Mudança radical



Capitulo 4


Mudanças radicais


 


O sol penetrava lentamente pela vidraça do dormitório dos meninos. Alvo abrira os olhos lentamente, percebeu que era o primeiro a acordar. Calçou seus chinelos e desceu para o Salão Comunal. Era típico Alvo acordar e ver Rosa já de pé. Ela estava lendo um livro na mesa. Vestia um vestido rosa fraco e seus cabelos estavam soltos.


- Bom dia. – disse ela lançando um sorrisinho para Alvo.


- Bom dia.


Ele agora lançara o olhar para o relógio, que batia cinco e quarenta e seis. Ele desceu as escadas lentamente e se jogou no sofá. Ficava olhando para as chamas que estavam ascendidas na clareira.


Eram cinco e cinqüenta quando Elizabeth levantara e descera as escadas. Dera um oi para Rosa e saiu do salão. Parecia que nem tinha notado Alvo ali. O garoto já se adiantou para seguir a menina. Ela desceu para o piso térreo e entrou num corredor. Não olhava para trás, a garota. E então, ela parou de frente para um retrato de uma ave. Alvo se precipitou para trás de uma estátua.


O quadro se abriu e de lá saiu um garoto de cabelos cor de laranja. Ele deu um sorriso para Elizabeth e beijou-a. Era Bruno Towns, o novo namorado de Elizabeth. Os olhos de Alvo se encheram de lágrimas enquanto observava aquela cena, não podia sair correndo sem ser visto. Se tivesse ao menos pego a capa de invisibilidade de seu pai.


Ele ficou ali escondido dez minutos, enquanto Elizabeth dava cochichos e beijos em Bruno. Então o casal e todos os alunos da Corvinal desceram para o Salão Principal para o café, e Alvo acompanhou-os.  


Tomou o café tradicional forçando-o a descer, pois não tinha a mínima fome. Lílian agora estava mais calma. Todos estavam lá, menos Cristopher. Quando Alvo percebera a falta do garoto, ele aparecera na porta do salão.


Cristopher estava muito mudado. Cortara os cabelos e agora estavam curtos e lisos. Emagrecera e colocara uma lente de grau azul. Quando Drew viu o garoto não pode deixar de comentar.


- Nossa você ta diferente! E eu não me lembro de ter visto você junto com Caio, Jhon e George no duelo no expresso.


- Parei de andar com eles. – falou Cristopher.


Drew ficara chocado, mas voltou a comer silenciosamente. Cristopher estava comendo apenas biscoitos e tomando um suco. O que era estranho, pois sempre se esbaldara nos bacons e ovos fritos. Ele estava estranhamente legal.


Os garotos do segundo ano teriam agora, uma aula de vôo com Teddy. Alvo estava animadíssimo para essa aula com seu novo professor. Para a alegria dele e de Rosa a aula seria com os alunos da Sonserina. Assim ele evitaria ver Elizabeth e Bruno juntos. Apesar de que ele teria de se acostumar com tal acontecimento, pois acreditava ter perdido a garota pra sempre.


- Bom dia alunos! – falou Teddy chegando ao campo.


As garotas, e Drew, deram suspiros quando ele chegou. Os demais alunos retribuíram o bom dia.


- Hoje vou ensinar a vocês o que cada jogador faz. Não iremos utilizar os livros. Agora montem em suas vassouras!


Os alunos fizeram o que o professor mandou. Subiram na vassoura e já levantaram vôo. Estavam voando sem rumo, só por diversão, enquanto aguardavam o professor dar as ordens. Ele subiu também em sua vassoura e pegou vôo.


Levava consigo uma bola vermelha, onde ele arremessou para o alto e voou atrás da mesma.


- Esta – disse levantando a bola. – se chama goles. Os artilheiros, que são três por time, pegam essa bola e tenta acertá-las nos aros. – falou apontando para três grandes pilares com círculos no topo. – O goleiro, defende os aros dessas bolas. Vou deixar vocês brincarem um pouco.


Ele lançou a bola para o ar e muitos alunos foram atrás, exceto Alvo, que ainda estava digerindo a história. Drew saiu do bolo de gente com a goles em mãos, todos foram atrás dele. Ele deu meia volta e arremessou a bola para Alvo, que pegara sem querer. Ele demorou perceber o que estava acontecendo, quando percebeu era tarde, todos os alunos caíram em cima dele e ele foi para o chão. Teddy voou velozmente e o segurou antes de cair no chão.


- Obrigado. – falou Alvo quando estava em solo.


O professor voltou e pegou a goles da mão dos meninos. Desceu para um baú e guardou a bola. Agora ele abrira um tipo de tampa que segurava uma bola que se contorcia. A bola voou e quase acertou a vassoura de Cristopher. Ela voava loucamente pelo campo.


- Esta é o balaço. Os batedores, que são dois, têm que acertar o balaço com aqueles tacos para evitar que eles acertem alguém de seu time. – disse apontando para dois tacos no chão.


A bola voava em direção ao professor, e este não fez menção de desviar. O balaço acertou em cheio o peito de Teddy e este voou para o chão. Caiu na areia com um baque ensurdecedor. Todos ficaram chocados, mas aparentemente, o professor estava bem. Depositou a bola no baú e fechou sua tampa.


Agora ele abrira uma portinhola e pegara uma bolinha dourada. Ele pôs tal bolinha na palma da mão e esta abriu umas asinhas finas.


- Esta é o pomo de ouro. O apanhador tem que pegar essa pequena bolinha. Ela vale cento e cinqüenta pontos. Se um time está com cento e sessenta pontos e o adversário, que está com zero, pegar este pomo, quem ganha é o time com cento e sessenta. Esta bolinha não garante a vitória, só os pontos.


A bolinha dourada pegara vôo e agora estava dificilmente localizada. Teddy fora ágil e já capturara o pomo, agora o depositava no baú.


- Próxima aula eu lhes ensino as regras. Estão dispensados!


Os garotos subiram para o Salão Comunal, teriam horário vago agora. Eles já estavam no segundo andar quando Alvo puxara Alicy para o corredor. Ela olhou um olhar confuso para o garoto.


- Eu sei que isso vai soar estranho, mas preciso que você finja ser minha namorada. É pra passar ciúmes em uma garota.


- Tudo bem. – falou ela com um sorrisinho.


- Tudo bem? – perguntou Alvo confuso.


- É, eu também preciso passar ciúmes em um garoto.


- Mas isso inclui beijar, ok?


- Tudo bem.


Eles saíram do corredor e subiram para o salão. Chegando lá, Alvo puxara Alicy para o sofá e começara a beijar a garota. Não ousou nem olhar para a cara de Elizabeth, pois se fizesse isso, ela perceberia que o namoro era uma farsa. Alvo ouviu passos fundos sair do salão comunal.

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