Descoberta - Parte I
Descobertas – Parte I
James Potter acordou na manhã seguinte e se sentiu rígido, doído. Nos últimos dois dias a única coisa que tinha feito era transar e dormir. E detalhe: com duas garotas diferentes. Por Deus! Desde quando ele era um galinha? Um safado? Um tarado? Um canalha?
Olhou para o lado e se assustou ao se deparar com Ashley ainda deitada na cama. Era estranho. Lily sempre ia embora antes de ele acordar. James dispersou o pensamento como quem mata uma barata. Não era justo que ele ficasse pensando em outra com sua namorada do lado.
Era impressionante como as mulheres eram diferentes. Ashley era tão delicada, tão reservada. Vários “Eu te amo” haviam escapado de sua boca durante a experiência de ontem. James havia lhe mordido os ombros e ela havia lhe pedido que parasse; ela havia insistido em fazer sexo com a calcinha e o sutiã, sendo que apenas ele retirou as roupas por inteiro. Ashley tinha mãos macias que seriam perfeitas se ela soubesse o que fazer com elas.
Lily era quente, sensual. Não tinha medo de gemer, não tinha medo de tirar a roupa, não tinha medo de errar. Ela não precisava de palavras doces e promessas de que ele estaria ali quando ela acordasse. Lily não queria promessas para o amanhã, queria viver o presente. E fazia isso como ninguém. James não precisava fazer esforço para gostar dela.
O garoto suspirou. Ele amava Ashley. Ou pelo menos achava que amava.
X*X
Lily Evans estava deitada na cama. Usava apenas um roupão de seda branco. Os cabelos cor de fogo estavam soltos. Os olhos verdes examinavam o teto atentamente, como se lá houvesse algo interessantíssimo, que merecesse atenção.
Fechou os olhos e imaginou. Um lugar branco. Apenas branco, como aquele teto. Sem inicio, nem meio, nem fim. Apenas o nada. O branco. O vazio.
Havia um banco, bem parecido com aqueles de praça, flutuando na imensidão do vazio. Lily imaginou aquele banco dourado, como um trono. Ali, colocou sentada a imagem de sua mãe, a mulher mais maravilhosa que já conhecera.
Uma lágrima fina escapou pelo canto do olho de Lily Evans. Já havia passado tanto tempo, mas ela ainda não conseguira se despedir de sua mãe. Lily limpou a lágrima e pulou de susto quando a campainha tocou. “Paz” era definitivamente uma palavra que ela não conhecia.
Lamentando o fato de Marlene estar trancada no quarto com Sirius desde ontem, Lily se levantou e foi em direção à porta.
Girou a maçaneta uma vez. Duas vezes. Uma terceira vez. E ainda uma quarta. Até que percebeu que estava trancada. Vasculhou a sala em busca da chave. Encontrou-a ao lado da chave do carro. Aproveitou para consultar o relógio e se deu conta que já era mais de duas horas da tarde.
Voltou para a porta, a fim de despachar quem quer que fosse e sair para almoçar.
- Oi, Lily – disse um James sorridente. A ruiva arfou de susto. Sinceramente, isso era uma coisa que ela não esperava. Por um momento, Lily ficou sem reação. Como ele chegara ali? Ela não se lembrava de ter dito aonde morava.
Aquele momento de hesitação foi o suficiente para que James a agarrasse e capturasse seus lábios com fervor. Seus corpos se chocaram e Lily perdeu completamente o folego.
Minha nossa, como ele sentira falta dela! Percebia agora como preferia que fosse Lily ao invés de Ashley na sua cama.
Com um chute, o moreno fechou a porta, sem se importar se estava fazendo barulho ou não. Agarrou Lily pela cintura e colocou-a sentada na bancada da cozinha. Rapidamente, desamarrou o roupão da mulher e...
- Hey – disse Lily, empurrando-o gentilmente. James a ignorou e beijou seu pescoço, faminto. – James – Lily empurrou-o novamente.
James parou e olhou-a, confuso. Ela fechou o roupão despreocupadamente, um sorriso maroto brincando nos lábios.
- Eu fiz alguma coisa errada? – perguntou James. Era a primeira vez que ele era rejeitado nesse quesito.
- Não fez nada de errado.
- Então porque...?
- Eu fiquei curiosa...
James franziu a testa.
- Curiosa sobre o que?
Lily apontou a cadeira para que ele se sentasse. Foi até uma caixa na mesinha de centro da sala e retirou de lá um maço de cigarros e um isqueiro. Voltou para a cozinha e acendeu o cigarro.
