A Rua Mattwëinz



   Andy teve um leve pesadelo à noite, com homens assaltando a casa e matando sua mãe. Ele logo identificou que era um sonho, e acordou.


   Desceu a sala de jantar, e fez duas torradas para si mesmo, quando uma coruja entrou pela janela, e soltou O Profeta Diário na mesa.


 


                                               ATAQUES DE BRUXOS DAS TREVAS


  Na tarde de segunda-feira, bruxos das trevas atacaram uma loja no Beco Diagonal. Os aurores e civis deteram os bruxos invasores, que arrombaram e destruíram rapidamente o local. Ninguém morreu e vinte e duas pessoas ficaram feridas. O filho de Harry Potter, Tiago Potter, apareceu sangrando, surdo e mudo, em uma sala na loja. Ele foi levado ao Hospital St. Mungus para Acidentes Mágicos. Não se sabe porquê eles assaltaram esta loja, nem muito menos quem foi o responsável. Os bruxos das trevas detidos foram enviados para Azkaban, e estão sendo julgados.(Pág 3)


 


   - Humpft. Mãe, já viu a notícia? – perguntou Andy soltando o jornal ao lado de sua xícara de café e um prato com torradas.


   - Não, meu querido. Deixe-me ver... – Kate respondeu.


   Ela pareceu perder o fôlego quando leu em voz alta “... sangrando, surdo e mudo...”. Kate participou da batalha ao lado de Harry, mas infelizmente nunca pôde conhecê-lo, pois era da Sonserina.


   - Imagino como tenha ficado Gina Weasley... – ela disse.


   - Ah, a jogadora? O que ela tem haver? – disse Andy, terminando sua torrada.


   - Ela é esposa de Harry e mãe de Tiago, seu tolinho. – ela respondeu.


 


   O Átrio estava cheio no dia. As pessoas pareciam mais nervosas, e a quantidade de exemplares vendidos d’O Profeta Diário naquele dia provavelmente fora incrível. Todos pareciam um pouco confusos, e por vezes, via pessoas com a varinha em punho, esquadrinhando todos os lados.


 


   “Segundo nível – Departamento de Execução das Leis da Magia, incluindo a Seção de Controle do Uso Indevido de Magia, o Quartel General dos Aurores e os Serviços Administrativos da Suprema Corte dos Bruxos”, disse uma voz feminina que não vinha de nenhum lugar.


    O Quartel Auror estava aparentemente mais cheio aquele dia. Uma fila de jovens se alargava da escrivaninha de Helio. Todos estavam suando, nervosos. Andy viu um garoto que devia ser do quarto ano. Alguma coisa estava acontecendo.


    - Você não pode se alistar, menino! – disse Helio para um garoto gordinho, que aparentemente estava insistindo há horas. – Só tem quinze anos, deveria estar estudando! Pode sair...


    A cada pessoa, Helio ficava mais nervoso, até que chegou a aceitar alunos de dezesseis anos.


    São tempos de trevas, e pouca luz. Hogwarts está com medo, assim como o mundo bruxo. As pessoas acham que Harry Potter está abalado emocionalmente. Sim, mas Harry é um grande bruxo, ele sobreviveu por muitas vezes, e se não tivesse, o mundo seria um caos. Os jovens estavam procurando segurança no Ministério, e glória. Derrotar Trevor não é fácil, mas iriam se sentir melhores em combatê-lo. Iriam se sentir como Potter.


 


    Quando a fila acabou, Helio se aproximou de Andy, em um sofá meio afastado do outros aurores.


    - Wellts, tenho uma missão para você. Quero saber onde está Trevor. Estamos revirando as propriedades dele e de alguns seguidores fiéis, já identificados. Tem uma propriedade na Alemanha, que era de Maltazar, você conhece, bastante fiel á ele, aliás, já está em Azkaban. Você vai pela Rede Flú, Para a rua Mattwëinz. Se você encontrar apenas uma pessoa, detenha, mas se tiverem muitos, fuja. Não consegue encara o Exército de Trevor nem com a Varinha das Varinhas.


    - Ah, sim. Vou hoje, certo? Quero me preparar um pouco.


    - Você tem duas horas para se arrumar. Ah, e provavelmente a casa não terá feitiços ao redor. Seria facilmente detectável, e muito suspeito para uma ruazinha na Alemanha. Bem, te vejo depois.


   Andy correu pelo Quartel Auror, e chegou a uma porta isolada. Ele abriu, e viu um longo corredor, que terminava em um portão de ferro com um forte cadeado, e algo lhe dizia que havia um feitiço no portão. Caminhou pelo corredor, e parou em frente a uma porta que tinha uma plaqueta branca dizendo:


    Quarto 147, Andy A. Wellts


                Auror


    Ele ficou parado em frente a porta, sorrindo e achando engraçado que poderia ter o nome de um consultório dentista trouxa ali, com o tipo de mensagem “Dr Andy Wellts – dentista”. Enfim, ele girou a maçaneta redonda de madeira.


