Rejeição

Quando Hermione abriu os olhos, ainda estava escuro do lado de fora, o relógio na mesa de cabeceira marcava 4 horas da manhã. Olhou para o lado e moreno dormia profundamente, não pode deixar de sorrir lembrando do que tinha acontecido há poucas horas, foi tudo perfeito.

Levantou-se lentamente para não acordá-lo e pegou suas roupas que ainda estavam espalhadas pelo chão. Terminou de se vestir e saiu do quarto, seu destino foi a porta bem ao lado.

Halley também estava dormindo profundamente agarrada a um ursinho de pelúcia, como sempre fazia. A outra aproximou-se da cama da amiga, lentamente.

- Hay! - começou a sacudi-la, ela se mexeu um pouco, mas não abriu os olhos – Halley, acorda.

A garota soltou um muxoxo e se virou, ficando de costas para Hermione.

- Só mais cinco minutos, mamãe! - reclamou – Hoje é sábado, eu nem tenho aula. Posso dormir até mais tarde.

- Não é a sua mãe, sou eu, a Mione! - tentou chamá-la, mais uma vez – Acorda, por favor, é urgente.

Então, ela abriu os olhos e se sentou na cama para poder olhar a amiga melhor.

- Mione! - disse esfregando os olhos – Aonde você estava? Quando terminou o filme eu vi que você e meu irmão não estavam mais lá.

- Eu estava com o Harry! - respondeu calmamente – Estávamos lá no quarto dele, até agora.

Ela encarou Hermione seriamente por alguns segundos. Em seguida, colocou as duas mãos em cima da boca, totalmente chocada.

- Eu não acredito! -balançou a cabeça negativamente – Quer dizer que eu vocês estavam...?

- Sim! - balançou a cabeça afirmativamente, sem precisar esperar a amiga terminar de falar – Aconteceu. Estávamos lá no quarto dele conversando sobre amenidades, então começamos a nos beijar e quando eu percebi já estávamos sem roupa.

Esperou que Halley falasse alguma coisa, mas a garota permaneceu em silêncio. Era um sinal que poderia continuar falando.

- Eu nem tinha certeza se era isso que eu queria, quero dizer, é um grande passo – tinha um sorriso bobo nos lábios nesse momento – Mas o Harry me mostrou que estávamos preparados para isso. Então, aconteceu.

Encarou os pés descalços, por um momento, antes de voltar a encarar a garota na sua frente, que ainda estava em silêncio.

- Acho que é isso, não tenho mais nada a falar! - deu de ombros – Você está decepcionada comigo, não é mesmo?

- Por que eu estaria decepcionada? - respondeu – Você e o Harry são grandinhos e sabem muito bem o que fazem. Não vou me meter na vida sexual de vocês.

Hermione achou muito estranho ouvir alguém falar sobre sua vida sexual. Nunca pensou que algum dia pudesse ter uma.

- Mas, fora isso! - tinha um sorriso malicioso nos lábios – Pelo jeito as coisas entre vocês está séria mesmo.

- Também acho isso! - concordou – E foi tudo maravilhoso, completamente perfeito. Você nem tem ideia.

- E não quero saber! - tapou os ouvidos – Não estou afim de saber como meu irmão gêmeo é na cama.

Hermione não pode deixar de rir da cara da amiga que continuava com as duas mãos, um em cada ouvido e fazia uma careta.

- Acho melhor nós irmos dormir! - disse, em seguida – Quem sabe amanhã nós não conseguirmos ir para a piscina. Precisamos aproveitar enquanto ainda está calor, por que daqui a pouco vai começar a esfriar.

- Nem sei se vou conseguir dormir! - suspirou pesadamente e trouxe os joelhos para perto de si – Tem tanta coisa passando pela minha cabeça agora.

- Fecha os olhos, que logo você dorme – a outra já estava deitada e com os olhos fechados, novamente – Quem sabe você consegue sonhar com o meu irmão.

- Tem razão! - riu – Boa noite.

Hermione deitou do lado oposto da cama de casal e encostou a cabeça no travesseiro. Logo estava dormindo profundamente de novo.

Ela ainda conseguiu acordar antes de Halley na manhã seguinte. Foi até o banheiro escovar os dentes e trocou de roupa, quando voltou ao quarto, a amiga já estava de pé.

- Bom dia, cunhadinha! - deu um pequeno sorriso assim que a viu – Pelo jeito você acordou de muito bom humor hoje.