- Devo culpar Sirius Black por causa de sua repentina aparição no meu apartamento.
James corou.
- Na verdade, eu que pedi o endereço para ele.
A ruiva assoprou a fumaça e riu.
- E o que te fez tomar essa iniciativa?
James corou mais ainda.
- Senti sua falta.
Lily sentiu alguma coisa no estômago. Era a primeira vez que alguém lhe dizia que sentia sua falta. Talvez... ela dispersou o pensamento.
- Pensei que estivesse louco para se livrar de mim...
Uma risada nervosa escapou pelos lábios do garoto.
- Bem... é que... sabe... – ele fez uma pausa. – Transei com a Ashley ontem.
Mais alguma coisa se remexeu no estomago de Lily. Ela ignorou a irritação e voltou sua atenção para o cigarro.
- E daí? – perguntou, tentando não ser rude.
- Bem, ela adorou. Foi embora hoje mais feliz do que você imagina.
- E daí?
- Não posso dizer a mesma coisa de mim...
- E daí?
James encarou Lily.
- O que? – perguntou.
- Potter, sexo é uma coisa normal. Não vejo o porquê de isso ser um motivo para você vir me visitar.
Outra risada nervosa escapuliu de James.
- Também não acho que seja um bom motivo... Pelo contrário, eu acho um péssimo motivo. – disse ele. – Mas eu precisava de um motivo... Qualquer motivo. Pois hoje, não sei porque, acordei com saudade de você. É estranho, você não acha? Não faz nem três dias que nos vimos.
Outra pontada no estomago. Lily torceu para que seu rosto não a denunciasse.
- Ou talvez eu tenha me mostrado uma ótima amiga e você precise desabafar.
James riu.
- É, talvez seja isso mesmo...
- Então, me diga. Quais são suas atuais decepções?
- Tenho duas.
- Primeira... – pediu Lily.
- Ashley.
O estomago de Lily se remexeu, inquieto. A irritação cresceu à menção daquele nome.
- O que tem ela?
- Eu lhe disse. Nós transamos.
- Sim. E?
James corou mais uma vez. Mas se pôs a falar.
- Ela pareceu bem satisfeita. Mas eu não gostei tanto quanto deveria. Sabe, Ashley não é uma pessoa fácil de agradar. A gente não se entende nem na cama. – ele fez uma pausa. – É diferente de nós dois. Por isso eu senti sua falta.
Lily, se ainda conseguisse corar, o teria feito.
- Já pensou que talvez você não goste tanto assim dela? – ao dizer isso, ela parecia quase esperançosa.
- Já pensei sim, mas... – foi interrompido.
- Segunda. – pediu Lily.
- Meu pai.
Finalmente um assunto seguro.
- O que tem seu pai?
- Ele é um idiota.
- O que te faz pensar isso?
James pausou. Era certo que isso não era da conta de Lily. Se bem que aquilo não era nem sequer da conta dele.
- Ele se casou de novo.
- E isso faz dele um idiota?
- Não tire as palavras da minha boca, Evans.
Lily levantou as mãos, em sinal de rendimento.
- Foi você que disse.
O garoto deixou essa passar.
- Não é o fato de ele ter se casado de novo. Mas é com quem ele se casou.
- Com quem ele se casou?
- Com uma garota mil anos mais nova que ele.
A ruiva jogou a cabeça para trás e riu alto.
- Não entendo como isso possa fazer do seu pai um idiota, James.
- Ora, é óbvio que a garota só quer o dinheiro dele.
A mulher apagou o cigarro na bancada e jogou-o pela janela. Depois agarrou o maço e acendeu outro cigarro. Jogou a fumaça para cima, pensativamente.
- Vejamos, você é nove anos mais novo do que eu... E ai? Quer o meu dinheiro?
James ficou boquiaberto.
- É claro que não!
- Então porque está aqui?
- Porque gosto de você e quero sua companhia! – disse indignado.
- Mesmo? – perguntou Lily, irônica. – Já pensou que talvez a esposa do seu pai queira a mesma coisa em relação à ele?
O moreno balançou a cabeça negativamente.
- Não é a mesma coisa. Eles são casados e nós somos só amigos.
- Certo – disse ela. – James Potter, quer se casar comigo?
O menino arfou, assustado. Olhou para Lily, procurando ironia em seu rosto bonito, mas ela estava mais do que séria.
- Como é que é? – perguntou, desconfiado.
- Foi uma pergunta simples – retrucou Lily.
- Mas...
