O trabalho.



   Andy acordou naquele dia preocupado. Ele acordou na sua cama, pegando a varinha de Jequitibá brasileiro e lasca de chifre de bicórnio na mesa de cabeceira.


  Segunda-feira, primeiro de setembro já voltara a trabalhar no Ministério. Seus irmãos já estavam prontos para o começo do seu quinto ano.


   - Ah, mãe, não posso levar eles. Tenho trabalho – ofegou o homem.


   Ele colocou um terno preto de gravata marrom, comeu uns pães, desaparatou perto do Ministério.


   Ele estava com a tarefa de entrar na Travessa do Tranco, no Beco Diagonal. Era suspeito que Trevor, um bruxo das trevas muito poderoso, estava unindo um exército para tomar o Ministério, e supostamente, se vingar de alguém. Trevor matou muita gente no passado, e fugira com a maioria dos membros de seu grupo.


   - Nós vamos entrar na Travessa aparatando, e bebam isso aqui... – Helio, um homem alto e de cabelos crespos apontava os copos com um líquido cinza em cima da mesa no Quartel dos Aurores no Ministério. Era uma grande sala vermelha, com objetos rústicos e sofás confortáveis, várias lareiras, alguns quartos e celas para prisioneiros. Havia também quadros, de molduras douradas, que continham pessoas sorrindo, ou apontando a varinha para quem observasse por muito tempo.– E vocês, pela Rede Flú. Estamos procurando Trevor, se lembrem – Eles aparataram na Travessa do Tranco, já tendo bebido a Poção Polissuco que estara em cima da mesa.


   Estava um deserto. As lojas estavam abertas, mas com ninguém dentro, e os vultos que passavam corriam. Eram tempos de trevas. Mesmo para os bruxos dessa laia, pensava Andy,


Trevor fora um homem maligno. Matou seus próprios filhos e sua mulher, mas antes torturou, por diversão. Trevor estava juntando mais seguidores, os benignos diminuíam por medo...


   A história inteira que Andy estava se lembrando se dissipou. Havia um homem parado em frente a eles, com um óculos na ponta do nariz longo. Ele estava de capa preta, com a cabeça para baixo e tinha cabelo arrepiado.


    – Senhor Lenoleto, e Sir Lerry, O feliz – ofegou Andy, retirando a varinha das vestes.


    – O quê? – disse McCannon, um dos aurores.


    – Muito bem, senhor – disse uma voz ligeiramente grossa que vinha do homem. – E posso saber quem é você?


   Andy colocou a varinha no pescoço de Lenoleto, quando um animal semelhante a cachorro pulou de suas costas, tentando morder o auror.


   – GRR!


   O cachorro foi rapidamente impactado por McCannon, e ficou parado no calcanhar por ordem de Lenoleto. Andy se levantou novamente, e continuou apontando a varinha no peito de Lenoleto.


   – Sir Lerry, que modos! Cachorro mau! – disse Lenoleto, calmo.


   – Lenoleto, o quê faz aqui? – perguntou Andy. – Ah, me desculpem senhores. Este é Senhor Lenoleto e seu cachorro, Sir Lerry, O feliz. Estudava comigo em Hogwarts. Só estava verificando se era ele mesmo. Ele é bem-vindo nesta missão, acho eu.


   Lenoleto,  que não era bobo, percebeu a voz de Andy no mesmo momento. Fazia cinco anos que não se viam.


   – Bem, toda ajuda é bem-vinda – disse Helio.


   Explicaram ao Lenoleto a missão, que admirou a coragem e concordou. Eles entraram em mais um pequeno beco escuro, vendo no fim deste um apinhado de bruxos. Quando eles se aproximaram, viram uns buracos no chão, bem grandes e escuros, ao lado da parede, onde vários bruxos estavam pulando. Helio assentiu, e eles ultrapassaram vários homens encapuzados, e pularam em um buraco, que cabia todos os dez aurores ali na Travessa, junto com Senhor Lenoleto e Sir Lerry.


 


   Ouvia-se um zumbido muito forte e agudo. Eles caíram na escuridão, e viram a claridade morrer. Eram jogados de um lado para o outro no escuro, parecendo que estavam sendo sugados por um furacão.


   – Lumus! – da ponta da varinha dos aurores surgiu um fino feixe de luz, que iluminava ao redor.


   Subitamente eles caíram em pé, sem sentirem nada de dor. Depararam-se numa sala iluminada por umas luminárias nas paredes. A sala tinha uma televisão ligada, e um notebook no canto, em cima de uma mesa. Era uma casa de trouxas.


   – É para o exército de Trevor – Lenoleto cochichou. – Vamos ter de atacar trouxas para conseguir chegar até ele.


   Outros homens caíram do teto da sala, com suas varinhas nas mãos, e tentaram atingir o grupo de aurores disfarçados com Feitiços Estuporantes.


   – Incarcerous! – gritou um dos aurores disfarçados, e uma corda grossa foi conjurada, e amarrou os homens fortemente.