- Pode ter certeza! - retribuiu o sorriso – E também estou morrendo de fome. Vamos tomar o café da manhã?

- Deixa só eu ir ao banheiro rapidinho! - pediu, caminhando em direção a porta – Espera só um minuto.

Halley demorou cerca de cinco minutos dentro do banheiro. Quando saiu, encontrou a outra sentada na beirada da sua cama.

- Vamos lá! - a chamou caminhando em direção a porta – Mione! Você não vem? - virou-se para ela, novamente, quando viu que ela não tinha saído do lugar.

- É que eu andei pensando em quanto você estava no banheiro! - começou a falar calmamente – O que é que eu vou falar para o Harry quando encontrá-lo lá embaixo?

- Fala sério, Mione? - revirou os olhos e tentou reprimir um sorriso – Depois de tudo que aconteceu ontem, você está mesmo com medo de falar com o meu irmão?

- Você sabe que eu nunca fui boa para puxar assunto! - Hermione sempre foi considerada a mais tímida em sua antiga escola, e quando foi para a Hogwarts Academy, essa fama continuou – Tenho medo de falar alguma besteira.

- Tenho certeza de que ele vai falar com você primeiro, não precisa se preocupar com isso – garantiu – Mas, de qualquer maneira, é só perguntar como ele está, o que ele vai fazer hoje e se ele quer dar uma volta com você em algum lugar.

- Tudo bem! - se levantou e ajeitou o cabelo – Vamos até lá.

No momento em que eles entraram na cozinha, Harry já estava sentado em uma das cadeiras comendo seu cereal. Ele nem mesmo virou para ver as duas.

- Vai até lá falar com ele! - a empurrou em direção a cadeira bem ao lado do moreno – Deixa que eu faço o nosso café da manhã.

Ela se sentou bem ao lado do garoto, que nem ao menos virou a cabeça para poder olhá-la melhor.

- Oi Harry! - disse um pouco sem jeito, não recebeu nenhuma resposta – O que é que você vai fazer hoje?

Continuou esperando uma resposta vindo do garoto, mas ele esboçou nenhum tipo de reação. Apenas continuou a comer o seu cereal em completo silêncio.

Halley retornou com duas tigelas e entregou uma para a amiga. A outra a olhou pedindo algum tipo de ajuda.

- E então, Harry! - ela começou a falar depois de se sentar – O que é que você pretende fazer hoje

- O Rony vai vir aqui! - disse, por fim – Nós vamos jogar um pouco de basquete lá em baixo.

- Parece divertido! - foi Hermione quem falou dessa vez – Quem sabe eu e a Halley não vamos assistir vocês dois jogando.

- É mesmo! - ela concordou – E depois nós quatro podemos ir para a piscina e jogamos um pouco de vôlei.

- Se você quiser mesmo! - ele deu de ombros – Mas depois você não pode ficar reclamando que o Rony continua dando em cima de você e dizendo que um dia vocês dois vão namorar.

- Pode deixar que do Rony eu cuido! - garantiu.

Eles continuaram a comer os seus cereais em completo em silêncio. De repente, Harry se levantou e levou sua tigela até a pia e a lavou.

- Vou até lá em cima enquanto o Rony não chega! - avisou – Tchau Halley! Tchau Granger!

No momento em que o garoto saiu da cozinha, as duas amigas ficaram se encarando sem entender absolutamente nada.

- Eu vou até lá falar com ele! - Hermione se levantou também – Não é possível que ele vai ficar me ignorando dessa maneira.

Ela caminhou até a sala e foi seguida pela outra morena. Encontrou Harry ainda subindo os primeiros degraus da escada que levava ao andar de cima da casa.

- Harry! - ele apenas se virou e continuou a encará-la parecendo totalmente indiferente – Você realmente vai lá para cima sem ao menos me falar um bom dia?

- Bom dia, Granger! - disse, por fim – Não sei por que você faz tanta questão, você já dormiu milhares de vezes aqui e nós nunca trocamos nem meia palavra.

- Dessa vez foi diferente e você sabe muito bem disso! - lembrou – Pensei que tivesse sido especial para você como foi para mim.

Foi nesse momento que ele começou a rir sem parar, parecia que o que ela tinha acabado de falar foi muito divertido.

