A Ordem.



 


    Andy se levantou, e cambaleou. O seu ombro estava diferente. Ele gemeu, e depois tornou forças e ficou em uma posição mais agradável. Ele sorriu para os dois, e disse:


    - Preciso ir. Pode me emprestar a lareira, Teddy?


    - Claro. A senhora Luna também vai pela Rede Flú. – Teddy respondeu. – Ah, e certamente vou comentar sua bravura ao meu padrinho, Andy, e ele com certeza vai falar com Ministro... – agora, o homem se aproximou mais de Andy, e disse baixinho. – um aumento amigo é sempre bom, e você merece.


    - Ah, muito obrigado. E acho melhor sair logo daqui, os homens de Trevor vão querer revistar as casas novamente. Adeus, senhora Scamander. Até mais, Teddy. – Andy falou, caminhando até a lareira.


    “Sim”.Foi a última coisa que ele ouviu ao lançar o Pó de Flú na lareira, dizer claramente “Quartel Auror!”, e ter aquela mesma sensação de rodopiar e ser puxado pelo umbigo.


 


 


 


    Ele chegou em casa, e se sentou-se à mesa de jantar. Como sempre, a comida quentinha já estava ali, e sua mãe, sorrindo. Ele a saudou, e começou a comer.


    Lembrou-se de quando chegou ao Quartel Auror, e contou tudo á Helio. O chefe do quartel apenas fez um comentário: “A senhora Luna Lovegood está bem, em sua casa. Foi levada por agentes do Ministério, junto com o senhor Teddy Remo Lupin, usando Metamorfomagia para ser mais bem preservado na sede da Ordem da Fênix. Ele está quase sozinho, apenas com alguns Weasley, e filhos e netos de Harry Potter. Obrigado, e acho que está de folga até semana que vem”. E depois, saiu do Ministério, e aparatou para perto de casa.


    Ele terminou de comer em um piscar de olhos. Depois de colocar na pia, ele subiu para seu quarto. Da janela, ficou murmurando feitiços protetores, que forçaram os que já estavam gastos. Deitou-se na cama, e tirou os óculos.


 


 


    Um garoto de cabelo negro e rosto magro estava sentado no alto de uma árvore, lendo um livro. Entre os galhos e folhas, via-se o céu diurno reluzente na árvore em que ele estava. E mais atrás, o castelo de Hogwarts. O garoto olhou para baixo, e viu no pé da árvore, uma garota bonita, de olhos verdes vivos e cabelo ruivo. Mas, uns quatro garotos de vestes verdes se aproximaram, com um sorriso maléfico no rosto. Andy se reconheceu, olhando para os garotos se aproximando, e guardando o livro dentro da capa. Os garotos eram dois anos mais velhos que a garota que aparentava 14 anos, que grunhia. Um garoto passou o dedo pela bochecha da garota, e Andy se controlou. Eram dois anos mais velhos que ele também.


    - Ah, vamos ter diversão com essa garota hoje, caras? – um dos garotos perguntou, rindo.


    - Petrificus Totalus!


    O feitiço da garota foi repelido por de um garoto.


    - Ah, a lindinha sabe feitiços, eh? – ele disse. – Vamos ver se vai conseguir depois...


    Andy tremeu, olhando os garotos se aproximarem dela, chegarem bem perto...


    - NÃO!


    Andy se jogou de cima da árvore, com a varinha em mãos, quase caindo em cima de um dos garotos. Ele lançou três Feitiços Estuporantes não-verbais, e a garota usou um Feitiço do Corpo Preso no outro. Ela olhou para Andy, que retribuiu o olhar.


    - Sou Andy Wellts. – ele disse.


    - Sou Eileen. – ela disse, e Andy ergueu as sobrancelhas.


    - Ei, o que você está fazendo com esse sonserino imundo, prima? – gritou uma voz atrás dele.


     - Está te incomodando? – disse outra voz, aparentemente com a varinha em mão.


    Andy girou os calcanhares, sério. Olhou para dois garotos. Um dos garotos tinha olhos verdes e cabelo preto, e outro era cheio de sardas e cabelo ruivo. Os dois apontavam a varinha para o rosto de Andy, imóvel.


     - Ele me ajudou... Me salvou, na verdade. – ela apontou para os garotos no gramado perto da árvore.


    - Ora, ora, um menino da Sonserina ajudar uma da Grifinória. Isso é raro, garoto. Só por isso não vou te azarar! – o garoto de sardas disse, brandindo a varinha.


    Andy apenas olhou para ele, sem expressão. Guardou a varinha das vestes, enquanto o grupo de grifinórios voltava ao castelo. A garota de olhos verdes olhou para ele, enquanto era levada para dentro do castelo.


     Ele se lembrou de mais tarde, naquele dia, em que fora azarado e humilhado na Sala Comunal Sonserina por mais de cinco alunos do sexto ano, que souberam que ele defendeu uma grifinória.


 


    Agora, ele estava com a garota de olhos verdes, sentados na á beira do lago de Hogwarts. Ele apenas olhava os olhos da garota. Depois, disse:


    - Acha que vai dar certo?


    - É claro, Andy. – Eileen disse.


    Depois, os dois aproximaram o rosto, e se beijaram romanticamente. Andy sorriu por alguns segundos depois do beijo, e acordou.


 


 


    Andy acordou cedo naquela manhã. Usou o Pó de Flú para chegar no Ministério, apesar de muito cedo.


   Ele saiu da lareira, e suas entranhas queimaram.


