Isobel

Hermione nem conseguiu se concentrar nas suas aulas de terça-feira, teria sua primeira consulta com o obstetra naquela tarde e mal podia esperar por isso. Provavelmente iria ver o seu bebê pela primeira vez na ultrassonografia, mesmo sabendo que ele ainda é bem pequeno e não parecia de um pequeno borrão na tela, ainda estava se sentindo ansiosa.

Na hora do almoço, ela e Halley estavam sentadas em uma mesa do lado de fora do prédio do colégio e comiam o seus sanduíches.

- Mamãe me disse que a doutora Shane é uma das melhores obstetras que ela já conheceu – a garota comentou de repente – Ela também falou que se fosse ter outro filho faria todo o acompanhamento todo com ela, o consultório dela está sempre cheio.

- Sua mãe também me disse que a doutora Shane já atendeu algumas grávidas com a mesma idade que eu, até mais novas – lembrou – E pode conversar comigo sobre tudo que estou sentindo nesse momento.

- Isso vai ser bem legal! - concordou com a cabeça – Talvez seja bom você conversar com mais alguém que não seja eu ou a minha mãe.

- Vai ser bom mesmo! - deu um fraco sorriso – Já tenho milhares de perguntas para fazer a ela.

As duas voltaram a comer em silêncio. Ninguém falou mais nada pelos cinco minutos seguintes.

- Sabe, Mione! - Halley começou a dizer – Se você quiser eu posso ir a consulta com você, tenho aula de piano depois da aula, mas posso faltar.

- Não precisa! - garantiu – Eu posso muito bem ir sozinha, acho que assim eu vou me sentir mais a vontade.

- Tudo bem! - deu de ombros – Mas saiba que não seria trabalho nenhum ir junto com você, afinal é o meu sobrinho e me preocupo com ele.

- Sei disso, Halley! - deu um fraco sorriso.

Nesse momento o sinal dando inicio as aulas da tarde tocou e os alunos começaram a caminhar para dentro do prédio. Quando entraram na sala de aula, a morena percebeu que Harry não tirou os olhos dela no momento em que passou pela porta até sentar em sua cadeira, mas preferiu ignorar isso e fingiu que o garoto nem estava lá.

Foram duas aulas bem tranquilas da hora da professora McGonagal, de biologia, e, finalmente, chegou a hora de irem embora para suas casas.

- O meu motorista já está ai! - Halley apontou para o portão do colégio – Você tem certeza de que quer ir sozinha mesmo?

- Tenho sim! - falou – Pode ir para a sua aula sossegada que nós vamos ficar muito bem.

- Tudo bem! - encarou o chão rapidamente – Acho que seria a função do meu irmão ir junto com você, não é mesmo?

- Até parece que ele iria querer ir ao médico junto comigo! - revirou os olhos – Ele deve ter coisas mais interessantes para fazer hoje.

- Mas essa é a função do pai do bebê – lembrou – Ele teria que está ao seu lado em todos os momentos, ou, pelo menos, os meus pais vão obrigá-lo a isso.

- Acho que eu ficaria bem feliz dele me acompanhar se fosse o seu desejo! - admitiu – Mas sei muito bem que ele não se importa comigo ou com o esse bebê. Seus pais já o estão obrigando a muita coisa, não vou forçá-lo a mais nada.

- Bom, eu tenho que ir! - abraçou a amiga – Assim que você sair do médico, me liga para contar como foi e também quero ver a primeira “foto” do bebê.

- Pode ter certeza de que eu vou te mostrar! - colocou a mão no ombro da outra garota.

Viu Halley caminhando até onde seu motorista estava então foi caminhando em direção ao outro lado, onde ficava o estacionamento dos alunos.

- Hermione! - já estava quase chegando ao seu carro quando ouvi alguém chamá-la, virou-se e encontrou Harry.

- Oi! - disse tentando parecer indiferente – O que é que você está fazendo aqui? Pensei que tivesse treino agora.

- É que eu tinha uma coisa para te entregar – só agora ela notou a caixinha na mão do garoto – Minha mãe comprou uma coisa para o bebê, disse que queria ser a primeira dar um presente ao neto. E disse que era para eu te entregar.