- Granger, nunca imaginei que você pudesse ser tão patética! - conseguiu dizer – Foi só uma noite, as pessoas fazem sexo casual toda hora.

- Não foi isso que você me disse ontem a noite! - começou a gritar – Você deixou bem claro que não era só sexo casual, era algo mais sério do que isso.

- Então você realmente achou que fossemos começar a namorar, a andar de mãos dadas pelos corredores da escola e depois que nos formássemos iriamos para a faculdade juntos e, mais tarde, nos casaríamos – comentou – Por favor, Granger, foi muito infantil da sua parte pensar isso.

- Eu sabia que não deveria ter caído na sua conversa! - começou a mexer nas pontas dos cabelos – Mas você começou com aquele papo de que eu era muito melhor com a Gina e tudo, começou a me beijar, eu não conseguia pensar em mais nada.

- Não sabia que seria tão fácil, mas eu conseguir te fazer acreditar que eu, Harry James Potter, o capitão do time de futebol da escola, poderia ficar com uma CDF feito você – voltou a rir – E ainda consegui te levar para a cama, isso foi um bônus. Um bônus muito, na verdade, não posso negar isso.

Hermione começou a sentir algumas lágrimas se formarem no canto dos seus olhos, mas não podia começar a chorar, não nesse momento, não na frente dele.

- Se você quiser, nós podemos repetir essa noite uma outra vez – tinha se aproximado mais da garota e colocou a mão sob o seu ombro – É claro que eu vou ter que deixar bem claro, da próxima vez que não vamos começar a namorar, nunca.

Tudo que Harry teve como resposta foi um grande tapa bem em cheio do seu rosto. Com certeza, iria ficar a marca dos cinco dedos.

- Você é mesmo desprezível! - o olhou de cima a baixo – Nem pense em se dirigir a palavra a mim, nunca mais.

A garota subiu as escadas correndo. O moreno estava tão distraído que não percebeu que estava ao seu lado até que recebeu um segundo tapa na cara.

- Ela tem toda razão, você é desprezível – Halley comentou – Tenho vergonha por você ser meu irmão.

Subiu para procurar a amiga. A encontrou em seu quarto com o rosto enterrado no travesseiro, pelo som, ela estava chorando.

- Não fica assim, Mione! - sentou-se e passou a mão pelas costas dela – O Harry foi um grande canalha, não merce nenhuma dessas lágrimas.

- Eu sou mesmo uma grande idiota, Halley! - a olhou e enxugou algumas lágrimas que teimavam em cair dos seus olhos – Como é que eu pude ser tão fácil dessa maneira?

- Acho que a culpa meio que foi minha! - a outra deu de ombros – Eu fiquei te incentivando, dizendo que você deveria investir no meu irmão.

- Só por que eu te disse uma vez que tinha uma quedinha por ele – lembrou – Já tinha me conformado que nada iria acontecer entre a gente e também já tinha prometido e para mim mesma que não iria pensar em namorados até entrar em uma boa faculdade. Eu fui muito fraca.

- Não foi só por saber que você gostava do meu irmão que eu te disse aquelas coisas! - ficou encarando os próprios sapatos – Acho que pensei que se a minha melhor amiga namorasse o meu irmão, nós dois voltaríamos a ser unidos como quando tínhamos oito anos.

- Acho que nós duas fomos idiotas então – Hermione concluiu – Não vamos nos culpar mais por isso, nem culpar a outra.

Ela deitou e ficou encarando o teto.

- Eu quero ir para a casa agora! - disse alguns segundo depois antes de se levantar – Vou trocar de roupa.

- Espera, Mione! - se levantou também – Você vai mesmo deixar que o idiota do meu irmão estragar o seu final de semana.

- Não tem mais nenhum clima para eu continuar aqui na sua casa podendo esbarrar com ele o tempo todo – explicou – Além disso, preciso estudar um pouco, faço isso melhor em casa.

- Tudo bem! - deu de ombros – Mas eu vou pedir para o motorista te deixar em casa. Não vou deixar que você vá de ônibus.

- Eu posso muito bem ir de ônibus! - comentou enquanto mexia na sua mochila – Assim eu tenho mais tempo para pensar.

- Não aceito um não como reposta, Mione! - já estava em frente a porta – Já vou até lá embaixo avisar ao motorista.

Enquanto Halley foi até lá embaixo, ela foi até o banheiro para poder trocar de roupa. Depois terminou de arrumar as suas coisas.