    Era um quarto médio, tinha uma cama, escrivaninha e um armário, além de um espaço suficiente para movimentar-se com sucessos entre os poucos móveis, e ainda praticar algum feitiço.


Ele abriu as portas do armário, e viu que ele era afetado por um Feitiço Indetectável de Extensão.


    O armário era pouco maior que o quarto, mas não era tão bom, pois estava repleto de objetos, incluindo o único vira-tempo restante no mundo. Recheado de caixões que tremiam, mini-armários de poções, kits de Defesa Contra Artes das Trevas e Poções, fileiras de livros, varinhas, e etc.


 


Ele colocou uma capa de viagem, alguns frascos de poções no bolso interno e uma faca. Saiu do quarto, a capa esvoaçando em seus calcanhares, e chegou no Quartel Auror.


    Helio estava na escrivaninha, e logo levantou o rosto e fitou o Andy, sorridente.


    - Venha cá, meu jovem. Está pronto? A lareira é toda sua. – Helio disse.


   Andy pegou um punhado de Pó de Flú no console da lareira, e entrou. Jogou o pozinho no chão, e foi engolido por chamas verde-esmeralda.


    - Rua Mattwëinz!


    As chamas o englobaram como uma brisa, e depois, girar e girar, parecendo ser puxado por trás do umbigo. Deu uma parada brusca ao cair em uma lareira, cambaleando ao sair.


    Deparou-se com o interior de uma casa totalmente destruída: um lustre quebrado no chão; sofás arranhados e queimados; jornais, revistas e livros rasgados no chão; portas-retrato partidos ao meio; sangue pelo chão. A porta estava trancada, e as janelas e cortinas fechadas. Um cheiro amargo dava cambalhotas no ar, se espalhando por cada canto da sala.


    Ele andou entre os escombros, e olhou para a escada. Um vulto masculino no patamar da escada, que disparou um Feitiço de Desarme com sucesso em Andy.


    - Quem é você? – ele perguntou.


    - Sou Andy Anthony Wellts, Auror do Ministério da Magia, confiado nesta missão por Helio Rocus.


    O homem abaixou a varinha, e desceu a escada (pulando os degraus destruídos), até que algumas frestas de luz atingiram o seu rosto. Ele era alto, bonito, tinha cabelos castanhos claros até os ombros, e um arranhão no rosto.


    - A bagunça é necessária, sabe. Estão revistando as casas, e esta tem que estar de acordo com as outras. Isso não foi difícil, entende, sou... – ele pareceu voltar a si, e disse: – A casa que está procurando é a última da rua. Estou vigiando há alguns dias. Alguns vultos passam pelas janelas, clarões... Ofereci minha casa ao Helio, caso ele precisasse. Agora, ponto final, por favor.


    - Sim, obrigado. Já estou indo. – Andy disse, e caminhando entre os escombros. Ele achou sua varinha no chão, e a pegou. Continuou caminhando entre os escombros, e disse: Alohomora!


    A porta se abriu com um clique, ele saiu da casa, e caminhou pela rua.


    Algo estranho aconteceu nas casas. Estavam todas destruídas, pelo que se via por fora, o interior estaria horrendo. Ele imaginou pessoas mortas, móveis queimando, perfurações nas paredes, gritos, bagunça, desespero...


    Ele voltou a si quando uma brisa fria o atingiu. Estava em frente à casa de Maltazar. A casa tinha três andares, era cinza. Era a única casa que não parecia destruída. Dois archotes indicavam a porta entre a névoa densa. Andy empunhou a varinha com força, encorajou-se e abriu a porta sorrateiramente com um feitiço.


    A casa era média por dentro: uma porta aberta a esquerda para uma sala de jantar; um portal em frente para uma sala de estar cheia de sofás, e uma lareira com grades; uma escada curva coberta por um tapete vermelho empoeirado, com alguns vestígios de pegadas recentes.


    Andy não titubeou, e subiu a escada. Chegou no primeiro andar, e viu dez portas. Colocou o ouvido na primeira porta, à procura de sons. Apurou mais os ouvidos, mas não ouviu nada. Então, abriu a porta com a mão esquerda, e com a mão direita, empunhava a varinha com força, pronto para atacar alguém dentro da sala. Mas não tinha ninguém. Ele fechou a porta novamente. Repetiu isso até a nona porta.


    A décima porta estava entreaberta. Uma voz se esgueirava levemente da porta, e Andy colocou o olho pela fresta.


