Dezessete anos

Hermione desceu as escadas de casa, estava a tudo escuro, foi até o interruptor, mas a lâmpada não acendeu, concluiu que a rua toda deveria estar sem luz.

Olhou em direção a sofá e viu que tinha um carrinho de bebê ao lado, achou isso muito estranho e decidiu de aproximar. Havia mesmo uma criança lá dentro, que a olhou diretamente com seus olhinhos extremamente verdes e começou a chorar mexendo inquietamente com seus bracinhos e perninhas.

Foi nesse momento que ela levantou totalmente assustada, passou a mão pela testa e viu que estava coberta de suor. Tudo parecia tão real, por que será que teve aquele sonho?

Um forte enjoo subiu pelo alto da sua garganta e a garota não teve tempo de mais nada, a não ser correr em direção ao banheiro. Vomitou todo o seu jantar da noite anterior.

- Essa não! - grudou a testa na parede fria do banheiro – Era só o que me faltava, acordar passando mal.

Caminhou em direção a pia, lavou o rosto e escovou os dentes. Em seguida, voltou para o seu quarto e foi trocar de roupa, não podia chegar atrasada na escola.

No momento em que foi fechar a saia do uniforme, percebeu que estava um pouco mas apertada do que o normal.

- Acho que engordei um pouco! - se olhou, rapidamente, no espelho – Tenho que parar de comer besteira.

Quando chegou a cozinha viu que seu pai ainda não tinha decido, então decidiu começar a preparar o seu café da manhã. Somente olhar para a caixa de cereal fez seu estômago se revirar novamente, então colocou o pão de forma na torradeira e esquentou a água para o chá.

Se sentou e começou a comer a sua torrada. Foi nesse momento que o senhor Granger entrou no local, deu um beijo no topo da cabeça da filha e sentou-se ao seu lado.

- Você nunca comeu tão pouco no café da manhã! - comentou observando o prato na frente dela – Não me diga que está de dieta?

- Até que eu deveria, estou muito gorda! - viu que o seu pai revirou os olhos como se dissesse: bobagem, minha filha, você está ótima – Mas na verdade, eu acordei passando mal hoje e achei melhor não comer nada muito pesado.

- Você acordou passando mal! - virou-se, preocupado, passando a mão pelo rosto dela – O que houve? Quer que eu te leve ao médico?

- Não precisa, agora eu estou bem! - na verdade já estava sentindo seu estômago revirar desde a última sexta-feira e também tinha certeza de que ainda não tinha acabado, mas não queria preocupá-lo – Deve ter sido só uma coisa que eu comi.

- O que não me surpreende! - continuou – Nunca te vi comer cinco pedaços de pizza como você fez ontem, normalmente você come só um, no máximo, dois.

- Eu não comi cinco pedaços de pizza ontem! - o corrigiu, não era possível que tivesse comido tanto sem nem perceber.

- Acredite em mim, Hermione, você comeu sim! - respondeu logo em seguida – Mas não se preocupe, não é isso que vai te fazer engordar. Precisa mesma se alimentar direito para poder aguentar todas aquelas horas de estudo.

- Acho eu estava mesmo com fome ontem! - deu um fraco sorriso – Mas hoje eu não consigo nem pensar em um pedaço de pizza – sentiu seu estômago revirar novamente, seria capaz de vomitar novamente se tivesse algo lá dentro.

- Se você quiser, não precisa ir para escola hoje! - continuou – Sua notas sempre foram excelentes, não tem problema faltar só um dia para ficar descansando.

- Tenho mantido o meu histórico escolar perfeito, sem uma falta sequer, desde que entrei na Hogwarts Academy! - lembrou – Não vou deixar que um enjoo atoa acabe com isso.

- Você que sabe! - deu de ombros – Eu já ia me esquecendo de te dar os parabéns. Afinal, não é todo dia que se faz 17 anos, não é mesmo.

- Mas já hoje? - foi quando ela olhou o calendário que ficava na parede, ao lado da porta, ele dizia: Terça-feira, 19 setembro de 2006. Deveria ser a primeira pessoa no mundo a esquecer o próprio aniversário.

- Eu me lembro quando você era pequena, ficava contando os dias para chegar ao seu aniversário – deu um fraco sorriso – E quando, finalmente, chegava o grande dia, você correndo me acordar pulando na cama.