- Ele já está arrumando o carro e vai esperar por você – disse assim que voltou para o quarto – Se quiser, eu posso ir junto, assim vamos conversando.

- Eu prefiro e sozinha com os meus pensamentos! - insistiu – Não se preocupe, não vou abrir a porta com o carro em movimento nem nada parecido.

A morena decidiu levar a amiga até o carro do lado de fora da casa e ficou esperando até sair pelo portão. Foi quando viu um outro carro se aproximando, era Ronald Weasley.

- Olá Halleyzinha! - tentou dar um beijo na bochecha da garota, mas ela se esquivou – Só quero que saiba que adorei dormir no seu ombro ontem a noite, foi muito confortável.

- Aposto que você sabia do plano do meu irmão de seduzir a Mione? - o olhou bem seria - Você é igualzinho a ele, um completo canalha.

O ruivo deu de ombros quando a viu entrar em casa, mas não tinha tempo de se preocupar com isso, foi procurar pelo amigo. Sem dúvida, a aposta feita pelo Malfoy já não era mais um problema.

Halley tinha ido para a biblioteca. Seu pai começou a montá-la logo depois de comprar a casa e levou os filhos lá pela primeira vez quando tinham seis anos e ela se apaixonou imediatamente pelo lugar, era seu pequeno refugio particular e é para onde sempre vai quando está estressada ou precisa pensar em algo.

Abriu seu livro de biologia e começou a fazer o exercício que precisava entregar na segunda-feira de manhã, terminou em cinco minutos. Parecia estar bem mais calma e decidiu fazer o dever de inglês. Foi quando a campainha tocou.

- Acho melhor eu ir lá atender a porta – suspirou pesadamente enquanto se levantava – O idiota do meu irmão deve estar lá fora nem deve ter ouvido a campainha.

Andou rapidamente em direção a sala e abriu a porta. Foi uma grande surpresa quando encontrou Draco Malfoy parado e sorrindo para ela, por mais que ele morasse bem na casa ao lado, não costumava aparecer lá.

- Draco! - disse meio que sem pensar – O que é que você está fazendo aqui? Espero que não esteja pretendendo fazer nenhum gracinha.

- Olá para você também, cometinha! - apoiou a mão no batente da porta – Não precisa se preocupar, eu vim aqui em missão de paz.

- O meu nome é Halley, não é cometinha! - revirou os olhos, ele a chamava assim desde que tinham cinco anos de idade e sempre a irritou – Será que depois de tantos anos você ainda não aprendeu isso?

- É culpa não é minha que você tem o mesmo nome de um cometa! - deu de ombros.

- E culpa também não é minha que meus pais começaram a namorar em uma festa na faculdade em que as pessoas foram ver o cometa Halley – lembrou – E quando eu nasci eles não conseguiram pensar em nenhum outro nome para menina.

- Mas quer saber de uma coisa, cometinha? - passou a mão pelos cabelos da garota, eles eram castanhos e levemente ruivos, como os de sua mãe – Eu até que acho fofo.

- Sério? - tinha um sorriso bobo nos lábios, mas logo o desmanchou – Diz logo o que você quer, Malfoy. Eu não tenho o dia todo para ficar aqui olhando para a sua cara.

- Pensei que você estivesse gostando de olhar para a minha cara – o loiro estava com um sorriso maroto nos lábios – Mas certo, eu vim até aqui falar com o seu irmão. Ele está em casa?

- Ele está lá fora junto com o Rony! - apontou, com o polegar, a direção para onde ficava o quintal – Se quiser pode ir até lá encontrá-lo.

- Você não vai mesmo me levar até lá? - perguntou – Sabe, cometinha, você não é uma boa anfitriã.

- Eu tenho que estudar! - explicou – Aliais, eu estava fazendo isso quando você decidiu aparecer aqui para me importunar.

- Estudar na primeira semana de aula! - balançou a cabeça negativamente – Só você mesma, cometinha. Deveria pensar em sair mais, quem sabe arranjar um namorado, se divertir um pouco.

- Entra logo, Malfoy – deu espaço para que ele pudesse passar pela porta – Vou te levar até onde o Harry está.

Enquanto isso, Harry e Rony estavam na quadra de basquete que ficava bem no fundo do quintal. O moreno estava fazendo algumas cestas enquanto o outro tomava um pouco de água em uma garrafa.

