chapter 4



Eu não conseguia ver nada. Apenas me segurei em Vitor com toda a força que tinha. Honestamente, eu não era tão medrosa quanto estava sendo naquele momento, mas


- O que é que está acontecendo? – Ouvi a voz de Hermione dizer.


- Graças a Merlim! – Ouvi uma voz masculina, que não era de Vítor.


- Quem está aí? – Vítor perguntou.


- Quem está aí? – Outra voz masculina disse.


- Ron? É você? – A voz de Hermione perguntou.


- Quem mais está com você? – A voz perguntou.


- Vitor e Charlotte. – Hermione disse.


- Chuck, me chame de Chuck! – Insisti.


- Hermione, você está bem? Remus saiu para te procurar... – Uma voz masculina, suponho que Harry, disse.


- Eu estou bem. – Ela disse. – Charlotte me encontrou embaixo de uma mesa.


- Qual é o problema de Chuck? – Eu a corrigi. - Onde nós estamos? O que é que está acontecendo? – Perguntei.


-Sigam minha voz, é melhor nós irmos para o porão. – A voz masculina disse. – Cuidado ao descer.


- Descer? – Perguntei.


- As escadas. – A voz disse.


Estava muito escuro e eu, como esperado, tropecei e quase caí em cima de quem estava na minha frente.


- Cuidado. – Hermione disse.


- Eu não consigo ver. – Eu me expliquei.


Finalmente as escadas acabaram.


- Lúmus. – Vitor disse.


- Finalmente nós podemos ver algo. – Hermione disse.


Estávamos em uma espécie de porão, eu, Vitor, Hermione, Harry Potter e o tal Ronald, que segurava o gato de Hermione sem muita empolgação. Coloquei Heathcliff no chão e encostei-me em uma parede.


-Alguém pode explicar? – Perguntei.


- Nós estamos seguros. – Harry potter disse. – E pelo pouco que eu entendi, os Comensais estão atacando o Beco Diagonal. Nós temos que descer.


- Comensais da Morte? – Perguntei séria. – Como vocês sabem disso?


- Meu padrinho que nos colocou aqui. – Harry Potter nos explicou. – E ele disse que nós não deveríamos sair porque estava havendo um confronto.


Pude perceber pelo tom de voz do garoto que, assim como eu, ele queria estar lá, e não dentro de uma casa, protegido.


- Kathy está lá... – Falei para Vitor.


- Não se preocupe Chuck... – Vitor veio em minha direção.


- Comensais? – Perguntei nervosa. – Eu não devo me preocupar com Kathy em um confronto com Comensais?


- Chuck, acalme-se. – Vitor me disse.


- Eu vou lá. – Eu então subi as escadas.


- Charlotte volte aqui! – Vitor me disse.


Eu tentei abrir a porta que me levaria para cima e não consegui. Acabei por rolar escada abaixo.


- Droga! – Falei. – Vitor, abra. Eu estou falando sério, abra!


- Ele não conseguiria, a porta está trancada com um feitiço, só quem o fez poderá abrir. – Ronald explicou.


- Ela pode morrer. – Falei em russo.


- Ela não vai morrer. – Vítor me respondeu.


- Você não sabe. – Falei olhando para Vitor.


- Eu te prometo que ela vai ficar bem. – Vitor me disse novamente.


- Como se você tivesse esse tipo de poder... – Resmunguei.


Ficamos calados. Todos esperando alguma movimentação, algum sinal de que tudo havia acabado.


- Alguém imagina porque esse combate esteja acontecendo? – Hermione perguntou.


- Não teve tempo de ninguém me explicar. – Harry respondeu ressentido. – Eles só nos jogaram aqui e mandaram esperar.


O tempo parecia não passar. E meu único pensamento era se Kathy estava ou não bem. Eu nunca tive muitas pessoas na minha vida, eram apenas Kathy, minha avó, Vitor e os pais deles. A possibilidade de alguma dessas pessoas estar em um combate com Comensais da Morte me aterrorizava mais do que eu conseguia pensar. Meus olhos estavam cheios de água e eu tentava contê-las.


- Você pode chorar. – Vitor me disse.


- Eu aposto que pessoas que eles amam estão lá fora também, e nenhum deles está chorando. – Falei baixo para que ninguém escutasse.


- Isso não significa que você não possa chorar. – Ele me disse. – Você pode e você quer, então chore.


- Cale a boca. – Falei e me levantei.


Existiam três coisas que me faziam ficar mais calma: Chorar, cantar qualquer música que eu gosto e bater em algo. Então eu comecei a chutar e dar socos na parede.


- Ela está bem? – Ouvi Hermione perguntar à Vitor.


