A História de Jennifer e Cedri



     Jenny acordou confusa no dia seguinte, sem saber onde estava. Tentou se levantar para reconhecer alguma coisa, mas ao fazê-lo uma pontada atingiu sua cabeça com uma dor horrível e ela caiu de volta no travesseiro.


- Ai – gemeu baixinho.


- Jen? Está tudo bem?


Sobressaltada, ela olhou para os lados. Sirius estava sentado no chão, com a cabeça apoiada na cama, e parecia ter acabado de acordar.


- Onde estou?


- No dormitório masculino. Como se sente?


- Minha cabeça parece que vai explodir! – choramingou.


- Isso que dá ficar bebendo todas com sonserinos!


- O que?


- Não se lembra de nada, não é mesmo?


- Me lembro de beber, mas estávamos apenas eu e Régulo.


- E da parte que eu tirei sua virgindade?


Jenny arregalou os olhos.


- Por favor, diga que está brincando! – pediu desesperada.


Sirius gargalhou.


- Seria tão ruim assim perder a virgindade comigo?


- Seria péssimo!


- Tem quem gostaria – disse dando uma piscada para ela.


Jenny bufou, e ao fazê-lo sentiu mais dor.


- Au!


- Você está de ressaca. Aposto que nunca tinha bebido tanto antes.


- Tem razão.


Sirius levantou-se, fez um alongamento para tirar a dor que estava no corpo por dormir de mau jeito, e sentou-se na cama, puxando a cabeça de Jenny para seu colo e fazendo massagem em suas têmporas.


- Isso é bom – agradeceu a morena.


Ele sorriu e pegou uma poção em sua mesa de cabeceira.


- Tome isso. Tiago deixou aqui ontem, para você. Vai fazer passar a dor.


Ela sentou-se e tomou o conteúdo.


- Agora vamos tomar o café – chamou Sirius.


- Mas os outros nem acordaram ainda – ela falou observando as outras camas.


- Eles nos encontram depois. Você não pode ficar de estomago vazio.


- Não vou descer agora. Estou com preguiça, Sirius!


- Sem manha, Jen.


Ela fingiu desmaiar e caiu na cama. Sirius riu e a pegou no colo.


- Ei!


- Vamos tomar o café – disse dirigindo-se à porta do quarto.


- Mas estou com a sua camiseta ainda!


Ele sorriu marotamente.


- Acha que eu iria deixar você ir até o salão desse jeito? – perguntou – Com certeza você seria devorada com os olhos por alguma cobra peçonhenta, ou alguma doninha metida a besta, ou algum texugo burro, ou até um leão faminto.


- Acho que já fui devorada por um leão faminto.


- Você não sabe o que é ser devorada, Jenny. Vou te mostrar um dia – disse com uma piscada marota, fazendo Jenny revirar os olhos.


Jenny foi para seu dormitório se trocar e rapidamente eles desceram para o salão principal e sentaram-se na mesa da grifinória.


- Você não vai mesmo me contar o que aconteceu ontem? – perguntou Jenny.


- Além de você ter bebido todas?


- Ainda não acredito que fiz isso.


- Não pense nisso agora. Seus irmãos ainda vão te encher muito o saco depois.


Jenny bufou.


- Me passa as torradas? – pediu Sirius e Jenny lhe passou – Então... o que quer fazer enquanto os outros não acordam?


- Vou procurar Cedric...


- Não! Seu compromisso é comigo hoje! Vamos dar uma volta no lago – ele faria qualquer coisa para que Jenny não se aproximasse de Cedric.


- Tudo bem, mas depois vou procurá-lo – avisou.


Eles levantaram-se e saíram andando para fora do castelo.


- Você e Cedric não voltaram a se falar depois que terminaram? – Sirius tentou puxar papo pensando em como era burro de falar no ex.


- Não. Só ontem – respondeu a garota, distraída.


Sirius a olhou, observando suas feições distantes.


- Você sente falta dele?


- Nós namoramos por dois anos. É obvio que sinto falta.


- Pensei que tivessem começado a namorar no quinto ano. Você não tem 18 anos?


- Tenho, mas estive fora de Hogwarts por um ano, lembra? Eu te contei isso. Eu e Ced tínhamos terminado nesse tempo e voltamos há três meses.


- Você nunca me disse por que estiveram fora da escola – disse Sirius erguendo as sobrancelhas.


- Bem... – ela tentou pensar no que dizer enquanto Sirius a encarava.


- Acabei de pegar um fragmento em sua mente! – ele comemorou.


- Isso é injusto! Você tem que parar de fazer isso! – ela reclamou.