- E quando eu te acordava ficava pedindo o meu presente - completou – Mas, você sempre dizia que só ia me dar o meu presente no jantar, que sempre tinha o meu prato favorito.

- E hoje não vai ser diferente! - disse calmamente – Com exceção do seu presente, é claro, esse eu vou te entregar agora.

- Pai, não precisava! - ficou encarando o tampo da mesa – Quero dizer, eu não tenho mais oito anos, não faço questão de ganhar presentes.

- Você tem parecido tão triste nessas últimas semanas que achei que isso poderia alegrá-la – Hermione suspirou pesadamente, não queria ser tão fraca e transparecer que ainda estava triste pelo que aconteceu entre ela e Harry, mas não tinha como evitar – Além do mais, pode ser útil para ir a escola hoje.

Ela pegou a caixinha cor-de-rosa e a abriu bem devagar. Dentro tinha um chaveira de pelúcia do Snoopy, seu personagem preferido de desenho animado.

- Obrigada, pai! - por mais que ela tenha dito que não queria presentes, não pode deixar de ficar decepcionada – É um chaveiro lindo e bem fofinho.

- Você achou mesmo que eu fosse te dar só esse chaveiro de aniversário – ele não pode deixar de rir – Esse é só um pedaço do presente, o resto está la fora.

- O que é? - ela pulou da cadeira e saiu correndo em direção a porta.

- Vamos até lá fora e você descobre! - colocou a mão nas costas da filha fazendo com que andasse em direção a porta da rua – Tenho certeza de que você vai gostar.

Foi então que ela viu seu presente de verdade. Era um carro pequeno, azul, de quatro portas e com um enorme laço vermelho em cima.

- Ai meu Deus! - foi tudo que ela conseguiu depois de alguns segundos boquiaberta apenas olhando o carro.

- Sabia que você ia gostar! - entregou a chave nas mãos da morena – E ele é todinho seu.

- É maravilhoso! - o abraçou com bastante – Simplesmente maravilhoso, obrigada, pai.

Hermione aprendeu a dirigir as quinze anos e tirou sua carteira aos dezesseis, como a maioria dos adolescentes de Londres. Às vezes pegava o carro do pai e dava algumas voltas, mas não tinha o seu. É claro que ela nunca reclamava, gostava de andar de ônibus para relaxar e pensar nas coisas, mas assim chegaria bem mais rápido na escola, isso não podia negar.

- Vou pegar as minhas coisas! - voltou correndo para dentro da cozinha, logo voltou com a mochila nas costas e o fichário na mão.

- Aproveite o dia, minha filha! - o senhor Granger agora estava com o enorme laço, que antes de estava no carro, na mão – A noite nós dois vamos jantar.

- Lasanha! - Hermione lembrou – O meu prato favorito, é claro.

- Nunca pensaria em fazer outra coisa! - deu um beijo no topo da cabeça dela – Boa aula!

Ela deu um sorriso e entrou no carro. Levou somente dez minutos para chegar ao colégio e ainda conseguiu uma vaga em frente ao prédio, bem ao lado do carro que sua melhor amiga saia naquele mesmo momento.

- Mione! - Halley disse assim que a viu sair de dentro do veiculo – Que carro lindo, você chegou mesmo arrasando.

- Presente do meu pai! - trancou a porta e passou a mão pela lataria do carro – Um grande presente de aniversário, não acha?

- Você realmente achou que esqueci que hoje é seu aniversário – a abraçou – É claro que não, Mione.

- Obrigada, Halley! - retribuiu o abraço – Você é mesmo uma grande amiga.

Hermione tinha total consciência do par de olhos verdes que a olhava desde o momento em que chegou, mas fingiu que não estava vendo.

- Depois de ver o presente que você ganhou do seu pai! - ela retirou um pequeno pacote de dentro do bolso da saia – O meu parece extremamente sem graça.

- Tenho certeza de que não é sem graça! - a corrigiu – E você sabe que eu não me importo com presentes grande e caros, o importante é a intenção.

A amiga entregou o pacote e ela abriu. Era um brinco de bijuteria com várias pedrinhas coloridas.

- Eu vi você babando por esse brinco semana passada quando estávamos lá no shopping final de semana passado – Halley lembrou – Então decidi comprar para você, espero que tenha gostado.

- É claro que adorei! - garantiu – Vou colocar agora mesmo, espera ai – retirou os brincos que estava usando e colocou os novos.

