Voltando para o Natal



A garota esperou ao lado de Olívio pacientemente esperando que ele acordasse. Quando ele acordou, a primeira coisa que viu foi o rosto choroso de Charlotte. A garota se debruçou sobre o garoto enchendo-lhe o rosto de beijos. Ele parecia atordoado, os dois ainda não haviam feito as pazes, mas isso não importava agora, estava tudo bem. 
Charlotte não quis deixar o garoto em nenhum momento. Só saiu do seu lado quando Madame Pomfrey veio lhe enxotar. A Srta McGonagall trouxe a vassoura de Olívio quando Charlotte não estava mais. Ela trouxe todos os pedaços que conseguiu encontrar. No dia seguinte, quando Charlotte voltou à enfermaria, ele estava observando a vassoura com um ar desolado. A garota sentou ao seu lado enquanto o observava juntar carinhosamente os pedaços sobreviventes de sua vassoura. 
- Olívio, desculpa. - a garota tentou falar.
- Não tem problema, Charlie, eu sei que o que você queria era me salvar, eu não te culpo. - ele falou sorrindo bondosamente para a garota. 
Mas não adiantava ele falar que ela não era culpada. Charlotte se sentia muito culpada pelo que havia acontecido. A garota queria que ele brigasse com ela, ela merecia. Havia feito a vassoura dele em mil pedaços e alguns ainda deveriam estar no campo de quadribol. Mas Olívio não brigou com ela, nem ao menos comentou nada sobre comprar uma vassoura nova, sabia como a garota se sentia culpada. Ele prezava muito mais estar com a garota do que ter uma vassoura. Ele sabia o que era mais importante. 
O inverno cobriu o pátio do castelo fazendo o lado congelar e o pátio ficar coberto de neve. Estava frio demais lá fora, o que implicava em nada de aulas de Herbologia. Agora, Cedrico e Charlotte só se encontravam no corredor ou na biblioteca quando se reuniam para estudar. Olívio havia tomado coragem e ido pedir desculpa por ter o azarado no meio do corredor. 
Cedrico apenas riu e falou que faria o mesmo pela garota que amava fazendo Olívio e Charlotte ficarem violentamente vermelhos. 
Durante uma segunda feira particularmente fria, durante o café da manhã, Marion, a coruja de Charlotte, pousou à sua frente trazendo uma carta. Charlotte a pegou e reconheceu a letra de sua avó. Marion agitou as azas derrubando uma jarra de suco de abóbora na tigela de cereais de Lino. 
- Ai, droga. - gemeu Lino. 
- Desculpa, Lino. - falou Charlotte dando sua torrada a Marion que pegou-a agradecida e voou para o corujal. 
A carta dizia:


“Minha pequena Charlie-Lolly,


Sei que provavelmente pretende passar o natal na escola com seu namorado e seus amigos, mas peço que venha passar o natal em casa. É de grande importância que você venha, tenho algo importante para lhe dar, algo que eu não posso mandar por uma coruja. Sei que você irá compreender e tomará o Expresso de Hogwarts para voltar no natal. Estamos com saudades.


Com amor, 
Amélia Adams.”


Charlotte não sabia o que aquilo significava, mas devia ser importante, pois sua avó não mandaria essa carta se não fosse de extrema urgência. Quando o Expresso de Hogwarts embarcou de volta para Londres, Charlotte foi uma das primeiras a embarcar. Fred e Jorge voltaram com ela, mas Angelina ficou, pois seus pais viajariam para a Grécia e Olívio ficou no castelo para estudar táticas de quadribol. Aquilo deixou Charlotte com o coração apertado, pois o garoto não estava mais treinando voando por não ter uma vassoura adequada para isso. Quando a garota passou pelo corredor para ir ao banheiro, pôde ver Liana e Jeremias conversando em uma das cabines. Eles estavam rodeados por um grupo de secundistas da Sonserina que riam de alguma piada que Jeremias parecia estar contando. Todos riam, menos Sean que estava em um canto, olhando fixamente para Jeremias. Por um momento, Jeremias pareceu confuso e ficou com o olhar levemente vago, mas se recuperou e logo já estava retomando a piada. Sean percebeu que Charlotte observava o grupo, encarou-a como sempre fazia. A garota ficou arrepiada e correu para o banheiro. Ela não sabia explicar, mas tinha alguma coisa com Sean que ela não entendia. Alguma coisa sinistra em sua aura, ela não sabia explicar. Como Charlotte já esperava, sua avó a aguardava na estação. Ela parecia muito feliz em ver que Charlotte estava bem, abraçou a garota muito forte quando esta chegou na estação:


- Minha pequena Charlie-Lolly, como eu senti a sua falta. - falou a Sra. Adams enquanto parava de abraçar Charlotte para lhe dar uma boa olhada. - Como você cresceu, querida. Esta cada dia mais linda e parecida com seu pai. A professora Minerva também disse que você herdou os talentos dele, bem como eu esperava. 
As duas atravessaram para a estação King’s Cross de braços dados. Charlotte lhe fez um pequeno resumo do que tinha acontecido no ano. A Sra. Adams ficou muito preocupada com o que acontecera com Olívio no treino:
- Entendo que você tenha ficado muito chateada com o que aconteceu com a vassoura dele, mas, Charlie-Lolly, a culpa não foi sua. - falou a Sra. Adams afagando as costas da neta, mas isso não ajudou muito, Charlotte ainda se sentia chateada. - Vamos fazer assim: quando formos fazer suas compras de natal, compramos uma vassoura nova para ele, sim?
- Tem certeza, vó, vassouras não são muito caras? - perguntou Charlotte incerta.
- Tudo bem, dinheiro não é problema para nossa família, minha pequena Charlie-Lolly. - falou a Sra. Adams rindo.