Ela pegou o objeto e o abriu, tinha um pequeno sapatinho vermelho dentro. Não pode deixar de dar um sorriso bobo.

- Obrigada! - disse, por fim – Diz para a sua mãe que eu adorei, vai ser mesmo a primeira coisa dele, ainda não tive tempo de comprar nada. Na verdade, eu nem sei muito bem o que comprar.

- Ela disse que da sorte para a criança sair com sapatinhos vermelhos de dentro da maternidade! - explicou – E como ainda não sabe se é menino ou menina mesmo, é uma cor neutra.

Ela fechou a caixa novamente e ficou encarando aquela tampa branca. Tinha total noção de que o moreno continuava parado bem na sua frente.

- Minha mãe disse que você está indo para o obstetra agora pela primeira vez! - continuou – Isso é verdade?

- É sim! - balançou a cabeça afirmativamente – Sua mãe conseguiu marcar uma consulta para mim ontem e já me ligou a avisando.

- E vai querer companhia? - a pergunta pegou Hermione totalmente de surpresa – Eu poderia ir junto com você.

- Mas hoje é Terça-feira, você não perde o seu treino de futebol por nada desse mundo – de repente, ela tinha entendido tudo – Seus pais te obrigaram a ir junto comigo, não é mesmo?

- Na verdade, eles não disseram nada, diretamente, mas acho que ficariam felizes com isso – deu de ombros – E também acredito que ir juntos nas suas consultas deve estar incluindo na minha função de pai preocupado do nosso trato.

Ela realmente não tinha pensando pensado nisso, eles tinha aquele trato, mas também nunca pensou que ele fosse pedir para ir junto à obstetra. Abriu e fechou a boca várias vezes pensando em uma resposta.

- Harry! - viraram-se encontraram Lilá Brown correndo na direção de onde estavam – Estive te procurando por todo o colégio, finalmente eu te achei.

Foi nesse momento que notou a presença de Hermione e não tinha ficado muito feliz com isso.

- Oi Granger! - deu um fraco sorriso – Nunca imaginei que fosse encontrar vocês dois aqui, juntos.

- É que pedi para ela entregar uma coisa para a minha irmã! - mentiu – Era para eu ter entregue antes, mas esqueci, e quando fui ver ela já tinha ido embora.

- Isso mesmo! - a morena acabou concordando – Pode deixar que eu vou entregar para a Halley quando a encontrar depois da aula de piano.

- Então já podemos ir! -a loira começou a puxar o braço do namorado – Todos estão te esperando para o treino e nós vamos mostrar a nova coreografia da torcida para vocês.

Os dois caminharam de volta para o colégio e Hermione não pode deixar de suspirar aliviada. Já estava quase dizendo para o moreno que ele podia ir junto com a ela ao médico e agora não iria mas precisar sentir que o estava obrigando a fazer isso.

Assim que chegou ao hospital foi até a recepção e a secretária pediu para que ela esperasse em um banco bem enfrente ao escritório da médica.

Pegou a caixa que estava dentro a sua mochila e olhou mais um vez o sapatinho, o primeiro presente do seu bebê. Aquilo era mesmo muito fofo, nunca iria esquecer.

- Oi, Hermione! - quando olhou para frente encontrou a Lilian Potter com um enorme sorriso no rosto – Imaginei que você já deveria estar mesmo aqui.

- Olá senhora Potter! - retribuiu o sorriso – Estou aqui esperando a doutora Shane me atender.

- Vou ficar aqui esperando com você! - sentou-se ao lado da garota – Meu próximo paciente desmarcou, estou com o horário livre.

- Certo! - concordou com a cabeça – Aliais, eu queria te agradecer pelos sapatinhos, são mesmo lindos.

- Sapatinhos? - pareceu um pouco confusa – De que sapatinhos você está falando, Hermione?

- Dos sapatinhos vermelhos que a senhora comprou para o bebê! - mostrou a caixinha para ela – O Harry me entregou no final da aula, obrigada mesmo.

A mulher ficou olhando para aquele objeto enquanto se lembrava da conversa que teve com o filho no último fim de semana.

 

*Flash Back*

Lilian passou pela porta do quarto do filho e o encontrou sentado em frente do computador.

- Oi meu filho! - disse – O jantar já vai ser servido daqui há cinco minutos, então você já pode descer.