- Ficaram ótimos! - respondeu no mesmo momento em que o sinal de primeira aula tocou – Agora vamos para aula.

Elas seguiram em direção ao prédio, juntamente com o restante dos alunos da Hogwarts Academy.

As aulas da manhã transcorreram tranquilamente, quando os alunos perceberam já era a hora do almoço e todos correram para a lanchonete do colégio.

- Vamos almoçar lá fora! - Halley sugeriu depois que pegaram suas comidas – O dia está tão bonito, precisamos aproveitar os raios de sol.

- Por mim tanto faz! - a outra deu de ombros – Meu estômago ainda está revirado, não estou com fome mesmo.

- Mas você precisa comer! - a puxou pelo braço – Vamos até lá. Quem sabe olhar os passarinhos vai te animar.

Tudo bem! - revirou os olhos enquanto caminhava para o lado de fora do prédio junto com a amiga.

- Elas se sentaram em uma mesa que estava vazia. Só depois que perceberam que Rony estava setando bem na mesa do lado.

- Oi, Halleyzinha! - acenou para ela com um sorriso maroto nos lábios – Por que vocês não se sentam aqui?

- É claro que não! - a garota revirou os olhos – Tenho certeza de que você está esperando o meu querido irmãozinho chegar, não quero ficar na mesma mesa dele.

- Mas você já está falando com ele de novo! - lembrou – O Harry me disse isso, já tem duas semanas.

- Por que a mamãe e o papai me obrigaram! - revirou os olhos – Assim que chegaram ficaram sabendo que não estávamos nos falando e começaram o discurso de somos irmãos e não devemos brigar. Mas isso não significa que eu vá fingir que nada aconteceu e voltar a falar com o Harry longe deles.

- Tudo bem! - deu de ombros – Não está mais aqui quem falou.

- Ótimo! - virou-se para poder ficar de costas para o ruivo – Até que por que você também ajudou ele com essa aposta, nem deveria estar falando com você.

Ela suspirou pesadamente e começou a mexer o seu macarrão com o garfo. Viu que Hermione a olhava atentamente.

- Você não precisa fazer isso, Halley! - disse, por fim – Não quero que você brigue com o seu irmão por minha causa.

- Não é só por sua causa, Mione! - explicou – É que o Harry fica achando que tem todas as garotas aos seus pés, não é assim que as mulheres tem que ser tratadas e ele tem que aprender isso.

Foi nesse momento que Harry apareceu de mãos dadas com Lilá Brown, uma garota do mesmo que eles e que também é da Grifinória. O olhar de Hermione para o casal não passou despercebido pela outra garota, que se virou na mesma hora.

- Pelo jeito as coisas estão serias entre eles! - comentou – Quero dizer, eles não se desgrudam há duas semanas.

- Acredite em mim, Halley! - comeu uma garfada da sua comida – Eu não me importo com isso, nem um pouco.

- Fico feliz com isso! - deu um fraco sorriso – Ele não te merece e não merece as suas lágrimas, mas você sabe muito bem disso.

-Acho que os dois se merecem! - concluiu – Quero dizer, você se lembra como a Lilá dava em cima do Harry mesmo quando ele ainda estava com a Gina.

- Tem razão! - fez uma careta.

Nesse momento a loira estava com os dois braços em volta do pescoço de Harry e o beijava na bochecha e no canto da boca. A garota não conseguia tirar os olhos deles.

- A Lilá foi almoçar em casa nesse final de semana! - continuou – Mamãe gostou muito dela, disse que é um “amorzinho” e aprova o namoro deles, embora o Harry insista que eles só estão se conhecendo.

Hermione ainda se lembrava do primeiro dia em que viu os dois juntos. Foi pouco tempo depois daquela noite e isso a fez ficar bem chateada, mas logo se acostumou.

 

*Flash Back*

- Pronto minha filha! - o senhor Granger parou o carro bem em frente ao colégio – Tenha um bom dia de aula.

- Obrigada, pai! - deu um beijo no rosto dele – Sabe que não precisava me trazer, mas eu gostei muito da carona.

- Todos os alunos que ainda não tem idade para dirigir são trazidos pelos pais! - ele lembrou – Quero fazer isso com a minha filha também.

- Certo pai! - revirou os olhos antes de abrir a porta – Olha a Halley ali, vou lá falar com ela.

Caminhou em direção a amiga, mas a outro garota parecia distraída com alguma coisa.