- Não tenho culpa se você tem dificuldade de se concentrar em fechar sua mente quando me olha nos olhos – gabou-se ele com um sorriso maroto.


- Mas é lógico que não tenho dificuldade! Só estou sonolenta ainda.


- Boa tentativa – riu-se Sirius – Mas eu li isso em sua mente um dia desses.


- Isso é invasão de privacidade – ela reclamou, irritada.


- Pare de fugir do assunto, Jen! O que são horcruxes?


- Leu isso em minha mente?


Ele assentiu e ela suspirou.


- Gostaria que você parasse de ficar tentando descobrir coisas sobre mim, Sirius – Jenny disse tristemente – Pode parecer assustador, mas minha vida nunca foi um conto de fadas para fazer crianças dormirem.


- O que...


- Pare, Sirius.


Ele suspirou parecendo frustrado e eles se sentaram na sombra do estaleiro no meio do lago.


- Entendo que certas coisas você não possa me contar, Jen, mas gostaria que entre nós houvesse somente a verdade. Nada de mentiras.


- Não vou mentir para você, Sirius. Nunca. Eu prometo. Mas certas coisas sobre meu passado você não poderá ficar sabendo.


Ele assentiu, compreensivo, e eles ficaram em silencio por um momento, ambos pensando no futuro.


- Cadê o seu violão, Jen? – perguntou Sirius quebrando o silencio.


- Ou está no meu dormitório, ou no seu com o Tiago – ela respondeu – Por quê?


Mas Sirius já erguera a varinha e convocara o instrumento que veio voando de uma das janelas da torre da grifinória em suas direções.


- O que vai fazer? – ela perguntou observando Sirius ajeitar o violão em seu colo.


- Vou cantar – ele respondeu com simplicidade.


- Sirius, poupe meus ouvidos! – ela pediu brincalhona.


Ele riu.


- Posso? – perguntou olhando para a mão de Jenny que tentava tirar o violão da mão dele.


- Desde quando você sabe tocar?


- Desde quando me mudei para a casa do Pontas e ele começou a me dar aulas.


- Você sabe tocar, mas não sabe cantar?


- Não sou tão ruim quanto fingi ser aquele dia!


Ela o olhou horrorizada.


- Você mentiu!


- Não menti, mas também não canto tão bem quanto o Tiago – tentou justificar – Escuta essa. É a minha música:


 


“Elas dizem que sou galinha,
que ando fora da linha
Que a minha praia é a gandaia
Que eu tenho cara de safado, mulherengo, assanhado
viciado num rabo de saia...
Depois me procuram,
me chamam de amor
me pedem carinho,
e é claro que eu dou
Meninas tenham calma,
que eu não sou de ninguém
Tem lugar pra todas
no meu Harém


Deve ser o mel
que a mamãe me passou
Deve ser o céu
que elas pedem, eu dou
no amor eu tenho dom
em cada flecha um coração
eu sou o Robin Hood da paixão...”


 


- Ei! – Sirius protestou quando Jenny tirou o violão de sua mão.


- Você não é o “Robin Hood da paixão”, Sirius. Desista!


- Claro que sou!


- Claro que não! E agora é a minha vez de tocar. Quer ser segunda voz?


- Toca aí, então.


(N/A: Jenny – sublinhado; Sirius – itálico; Ambos – negrito)


 


Take my hand, I'll teach you to dance.


I'll spin you around, won't let you fall down.


Would you let me lead, you can step on my feet.


Give it a try, it'll be alright.


Pegue a minha mão, eu vou te ensinar a dançar.


Eu vou te fazer girar, não vou deixar você cair


Quer me deixar guiar? Você pode subir nos meus pés


Tente, vai ficar tudo bem


The room's hush, hush,


And now's our moment.


                                                                                             Take it in feel it all and hold it.


Eyes on you, eyes on me.


We're doing this right.


Cause lovers dance when they're feeling in love.


O ambiente está em silêncio


E agora é o nosso momento


Entre no clima, sinta e fique firme


Olhos em você, olhos em mim


Estamos indo certo


Pois amantes dançam quando estão apaixonados”


 


Sirius levantou-se e puxou Jenny consigo, depois de enfeitiçar seu violão para tocar sozinho. A puxou para o centro do estaleiro e começou a guiá-la na dança. Jenny riu e revirou os olhos, mas aceitou sorrindo.


“Spotlight shinning, it's all about us.


It's oh, oh, oh, oh, all about uh, uh, uh, uh, us.