- Tudo bem! - concordou com a cabeça – Só estou terminando de fazer uma pesquisa para a aula de biologia.

Viu que ele estava com a internet aberta em um site que falava sobre gravidez e não pode deixar de sorrir, ele parecia bem interessado no assunto.

- Tudo bem! - concordou com a cabeça – Vou avisar para a sua irmã e depois vou lá para baixo.

- Mãe! - o ouviu falando fazendo com que parasse na mesma hora antes de se virar para ele novamente – Só queria te perguntar mais uma coisa.

- Pode perguntar, meu filho! - avisou.

- O que eu posso comprar de presente para uma garota que vai ter um bebê? - perguntou – Sendo que ela nem sabe ainda o sexo.

- Você pode comprar uma roupinha de cor neutra: branco ou amarelo – respondeu –Pode ser azul também, fica legal uma menina com essa cor.

- Está bem então! - concordou com a cabeça.

- Acho muito legal você querer comprar alguma coisa para o seu filho! - resolveu ser totalmente direta – Isso significa que você se importa.

- Foi só uma coisa que eu pensei que seria legal! - deu de ombros – O bebê já está a caminho mesmo, então é bom ajudar a Hermione com as coisas dele.

- Tenho uma ideia então! - colocou a mão na cabeça como se tivesse lembrado de algo agora – Por que você não compra um sapatinho vermelho?

- Sapatinho vermelho! - colocou a mão sob o queixo – Não sabia que que vermelho poderia ser uma cor neutra.

- Dizem que dá sorte para o bebê sair da maternidade com um sapatinho vermelho – explicou – É um dos primeira presentes que a mãe ganha quando sabe que está grávida.

- Vou ver se encontro um sapatinho vermelho então – completou.

*Fim do Flash Back*

 

- Ah! Claro! - a mulher disse, por fim – Fico feliz que você tenha gostado do presentinho que comprei para o meu neto.

Isso era mesmo típico do seu filho, fazer a coisa certa e depois não querer admitir. Então não seria ela que iria “desmascará-lo”.

Nesse momento a porta do escritório abriu uma mulher de branco saiu com uma prancheta na mão.

- Olá Lilian! - ela cumprimentou a outra mulher antes de olhar para morena – Imagino que essa seja a sua futura nora.

- É ela mesma – concordou.

- Sou Hermione Granger! - esticou a mão na direção a médica – É um prazer conhecê-la, doutora Shane.

- Vamos entrar então! - indicou a porta para ela – Temos muita coisa para conversar.

A garota se sentou em uma das cadeiras e a doutora Shane sentou nem na sua frente.

- E então, Hermione! - começou a falar enquanto digitava alguma coisa no seu computador – De quantos meses você está?

- Com um mês! - respondeu – E mais uma semana, se eu não me engano.

- Perfeito! - comentou – Você está começando o tratamento na hora certa. Como você é muito nova, isso pode ser um risco, mas com o acompanhamento médico, tenho certeza de que vai ficar tudo bem com você e com o bebê.

- Isso é tudo o que eu mais quero! - deu um fraco sorriso a passou a mão na barriga rapidamente.

- A principio eu vou fazer algumas perguntas que costumo fazer com garotas da sua idade – a encarou calmamente – Como foi que você se sentiu quando soube que estava grávida?

- A principio fiquei um pouco preocupada e pensando que a minha vida acabou – já sabia todas essas respostas de cor, se lembrava daquele momento como se tivesse sido ontem – Mas depois eu fui me acostumando e tive total certeza de que queria ficar com o bebê.

- Essa séria a minha próxima pergunta mesmo! - completou – E, imagino, que você deve ter conversado com a sua mãe e com a doutora Potter.

- Somente com a senhora Potter, na verdade, a minha mãe ainda não sabe – ficou encarando o chão nesse momento – Mas consegui tirar grande parte das minhas duvidas.

- Isso é muito bom! - disse – Mas, se você tiver mais alguma pergunta ou alguma preocupação, não tenha medo de falar.

- Na verdade eu só estou preocupada com uma coisa! - disse – É que eu queria saber se dói muito?

- A dor da contração é sim muito forte! - respondeu – De qualquer maneira, a maioria das mulheres sobrevivem a esse momento.