    -... essas todas casas trouxas foram destruídas por mim, sua tola! Crucio! Não queria que nenhum trouxa fosse curioso para vir aqui, como aconteceu com meu pai! Você se atreveu e vai pagar, sim... Mas antes vai dizer onde está Harry Potter! Diga! Veritas! – a voz baixa de Uto dizia, torturando uma mulher de cabelos louros-acizentados, e filetes de lágrimas pelo rosto.


    O único som que saía da boca de Andy eram grunhidos, vendo a mulher se contorcer febrilmente no chão. Trevor continuou:


    - A senhora Lovegood não vai abrir a boca, eh? Vai deixar os hipogrifos sozinhos, então. Avada...!


    - Estupefaça!


    Andy já estava dentro da sala quando viu um lampejo, e Trevor voou contra a parede. Andy correu pelo quarto, e puxou a mulher pelo braço, correndo. No instante em que olhou para ela, no corredor de dez portas, ela revelou um sorriso sonhador. A mulher agora corria junto com ele. Ela pulou mais de dez degraus da escada, e ficou na frente. A mulher de cabelos louros-acizentados escancarou a porta de entrada, e saiu correndo pela rua. Quando Andy estava em frente à porta, ela fechou bruscamente. Do chão, a poeira subiu e formou um homem. Trevor se materializara ali mesmo.


    - Vou te matar, seu sangue-ruim imundo! – Trevor gritou.


    Ele conjurou uma flecha negra que foi lançada contra Andy. Os óculos de Andy pareceram se contorcer quando ele conjurou um escudo. A flecha perfurou o escudo, e não não acertou por centímetros a testa de Andy. Em uma fração de segundo, houve um lampejo. O escudo de Andy se desfez, e uma pedra apareceu de trás dele, e atingiu Andy no peito esquerdo. Ele largou a varinha, sem fôlego.


    Ele estava sufocado, e seus óculos quebrados. Viu um vulto que parecia Trevor se aproximando, com um sorriso maléfico no rosto. Andy tateou os bolsos, e jogou na testa de Trevor a primeira coisa que achou. Era um frasco de Poção do Sono... Poderia bem ser uma adaga. O efeito foi bom, Trevor ficou tonto. Mas Andy estava mais tonto, sua visão saindo de foco, o pedregulho o sufocando...


    A última coisa que viu foi a porta se abrindo, mas ninguém entrando. Houve um estampido, e ele fechou os olhos.


 


   “Andy... Andy Anthony Wellts...” uma voz distante disse. Achou que tinha morrido. Achou que o Exército de Trevor chegara, e centenas de pessoas o atingiram com Maldições Imperdoáveis. “Será que ele está vivo, senhor?”, disse uma voz sonhadora e extremamente agradável. Andy não temeu e abriu os olhos.


    Viu duas pessoas o olhando do alto: a que estava mais perto era a senhora Lovegood, que estava mais bonita e não sangrava ou chorava; e a segunda pessoa era o dono da casa na Rua Mattwëinz, que pingava um líquido no peito nu de Andy.


    - Estou bem, estou bem. Muito... Muito obrigado. Ãh, o que aconteceu?


    - Nós o salvamos. – disse o homem.


    “A senhora Lovegood correu para minha casa e me pediu socorro, depois que você a ajudou a sair de lá. Nós vestimos a Capa da Invisibilidade e fomos correndo para a casa que Trevor estava. Eu e ela estuporamos Trevor por trás, ao mesmo tempo. Eu coloquei você no ombro, e trouxe. Os meus pés apareciam, mas nem perceberam. É que o Exército de Trevor chegou nessa hora. Eles não nos viram, pois estávamos com a capa. Enfim, os idiotas entraram na casa dele, e tivemos tempo para despir a capa e correr rápido para entrar dentro de casa. Não podemos matar Trevor, pois iria nos gastar tempo, e o exército chegaria. Ficamos algumas horas cuidando de você, e o Quartel Auror foi avisado. Ah, deve estar se perguntando como tenho a Capa da Invisibilidade. Sou Teddy Tonks Lupin, afiliado de Harry Potter. Ele me emprestou a capa para eu espionar de perto a casa de Trevor.”


    - E foi muita tolice entrar na casa dele. Graças ao senhor Wellts estou viva. – disse a sonhadora Luna. – Eu nunca soube que tenho admiradores, senhor Andy.


    Agora Andy a reconheceu: aparecera algumas vezes em revistas que de Criaturas Mágicas, e era uma naturalista. Ele se lembrou da capa da revista que sua mãe deixara na mesa, alguns dias antes, com o rosto sonhador da Sra. Lovegood.

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