Holofote brilhando, é tudo sobre nós


Somos oh, oh, oh, oh, só nós uh, uh, uh, uh, nós.”


 


Jenny tirou os óculos de sol de Sirius e os colocou em seu rosto. O maroto riu, divertido, e ela tornou a passar suas mãos pelo pescoço dele.


 


And every heart in the room will melt,


This is a feeling I've never felt but,


It's oh, oh, all about us.


Suddenly, I'm feeling brave.


Don't know what's got into me,


Why I feel this way.


E todo coração no lugar vai derreter


Essa é uma sensação que eu nunca tive, mas


Somos oh, oh, oh, oh, só nós


De repente, eu me sinto corajoso


Não sei o que deu em mim


Por que me sinto assim


Can we dance, real slow?


Can I hold you, can I hold you close?


The room's hush, hush,


And now's our moment.


Take it in feel it all and hold it.


Eyes on you, eyes on me.


We're doing this right.


Cause lovers dance when they're feeling in love.


Podemos dançar devagar?


Posso te segurar, posso te segurar pertinho de mim?


O ambiente está em silêncio


E agora é o nosso momento


Entre no clima, sinta e fique firme


Olhos em você, olhos em mim


Estamos indo certo


Pois amantes dançam quando estão apaixonados.


Spotlight shinning, it's all about us.


It's oh, oh, oh, oh, all about uh, uh, uh, uh, us.


Holofote brilhando, é tudo sobre nós


Somos oh, oh, oh, oh, só nós uh, uh, uh, uh, us.


And every heart in the room will melt,


This is a feeling I've never felt but,


It's oh, oh, all about us.


Do you hear that, love?


They're playing our song.


Do you think we're ready?


Oh I'm really feeling it.


Do you hear that, love?


Do you hear that, love?


Do you hear that, love?


They're playing our song.


E todo coração no lugar vai derreter


Essa é uma sensação que eu nunca tive, mas


Somos oh, oh, oh, oh, só nós


Você está ouvindo, amor?


Estão tocando a nossa música


Você acha que estamos prontos?


Oh estou sentindo


Você está ouvindo, amor?


Você está ouvindo, amor?


Você está ouvindo, amor?


Estão tocando a nossa música”


 


- Parabéns, Sirius! Mandando bem! Conta pra Jenny agora que fui eu quem te ensinou tudo o que você sabe! – brincou Tiago se aproximando deles com os amigos.


Sirius e Jenny se afastaram e toranaram a se sentar no chão. Jenny rindo do comentário de Tiago.


- Uau, Sirius, não conhecia esse seu lado artístico – impressionou-se Anna.


Sirius sorriu, passando a mão pelos cabelos.


- Autógrafos só no final do expediente.


Jenny revirou os olhos.


- Ele se acha perfeito, tadinho – disse num sussurro bem audível para Lina.


- Perfeito idiota, isso sim – falou Clark – Eu cantaria assim:


 


“Nossa, nossa, assim você me mata!


Ai se eu te pego


Ai, ai se eu te pego...”


 


Todos riram e Sirius revirou os olhos.


- Você é um exemplo, Clark – ironizou Lily.


- E o que você achou, Jenny? – perguntou Hermione, sorrindo.


- Com certeza Clark teria chances comigo – respondeu a marota.


- Ela não está falando de Clark, está falando do seu dueto com Sirius – disse Gina que também estava interessada na resposta.


Jenny entendeu, surpresa e corada.


- Ah... Eu... Eu achei...


- Eu já entendi, Jen – cortou Sirius sorrindo – Elas só querem te deixar constrangida.


- Sai pra lá, seu cachorro pulguento! A Jenny acabou de dizer que eu é que tenho chances com ela, não ouviu não? – brincou Clark – Jenny, o que eu faço pra te conquistar?


- Bem... o jeito mais fácil seria se matar e nascer de novo, mas se não quiser assim pode fazer cirurgia plástica, lavagem cerebral e uns três meses de malhação, que talvez dê certo – ela respondeu, sorrindo marotamente.


- Oa! Jenny do mal! Sirius, pode ficar pra você, não quero mais não! – abismou-se Clark entre as risadas de todos.


- Sou sua fã, Jenny! – disse Alice – Só você pra acabar com a auto-estima exagerada do meu priminho!


- Tá achando que minha irmã é facinha, Clark? – orgulhou-se Mark.


- Cedric levou pelo menos um ano pra conseguir dobrar ela – contou Rony, rindo.


- Ei! Ele não me dobrou!


- Pobre Almofadinhas! – Remo fingiu-se de penalizado.


- Podemos mudar de assunto? – perguntou Jenny irritada.


