo entre eles para outro momento da história.

Já vou avisando que eu to tendo uma semana super enrolada. É o meu último semestre da facul, eu não tenho Monografia nem TCC, mas eu tenho estagio e as minhas aulas começam nesse sabado e eu ainda tenho q preparar o plano de aula, por isso, eu não vou conseguir postar no sábado.
Por favor, tenham paciencia.

Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.