- Ela vai ficar. – Vitor respondeu.


Depois de alguns cinco socos na parede eu me encostei nela e escorreguei até me sentar no chão. Eu percebi que havia feito minhas mãos sangrarem.


- Você sabe que elas vão te render muito dinheiro futuramente, certo? – Vitor me disse segurando minhas mãos. – Pare de machucá-las.


- A dor física é menor que a psicológica. – Falei.


- Ela vai ficar bem, Chuck. – Vitor me disse. – Se sua tia não ficar bem, nós podemos dar adeus a uma vida tranqüila.


- Ela é demais, não é? – Perguntei sorrindo.


- Ela me dá medo. – Ele me disse sorrindo.


Eu sorri. Ia dizer que ás vezes ficava com medo dela também, mas então ouvimos alguns barulhos vindos do piso de cima.


- Fiquem com suas varinhas a postos. – Harry disse. – Podem ser Comensais.


Depois de muito barulho a porta se abriu.


- Sou eu. – Um homem pálido e de cabelos negros até o ombro desceu as escadas. – Todos estão bem, não precisam se preocupar.


- Sirius! – Harry correu e abraçou o homem.


- Eu conheço esse cara? – Perguntei em tom baixo para Vitor.


- Acho que não. – Vitor me respondeu.


Assim que Harry e o tal Sirius saíram do abraço, o homem olhou fixamente para mim.


- Quem são eles? – Sirius perguntou de uma maneira ameaçadora.


- Eles são amigos. – Hermione explicou. – Esse é Vitor Krum, você já deve saber dele e essa é Char... Chuck Hayes. Ela que me achou no meio do confronto e quando Harry me puxou para dentro dessa casa, eu os trouxe também. Afinal, não era nada seguro eles ficarem lá fora.


Sirius então caminhou até mim. Ele me olhava fixamente, como se tivesse visto um fantasma.


- Você por acaso viu uma mulher loira? – Perguntei à ele. - Ela estava usando um casaco cinza escuro...


- Você está falando de Katherina Hayes. – Ele me disse.


Durante algum tempo ele ficou me olhando, como se procurasse alguma coisa em mim, fixamente. Era como se ele estivesse me analisando.


- Ela está bem? – Eu perguntei na tentativa de tirá-lo daquele transe.


- Sim, ela está com Remus. – Sirius nem piscou.


- Quem é Remus? – Perguntei confusa.


- Um amigo. – O homem me disse. – Ela está segura.


Então ele pareceu ficar incomodado com algo.


- Você tem certeza? – Perguntei. - Porque ela é minha tia e...


- Eu sei. – Ele me disse. – Eles logo virão para cá, nós devemos apenas esperar.


Honestamente, aquele cara estava começando a me assustar. E ainda assim havia algo nele extremamente familiar.


- Eu conheço você? – Perguntei para ele.


- Não. – Ele respondeu sorrindo. – Mas eu conheci sua mãe.


- Meu pai. – Eu o corrigi. – Você quis dizer que conheceu meu pai. Minha mãe era trouxa e russa não vejo como você pode tê-la conhecido.


Sirius continuou me observando por alguns instantes.


- Hergè. – Ele disse.


- O próprio. – Falei.


- Como ele está? – Ele perguntou mudando totalmente sua feição.


- Eu não saberia dizer. – Falei. – Faz mais de um ano que ele não me manda nem uma carta.


- Hm... – Ele exclamou, virou-se de costas. – Você não se parece nada com ele.


Eu não estava entendendo o porquê daquele interrogatório e, aparentemente, nem as pessoas que conheciam ele estavam entendendo.


- É, eu sei. – Falei. – Eu pareço com a minha mãe.


- Não tanto quanto você acha. – Sirius respondeu irritantemente, caminhou para a escada, se sentou lá e ficou olhando para um ponto na parede.


- A gente pode ir? – Perguntei segurando no braço de Vitor.


Aquele cara estava me assustando mesmo, e eu estava começando a duvidar que Kathy estava realmente bem.


- Nós temos que ficar aqui. – Harry me disse.


Eu o puxei para perto.


- Esse cara que você acabou de abraçar, ele está me assustando. – Falei. – Eu quero que ele pare.


- Está tudo bem. – Harry me disse. – Sirius é... Misterioso ás vezes, mas ele não vai te fazer mal.


- Pode apostar que não. – Falei de forma arrogante. – Qualquer pessoa que conhece Katherina e sabe que ela é minha tia não ousaria levantar a varinha em minha direção.