- Quer ou não?
- Quero.
- Vai se casar comigo só por causa do meu dinheiro?
James arfou de novo, parecendo ofendido.
- Mas é claro que não!
- Então porque aceitou?
O garoto perdeu a fala. Era uma boa pergunta. Tudo bem que era só uma suposição idiota, mas, afinal de contas, porque ele aceitara?
- Eu... não tenho a mínima idéia. – admitiu ele.
Lily, percebendo que entrara num assunto um tanto quanto desagradável, mudou o rumo da conversa.
- Bem, talvez esse não seja o raciocínio certo. – admitiu ela. E tomou uma decisão. – Muito bem, James, eu vou lhe contar uma história. – disse e esperou que James olhasse para ela. – Você queria saber o nome do meu pai, não? Pois não. O nome dele era Alexander. Ele engravidou minha mãe quando ainda eram adolescentes e se casou com ela antes que eu nascesse. Eles compraram uma casa amarela, de dois andares. Vivi lá meus melhores e piores momentos. – fez uma pausa, para ter certeza que James estava acompanhando. – Quando fiz cinco anos de idade, minha mãe sofreu uma parada cardíaca e morreu. – pausa novamente. – Sua mãe morreu? Ou seus pais apenas se separaram?
James apoiou os cotovelos na mesa e respondeu:
- Eles apenas se separaram.
- Faz quanto tempo?
- Se separaram quando eu tinha sete anos.
Lily fez que sim com a cabeça, mostrando que entendia.
- Você deve ficar feliz que seu pai procurou uma outra mulher para fazê-lo feliz, sabia?
- O que quer dizer?
A mulher olhou-o atentamente. Havia mágoa em seus olhos verdes. James não entendeu.
- Meu pai não quis se casar de novo. Talvez ele não tenha conhecido alguém bom o bastante, ou talvez apenas não quisesse. Mas ele me tomou como sua mulher. – continuou ela, a voz embargada. – Quando tinha oito anos, ele fez a primeira visita ao meu quarto.
James arregalou os olhos quando finalmente entendeu.
- Por Deus!
- Ele me amarrou na cama. Me estuprou. Doeu tanto. Eu gritei. Mas ele me batia todas as vezes que eu gritava. Até que eu aprendi à ficar em silêncio – contou ela. – Fazia com que eu chupasse ele. Ele gostava de me machucar as vezes. Enfiava alfinetes nos meus braços. Eu chorava. Não me lembro de ter chorado tanto como chorava naquela época.
Uma lágrima solitária escorreu pelo rosto de Lily. Mas ela a limpou, com raiva.
- Ele visitou meu quarto até que eu completasse doze anos. Eu tinha medo de dormir. Até que uma noite, ele me machucou tanto que teve que me levar ao hospital. Ele disse que tinha me achado na rua. – continuou ela. – Do hospital, fui levada para o orfanato.
Lily parou por tanto tempo que James achou que a história havia acabado.
- O que... o que aconteceu depois?
- Bem, eu nunca mais o vi. Não fui adotada por ninguém, porque tinha medo de chegar perto dos homens. Eu achava que todos fariam a mesma coisa comigo. – ela riu. – Quando fiz dezoito anos, fui liberada do orfanato e trabalhei como garçonete durante os dois anos seguintes. Aos vinte anos, escrevi minha história e transformei em um livro. E agora estou aqui.
Silencio morno.
- E-eu... eu nã-ão sabia, Lily... – disse James, pegando as mãos de Lily.
- Não tinha como saber. Só a minhas amigas sabem... E elas demoraram a descobrir.
- Sinto muito.
- Não sinta. Se aconteceu assim, é porque não podia acontecer de outro jeito.
- Não é verdade...
Lily colocou o dedo indicador nos lábios de James, calando-o.
- Não precisa ter pena de mim. Eu não preciso que tenham pena de mim.
James retirou o dedo de Lily de sua boca e beijou sua mão.
- Eu não queria que tivesse acontecido assim. – disse ele. – Eu gosto muito de você, sabe? Você é muito importante para mim. Isso me magoa também.
Alguma coisa fez o estomago de Lily pular, e balançar, e rodar, e dançar, e agitar, e encolher, e estufar.
James a beijou pelo que pareceu a milésima vez. Neste momento, Lily estava a ponto de se apaixonar.
*v*
- Não. – dizia Marlene, convicta, vestindo uma blusa de mangas rosa e um short jeans.
- Mas, Lene... – tentou Sirius, se levantando e andando atrás de Marlene.