A morena deu um fraco sorriso.

- Agora me diga mais uma coisa! - pediu – Fora você, o pai do bebê e as suas famílias, mas alguém sabe?

- Não! - disse – Sei que quando a barriga começar a aparecer vai ser inevitável, mas estou tentando evitar o máximo possível.

- Acho que, pelo menos os seus professores da escola vão ter que saber! - explicou – Afinal, podem ter vezes que você vai estar se sentindo indisposta e terá que ficar em casa, ou então vai precisar fazer algum exame.

- Tem razão! - acabou concordando, mas tinha de admitir que estava um pouco temerosa em começar a dar a notícia.

- Além disso! - continuou – Também vai ter que contar para a sua mãe, não acha isso? Sei que pode ser o momento mais difícil, mas é necessário.

- Minha mãe mora nos Estados Unidos junto com novo marido, quase não a vejo – falou – Não acho que seja o tipo de notícia que se dá por telefone.

- Acho que nós já conversamos bastante! - a mulher se levantou – Vamos começar a te examinar.

Hermione mediu a pressão sanguínea e fez alguns exames ginecológicos, estava tudo bem com ela. Em seguida, pediu que fosse trocar de roupa e deitasse na maca para fazer a primeira ultrassonografia.

Passou um gel pela barriga dela e começou a passar um aparelho. Logo, a imagem começou a aparecer no computador.

- Pronto! - apontou para a tela – Aqui está o seu bebê. Consegue ver alguma coisa ai?

A principio ela ia dizer que só via um grande borrão azul, mas logo conseguiu ver um pequeno pontinho branco. Não pode deixar de sentir os seus olhos cheio de lágrimas nesse momento.

- Ainda é tão pequeno! - conseguiu comentar.

- Ele tem, mais ou menos, o tamanho de uma azeitona! - explicou – Mas logo vai começar a crescer e a tomar a forma de um bebê.

- É incrível como uma coisa desse tamanho consegue causar um estrago tão grande na minha vida – completou.

- Toda dizem a mesma coisa! - começou a rir – Você quer ouvir o coração do bebê, não é mesmo?- apenas recebeu uma cabeça balançando afirmativamente em resposta.

No momento em que ouviu aquele coração batendo bem rápido a morena não conseguiu mais aguentar, já estava chorando abertamente.

Logo depois, as duas estavam de volta a mesa para que a mulher passar as últimas instruções.

- Aqui está a lista de alimentos que você deve dar preferencia e alguns que você deve evitar de qualquer maneira! - entregou o papel para a garota – E também vou te passar alguns exames para você me trazer quando voltar no próximo mês.

Terminou de escrever e entregou o outro papel para ela. Hermione deu uma rápida olhada, eram muitos exames, e o pior de tudo é que tinha muito medo de agulha.

- Acho que você já pode ir! - terminou – Só mais uma coisa, eu quero que você fraquente um grupo para mães adolescentes.

- Um grupo para mães adolescentes? - colocou a mão no queixo pensativa – Já ouvi falar disso em filmes, mas não sabia que existiam aqui na Inglaterra.

- Na verdade, existe um aqui mesmo no hospital e elas vão se reunir daqui a duas semanas, é só ligar nesse número para ter todas as informações – entregou o cartão – É bom você conhecer garotas na mesma situação que você, para trocar informações e saber que não está sozinha nisso tudo.

Por fim as duas se despediram. Hermione foi direto para casa, tinha sido um longo dia, tudo que queria fazer agora era dormir.

O restante da semana passou sem maiores novidades. Na sexta-feira o professor Snape deu uma notícia que deixou todos os alunos do último ano da Grifinória chocados, ele iria dar uma prova na segunda-feira e iria cobrar todo o conteúdo que eles tinham visto desde o início do ano letivo.

- Mas, professor, é muita coisa para estudarmos em apenas três dias! - Dino Thomas reclamou – Não poderia nos dar um prazo maior?

- Tenho certeza de que é tempo suficiente senhora Thomas! - garantiu – Tudo que o senhor precisa fazer é passar o dia em casa estudando e não na rua.

- Até parece que não temos nada melhor para fazer no nosso final de semana – Lilá comentou com Parvati Patil – Falando sério, os professores pensam que não temos vida social.