Harry ficou sério. Aquela minha acusação sobre quem quer que fosse aquele homem e o que quer que ele representasse para Harry não o havia agradado. Claro que eu não dava a mínima se aquilo agradava ele ou não, eu só queria ver Kathy sã e salva e sair daquele porão.


Finalmente eu avistei a vasta cabeleira loira de Kathy descendo as escadas.


- Você está aqui. – Ela disse correndo até mim e me abraçando. – Você está bem.


- Mas se você continuar me apertando assim eu acho que você vai quebrar uma costela minha.  –Falei e ela então me soltou do abraço.


Kathy segurou meu rosto com as duas mãos e por um instante eu pensei que ela fosse chorar.


- A gente pode ir? – Perguntei. – Aquele cara – apontei para o tal Sirius. – me dá medo.


Kathy parecia ter ignorado a presença daquele louco até então. Ela então caminhou até o homem que havia chegado com ela e começou a discutir em um tom baixo com ele.


- Eu estou aqui, Katherina, você pode falar comigo. – Sirius disse.


- Eu não quero falar com você. – Katherina disse. – Você tem que aprender a cuidar


- Ela merece a verdade. – Sirius disse. – Diga à ela.


- Esse “ela” sou eu? – Perguntei.


- Cale a boca, Charlotte. – Kathy disse.


- Diga à ela. – Sirius disse. – Diga à ela ou eu direi.


- Você não sabe o que você está falando. – Kathy insistiu. – Você passou muito tempo em Azkaban para saber se o que você acha é real ou não.


- Azkaban? – Eu e Vitor estávamos estáticos.


- Ela não era culpado. – Harry tentou defendê-lo.


- Harry, não entre nessa discussão. Não vale a pena. – O outro homem disse ao garoto.


Finalmente Kathy fixou seu olhar em mim.


- De todas as coisas horríveis que eu vi hoje... Nada delas é pior do que eu vou te contar. – Kathy caminhou até mim. – Meu irmão, seu pai... Ele está morto.


Eu parei de respirar. Eu não tinha reação.


- Pare com isso. – Sirius disse e logo foi interrompido.


- Quando? – Perguntei.


- Há quase um mês atrás. – Kathy me disse.


- Foi por isso... – Eu ia dizer sobre a ausência dele no meu aniversário.


Kathy então me abraçou.


- Como? – Naquele momento eu não sabia direito o que sentir.


- Aparentemente ele se suicidou. – Ela me disse com lágrima nos olhos.


Meus olhos encheram de água, e o choro ficou entalado na minha garganta. Respirei fundo na tentativa de não chorar ou gritar ou ter alguma reação não digna de uma Hayes perante desconhecidos.


- Vai ficar bem, eu te prometo. – Ele me disse. – Eu estou aqui, Kathy está aqui. Você vai ficar bem.


- Eu acho melhor eu tirá-la daqui. – Vitor disse para Kathy.


- Vá para o hotel. – O outro homem, Remus, disse. – Todos vocês.


- Menos você, Katherina, nós precisamos conversar. – Sirius disse.


- Kathy não... – Eu pedi estendendo minha mão para ela. – Azkaban. Lembrei-a.


- Eu vou ficar bem. – Kathy me disse. – Vá com Vitor e logo eu estarei lá, ok?


Nós já estávamos fora da casa quando disse para Vitor que me colocasse no chão. Enxuguei as lágrimas na manga da camisa que vestia e comecei a caminhar.


- Meus pêsames. – Harry, que caminhava ao meu lado, me disse.


Eu apenas balancei a cabeça em agradecimento.


Durante todo o percurso eu não disse uma palavra, muito menos derramei mais alguma lágrima. Eu tentava manter minha respiração constante, o que me ajudava a não chorar ou ter alguma crise de nervosismo. Vitor mantinha-se ao meu lado, sério e calado, como ele geralmente era na frente das outras pessoas.


Finalmente chegamos ao hotel.


- Bem, nós temos que ir para o nosso quarto. – Vitor disse aos três. – É o 92T, caso vocês precisem de algo.


- O nosso é no fim do corredor. – Harry disse. – Os dois últimos.


Despedimo-nos dos três e finalmente eu e Vitor pudemos ficar a sós. Não que eu quisesse conversar.


- Eu sinto muito Chuck... – Vitor tentou voltar no assunto da morte do meu pai.


- Vitor, eu não quero falar sobre isso. – Eu lhe disse. – Eu só quero pensar no dia de hoje amanhã. Aconteceu tanta coisa...


- Então tente dormir, ok? – Vitor me pediu.


- Tentarei. – Repondi.


Vitor acariciou meu rosto e me deu um beijo na testa. Tirei minhas botas e deitei-me ao lado dele na cama de casal. Toda a correria, interrogatório e notícia de morte haviam me deixado exausta e eu finalmente consegui dormir.