   – Venham. – disse Helio.


   Eles olharam para uma porta, e abriram-na rapidamente. Havia uma família de trouxas comendo ao redor de uma mesa cheia de comida. Eles tinham que atacar para chegar ao Trevor, então... “Estupefaça!”,Obliviate!”, gritaram os homens. Cada um da família foi acertado por relâmpagos vermelhos que os estuporaram. E foram modificadas suas memórias, para bem do mundo bruxo.


   A escuridão os rodou novamente, e eles olharam a volta quando clareou. Era um campo de batalha. Um lugar, cheio de ruínas, pedregulhos no chão, florestas e desertos. Dragões, testrálios, leões, acromântulas e diversos animais atacavam dezenas de bruxos, que revidavam. Ás vezes, alguns sumiam de repente, parecendo ser sugados pelo chão. Uma longa floresta que não se acabava surgiu atrás deles.


   - Não se afastem, vamos combatê-los. Ventus! – uma fortíssima lufada de vento saiu da varinha de Andy e empurrou todos os animais e bruxos que estavam na frente, jogando-os para trás.


   Quando olharam para trás, viram que estavam á beira de um penhasco. Mas, além disso, subindo da escuridão profunda do penhasco, uns vultos, que deixou o ambiente frio... Estavam mais perto...


   – Lumus Máxima. – disse Lenoleto, e um foco de luz no penhasco mostrou centenas, milhares de dementadores subindo da escuridão...


   Andy soltou uma risada sarcástica. Ajeitou os óculos no nariz, e apontou a varinha ao penhasco.


   – Todos juntos... Um, dois, três! Expecto Patronum!


   Uma garça de luz prateada saiu da varinha de Andy fortemente, seguido por uma dezena de animais prateados que desciam profundamente o penhasco, empurrando os dementadores para o fundo. Os animais se dissiparam.     


   O escuro procedeu, mais rapidamente que as outras vezes, e eles se viram numa sala bem grande, com centenas de bruxos sentados em bancos. Era iluminada por archotes, e no final da sala tinha um lance de escadas que ia a uma cadeira, que tinha um homem de curtos cabelos negros, usando uma grande capa, e com uma longa varinha presa ao dedo. McCannon já foi levantando a varinha, pronto para atingir o homem na cadeira, que era Trevor.


   – Já viu quantos bruxos das trevas há aqui? Tem centenas. Se atacarmos, perdemos – disse Leonard Bellovitz, um auror.


   Eles se sentaram nas últimas cadeiras que restaram, e Trevor se levantou, e começou a falar:


   – Olá, bravos bruxos, que mataram criaturas ou trouxas. Felizmente, quase todos mataram as famílias que foram determinadas para cada. Vocês agora são meu exército. São meus seguidores. Meus partidários. São do Exército de Trevor! Matarão por mim, soldados! – disse uma voz alta e grave. – Quem não estiver de acordo, se levante.


   Ninguém se levantou, não havia nenhum idiota ali. Se levantasse, iriam ser mortos rapidamente.


   – Agora, suportem a dor. Serão marcados com um “T” em seus pulsos – disse Trevor, calmamente.


   De repente, um apinhado de homens encapuzados apareceu, indo para cada fileira de cadeiras, e cortando a pele dos homens com a varinha, formando um “T” na cor vermelha. Mas atrás deles, vinham os aurores que vieram de Rede Flú... Sem a Poção Polissuco. Ele sentiu se destransformar, enquanto as centenas de bruxos olhavam para os aurores.


   – O quê é isso? – gritou Trevor – Avada Kedavra!


   Um jorro de luz verde-esmeralda passou por cima de tantas cabeças, que quase acertou o alvo errado, e ia direto para Andy. Ele deu um salto tão forte da cadeira, que foi parar duas fileiras depois, e o lampejo verde apenas impactou sua cadeira.


   – Estupore! Scarlatum! Expelliarmus! Estupefaça! – vários jorros de luz saíam da varinha de Andy e dos aurores, e atingindo pessoas aleatórias, abrindo caminho. Mas de repente, Trevor apareceu em sua frente.


   – Avada Ke...


   O cachorro, Sir Lerry, deu um grande pulo para cima de Trevor, e mordeu seu peito fortemente, quando um bruxo das trevas atingiu-o com um Feitiço Estuporante. Ele iria matar o cachorro, quando Lenoleto o atingiu:


   – Reducto! – houve lampejo claro e uma explosão tão grande que o bruxo das trevas pareceu desaparecer.


   – É a nossa hora, aparatem! – gritou Helio, e em uma fração de segundo depois, desaparatou.


   Antes disso, eles ouviram um grito letal, seguido por uma luz verde-esmeralda que iluminou a parede. Não foi nada, só uma tentativa, Andy pensou. Eles desaparataram lá no início daquele pequeno beco, onde ainda há pouco tinham buracos grandes e escuros, mas agora não tinha nada, a não ser uma lata de lixo.