- Podemos sim – respondeu Harry – O que você acha de nos contar de sua aventura de ontem?


- Por que estavam com pena do Sirius, mesmo? – a morena tentou voltar ao assunto anterior.


- Sem chances, Jenny – falou Tiago, sério – Explique-se.


Ela olhou para todos e se viu encurralada. Olhou para Sirius, mas percebeu que esse também buscava respostas.


- Gente, desculpa – ela falou – Eu não queria ter feito aquilo. Dei vexame, eu sei, e não deveria me misturar com outros sonserinos...


- Na verdade nem com Régulo – interrompeu Mark.


- Ele não é boa companhia, Jenny – disse Remo.


- Já viu as pessoas com quem ele anda? – perguntou Anna, estremecendo.


- Odeio aquela gente também – concordou Clark, ficando sério pela primeira vez.


- E Bellatriz Black olha pra você como se quisesse te matar, só por estar próxima do primo dela. – disse Alice.


- Eu não gosto de Régulo, porque o Sirius não gosta dele, Jenny – disse Lina – Não é verdade, Six?


- Eu já disse a Jen que Régulo não é uma boa companhia – contou Sirius – Mas ela não me da ouvidos.


- Jennifer, você sabe o futuro de Régulo melhor do que ninguém aqui – disse Hermione – Você sabe!


- Por que quer ser amiga dele? – perguntou Rony.


Jenny olhou para Lily. Ela a entendia. Já fora amiga de um sonserino. Mas ao contrário de Lilly, ela não corria o risco de ser ofendida por Régulo. Ele não tinha vergonha de andar com ela para cima e para baixo na escola. Pelo contrário, parecia gostar de sua companhia.


- Olha gente, eu conheço a opinião de vocês, mas mesmo assim eu não posso deixar de gostar de Régulo. Ficamos amigos de verdade! Agora com relação à bebida... prometo não repetir isso – ela respondeu olhando para Harry e Mark.


- Tudo bem, Jenny – disse Harry.


- Já passou – disse Tiago.


- Mas estamos de olho em você – avisou Mark.


A garota sorriu e pulou no pescoço dos três ao mesmo tempo, mas logo se soltou, lembrando de uma coisa.


- Mark! Tem uma coisa que eu quero saber!


- O quê? – ele perguntou surpreso.


- O que você está me escondendo?


Mark corou.


- Ah, isso?


- Ainda estou magoada por Harry sempre ser o primeiro a saber das coisas, sabe?


- Fazer o que se sou o preferido? – perguntou Harry.


- Você está andando demais com o Potter, Harry – disse Lily fazendo os outros rirem.


- Ruivinha, esqueceu meu nome? – perguntou Tiago – Pra quê formalidades depois de ontem?


- O que aconteceu ontem? – perguntou Alice e Anna espantadas.


- Cale a boca, Potter, ou vou jogá-lo nesse lago!


- Parem vocês! Mark ainda não me disse o que está escondendo! – disse Jenny impaciente.


- É que eu... estou saindo com a Gabriely – respondeu corando.


- Ah, era isso?! Mas disso eu já sabia! – exclamou Jenny, decepcionada.


- O quê?! Como?


- Ora, Mark, não insulte minha inteligência! Tava na cara, mesmo com você tentando esconder!


Mark fez uma careta para ela e todos riram gostosamente.


 


 


Já passava do horário do almoço quando Tiago conseguiu a oportunidade que estava esperando desde mais cedo. Lílian saiu do Salão Comunal dizendo que iria à biblioteca e Tiago correra atrás dela para alcançá-la. Conseguiu interceptá-la em um corredor deserto do quarto andar.


- Lílian! – ele gritou.


Ela parou e o olhou surpresa.


- Posso falar com você? – ele pediu em tom formal.


- É que estava indo para a biblioteca... – ela tentou se esquivar.


- Vou ser rápido.


- Então fala.


- É sobre ontem – ele disse – É que não sei se você se lembra, mas ontem nós nos beijamos e terminamos a festa juntos, e aí hoje você me tratou como se nada tivesse acontecido...


- Eu te tratei normalmente.


- E aí é que tá!


- Vai me dizer que queria tratamento vip? – ela ergueu as sobrancelhas.


- Não seja cínica, Lílian – ele pediu.


- Não estou sendo cínica, estou sendo realista! Se você queria algum tipo de tratamento diferenciado deveria ter ficado com alguma das suas peguetes, não comigo!


- Eu só queria que você não fingisse que não aconteceu nada!


