O alho e Hermione e a carne cr

O alho e Hermione e a carne cr



Capítulo 11



O alho e Hermione e a carne crua – Oh, Meu Deus!



Ficamos no quarto de titânio durante horas. Na verdade, eu cheguei a adormecer durante um tempo, despertando com a minha cabeça no ombro de Draco, de uma maneira embaraçosa, deixe-me dizer. Espero não ter babado sobre ele, em algum momento.



Finalmente, depois do que pareceu ser uma eternidade de espera, a voz feminina computadorizada anuncia que, assim como Elvis, “A Caçadora deixou o prédio”.



Saímos do quarto e nos dirigimos para a convenção principal. O lugar estava deserto. Draco explica que a maior parte dos vampiros se alimenta a estas horas, quando a caçadora chegou e é provável que eles ainda não saibam que seu valente líder já não está entre nós.



Ele me leva para a saída, dizendo-me que vai me levar para casa primeiro, e depois vai voltar para a biblioteca para pesquisar sobre a minha reversão. No inicio, eu sugiro que posso ajudá-lo a ler, mas então ele confessa que planeja se alimentar entre me levar para casa e a pesquisa, e decido que não estou pronta para participar. Quero dizer, eu sei que seus doadores estão de acordo, mas a idéia de olhá-lo drenando sangue não é o que eu chamaria de um passeio noturno divertido. E de qualquer maneira, Draco prometeu que vai me enviar uma mensagem de texto se encontrar algo.



Então, eu chego em casa aproximadamente às cinco da manhã (o passeio no Jaguar conversível foi celestial, à propósito). Eu sei que eu deveria estar esgotada, mas eu estou totalmente acordada. Vou na ponta dos pés até o meu quarto, tentando não acordar mamãe, já que eu acho que ela não acreditaria na minha desculpa “eu quebrei o toque de recolher por que eu estava escondida de uma caçadora de vampiros que matou o Haley Joel Osment diante de meus olhos”.



Por sorte ela estava dormindo profundamente.



Chego no meu quarto e acendo a luz. Meus olhos caem sobre uma figura na minha cama. Emma. Ela deve ter tentado ficar acordada esperando por mim. Eu rastejo na cama ao lado dela e apago a luz. Ela se vira com um gemido suave.



- Ah - murmura. - Não percebi que você estava em casa.



- Acabei de chegar - digo, puxando o edredom sobre mim. Depois de passar a noite em um chão de titânio duro, acho que a maciez da cama dá as boas-vindas para meu corpo dolorido e cansado.



- O que aconteceu? Ted quis transformá-la de volta? Você é uma humana outra vez?



Suspiro.



- Não. Ele estava prestes a dizer como reverter o processo. Disse que era simples e tudo mais. Mas então uma caçadora o transformou em pó.



Emma se senta na cama. Inclusive na escuridão da madrugada posso ver seus olhos arregalados.



- Uma caçadora?



- Sim, em cada geração se escolhe uma garota que é destinada para matar vampiros ou algo assim. Como em Buffy.



- Sei o que é uma caçadora - diz Emma com impaciência. - Só não posso acreditar que ela matou Ted! Isso é terrível. Uma grande perca para os vampiros de todo o mundo.


- Eu não sei. - Dou de ombros. - Ele parecia uma espécie de cretino para mim.


- Mione, Ted foi muito importante para a convenção. Você não sabe de nada. Se tivesse lido meu blog...



- Você quer parar de falar sobre esse blog? - Sei que estou sendo uma cadela, mas você entenderia se tivesse passado a noite que eu passei.



Emma deita novamente na cama.



- Não posso acreditar que Ted está morto - murmura, olhando para o teto. Quando éramos crianças pregamos estrelas que brilham no escuro por todo lugar e algumas delas ainda brilham, com diminutas luzes verdes. Que inocentes nós éramos.



- Eu não posso acreditar que eu vá ser convertida em um vampiro para sempre- replico. Meu Deus! Eu não agüento mais esse sentimento sinto-muito-por-toda-a-coisa-com-Ted. Mione precisa de piedade, também. - Quero dizer, isto vai prejudicar a minha vida social. Sem mencionar a minha carreira na escola secundária.



Minha voz se quebra na última frase. Maldição, não quero chorar outra vez. Mas estou cansada e estressada e com medo, e eu simplesmente não consigo evitar. Depois que eu deixei escapar uma lágrima, iniciei uma enxurrada pelo meu rosto, como uma cachoeira.