- Oi Halley! - sorriu para ela – O que foi que aconteceu?

- Não foi nada! - disse enquanto balançava a cabeça negativamente – Acho que eu não dormi direito hoje de noite, mas não se preocupe, eu vou conseguir prestar atenção na aula.

- Certo! - respondeu – Vamos indo logo para a sala, já está quase na hora da nossa aula de física.

- Tem razão! - concordou pegando a mochila e botando nas costas – Vamos indo mesmo.

Entraram no prédio, os corredores ainda estavam vazios, mas puderam ver duas pessoas se beijando perto da lanchonete. Foi uma grande surpresa para a morena quando viu que eram Harry e Lilá Brown.

- Essa não! - a outra colocou a mão na testa – Será que eles não tinham um lugar melhor para ficarem se agarrando?

Quando virou para lado, viu que Hermione não estava mais lá, decidiu ir para a sala, pois tinha certeza de que encontraria lá. E estava certa, ela estava sentada com os dois cotovelos apoiados na mesa.

- Eu vi os dois se beijando ontem depois do treino dele de futebol – explicou – Eu sinto muito por não ter te falado antes, Mione, mas não queria que você ficasse triste.

- Uma hora ou outra eu iria ter ficar sabendo! - deu de ombros – Não tem problema, é obvio que ele não quer nada comigo mesmo.

- Logo você vai encontrar um cara que vai gostar de você do jeitinho que você é! - garantiu – Ai você vai mostrar para o idiota do meu irmão o que foi que ele perdeu.

Ela deu um fraco sorriso. Foi nesse momento que o sinal indicando o inicio da primeira aula, tocou e o restante dos alunos da Grifinória entraram na sala, incluindo o mais novo “casalzinho” da turma.

*Fim do Flash Back*

 

- Acho melhor sairmos daqui! - Halley comentou, agora os dois estavam se beijando sem ao menos se importar com quem olhava – Ver esses dois está acabando com o meu almoço.

- Com certeza! - a garota concordou, já começava a sentir o seu estômago revirar de novo – Vamos voltar para lanchonete.

- O ambiente deve estar bem melhor lá! - completou bem alto para que as pessoas da outra mesa a ouvissem.

Voltaram para a lanchonete aonde terminaram o seu almoço antes de voltarem para as aulas da tarde.

Quando o sinal tocou anunciando o fim das aulas naquela terça-feira, todos os alunos começaram a sair apressadamente de dentro das salas.

- E então, irmãzinha! - as duas amigas estavam descendo as escadarias da escola quando o ouviram chamá-lo – Você vai ficar aqui me esperando no treino ou o motorista vai vir te buscar.

- Não combinei nada com ele! - respondeu – Mas eu tenho tanto dever de casa para fazer e não queria fazer na biblioteca.

- Isso tudo por que você não quer tirar a carteira de motorista! - revirou os olhos – Já te disse isso milhares de vezes, não foi?

- Se você quiser pode ir lá para casa? - Hermione sugeriu para a amiga – Podemos fazer os deveres juntas.

- É claro que eu quero – respondeu e virou-se para o irmão – Eu vou para a casa da Mione. Não precisa passar lá para me busca, depois ela me leva em casa.

- Está bem! - concordou com a cabeça – E Granger, belo carro esse seu.

- Vamos embora, Halley! - ignorou o que o moreno disse e caminhou em direção ao estacionamento.

Hermione parou o carro dentro da garagem de casa. Ela era grande o suficiente para os dois carros.

- Que estranho! - comentou olhando para o veículo ao lado – O meu pai não costuma chegar em casa a essa hora.

- Vai ver ninguém tinha hora marcada com ele hoje – sugeriu – Dentistas são assim mesmo, alguns dias estão com a agenda cheia e outros os horários estão quase vazios.

- Pode ser isso mesmo! - concordou.

O senhor Granger estava na cozinha e, nesse momento, picava tomates para colocar no molho que fervia na panela.

- Pai? - a morena o olhou desconfiada – O que é que você está fazendo aqui, a essa hora?

- Oi minha filha! Oi Halley! - cumprimentou as duas com um sorriso – Desmarquei os meus pacientes da tarde para poder preparar o seu jantar de aniversário, como todos os anos.

- O cheiro está muito bom senhor Granger! - Halley comentou – Uma vez a Mione preparou uma macarronada para gente e estava maravilhosa, agora eu sei de onde a ela herdou os talentos culinários.