   – Acho que deveríamos ter chamado mais aurores. Alguém está feri...? – disse Leonard.


   McCannon estava no chão, estatelado, com uma varinha solta na mão frouxa.


   – Foi Trevor. NÃO!– gritou Helio.


   Andy olhou melhor para McCannon, e colocou seus dedos nas pálpebras dele, e empurrou-as, fechando os olhos. Segurou a mão dele e aparataram para o Ministério.


 


                           ***


 


   A família McCannon estava chocada. Andy também. McCannon era seu amigo desde o primeiro ano. Mas a vida continuou, na quinta-feira desta mesma semana, mais um trabalho.


 


 


   - Está ocorrendo um assalto á uma loja no Beco Diagonal. Vamos lá aparatando. Lucca e seu grupo vão pelos fundos, para encurralarmo-los. Meu grupo vai pelo chão. – disse Helio.


   Eles aparataram em frente á loja, que estava com as vitrines quebradas, mas grande movimentação lá dentro. Tinha um letreiro caído no chão, que se lia:


 


   Artigos de Qualidade para Quadribol.


 


Dois homens encapuzados jogaram feitiços contra os aurores, que logo se protegeram.


   - Arenófilus! – um jorro grande de areia saiu da varinha de Helio, e foi controlada até um dos bruxos assaltando a loja. A areia ficou o rodeando rapidamente, como um mini furacão, tirando o seu ar, quase o deixando inconsciente quando...


   - Incendio! – um jorro de fogo saiu da varinha de Andy, e atingiu a areia. Aos poucos, foi parando e virando vidro, e no final formou uma barreira de vidro ao redor do bruxo.


   Mais um apinhado de homens apareceu lá dentro, parecendo sair de uma porta na loja. Aurores tentaram deter os homens lá dentro, enquanto Andy e Leonard penetravam lá dentro entrincheirados nos escombros. O lugar não parecia uma loja. Estava tão destruído que era um quarto com paredes perfuradas, caco de vidros por todo o chão, que cortavam os homens que eram estuporados. 


   Um estampido forte foi ouvido, e um homem alto, de cabelos negros, pouca barba negra e usando óculos apareceu na porta da loja. A cicatriz lampejando, acima da testa.


 - Expelliarmus! – gritou Harry Potter, fazendo um relâmpago atravessar o portal de vidro quebrado, acertar um homem encapuzado no peito, e o mesmo ser arremessado para trás.


 - Uau... É o Harry Potter! – disse Leonard, enquanto levantava a cabeça e acertava um homem encapuzado com um Feitiço do Corpo Preso.


   Eles entravam escondidos ali, no meio da batalha, escondendo-se entre os móveis e objetos destruídos. Eles acabaram ao lado de uma porta trancada.


- Sim, mas não temos tempo, acho que tem mais bruxos das trevas naquela porta... Alohomora! – murmurou Andy, e a porta foi escancarada, e logo adentraram.


   A sala estava como a loja. Destruída, apesar de ser muito menor que a outra. O chão áspero. Havia dois homens encapuzados. Eles atacaram os aurores. Estes deteram os dois bruxos, estuporando-os. No mesmo momento, as entranhas de Andy se reviraram rapidamente, quanto seu coração batendo e sua têmpora pingando suor.


   Um homem, de aparência mais velha que Andy, estava amarrado á uma cadeira de ferro. Os olhos saltados; as duas orelhas totalmente cortadas e sua língua esticada no chão. O sangue no rosto dele era tanto, que não era semelhante á um humano. Uma camisa branca no chão, totalmente sangrenta, como o tórax perfurado do homem, com uma letra T que percorria seu tronco inteiro. Ele só estava vestido por uma bermuda que estava rasgada na altura do seu joelho. A perna estava quase toda sangrando.


 


Após uns 30 minutos, os bruxos encapuzados estavam todos caídos no chão, juntos com alguns aurores e civis. Todos entraram na sala em que Andy estava, depois de ajudar os outros a deter os ladrões.


 - NÃÃÃÃÃOO! – gritou Harry, ao ver o homem, que agora revelava uma figura mais jovem, com as cicatrizes fechadas, e sem tantos sangramentos. – É o meu filho! Tiago!


  Harry Potter já estava caindo no choro, com a testa apoiada no espaldar da cadeira, quando...


  - Ai... P-ai... – o homem sussurrou, com dificuldade, já que sua língua estava cortada.


  - Está vivo! – disse Harry, enquanto vários curandeiros e aurores se apressaram a pegar o filho e levá-lo para fora da loja.


  - Vamos levá-lo ao St. Mungu’s! – exclamou um curandeiro, que ajudava a carregar Tiago.


  - Fique tranquilo, Harry – disse um homem, de cabelos ruivos, e sardas no rosto, que parecia ter muita intimidade com Harry. Andy logo identificou Rony Weasley, que foi um dos melhores aurores.

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.