- Vocês tem sorte que estou dando tanto tempo para estudarem! - comentou depois de se sentar na sua mesa – Poderia ter checado aqui e, simplesmente, dito que teríamos prova e que vocês tinham até o final da aula para fazer.

- Mas o senhor nunca faria isso conosco, não é mesmo professor? - Rony pareceu um pouco temeroso nesse momento – Quero dizer, nós temos o direito de saber quando teremos prova.

- É obrigação dos alunos estudarem todos os dias, mesmo quando não tem prova, principalmente vocês que estão há um ano de entrarem na faculdade – lembrou – Se não avisasse quando seriam as provas, pelo menos eu iria garantir que estavam fazendo isso.

Foi nesse momento o sinal anunciando o fim da aula tocou. Os alunos fizeram menção em levantar de suas cadeiras, mas ao verem a cara ameaçadora do professor, mudaram de ideia na mesma hora.

- Acho que agora vocês podem ir! - não parecia muito feliz em dizer essas palavras – Vejo vocês na segunda-feira e, sinceramente, espero que as notas nessa turma sejam melhores que a da primeira prova.

Então eles puderam sair das salas. Hermione e Halley caminhavam juntas pelo corredor.

- Esse professor é, definitivamente, maluco – a morena comentou quando já estavam bem longe da vista do homem – Definitivamente quer que todos os alunos o odeiem.

- Ouvi dizer que os alunos da Sonserina gostam dele! - as duas reviraram os olhos – Bem que o meu pai disse que ele era esquisito desde a época da escola.

- Já até posso imaginar! - começou a rir antes mesmo de terminar de falar – O professor Snape sentado em um canto isolado brincando com um kit de química.

Halley começou a rir juntamente com ela. Essa era uma visão muito engraçada, principalmente pela ideia de como ele era quando tinha a idade deles.

- O que acha de irmos lá para minha casa estudar um pouco? - sugeriu – Não vai dar para ver tudo, mas pelo menos vamos dar uma boa adiantada.

- Gostei da ideia! - concordou – Mas eu preciso avisar ao meu irmão que vou com você. Ele ia me levar em casa antes de ir para o trabalho.

E nesse exato momento, o moreno estava passando ao lado delas juntamente com Rony.

- Que bom te encontrar aqui! - Halley impediu a passagem do irmão – Estou indo para a casa da Mione para começarmos a estudar. Por isso não precisa me levar em casa hoje.

- Certo! - concordou com a cabeça – Vocês que tem sorte. Vou ficar até o fim da tarde no escritório e só vou poder começar a estudar depois. Já prevejo que essa prova vai ser um desastre.

- Tenho certeza de que você vai se sair bem! - Hermione garantiu – Se você quiser eu posso estudar com você?

- Obrigado! - pareceu ligeiramente sem graça com a ajuda – Mas acho que eu posso estudar sozinho.

- Tudo bem então! - deu de ombros – Vamos embora, Halley, acho que ainda vou fazer um sanduíche para mim antes de começarmos a estudar.

Foram até onde estava o carro da morena e saíram em direção a casa dos Granger.

- Pelo jeito você e o meu irmão estão começando a se dar bem! - Halley comentou quando estavam na metade do caminho – Isso é muito bom.

- Nós vamos ter um bebê juntos e vamos ter que nos casar também – lembrou – Estou tetando fazer essa convivência ser a melhor possível.

- Isso vai ser mesmo o melhor para vocês dois e para o bebê – concordou – Espero que o Harry também saiba disso.

- Ele ainda parece um pouco confuso com tudo isso! - riu levemente – Mas fizemos um trato e tenho certeza de que ele vai concordar.

- Um trato? - olhou rapidamente para a amiga – Será que eu posso saber que tipo de trato vocês fizeram?

- Quem sabe um dia eu te conto! - deu de ombros a sorriu divertida.

Logo que as duas chegaram a casa, começaram a espalhar os livros e cadernos em cima da mesa da sala. Depois de fazerem um lanche, começaram a estudar.

Estavam tão distraídas com todas as formas e elementos químicos que não perceberam que já eram quase seis da tarde e já começava e escurecer.

- Meu deus! - a ruiva comentou – Acho que nós estudamos demais mesmo, nem vi as horas passando.