- Mas eu vou fingir, sabe por que, Potter? Porque você me dá náuseas! Porque só tendo bebido muito para eu ter beijado você...


- Você estava completamente sóbria!


- Isso é o que VOCÊ está dizendo!


- Quer saber? Um dia vou me cansar de você, Evans! Aí será você quem vai correr atrás de mim!


- No dia que eu correr atrás de você, Hagrid se candidatará a Ministro da Magia!


- Vamos ver o improvável acontecer, então! – disse dando lhe as costas e saindo do corredor.


 


 


- Jenny? – Cedric se sentiu aliviado por finalmente encontrá-la no saguão de entrada.


- Cedric! Eu estava indo te procurar agora!


Ele sorriu e a abraçou.


- Senti falta disso – ela falou calmamente se aconchegando nos braços dele.


- Eu sinto saudade de muita coisa – disse ele sorrindo – O brilho dos seus olhos verdes me olhando é um exemplo.


- Você nunca muda – ela disse revirando os olhos – O mesmo galante de sempre.


Cedric sorriu e eles ficaram em silencio por um tempo.


- Desculpe-me, Jenny – ele enfim quebrou a atmosfera constrangedora.


- Pelo que exatamente?


- Pelo que fiz na semana passada. Eu fui um... um... um...


- Um idiota, possessivo e ciumento.


- Exatamente tudo isso.


- Está tudo bem, Ced. Ultimamente todos estão implicando comigo por causa do Sirius, mesmo.


Eles fizeram mais uma pausa que novamente foi rompida por ele.


- Vou me aproveitar da sua mania de sinceridade pra te fazer uma pergunta.


- Pode perguntar.


- O que você sente pelo Sirius?


Ela suspirou ao ouvir a pergunta ser repetida.


- Ele é um ótimo amigo.


- Eu não quis dizer assim. Você sente alguma atração por ele? Seja física ou emocional?


Ela suspirou novamente.


- Podemos mudar de assunto?


- Não, Jenny. Diga-me a verdade, por favor. Eu preciso saber!


- Ced... está bem! Vou dizer a verdade.


Ele esperou, ansioso.


- Bem... Eu acho o Sirius incrível!


Ele assentiu esperando que ela continuasse.


- O Sirius... Ele me entende, sabe? Nos damos muito bem quando estamos juntos... nos divertimos... mas... ele é meu amigo. Só meu amigo. Se por algum momento pareceu ser outra coisa... tire isso da cabeça. Não temos nada! Eu sou do futuro e ele do passado. Somos de mundo diferentes, de tempos diferentes, de gerações diferentes.


Ele concordou com a cabeça.


- Vai ter um baile no mês que vem, no dia das bruxas – Jenny ficou surpresa com a mudança de assunto, mas apegou-se a isso.


- Eu nem sabia! Que máximo!


Ele sorriu.


- Os alunos serão informados na primeira semana de outubro. Estou te contando antes, porque... sei o quão disputada você é quando se trata dessas coisas... e queria consertar meu erro de ter convidado a Cho ao invés de você para o Baile de Inverno do Torneio Tribruxo... – Jenny fez uma careta – e... – ele abriu um sorriso estonteante – Eu gostaria de saber se você gostaria de ir à esse baile comigo, Srta. Jennifer Potter.


Ela ergueu as sobrancelhas, surpresa.


- Eu...


- Sr. Diggory!


Eles se viraram e viram a Prof.ª McGonagall vir em suas direções.


- Sr. Diggory! Pirraça está no 5º andar fazendo um estardalhaço – informou ela com a voz urgente – Chame o Barão Sangrento, rápido. Estou indo para lá agora mesmo.


- Sim, senhora.


Ele olhou para Jenny, se desculpando e afastou-se.


 


 


- Vocês voltaram a conversar? – perguntou Alice incrédula – Mas... E o Sirius?


- O que tem o Sirius? – perguntou Jenny.


As meninas estavam no dormitório contando sobre os acontecimentos do dia.


Lílian olhou para Jenny espantada.


- Jenny, será que você não percebeu? – perguntou a ruiva.


- Não percebi o que?


- Que o Sirius está gostando de você de verdade! – respondeu Anna como se fosse obvio.


Jenny tentou absorver aquelas palavras. Olhou para Hermione e Gina, que até então estavam quietas, e começou a rir.


- O que foi? – perguntou Lílian escandalizada, como se fosse um crime rir de uma coisa dessas.


- Qual é a de vocês? Ficarem fazendo esse tipo de brincadeira comigo? Tudo bem que foi engraçado, mas pra tudo tem limite, né?