Charlotte ficou muito feliz em voltar para a casa de sua mãe, tinha passado tanto tempo na casa de sua avó durante o verão que sentia uma saudade enorme da mãe. A Sra. Adams a esperava fazendo o almoço, preparara o almoço que Charlotte mais gostava: frango assado, purê de cenoura e molho com ervilhas. Charlotte se jogou nos braços da mãe que lhe abraçou com força e lagrimas nos olhos. As duas sentiam muita falta uma da outra. Após o almoço, Charlotte e sua mãe ficaram assistindo a um talk-show que as duas gostavam muito enquanto Charlotte recebia cafunés de sua mãe. 
No dia seguinte, Charlotte foi com a sua avó comprar os presentes para os seus amigos. As duas compraram uma Comet 209 para Olívio, a camiseta oficial do time Pudlemore United para Angelina e o livro 20 Maneiras Seguras para Enfeitiçar Bruxas para Fred e Jorge. Charlotte riu imaginando a cara dos amigos quando abrissem o pacote e vissem um livro. Mas ela sabia que aquele livro ajudaria muito os garotos que não tinham muito senso em como lidar com garotas. 
A Sra. Adams e Charlotte chegaram para o jantar maravilhoso que a mãe de Charlotte havia preparado. Um maravilhoso peru de natal as esperava acompanhado por rabanada, arroz com passas e cenoura e uma maravilhosa salada de palmito. Para a sobremesa, a Sra. Adams fez uma maravilhosa torta de banana quente acompanhada por sorvete de creme. Charlotte comeu como se não comesse à dias pois estava morrendo de saudade do gosto que a comida da sua mãe tinha. Após a ceia, a mãe de Charlotte a acompanhou até a cama onde ainda deu à Charlotte uma xícara de chocolate quente com pedacinhos de marshmallow e biscoitinhos. 
- Tenha bons sonhos, pequena Charlie. - falou a mãe de Charlotte dando um beijo na testa da garota e apagando a luz. 
Quando a garota acordou, o pé da sua cama estava repleto de presentes. Sua mãe havia lhe dado uma nova mochila para a escola, Jorge havia lhe mandado uma tiara dourada pois sabia que a amiga sempre chamuscava o cabelo nas aulas de Poções, Angelina havia lhe dado um livro chamado Como Fazer Ele Ser Para Sempre Seu - Um Guia para Bruxas com Namorados Disputados. Charlotte riu com o nome do livro, com certeza Angelina estava pensando em Liana quando lhe deu o presente. Olívio lhe deu uma pulseira de prata com um pingente de coração, atrás tinha escrito “Serei Sempre Seu”. A avó de Charlotte não havia lhe dado presente e Charlotte tinha achado isso estranho até descer para tomar café e ver sua avó com um embrulho nas mãos.
- Achei melhor te entregar pessoalmente. - falou a Sra. Adams entregando uma caixa preta de veludo para a garota. 
Charlotte abriu a caixa cuidadosamente, ali havia o colar mais incrível que a garota já havia visto. Era de ouro e pequenos rubis incrustados. Dava para ver o cuidado que o artesão teve para fazer o colar ficar tão magnificamente perfeito. Os olhos de Charlotte brilhavam admirando o colar. 
- É o colar mais lindo que eu já vi! - falou Charlotte abobada. 
- Foi um trabalho de duendes, sabe. - falou a Sra. Adams. - Está na família há muitas gerações, e foi do seu pai no tempo em que ele estudava em Hogwarts. Então achei que seria apropriado passá-lo para você, Charlie. 
- Obrigada, vovó, é a coisa mais linda que alguém me deu. - falou Charlotte se jogando nos braços da vó e a abraçando. 
Quando foi dormir, a garota aproveitou para colocar o colar pela primeira vez. Ele ficava lindo nela, parecia que os rubis brilhavam de um jeito diferente a iluminando. Subitamente a garota se sentiu mais poderosa, como se pudesse conquistar o mundo se quisesse. A sensação de poder nunca lhe pareceu tão boa.

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Comentários (2)

  • Iza Ribeiro

    Oi, GinevraMWeasley, não é que ele não goste dela. Mas é que eles não são "melhores amigos", sabe? Daí tu não compra presentes pra quem não é teu amigo íntimo, sabe?

    2012-06-13
  • GinevraMWeasley

    Tipo... ela é o Fred não se dão bem? Ele nem mandou um presente para ela...

    2012-01-22
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