- Pelo menos adiantamos bastante coisa para a prova! - lembrou – Eu posso te levar em casa, assim você não precisar ligar para o seu motorista nem para o Harry.

- Está certo! - começou a fechar os livros – Só vou terminar de guardar as minhas coisas e já podemos ir.

Foi nesse momento que a campainha tocou. Eles se entreolharam rapidamente. Será que o pai de Hermione esqueceu a chave? Ele não costumava fazer isso.

- Vou atender! - a garota disse se levantando.

Ela abriu a porta a viu parada bem ali. Uma mulher de altura medina, cabelos castanhos e, levemente, cacheados e olhos também castanhos.

- Olá Hermione! - deu um grande sorriso – Faz muito tempo desde a última vez em que nos vimos.

- Mãe! - sua voz ligeiramente falha – O que é que você está fazendo aqui em Londres?

- Não posso mais vir visitar a minha filha mais velha sem ser criticada? - pareceu indignada – Foi uma longa viagem até aqui, estou cansada.

Hermione não conseguiu dizer mais nada, só ficou parada, em silêncio, encarando a mulher a sua frente.

- Tudo pronto, Mione! - a outra garota apareceu na porta – Já podemos ir para a minha casa.

Foi então que ela percebeu e presença de mais uma pessoa no local.

- Hay, essa é a minha mãe! - explicou, por fim – Essa é a Halley, minha melhor amiga, já devo ter te falado sobre ela em algum e-mail.

- É um prazer te conhecer, Halley – estendeu as mãos para a garota – Pode me chamar de Isobel.

- Nós já estamos indo, mãe, mas eu não devo demorar! - avisou, puxando Halley pelo braço – Pode ficar ai esperando, o meu pai já deve estar chegando.

- Tudo bem! - concordou com a cabeça.

Durante todo o caminho até a casa dos Potter, Hermione parecia ligeiramente transtornada, o que será que sua mãe queria? Ela nunca foi de aparecer assim de surpresa, sempre tinha um motivo por trás.

- Eu te convidaria para entrar! - a garota disse assim que pararam em frente ao portão – Mas imagino que você precisa conversar com a sua mãe.

- Preciso mesmo voltar para conversarmos! - ela suspirou pesadamente e encostou a cabeça no banco – Tenho a impressão de que vai ser uma longa noite.

- Boa sorte! - deu um sorriso para a amiga antes de entrar em casa.

Quando Halley abriu a porta da sala, encontrou sua mãe sentada no sofá lendo um livro. Parecia bem concentrada, mas assim que a viu virou-se e deu um enorme sorriso.

- Oi minha filha, foi a Hermione quem te trouxe? - ela balançou a cabeça afirmativamente em resposta – Por que não a convidou para entrar, ficaríamos muito felizes em tê-la como companhia no jantar.

- É que a mãe dela acabou de chegar dos EUA! - explicou sentando-se ao lado da mulher – Acho que ela vai contar sobre o bebê hoje.

- Entendo! Espero que de tudo certo! - completou – Sabe, acho que eu nunca ouvi a Hermione falando sobre a mãe dela.

- Ela, realmente não fala muito dela! - deu de ombros – Tem muita magoa de quando era pequena.

- Isso é de se esperar! - concordou – Afinal, os pais se separaram quando ela era bem pequena e ficou mudando da casa de um para o outro durante anos.

- Exatamente! - respondeu – E uma vez ela me disse que quando morava com a mãe ela ficava toda hora pedindo dinheiro para o senhor Granger e usando a Mione de chantagem. Depois ela arranjou um marido rico e se mudou deixando a única filha aqui.

- Coitada da Mione! - Lilian parecia totalmente chocada ao ouvir tudo aquilo – Nunca pensei que ela tivesse passado por tudo isso.

- É por isso que ela nem sente falta da mãe! - completou – Está bem melhor morando aqui com o pai.

- Esperamos que a mãe dela não queira usar o bebê agora! - lembrou – Não podemos deixar que ela faça nada com essa criança, temos que defendê-la.

- Pode contar comigo mãe, não vou deixar que nada de mal aconteça com o meu sobrinho – Halley garantiu – E tenho certeza de que o Harry também não vai deixar.