Hermione e Gina trocaram um olhar alarmado.


- Jenny... – começou Gina sem jeito.


- Elas não estão brincando – disse Hermione.


Jennifer as olhou, incrédula.


- Parem com isso! É obvio que o Sirius não gosta de mim! Sirius não gosta de ninguém! Quero dizer... não de garotas, pelo menos não dessa forma. Sabe com quantas garotas ele ficou só nesse tempo em que estamos aqui?


- Que eu saiba não foram muitas – respondeu Alice pensativa.


- Porque ele estava preso com o Tiago! – retrucou Jenny – Eu vi ele flertando com várias...


- Você ficou com ciúmes?


- Tá bem! Chega desse assunto – interrompeu Lilly – Continue a falar do Cedric.


- Conta como vocês se conheceram, Jenny? – perguntou Anna, empolgada.


- Ele foi seu primeiro namorado? – perguntou Alice.


- Não – Gina respondeu rindo – O primeiro namorado dela foi o meu irmão.


- Eu e Carlinhos não namoramos – retrucou Jenny mal-humorada – Nós... tivemos um lance – explicou sorrindo marotamente.


- Sei – disse Gina sarcasticamente – E que lance o de vocês, hem...


Hermione riu. Jenny mostrou língua para elas.


- Voltando ao Cedric... – pediu Alice impaciente.


- Tá bom! – rendeu-se Jenny – Eu conheci Cedric no 3º ano em uma partida de quadribol que ele ganhou do nosso time injustamente.


- Por que injustamente? – perguntou Anna.


- Vamos pular os detalhes – pediu Lily. Ela detestava quadribol.


- À partir daí – continuou Jenny – Eu, Harry e Mark tomamos certa “birra” dele. Odiávamos ele, para ser mais exata. Depois disso só voltamos a nos encontrar indo para a Copa Mundial de Quadribol, nas férias de verão, mas então eu estava começando a ficar com o Carlinhos e ainda estava com raiva da partida que ele nos vencera e não dei muita moral. Não que eu não tivesse reparado no como ele era bonito já na época – acrescentou marotamente e as amigas riram.


“Então, quando voltamos à Hogwarts, houve o Torneio Tribruxo – as amigas arfaram empolgadas – e Cedric foi o escolhido de Hogwarts, mas aí o Cálice de Fogo meio que “deu pau” e escolheu outros dois ganhadores, além do primeiro” – ela achou mais prudente explicar dessa forma.


- E quem eram os outros dois? – perguntou Lílian.


- Eu e Harry – as meninas a olharam de olhos arregalados – E nem tínhamos colocado nossos nomes, porque era para maiores de 17 anos, mas alguém fez uma brincadeirinha de mau gosto – mentiu – e tivemos que participar. Todos acharam que nós é que tínhamos achado um meio de passar pelos feitiços de proteção de Dumbledore. Inclusive Cedric. Foi aí que briguei com ele de verdade pela primeira vez.


 


*Flashback*


- Então – disse Cedric com um sorrisinho – Vou jogar contra vocês novamente!


- Acho que sim – respondeu Harry.


- Então... me conta... No duro, como foi que vocês conseguiram inscrever seus nomes?


- Não inscrevemos – disse Harry irritado, por ter que repetir isso – Não pusemos nossos nomes lá.


Cedric fez uma cara de descrente.


- Se você não quiser acreditar, não acredita, ok? – Jenny entrou na conversa – Não precisamos que você acredite, mas estamos dizendo a verdade: não colocamos nossos nomes no Cálice!


- Ah... tá – Cedric respondeu sem jeito, mas impressionado com a determinação de Jenny – Bom, a gente se vê, então.


Ele rumou para o Salão Comunal da Lufa-Lufa, sumindo de vista.


*Fim do flashback*


 


- Falou como o Tiago – disse Alice impressionada.


- Continua, Jenny! – pediu Lílian – Como vocês acabaram namorando?


- Bom... a cada dia que passava eu o achava mais metido. Lembro-me que ele tinha até lustrado a varinha para a pesagem das varinhas do torneio. Eu o achava ridículo e, por incrível que pareça, ele adorava isso.


- Tá parecendo a Lily e o Tiago! – comentou Anna rindo.


- Mas então eu e Harry descobrimos que na primeira tarefa teríamos que enfrentar dragões, e eu achei que seria justo se ele também soubesse – Jenny fingiu não ter sido interrompida.


 


*Flashback*


Jenny aproximou-se de Cedric, após ter feito sua mochila se romper no meio do corredor, com o intuito de afastá-lo dos amigos quando ele se abaixasse para pegar os materiais.