- Não quero ser... uma vampira - sufoco.



Emma se aproxima de mim e tira uma mecha de cabelo da minha testa, estudando-me com olhos tristes.



- Sinto muito, querida - diz ela. - Continuo esquecendo o quão difícil isso deve ser para você. - Ela beija a minha bochecha, e começa a sair da cama. - Eu vou deixar você dormir um pouco.



- Você não pode ficar? - Pergunto, as palavras deixando minha boca antes que eu possa detê-las. Ela vai pensar que eu sou um bebê, mas de repente não quero ficar sozinha. Sozinha com meus pensamentos atormentando-me.



Ela assente com a cabeça e volta para a cama, sem fazer perguntas.



- Claro - diz ela, acomodando-se em uma posição mais confortável. - Para que servem as irmãs gêmeas?



* * *



O DJ responsável pela música que toca no meu rádio relógio deveria ser fuzilado. Não, isso não seria doloroso o suficiente. Ele deveria ser castrado e deixar para ser comido por cães raivosos. Ou algo assim. “The Monster Mash” é a canção que me acorda nessa manhã – por favor. Algo inumano, eu te digo.



Pressiono o botão de soneca no rádio e puxo as cobertas sobre a minha cabeça. Nunca me senti tão cansada em toda a minha vida. Sinto que vou vomitar, estou tão cansada. Eu não acho que eu tenha dormido muito antes que o sol aparecesse no horizonte. E então, eu caí em um sono como em um coma profundo, até que o DJ decidisse me atormentar com este castigo musical cruel e estranho.



Mas Emma, a maligna bicth, provavelmente está com um complô com o DJ em não me deixar dormir. Ela sacode meu ombro.



- Acorda, Mione - diz com uma voz bastante animada. Que alguém me ajude, se ela começar a cantar a canção “Good Morning” que minha mãe cantava para nos acordar, não serei responsável por minhas ações. - Temos que ir para a escola.



- Estou doente - balbucio, resistindo as suas sacudidas.



- Não está doente. Você é só uma vampira - esclarece, como se isso fizesse tudo ficar bem. - Portanto, faz sentido que você queira dormir durante o dia. 


Suas palavras me fazem saltar de repente da cama. OMG, ela está certa! Estou agindo como um vampiro. Fiquei acordada toda a noite e agora espero dormir todo o dia. Ugh. Não quero sucumbir a estes impulsos de vampira. Que eu saiba, isto poderia fazer mais difícil reverter a transformação se eu aceito tudo isso.



- Já levantei - digo, esfregando meus olhos. A luz do sol que flui através da janela parece como fogo em minha pele. Acho que eu vou usar FPS 30, esta manhã. Ou talvez um FPS 50 turbo que a minha mãe guarda no banheiro.



Farejo o ar.



- Ugh. Que cheiro horrível é esse? - Pergunto, franzindo meu nariz.



Emma dá de ombros.



- Cheira como o café da manhã que mamãe prepara.



- Certamente não cheira como o café da manhã que eu quero comer - digo, saindo da cama e tentando esquivar do sol que entra no quarto enquanto sigo o caminho até o banheiro.



Lavo meu rosto e percebo que estou um pouco pálida nesta manhã. Certamente Emma ficaria feliz em se ver assim, como quando ela pintou seu rosto de branco para ficar com um look gótico. Ah, bem, tanto que eu tentei conseguir um bronzeado. Coloco o protetor solar, cuidando para não esquecer qualquer parte importante, então volto para meu quarto. Emma já saiu, e estou mais do que tentada em rastejar lentamente para a minha cama. Mas não, devo resistir à tentação. Tenho que continuar a agir tão normal quanto for possível.



Além disso, se eu for para a escola vou poder ver Córmaco. Córmaco que está loucamente atraído por mim. Falando em motivação!



Olho em meu closet para ver o que posso usar. Algo que impressione Córmaco, de preferência. Infelizmente, devo me vestir como se tivesse oitenta hoje. Eu não acho que a minha regata e jeans normais sejam uma tendência no departamento do guarda-roupa. E também corro muitos riscos de ser queimada pelo sol. Então é melhor cobrir a minha pele tanto quanto for possível.