Enquanto isso Hermione estava chegando em casa. O carro do seu pai já estava na garagem, o que queria dizer que ele já sabia que tinham vistas em casa.

Quando ela entrou em casa encontrou os dois sentados no sofá e não pareciam estar nem um pouco felizes com isso.

- Finalmente você chegou minha filha! - a mulher se levantou – Fiquei pensando se você ia demorar muito.

- Disse que só ia deixar a minha amiga em casa e já voltava – lembrou – É que a casa dela fica um pouco longe daqui.

- Não acredito que você deixou essa mulher entrar aqui em casa? - o senhor Granger reclamou, falando sério, eles pareciam duas crianças.

- Eu ainda sou a mãe da Hermione! - lembrou – Tenho todo direito de vir visitá-la na casa dela.

- Mas poderia ter avisado antes! - sugeriu – Você tem ideia do susto que eu também quando cheguei aqui e dei de cara com a minha ex-esposa no sofá?

- Não sei! - colocou a mão no queixo pensativa – Mas deve ter sido a mesma surpresa que eu tive quando recebi um e-mail dizendo que a minha filha de 17 anos iria casa.

Ela finalmente tocou no assunto. Agora Hermione teria que contar toda verdade, era melhor ela mesma contar que a mãe iria ser avó.

- Não tive escolha tive que te avisa, como você mesma disse, ainda é a mãe dela! - o senhor Granger disse antes que a garota pudesse abrir a boca – Além disse eles vão precisar da sua autorização já que ainda são menores de idade.

- De maneira nenhuma vou autorizar uma coisa dessas! - respondeu na mesma hora – Eles ainda são jovens demais para casar.

Hermione tentou falar mais uma vez. Mas sua mãe já tinha se levantado e estava parada bem na sua frente.

- Não cometa um erro desses tão nova, minha filha! - passou a mão pelo rosto da morena – Você vai para a faculdade ano que vem e vai conhecer outros rapazes por quem pode se apaixonar e, então sim, se casar.

- E de preferencia com um cara mais rico, não é mesmo mãe? - cruzou os braços e se afastou alguns centímetros – Mas saiba que a família do meu futuro marido tem bastante dinheiro, mas não é por isso que estamos nos casando.

Esperou que Isobel falasse alguma coisa, mas ela permaneceu em silêncio para que a filha continuasse.

- E quer saber o real motivo desse casamento? - perguntou por fim – É por que nós vamos ter um bebê.

- Bebê? - ela finalmente conseguiu dizer – Você está grávida minha filha?

- Exatamente! - por incrível que pareça ela não estava se sentindo nervosa, estava bem calma – E não foi um golpe, nunca quis que isso acontecesse. Mas agora estou disposta a cuidar do meu filho e vou ser uma mãe bem melhor do que você foi.

- Achamos que isso seria melhor para eles e para o bebê! - o homem decidiu se intrometer na conversa – Os dois irão morar na casa dos pais do Harry depois do casamento, só não acertamos a data do casamento.

- Ainda bem que eu estou aqui, precisamos começar a preparar tudo, de preferencia antes que a barriga comece a crescer – lembrou – Ligue para eles e vamos marcar um almoço.

Depois de algum tempo, ficou decidido que os Potter iriam almoçar lá no dia seguinte. Perto do meio-dia eles já tinha chegado.

- Olá Hermione! - Lilian abraçou a futura nora – Ainda não tivemos tempo de conversar a respeito da sua consulta não é mesmo? Você gostou?

- Gostei muito, ela me deixou totalmente segura para o que eu vou encontrar nos próximos meses! - respondeu – Espere aqui que eu vou pegar a imagem da ultrassonografia.

- Pegue sim! - pareceu bem empolgada nesse momento – É claro que eu quero ver a primeira imagem do meu neto.

- Você nem me mostrou ainda, Mione! - Halley fingiu-se de indiguinada – Você sabe que eu também queria ver.

- Você pode ver agora! - avisou enquanto subia as escadas.

Voltou alguns minutos depois com uma pasta na mão. No momento em que a mulher pegou a imagem na mão, foi possível ver algumas lágrimas surgirem no canto dos seus olhos.

- Isso é incrível! - disse, por fim – Venha aqui ver também Harry, é o seu filho.