- Oi – cumprimentou Cedric – Minha mochila... – explicou-se – ela simplesmente se rompeu... estava nova em folha...


- Cedric – disse Jenny – A primeira tarefa vão ser dragões.


- O que? – exclamou Cedric.


- Dragões – disse Jenny depressa, com medo que alguém aparecesse no corredor – São cinco. Um para cada um de nós, e vamos ter que passar por eles.


Cedric arregalou os olhos.


- Tem certeza? – perguntou com a voz abafada.


- Absoluta. Eu vi.


- Mas como foi que você descobriu? Não devíamos saber...


- Não importa – disse Jenny – Mas eu e Harry não somos os únicos que sabemos. Fleur e Krum há essa hora já sabem. Maxime e Karkaroff viram os dragões, também.


Ele a fitou com uma expressão intrigada, quase desconfiada.


- Por que é que está me dizendo isso? Pensei que você me odiasse.


Jenny o olhou sem acreditar.


- E odeio, mas não seria... justo, não acha? – disse ela a Cedric – Agora todos sabemos. Estamos em pé de igualdade, não é?


Ele continuou a olhá-la estranho.


- Você é uma verdadeira caixinha de surpresas, Jennifer Potter.


*Fim do Flashback*


 


- Muito bonita sua atitude – elogiou Lílian.


- Obrigada.


- E quando foi que você começou a gostar dele? – perguntou Gina. Isso nem ela sabia.


- Não sei exatamente. Acho que no dia da primeira tarefa. Quando eu o vi com medo. Aquilo mudou a imagem que eu tinha dele. Então, decidi que podia esquecer a partida de quadribol e tentar ser colega dele. E deu mais do que certo. Ficamos amigos. Nos dávamos bem de mais para até eu acreditar. Eu adorava sair com ele, treinar para as tarefas... nos divertíamos muito juntos. Às vezes parecíamos duas crianças. Mark morria de ciúmes e Harry estava começando a gostar dele também. Mas como tudo o que é bom dura pouco... apareceu a vaca.


- A vaca? – perguntou Anna confusa.


- Cho Chang – respondeu Gina com nojo na voz.


- Eu gosto da Cho – disse Alice – Ela está na mesma casa que Frank.


- Mas Gina odeia a Cho, porque Harry gostava dela – explicou Hermione.


- E a Cho gostava do Cedric – contou Jenny.


- Que gostava da Jenny – continuou Gina.


- Que ainda não sabia que estava gostando de Cedric – finalizou Hermione.


- Eu confundi as coisas! – reclamou Jenny.


Hermione e Gina reviraram os olhos.


- Teimosa como o pai – disse Lily.


- E orgulhosa como a mãe – completou Anna.


- Continuando... – Jenny interferiu ao ver que Lily ia reclamar – Ia ter um baile de inverno e Cedric foi me procurar para me convidar, mas eu estava com Carlinhos. Eu tinha decidido romper com ele naquele dia. Mas antes que eu dissesse qualquer coisa ele me beijou e Cedric chegou bem na hora, viu e saiu sem dizer nada. Eu nem tinha percebido ele ali. No outro dia, quando cheguei ao salão principal, Cedric convidou Cho bem na minha frente. Eu queria sumir, mas isso ia acabar com minha pose de durona – Jenny riu de si mesma – Quando Cedric soube que eu tinha terminado com Carlinhos veio me procurar na mesma hora, mas eu não queria mais falar com ele. Eu não queria sentir o que estava sentindo. Voltamos a nos falar só na última tarefa. Eu, ele e Harry lutamos juntos para salvar a vida um dos outros – ela omitiu a parte do cemitério – E quando saímos vivos do labirinto... nos beijamos!


- Ai que lindo! – exclamou Anna sonhadora.


- Depois disso mantivemos contato. Ele foi me visitar lá em casa – ela omitiu que morava com os trouxas – e também na casa de Sirius, quando fui passar o verão lá. Sirius nunca gostou muito das visitas dele, mas não o impedia de ir. Quando voltei para Hogwarts ele sempre vinha me ver em Hogsmeade, nos fins de semana. E assim começamos a namorar.


“Ele queria muito ser curandeiro e por isso entrou em um curso que durava três anos de estudo. Era para ter se formado em junho, se não fosse o mundo bruxo ter parado por causa de Voldemort. Depois que acabou meu 6º ano, terminei com ele – Gina estremeceu, com certeza se lembrando que Harry terminara com ela também – Ficamos mais ou menos um ano largados, e em julho voltamos, mas para mim já não é mais a mesma coisa. Ainda assim ele continuou a gostar de mim. Era para ele continuar com o curso de curandeiro, mas quando a Prof.ª McGonagall o convidou para vir para o passado comigo, ele não resistiu e veio. Pergunto-me se ele está arrependido por isso.”