Então escolho um suéter preto com mangas compridas que ficam por cima das minhas mãos, o meu par favorito de calças jeans Diesel, e um par de botas pretas. Agora a única coisa que está exposta é meu rosto e o meu pescoço (A marca de mordida felizmente já desapareceu!) Eu pego um par de óculos escuros na minha cômoda e um velho boné dos Red Sox. Eu me estudo no espelho (sim, à propósito, eu ainda posso ver o meu reflexo; acho que isso era um mito), sinto-me como uma espécie de celebridade de Hollywood indo até um supermercado. Não é exatamente a melhor aparência para atrair Córmaco, mas, ei, isso é para o que serve o Perfume Vampiro, eu acho.



Satisfeita com a minha roupa, eu desço as escadas, pronta para enfrentar o mundo. Ou pelo menos a minha mãe. Mas o cheiro pútrido só fica pior enquanto eu me aproximo da cozinha. Ew! O que diabos ela está cozinhando dessa vez? Rato podre frito?



Deixe-me dizer apenas para registrar aqui, a minha “sim, eu fui para Woodstock” mãe fez algumas receitas bastante estranhas nos últimos anos. (Tofu manicotti, alguém?) Então eu só posso imaginar o que ela está cozinhando dessa vez. (E, à propósito, a coisa Woodstock? Ela sempre esquece de mencionar que ela tinha cinco anos na época e que passou mais tempo correndo nua na lama e sendo perseguida pela minha avó, do que ouvindo música. Então, novamente, eu acho que um monte de adultos estavam fazendo a mesma coisa, então quem sou eu para julgar a influência cultural que o evento teve na sua existência?)



- Incendiando a cozinha, mamãe? - Eu brinco quando entro no cômodo. O cheiro é quase insuportável agora, e eu tenho que dá um passo para trás para me equilibrar. É como queimado, um odor a decomposição que me faz querer vomitar. Eu pauso por um momento, piscando os olhos algumas vezes, já que eles começaram a lacrimejar como louco.


- O que está errado, querida? - Mamãe pergunta, voltando-se para a coisa horrorosa que ela está inventando, com um olhar preocupado em seu rosto. - Você parece horrível.



- Eu me sinto horrível - eu digo, caindo em uma cadeira na cozinha, tentando resistir ao impulso de tapar meu nariz com os dedos. Tão ruim quanto o cheiro é, isto é obviamente algo que ela trabalhou intensamente e eu não posso ser rude. Só espero que ela não queira que eu coma algo disso.



Mamãe limpa suas mãos no avental e se aproxima de mim. Ela coloca a palma da mão contra a minha testa.



- Você não parece doente - diz ela, franzindo a testa. - Na verdade, sua testa está gelada.



Eu afasto minha cabeça antes que ela comece a perguntar sobre a minha perfeitamente fria temperatura de vampiro.



- O que é esse... cheiro? - Eu consigo perguntar, querendo mudar de assunto.



Ela levanta sua cabeça confusa.



- Cheiro? - pergunta ela. Ela fareja o ar. - A única coisa que eu consigo cheirar é o café da manhã que eu estou preparando. - Ela dá de ombros. - Tofu, pimenta, e um monte de alho, como você gosta.



Gah! As palavras golpeiam a minha cabeça como uma bigorna de desenho animado. Isto tem que ser. Eu já desenvolvi repentinamente a aversão estereotipada dos vampiros de alho. Um produto alimentar que eu costumava adorar. Que coisa.



- Aqui, já está pronto, na verdade - diz ela, andando até o fogão e colocando uma porção de mamute em um prato. - Você quer sal?



O que eu quero é que essa coisa toda seja jogada no lixo, honestamente. Preferencialmente no lixo do vizinho. O vizinho que vive no planeta Plutão. Isso poderia ser longe o suficiente para que eu possa suportar o fedor.



Mas, o que eu devo dizer? Pergunto-me, enquanto ela traz o prato fumegante até a mesa. Mamãe sabe que é o meu prato favorito e ela fez especialmente para mim. Talvez eu possa dá uma única mordida...



Oh, não. Vou vomitar.



Eu salto para fora da cadeira e corro para o banheiro. Eu mal chego ao banheiro antes que meu estômago libere todo o seu conteúdo na privada de porcelana.



Okay. Está decidido. Eu definitivamente não vou comer o café da manhã. Os sentimentos feridos de mamãe que se danem.



- Mione, você está bem aí dentro? - Mamãe pergunta, batendo na porta e parecendo mais preocupada do que antes.