- Por que é que eu preciso ver isso! -reclamou, estava sentado no outro sofá ao lado do pai – Não vai dar para ver nada mesmo, ele ainda nem tem cara de bebê.

- A primeira ultrassonografia é muito importante na vida dos pais – virou-se, novamente, para a garota – Você também ouviu o coração dele não foi?

- Ouvi sim! - respondeu, ainda se lembrava perfeitamente daquele momento – Foi a coisa mais incrível da minha vida.

- Está vendo só – lembrou – Além disso, foi na minha primeira ultrassonografia que soube que teria gêmeos.

- Pelo menos a Mione já sabe que só vai ter um bebê! - a outra garota comentou – Quero dizer, sempre tinha a possibilidade, já que eu e o Harry somos gêmeos.

- Até que eu ficaria feliz em ter dois bebês! - a morena admitiu – Mas nas atuais circunstancias não seria uma boa ideia.

Foi nesse momento que a campainha tocou. Richard Granger foi atender a porta, mesmo já sabendo quem era.

- Olá, é muito bom conhecer vocês! - a mulher apertou a mão de todos os presentes – Eu sou Isobel, a mãe da Hermione.

- Olá, eu sou a Lilian, mãe do Harry! - a ruiva se apresentou – Aquele é o meu marido James e minha outra filha, Halley.

- Nós já nos conhecemos! - sorriu para ela – É muito bom vê-la novamente.

Então eles começaram a conversar a respeito do bebê e do casamento. Hermione detestava quando falavam a respeito dela, mas era justamente o que estavam fazendo.

No final decidiram que o casamento seria realizado na primeira semana de dezembro, a morena estaria entrando no terceiro mês de gestação e ainda seria possível esconder a barriga. Mas, antes disso, teria o jantar de “noivado” daqui a duas semanas na casa do noivo.

- Hermione, querida, será que eu posso conversar com você lá fora antes de irmos embora? - Lilian Potter pediu.

- Claro que sim! - se levantou do sofá pela primeira vez antes de todos chegarem – Vamos até lá fora.

As duas foram para o lado de fora da casa e ficaram se encarando por alguns segundos sem dizer absolutamente nada.

- Eu só queria te falar uma coisa! - disse, por fim – Halley me contou a respeito de toda a história da sua mãe.

- Isso não é algo que eu goste de espalhar! - deu de ombros – Não quero que as pessoas sintam pena de mim.

Começou a sentir os seus olhos ficarem úmidos. Sentiu um braço sob a sua cintura, a mulher tentava consolá-la

- Você não precisa ficar com vergonha, Hermione! - fez olhá-la nos olhos – Somos praticamente sua família agora.

Ela começou a chorar novamente.

- Esses hormônios estão acabando comigo! - enxugou as lágrimas que continuavam a cair dos seus olhos – Estou chorando por qualquer coisa.

- E como você é parte da família! - continuou – Vamos te proteger de qualquer coisa que a sua mãe possa fazer, para você e para o bebê.

- Obrigada senhora Potter! - respondeu – Por um momento fiquei com medo que vocês pudessem ficar contra mim por causa disso.

- Nunca faria isso! - garantiu – Soube que você era sincera desde a primeira vez em que te vi, quando tinha só 11 anos.

Então as duas voltaram para dentro da casa, onde os outros ainda estavam.

****
N/:
bom, gnt, depois de muito drama, aqui está o cap 10, desculpem pela demora, eu disse que postava no meio da semana, mas eu tive prova de italiano na quarta-feira e ainda tinha o estágio,
mas agora to aqui.


O que vocês acharam do presentinho que o Harry comprou para o baby? Fofo né? Pena que ele não contou para Mione que foi ele quem comprou.
E a consulta com o médico?
E a mãe da Mione, o q vcs acharam do retorno triunfal dela? Será que ela ainda vai aprontar alguma coisa?
Pelo menos a Lilian vai apoiar a Mione neh?

A respeito de colocar a fic em Hiatus, eu não vou mais fazer isso, mas só vou poder postar uma vez por semana agora, e os posts vão ser aos sábados, tudo bem?

É isso gnt,
comentem

OBS: no próximo capítulo vocês vão conhecer a Luna, ela vai ser um pouco diferente da personagem do livro e vai ajudar muito a Mione.

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