- O que fez as coisas darem errado para vocês? – perguntou Alice.


- Cedric é extremamente ciumento – respondeu – E eu sou um pouco... eu gosto de ter liberdade, entende?


- Como o Tiago – disse Anna.


- É – concordou Jenny – Como o Tiago.


- Olhando não dá pra perceber algum defeito em Cedric – comentou Alice – Com todo o respeito – acrescentou olhando rapidamente para Jenny que sorriu.


- Ele não tem muitos defeitos, além desse. O problema é que esse já faz um bom estrago – explicou Jenny e então alargou o sorriso lembrando-se de seus momentos com Cedric – Ele é... bonito, maduro, educado, atencioso, carinhoso, romântico, corajoso, gentil, adora quadribol...


- A quem você quer convencer dizendo que não é apaixonado por ele? – perguntou Hermione incrédula, mas sorrindo.


Jenny a olhou surpresa.


- Não é porque eu o admiro que seja apaixonada por ele... – pensou melhor e disse – Tenho que fazer uma coisa.


Ela saiu rapidamente pelo quarto e desceu as escadas quase em um salto. Hermione e Gina a seguiram curiosas.


- Aonde a Jenny vai? – perguntou Mark, quando elas chegaram ao salão comunal, observando Jenny ir para a saída.


- Acho que vai encontrar o Cedric – respondeu Hermione.


- O quê?! – exclamou Sirius alarmado.


Jenny não ouviu mais nada, pois saiu pelo retrato da mulher gorda, quase colidindo com alguém.


- Jenny? – exclamou Cedric, surpreso.


- Eu estava indo falar com você!


- É? Eu pedi a senha para a Prof.ª McGonagall, para vir aqui. Queria terminar nossa conversa. Você não teve tempo de dizer...


- Sim – interrompeu Jenny.


- Quê?


- Sim.


- Sim, o que?


- Sim, eu aceito ir ao baile com você. Sem Cho Chang!


- Quem é essa mesmo? – brincou Cedric, feliz a abraçando.


Jenny riu e o abraçou.


- Eu te amo, Jennifer Potter.


Ela sorriu, e seguindo seu instinto, o beijou. Um beijo calmo, que preenchia todo o tempo que estiveram separados. Cedric correspondeu à altura, mas logo eles se separaram.


- Isso quer dizer que estamos juntos novamente? – ele perguntou esperançoso.


Ela sorriu e fingiu pensar no assunto, mas logo ficou séria ao se ver pensando em Sirius.


- O que foi? – ele perguntou preocupado.


- Nada.


- Você não respondeu minha outra pergunta.


Ela forçou um sorriso maroto.


- Isso quer dizer que você tem chances – respondeu.


- Não vou decepcioná-la.


- Eu realmente espero que não.

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Está aí como prometido!
Espero que tenham gostado e que comentem!
Desculpem qualquer coisa, pois fiz umas ultimas edições de ultima hora que acabaram saindo tarde de mais, e são 1h da manha e eu to caindo de sono, depois do longo dia e da semana de volta as aulas na faculdade.
Quero agradecer a todos que estão acompanhando e especialmente à lily jean OLIVER que tem sido uma fofa!!!! Lí sua fic no Orfanato das Fics e vou continuar acompanhando suas idéias. Aquele seu capítulo me deu uma idéia ótima para essa fic que todas saberão em breve, não posso contar, é surpresa!!! hahaha
Super bjooos, amigas!

Ah, e deixa eu explicar uma coisa sobre a demora dos capítulos! Na verdade estão prontos os capítulos até o 21, se não me engano. O problema é que eu tava com uns problemas de virús no computador, que apagou meus arquivos prontos no pen drive e fiquei sem ambos por um bom tempo e meu vício por fics acabou me obrigando escreve-los à mão e agora tenho que digitá-los e isso é um trabalho bem chato. Mas o próximo capítulo já foi computadorizado e vai ser postado até segunda. Falta apenas uma última leitura.

Próximo capítulo: Fogueira na casa de Hagrid

Bjos!

Chrys 

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Comentários (1)

  • lily jean OLIVER

    aí que bom que gostou do presenta se ter comenta lá e mais vez desculpa eu não tivia ter inpirado na fic dos outros desculpe e até o proximo

    2012-08-04
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