- Ela está bem - Eu posso ouvir a voz de Emma do outro lado da porta. Graças a Deus. Ela pode me cobrir enquanto eu escovo o vômito fora dos meus dentes.



- Ela não está bem, querida. Ela vomitou.



- Ela está apenas nervosa. Temos uma enorme prova de história hoje.




- Você tem certeza, Emma? - Hmm. Mamãe parece suspeitar. Eu acho que faz sentido. Eu me refiro a todas as suas crenças em paz, amor e hippies, ela não parece que caiu de outro caminhão de nabo¹ de qualquer forma. Ela sabe que eu sou excelente nas provas. É Emma quem fica nervosa com as provas e não quer ir para a escola durante o dia do exame.



- Ela está certa - eu digo, saindo do banheiro com um sorriso. - Estou bem, mamãe. Só estou com as velhas borboletas no meu estômago. Afinal, esse teste vai contar vinte e cinco por cento da nossa nota.



- Okay. Se você está certa... - Mamãe diz, ainda parecendo duvidar. - Mas você sabe, Mione, provavelmente você iria se sentir mais confiante se você tivesse ficado na noite passada e estudado em vez de sair. Eu nem sequer a ouvi chegar.



Droga. Eu tinha esquecido isso.



- Eu estava na casa de uma colega estudando - eu digo, cruzando os dedos atrás das costas. - Nós revisamos história e perdemos a noção do tempo.



Okay, antes que você pense que eu sou uma pessoa terrível por estar mentindo para a minha mãe, tecnicamente, não estou mentindo. Eu fui para a “casa” de Draco na noite passada e nós falamos sobre história. A história do Rei Arthur, as cruzadas, e os vampiros, para ser exata. Mas já que não há realmente qualquer teste, para começar, eu acho que estou devendo algumas desculpas criativas sobre o que eu estudei para contar.



Durante um momento parece que mamãe não acredita na minha explicação. Mas, então, ela dá de ombros.



- Okay, querida. Estou feliz que você tenha estudado. Tenho que ir trabalhar. - Ela se aproxima e beija a minha testa, em seguida, faz o mesmo com Emma. - Tenham um bom dia, meninas. E boa sorte na prova.



Olho quando ela se aproxima do closet para pegar a sua bolsa. Eu me sinto mal por mentir para ela. Pelo geral como as mães são, ela é bem legal. Não como as mães de alguns amigos meus que agem mais como carcereiros do que como pais. Ela sempre foi uma “mãe amiga”. Aquela que promete que nunca vai nos julgar por dizer as nossas coisas. O tipo que prefere que peçamos preservativos e nos orientar sobre controle de natalidade do que termos relações sexuais sem contar a ela. Ela é aberta, aceitadora e amorosa.



Mas ainda não acho que ela aceitaria a coisa de vampiros. Afinal, uma “mãe amiga” não significa necessariamente igualdade. “Aceite Que a Sua Filha Está se Transformando em uma Não-Morta e Seja Legal com Isso Mamãe”.



- Tchau, meninas - diz ela, acenando quando sai.



- Tchau, mãe - nós dizemos em uníssono.



Agora sozinhas, Emma e eu soltamos um riso nervoso.



- Essa foi por pouco - digo, soltando um suspiro de alívio.



- Realmente - Emma concorda. - Embora eu ache que ela ainda está um pouco desconfiada.



- Ela provavelmente acha que eu estou grávida e tive enjôos matinais ou algo assim. Vomitei quando vi a comida.



- Nah. Ela te conhece melhor do que isso - Emma diz com uma risada. - Minha pequena Mione, a Inocente - ela zomba, torcendo meu cabelo.



- Tanto FAZ - eu digo, fazendo um T com os meus dedos.



Emma sorri.


- Agora se fosse eu que vomitasse, nós já estaríamos em um carro no caminho para uma clínica.


- Sim, é verdade, é por que você é uma garota fácil - digo alegremente. Emma brincando soca o meu braço. Ela acha que é engraçado, vai entender.



- Na verdade, você é a garota fácil desta vez. A piranha que roubou meu companheiro de sangue - responde ela com uma risada. - E falando nisso, como foi com o oh-tão-sonhado Draco ontem à noite?



Por alguma razão a sua pergunta faz o meu rosto corar. Apesar de que julgando pela forma em que meu rosto está agora, é provável que nem sequer dê para notar o rubor.