    O Ministério estava destruído. O piso agora estava cheio de buracos, escombros para todos os lados, corpos de homens e mulheres pelo chão, sangue... O Átrio estava destruído, a única coisa que restava, quase intacta, era a lareira em que ele acabara de chegar. Andy arrancou a varinha das vestes, porém, para sua surpresa, ninguém o atacou.


   Era o deserto. Nenhum som, além da respiração e dos passos que ecoavam de Andy. Passou por muitos corpos, e o que mais lhe impressionou, foi o ministro com a garganta cortada, ainda jorrando sangue pelo chão. Os olhos desfocalizados, completamente morto.


    Ele foi até o elevador, e precisou repará-lo com mágica para funcionar. Decidiu não parar em outros níveis para ver o que estava acontecendo. Foi direto ao segundo nível.


    Estava deserto, como o Átrio. Corpos e sangue pelo chão. Caminhou muito lentamente até a porta do Quartel General Auror. Abriu a porta ligeiramente, uma pequena fresta. Colocou o olho ali, e estava deserto.


    Entrou, e trancou a porta, com todos os feitiços protetores que lhe veio à cabeça, já que o Ministério foi invadido, e os feitiços de proteção provavelmente quebrados. Virou-se, e mirou a varinha em cada lugar da sala. Móveis derrubados, quadros rasgados, e sem ninguém dentro deles. Andou até uma porta e escancarou-a.


   Viu o mesmo corredor que foi ali, alguns dias antes, para se arrumar em uma missão, cheio de portas, e os archotes agora estavam apagados.


    Examinou cada quarto, e até o seu, que estava intacto, como os outros. Só restava o último, o portão de ferro. Ele quebrou o cadeado com um feitiço, e abriu a porta, vendo que o feitiço de proteção estava destruído. A porta rangeu, e abriu.


    Era um largo corredor interminável. Havia centenas de portas de ferro, como a primeira, que estavam caídas no chão, destruídas. Andy foi correndo, olhando para dentro de todas as celas.


    Todas estavam vazias, eram pequenas e escuras. Algumas tinham pessoas mortas dentro.


    Andy se cansou, e voltou para o Quartel General Auror. Ele se sentou em um sofá queimado, e parou para pensar.


    O Ministério destruído, os prisioneiros foragidos, ninguém no Quartel Auror... O que restou? Como vou saber o que aconteceu? Onde posso me reunir aos bons que restaram? O que aconteceu com Leonard, Helio, e os outros Aurores?


    - Expecto Patronum!    


    Uma garça prateada saiu da varinha de Andy, e voou até a parede, e ultrapassou-a. O Patrono ia até a casa dos Wellts.


    Andy esperou, pensando que poderia ser melhor ficar ali sentado.


    - Andy... Andy Wellts? – uma voz rouca e baixa disse.


    - Quem é você? – Andy gritou, mirando a varinha para todos os lados.


    - Aqui...


    Andy virou-se, e viu a única moldura com alguém dentro. Era um homem gordo, calvo, suas longas barbas tamborilavam a moldura.


    - Quer se juntar à Ordem da Fênix? – ele perguntou. – São os únicos que ainda estão contra Trevor. Eles vão lhe contar o que aconteceu.


    Andy hesitou. Mesmo que fosse uma emboscada, ele poderia morrer dos dois modos. Se ficasse ali, alguém mais cedo ou mais tarde desfaria os feitiços do Quartel General Auror, e mataria Andy.


    Aparatar ali, nem pensar. Parecia o único feitiço que não funcionava no Ministério.


   Caminhou em direção ao quadro.


   - Como faço para participar? – perguntou.


   - Toque-me. – o homem no quadro respondeu.


   Andy ergueu o dedo indicador da mão esquerda, e o conduziu lentamente até o quadro. Estava chegando mais perto... Mais perto...


    Quando encostou o dedo no centro do quadro, foi puxado, e pareceu cair em um redemoinho.


    Bumff!


    Sentiu uma brisa, e seu cabelo dançando em algo que lhe parecia ser areia. Abriu os olhos, e viu raios de sol se espreitarem por trás de uma montanha.


    Se levantou, deu um giro de trezentos e sessenta graus. Era uma praia, perto de algumas rochas, a água fria do mar girando nos seus sapatos molhados. Não viu a maior parte do lugar, porém, olhou curioso para o mais importante: uma casa, perto da areia.


    Foi andando em direção a casa, se distanciando da areia. Chegou na casa, e bateu na porta. No mesmo segundo, ficou inconsciente.


 


    Não sabia o que tinha acontecido. Viu um murmúrio, e abriu os olhos.


    Duas dúzias de varinhas estavam apontadas para ele. Não se atreveu a olhar os donos das varinhas.


    - Identificação. – disse uma voz indefinida.


    - Andy Anthony Wellts, Auror. Um quadro me avisou que aqui era a sede da Ordem da Fênix, quando estava no Quartel General Auror.


    Eles guardaram as varinhas. Andy viu mais de uma dúzia de ruivos; adolescentes, barbudos, olhos verdes, crianças, muitas pessoas diferentes, algumas que ele conhecia.


    - É bom saber que o senhor está vivo, Sr. Wellts. Bem vindo ao Chalé das Conchas. – A voz vinha de uma mulher de aspecto sonhador, que estava ao lado dele. Logo reconheceu Luna Lovegood, e ao seu lado, Teddy Remo Lupin.


    - É bom ver vocês também. – Andy disse.


    Mas no mesmo momento, observou a casa toda. Era simples, e pequena para tantos. Olhou para um sofá, e viu os olhos verdes da garota que sonhou algumas noites atrás, lembrou-se da linda, sua amiga, Eileen.


    Ela retribuiu o olhar, sorrindo. 

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