- Sabe, Harry! - o ruivo falou depois de algum tempo – Você ainda não falou como é que foi a noite de ontem.

- Vou te confessar uma coisa, cara! - disse parando de quicar a bola laranja nas suas mãos – Quando o Malfoy me propôs essa aposta pensei que fosse ficar em desvantagem, por ela não tem experiencia, mas até que eu em diverti.

- Está querendo dizer que nós subestimamos a Granger? - tinha um sorriso malicioso – Ela não era tão inocente quanto pensávamos?

- Não é isso! - respondeu – Ela era virgem sim, mas te garanto que com um pouco mais de prática, poderia até investir.

- E você vai tentar investir? - quis saber – Quero dizer, ela já está na sua mesmo, não vai precisar fazer muito esforço.

- Depois que eu ignorei hoje de manhã, não vai mais nem querer olhar na minha cara – revirou os olhos – Acredita que ela até me deu um tapa na cara?

- Você não deveria ter ignorado ela então! - falou calmamente – Mas espera algumas semanas, quem sabe ela não esquece.

- Duvido muito que ela se esqueça! - suspirou pesadamente – Você sabe como é a sabe-tudo Granger.

- De qualquer maneira você teve algumas horas de diversão! - lembrou – Até que o Malfoy teve uma ideia útil dessa vez.

- Tem toda razão! - concordou com a cabeça – Me lembra de agradecê-lo depois, essa posta foi uma boa distração para mim.

- Que aposta? - quando os dois se viraram encontraram Halley parada de braço cruzado não parecendo muito feliz. Draco Malfoy estava logo atrás dela.

- Então pelo visto você conseguiu cumprir a nossa apostinha! - o loiro comentou, parecia estar se divertindo muito com aquilo tudo – Pelo jeito vou ter mesmo que cumprir a minha parte.

- Será que alguém pode me contar que aposta foi essa que você fizeram? - a garota perguntou mais uma vez – Ou vou ter que concluir por mim mesma?

Harry não conseguiu pronunciar uma palavra, apenas ficou encarando a irmã. Se ela já estava com raiva dele por sua atitude hoje de manhã, imagina se soubesse que tudo não passou de uma aposta.

- Certo! - virou-se para o garoto bem atrás dela – Malfoy, será que você pode me contar que aposta foi essa que você fez com o meu irmão?

- Perfeitamente, cometinha! - concordou com a cabeça – Acontece que o Weasley ai falou que o seu irmão poderia ficar com o qualquer garota da escola a hora que ele quisesse. Então eu propus uma pequena aposta, eu escolheria qualquer garota da Hogwarts Academy e ele teria que passar a noite com ela.

- Eu, simplesmente, não acredito nisso! - virou-se, novamente, para irmão, totalmente chocado – Essa é a coisa mais nojenta que eu já ouvi na minha vida.

- Então eu escolhi a Granger! - o loiro continuou – E ele disse que estava tudo bem, ele aceitava as condições.

- Será que eu posso saber o que, exatamente, vocês apostaram? - dessa vez, Halley nem ao menos olhou para os outros.

- O jogo de futebol da Grifinória contra a Sonserina! - respondeu com muita calma – Como ele fez o que eu tinha proposto, vou ter que entregar o jogo.

- Certo! - concordou com a cabeça – Isso era tudo o que eu queria ouvir, muito obrigado, Malfoy.

- Disponha, cometinha! - acenou com a cabeça -Qualquer outra coisa que você estiver precisando é só pedir.

Virou-se para Harry e Rony novamente. Ela estava com aquele olhar de puro ódio que costumava fazer quando estava bem chateada, os dois engoliram em seco.

- Vocês devem estar pensando que agora eu vou espalhar isso para todo mundo da escola e para a mamãe e o papai, sem contar o senhor e a senhora Weasley – seu tom de voz estava bem calmo, e isso sempre era um problema – Mas, não se preocupe, não vou fazer isso.

- Obrigado, Halleyzinha! - o ruivo segurou as duas mãos dela e as beijou – Você sabe que eu te amo, não é mesmo?

- Mas eu não estou fazendo isso para não destruir a imagem de vocês de caras populares nem para que vocês não fiquem encrencados em casa – afastou a mão com um cara de nojo – Eu só não quero que nada disso chegue nos ouvidos da Mione, isso só a chatearia ainda mais, e também para os seus pais não saberem que tipo de monstros os filhos se tornaram, eles não merecem isso.