- Ele está bem - digo. - Está aborrecido com o que aconteceu com Ted, é claro. Depois de tudo, o cara era seu pai e de todos.



- Ted era o pai de Draco? - Emma diz, levantando uma sobrancelha.



Eu sorrio, feliz por finalmente saber algo que ela não sabe.



- Sim - eu digo, e relato uma versão abreviada dos acontecimentos.



Quando eu termino, Emma libera um suspiro longo e dramático.



- Wow - diz ela sonhadoramente. - Meu companheiro de sangue foi um cavaleiro da armadura brilhante. O quão isso é legal?



Dou de ombros.



- Sim, ele realmente é um cara interessante quando não é tão arrogante e grosseiro. - Faço uma pausa, e logo acrescento - Que é uns noventa por cento do seu tempo.  - Não quero que Emma pense que estou desenvolvendo alguma espécie de afeto por Draco, já que isso não é verdade. De fato, acho que uma mudança de assunto está em ordem aqui. - Agora vá jogar fora essa mistura repugnante de alho antes que eu tenha náuseas outra vez.



- Okay. Vou levar lá para fora. - Emma desaparece na cozinha, e momentos depois, ela e o fedor saem da casa e o ar torna-se relativamente claro novamente.



À medida que o fedor desaparece, eu percebo que de repente eu estou faminta. Entro na cozinha, em busca de um lanche sem alho. Olho na geladeira. Não há muito lá. Então meus olhos caem sobre um pacote de carne de hambúrguer na parte traseira da geladeira.



Minha mãe é uma vegetariana estrita e, você vê, ela me levou para aquele caminho também. Mas a minha irmã nunca poderia perder o gosto pela carne vermelha. Então, às vezes, ela cede aos seus impulsos carnívoros e desfruta de um bom hambúrguer.



Fico olhando para o hambúrguer, e de repente percebo que estou com água na boca. Na verdade, eu estou com tanta ânsia de repente que eu acho que poderia estar babando um pouco.



De repente, a minha mão alcança involuntariamente a carne crua, como se fosse tomada por vontade própria. Meu estômago rosna em antecipação. Parece tão saboroso. Tão vermelho. Tão delicioso.



Eu olho em volta para ver se Emma voltou. Ela provavelmente ainda está enterrando o lanche lotado com alho. Eu tenho tempo. Pego o pacote e o rasgo, avidamente agarrando punhados de carne crua e pondo-os na boca, adoro o suco sangrento que flui em minha garganta. Eu juro, um sundae de chocolate com pasta de amendoim, chantilly e calda de chocolate extra não é nem metade tão bom quanto isso.



- Você sabe que isso é realmente uma boa forma de desenvolver E.coli².




Eu giro ao redor, com a boca cheia de carne crua, para ver Emma ali com um sorriso no rosto. De repente, percebo o que eu estou fazendo. Horrorizada, eu cuspo a carne na pia, tentando me obrigar a vomitar o resto. 


- Oh, meu Deus. Eu não posso acreditar que fiz isso - eu grito, absolutamente mortificada. - Isso é tão nojento.



- Está tudo bem. Tenho certeza que os vampiros são imunes a doenças de origem alimentar - diz Emma.



- Mas foi tão... bruto! - Eu fico olhando para o resto da carne, lutando com o impulso quase irresistível de voltar a comer de novo. - Não posso acreditar que eu comi hambúrguer cru. É tão sangrento e nojento, e...



- Não se preocupe com isso, Mi. Você só está cedendo aos seus impulsos de vampira, é tudo. - Emma dá de ombros. - Embora, muito em breve você vai precisar de sangue para viver.



Estreito meus olhos.



- Eu não vou tomar sangue para viver.



- Você vai se você estiver com fome.



- Não. Eu não. Eu definitivamente não vou. - Atravesse meu coração e espere que eu morra. Eu juro pelo meu baile de formatura com Córmaco McLaggen. - Eu prometo. Eu nunca ficarei faminta novamente.


Meu estômago ronca em resposta. Uh-oh.


 


***


 


¹Essa frase é uma metáfora. As pessoas que caem do caminhão de nabo seriam pessoas irremediavelmente ingênuas.


² E.coli é um bactéria que causa diarréia. E normalmente, encontra-se em alimentos contaminados e que foram mal cozidos.

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Comentários (1)

  • Déia Santos

    carne crua?! Eca! huahauhuhuhauh... coitada da Mione, espero que tudo de certo na escola

    2011-09-21
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