- Eu já disse que não.
Estavam no quarto de Marlene, e haviam acabado de fazer amor pela terceira vez naquele dia.
- É a ultima vez, eu juro! – prometeu Sirius, perseguindo a namorada, completamente nú.
- Sirius Black! Eu estou exausta!
- Lene... – começou o moreno. – Você vai me deixar neste estado?! – perguntou, apontando para o membro ereto e rígido.
Marlene pareceu hesitar, olhando pensativamente o pênis do namorado. Por um momento, Sirius achou que tinha vencido, mas o que saiu pela boca da mulher foi:
- Vocês, adolescentes, tem uma energia que eu vou te contar! – reclamou.
Sirius bufou.
- Por favor? – tentou, sem esperanças.
A morena deu um selinho no garoto e jogou uma calça para ele.
- Vista-se. E vamos almoçar. – e saiu pela porta do quarto.
Sirius vestiu a calça às pressas, pensando sobre as chances que tinha de agarrar Marlene na cozinha. As chances eram poucas, ele admitia.
Saiu sem camisa e descalço, mas brecou quando deu de cara com Lily, saindo de seu próprio quarto.
- Lily! – exclamou.
- Não, Sirius. Sou sua mãe, não está me reconhecendo? – retrucou ela, ironicamente.
Sirius começou a gargalhar e Marlene riu também, enquanto conversava com alguém na cozinha.
- Pare de rir, Sirius, e vá por uma camisa. Isto é uma casa de família. – disse Lily e foi para a cozinha, seguida de Sirius.
A situação estava assim: Marlene procurava as botas em baixo do sofá, enquanto Lily pegava as botas que a amiga procurava e colocava nos pés. Sirius se jogou na bancada ao lado de James.
A ruiva havia ido ao quarto para trocar de roupa, e agora trajava uma camisa xadrez de meia manga, um short jeans bem curto e as botas de Marlene. O cabelo vermelho estava preso em uma trança.
- Aonde você vai com as minhas botas, Lily Evans?
- Vou almoçar com o James em um restaurante japonês maravilhoso. Quer vir?
Marlene olhou para a amiga atentamente.
- Só se deixar eu usar seu sapato azul petróleo.
- Fique a vontade.
James e Sirius se entreolharam e deram de ombros.
Quando todos estavam, finalmente, prontos, Lily, James, Marlene e Sirius saíram porta afora. A ruiva virou-se para trancar a porta.
- Por que deixou as luzes acesas?
- Porque se o assaltante pensar que tem alguém em casa, vai pensar duas vezes antes de entrar.
James e Sirius reviraram os olhos, enquanto Marlene fingia que não tinha ouvido aquilo.
*$*
Depois de um almoço tranquilo e, talvez, demorado demais, os dois casais se separaram. Lene e Sirius seguiram em direção ao Aspinall’s Cassino para jogar poker, enquanto Lily e James foram para o apartamento pequeno do garoto.
Não era necessário perguntar o que fariam lá.
Agora, James olhava pensativo para uma ruiva adormecida, deitada em sua cama, os lençóis enrolavam seu corpo nú de modo desgovernado. Fora simplesmente uma surpresa maravilhosa acordar sete horas da noite e ainda a encontrar ali.
Normalmente, ela sempre desaparecia. Mas, desta vez, Lily ficara. E ele não sabia o porque de aquilo ser tão esplendido.
Talvez ela não precisasse ir embora. Talvez ela pudesse ficar. James estendeu a mão e alisou os cabelos cor de fogo da mulher. Era meio óbvio que ele tinha, no mínimo, um carinho por Lily.
Pensou em Ashley. Mas esse pensamento só serviu para mostrar o quanto Lily fazia falta.
Sem pensar exatamente no que estava fazendo, James agarrou um bloco de papel e lápis. Se sentou na escrivaninha e começou a desenhar uma Lily Evans adormecida.
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Comentários (3)
*---------------------------------* muiiito fofo. Lily e James já estão se gostando, ele sentindo até a falta dela. Ainda bem que ele não gosta mesmo da Ashley porque ela é chata demais O.O Sirius e Marlene são uma onda também kkkkkkkkkkkkkkk eu ameiiii o capitulo, e fiquei morta de pena da Lily :/ velho que pai malvado o dela :( triste isso.bjoos!
2012-10-31Que lindooos dois se apaixonandopouco a pouco
2012-03-10Coitada da Lily mas ela está se apaixonando...E a Leona e os outros??Poste sem demorar muito tá?!
2012-03-10