- Muito obrigado! - agradeceu – Por que é que você não fica para jantar conosco hoje de noite? Isso é, se os seus pais deixarem.

- Não precisa se incomodar, senhor Granger! - apressou-se em dizer – Eu sei que esses jantares de aniversário são somente para vocês dois. Um dia especial de pai e filha.

- Bobagem, quanto mais gente melhor! - garantiu – E a Hermione vai adorar ter a melhor amiga no aniversário.

- Isso é verdade! - a garota concordou – Vou adorar ter duas das pessoas mais importantes da minha vida no meu aniversário.

- E tem bastante comida, ninguém vai morrer de fome – o senhora Granger completou – Se bem que, com o apetite que a Mione anda tendo nesses últimos dias, acho que ela come metade dessa lasanha sozinha.

- Pai! - ela o reprendeu.

- Vou ligar para a minha mãe agora! - avisou – E vejo se ela deixar eu jantar aqui hoje.

A senhora Potter disse que a filha poderia jantar lá sem o menor problema e que depois mandaria o motorista para buscá-la, mais tarde. Então as duas foram para o quarto de Hermione fazer o dever de casa.

- Por qual dever você quer começar? - ela colocou todos os livros em cima da cadeira – Tem o de matemática, de física, de história e de química.

- Vamos começar pelo de matemática! - respondeu – Parece ser o mais fácil, pelo menos pela matéria que aprendemos hoje.

No momento em que Hermione pegou o livro de matemática, sentiu todo o quarto girar. Ela teve que se sentar na cadeira, ou então sentia que iria desmaiar.

- O que foi, Mione? - se aproximou da amiga e se ajoelhou na frente dela – Você está se sentindo mal? Quer que eu chame o seu pai?

- Foi só uma tontura, a minha pressão deve estar baixa – explicou – Mas já está passando, não se preocupe.

- Também, você quase não comeu na hora do almoço – lembrou – Vou até lá embaixo pegar alguma coisa para você comer.

- Acho melhor mesmo! - concordou – Estou com um pouco de fome.

Então ela voltou com um sanduíche de queijo e Hermione comeu tudo rapidamente. Em menos de uma hora já tinham terminado os deveres e decidiram assistir televisão até a hora do jantar.

- Essa lasanha estava mesmo maravilhosa, senhor Granger! - Halley comentou depois de terminar o seu segundo prato – Acho que eu já disse isso, mas é por que é mesmo verdade.

- Eu disse que a lasanha que o meu pai faz é muito boa – a outra comentou – Por isso que é o meu prato favorito.

- Agora que vocês duas já terminaram de comer! - ele se levantou – Está na hora da sobremesa.

Logo o homem voltou com uma torta de chocolate com duas velas formando um “17” em cima. Ele colocou o prato na frente da filha e começaram a cantar parabéns.

A morena se inclinou para poder apagar a velinhas e um enjoo muito forte subiu pela sua garganta.

- Do que é essa torta, pai? - perguntou depois de se afastar um pouco.

- De chocolate! - respondeu cortando um pedaço e colocando em um prato – É o seu favorito, não é mesmo?

- Será que vocês me dão licença? - pediu, se levantando – Eu preciso ir ao banheiro.

- Você está bem, Mione? - a outro quis saber – Você precisa de ajuda para alguma coisa?

- Está tudo bem! - garantiu – Eu não demoro.

Hermione correu até o banheiro e vomitou tudo que tinha acabado de comer. Não consegui entender como é que um cheiro era capaz de fazê-la sentir tanto enjoo, com certeza nunca mais iria querer ver uma torta de chocolate na vida.

Quando retornou a sala de jantar, seu pai e sua amiga estava começando a sobremesa animadamente.

- Que bom que você voltou, minha filha! - deu um fraco sorriso para ela – Guardei o seu pedaço bem aqui.

- Será que eu posso comer depois? - pediu – Acho que eu comi muita lasanha e perdi a fome.

- Você nunca foi de negar torta de chocolate! - lembrou – Tem certeza de que está tudo bem?

- Acho que eu só preciso deitar um pouco! - explicou – Você vai ficar bem ai, Halley?

- Tudo bem! - deu de ombros – Eu já vou ligar para casa e o motorista vem me buscar aqui, até amanhã.

- Até amanhã, Halley! - acenou para ela – Boa noite, pai!

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