Ela saiu em direção a casa batendo os pés com bastante força.

- Acho que já vou indo também! - Draco disse – Tchau Potter! Tchau Weasley. A gente se vê na escola.

Os dois amigos continuaram parados e em completo silêncio por quase um minuto inteiro.

- Você acha mesmo que ela não vai contar para ninguém sobre a aposta? - Rony perguntou preocupado – Quero dizer, eu já estou encrencado com os meus pais, se souberem que eu te apoiei, vão me deixar de castigo até a nossa formatura.

- Não se preocupe, ela não vai contar nada, conheço a minha irmã! - respondeu – O único problema é que agora ela está bem chateada, com nós dois.

- Isso vai complicar um pouco os meus planos de conquistá-la! - recebeu uma bolada do amigo – Mas eu estou falando sério. Se você não acredita que as minhas intenções com a Halley são as melhores, não posso fazer nada.

- Ela vai ficar com raiva o resto do fim de semana! - concluiu – Depois, mamãe e papai vão fazê-la voltar a falar comigo. Eles sempre estão dizendo que nós somos irmãos e devemos ser unidos.

- Espero que isso também se aplique ao melhor amigo! - falou – E que sempre foi apaixonado por ela.

- Vamos jogar, cara! - disse, revirando os olhos – É o melhor que temos a fazer agora.

Enquanto isso, Hermione estava chegando na sua casa. Agradeceu ao motorista dos Potter e entrou no local, encontrou o seu pai assistindo ao jornal na televisão.

- Oi minha filha! - ele sorriu assim que a viu – Pensei que você fosse ficar o sábado todo na casa da Halley.

- Tínhamos planejado isso mesmo! - respondeu – Mas eu quis voltar para casa, não estava com a menor vontade de ficar fora.

- Não vai me dizer que vocês duas brigaram? - quis saber, dava para ver que a garota estava bem triste.

- Pode ficar tranquilo, nós não brigamos! - tentou dar um fraco sorriso – Mas é que eu tinha estudar e ela também tinha.

- Você podia fazer o seu dever amanhã! - lembrou – Não tinha necessidade de voltar correndo para casa.

- É muito coisa para estudar! - explicou – Achei que era melhor começar um pouco hoje.

- Acho que nem vai adiantar dizer que você estuda demais! - revirou os olhos – Já te disse milhares de vezes que você devia sair mais de casa.

- Com licença! - continuou, fingindo que o pai não tinha falado nada – Vou estar lá no meu quarto, qualquer coisa.

Ela subiu as escadas rapidamente. No momento em que fechou a porta do seu quarto, caiu na cama e começou a chorar desesperadamente.

Ela ainda não entendia por que tinha sido tão idiota, sabia muito como Harry Potter era e não tinha a menor possibilidade dele olhar para alguém como ela, uma CDF sem amigos. Mas, de alguma maneira, aqueles beijos a fizeram acreditar que o conto de fadas criado na sua cabeça poderia se tornar realidade.

E o pior disso tudo é que ela ainda perdeu virgindade com ele. Não que Hermione fizesse questão de casar virgem, mas também esperava fosse com um cara especial, que também gostasse dela.

Enxugou as lágrimas no seu rosto. Seu único consolo é que ele não iria querer espelhar isso pelo colégio e ela não ficaria conhecida como a garota fácil, também não iria decepcionar o seu pai.

Ficar derramando lágrimas por causa daquele idiota era perda de tempo, ele não merecia isso. Então ela decidiu pegar os seus livros e começar a estudar, isso iria distrair a sua cabeça.

Cerca de uma hora depois, ela ouvi batidas na porta do seu quarto. Era seu pai.

- Espero não estar te atrapalhando! - disse receoso – Sei que você não gosta quando alguém vem te interromper quando está estudando.

- Não tem problema, pai! - garantiu – Pode falar.

Estava pensando que poderíamos ir almoçar fora, naquele restaurante que você agora! - respondeu – Assim você sai um pouco de cima desses livros.

- Eu adoraria! - deu um enorme sorriso – Faz tanto tempo que nós não vamos almoçar fora.

- Então troca logo de roupa! - avisou – Vou estar te esperando lá embaixo. Se você demorar mais de vinte minutos eu venho de buscar aqui.

- Pode ficar tranquilo! - acenou com a cabeça enquanto se levantava – Eu já estou indo.

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