Claro que meu sono não durou muito. Eu e Vitor acordamos assustados com as frenéticas batidas na porta.


- Fique aqui, eu vou ver o que é. – Vitor me disse.


Permaneci sentada na cama enquanto ele caminhava até a porta.


- Quem é? – Ele perguntou.


- Hermione. – A voz respondeu e logo ele abriu a porta.


A garota parecia assustada.


- Nós temos que ir. – Ela disse.


- Ir aonde? – Perguntei.


- Nós temos que ir para Hogwarts. – Ela disse. – Katherina pediu para você pegar suas coisas e nos encontrar no saguão em dez minutos.


- O que está acontecendo? – Perguntei.


- O ataque não acabou. – Ela disse. – Por isso nós temos que ir embora daqui logo. Hogwarts é o lugar mais seguro. Dez minutos, no saguão.


Eu assenti com a cabeça e comecei a recolher as poucas coisas que estavam fora do meu malão. Calcei novamente as minhas botas e peguei um dos malões.


- Eu levo o outro. – Vitor me disse.


Então fomos até o saguão. Lá nos esperavam Kathy, o homem loiro, os três garotos e um cachorro preto bem grande.


- Você vai para Hogwarts, certo? – Kathy segurou meu rosto com as duas mãos.


- Olha, você segurar meu rosto e me dizer o que eu vou fazer sem me explicar o que está acontecendo está me aborrecendo. – Falei nervosa. – Kathy, qual é o problema?


- Pouco tempo, muita explicação. – Ela me respondeu. – Você, Harry, Ronald e Hermione vão para Hogwarts. Remus vai levar vocês.


- Eu não vou a lugar nenhum sem você ou sem Vitor. – Falei.


- Pare de ser cabeça dura, Chuck! – Vitor me disse nervoso. – Vá. Logo eu te escrevo dizendo que eu estou bem e logo você verá Katherina.


- Por favor, Charlotte. – Kathy me pediu. – Nós não temos muito tempo e você precisa ficar a salvo.


- Você confia nele?- Perguntei a Kathy.


Ela olhou para o homem que deveria nos acompanhar.


- Eu confio nele com a minha vida. – Ela falou.


Despedi de Vitor com um longo abraço que foi interrompido por um estrondo. Não pude nem me despedir de Kathy, pois fui arrastada por Remus Lupin, literalmente.


Saímos do Beco Diagonal correndo e fomos para a parte trouxa de Londres. Eu não sabia como eu, a “Rainha das Perguntas” como Vitor me chamava, não havia surtado com tantos acontecimentos sem explicação em tão pouco tempo.


- Harry, Ron, coloquem os malões no porta-malas desse carro. – Remus Lupin disse.


- Não acho que vá caber, Remus. – Ronald disse apontando para a minha mala.


- Nada que um feitiço não resolva. – Ele disse encolhendo todas as malas.


- Cuidado, alguém pode ver. – Hermione disse.


Depois de colocar todas as coisas no porta-malas, me disseram para entrar dentro do carro e, lá estava eu, no banco de trás daquele carro, ao lado de Hermione Granger. E todos eles, apesar de apreensivos, não estavam fazendo aquilo pela primeira vez.


- Não fazem nem vinte e quatro horas que eu estou no Reino Unido e nada, nada faz sentido. – Falei. – Eu estou em um carro com quatro pessoas que eu acabei de conhecer, fui interrogada por um cara que obviamente não é normal, horas atrás eu fiquei sabendo que meu pai que eu não via há mais de um ano cometeu suicídio, antes disso tudo minha tia estava duelando contra Comensais da Morte e... Que diabos está acontecendo? Por favor, alguém me diga quando é que minha vida de livros e Quadribol virou isso?


Nenhum deles sabia o que me dizer.


Então Remus acelerou o carro e... Aquela foi a primeira vez que eu andei em um carro trouxa. E como andar de carro trouxa é chato. E demora.


Não que eu achasse que algo deveria ser dito, mas eu sabia que nada faria sentido. Eu estava cansada, não só fisicamente. Eu não conseguia ter um pensamento que fazia sentido. Eu queria chorar, mas nem para isso tinha forças.


Paramos algumas vezes para comer em postos de gasolina. Eu apenas pedi batatas fritas, catchup e uma coca-cola grande com muito gelo, que eu mastigava assim que o refrigerante terminasse.


- Você devia comer algo além de batatas. – Remus me disse.


- Eu gosto de batatas. – Respondi seca.


E essa foi a única conversa que eu tive durante a viagem toda. Bem, não toda, assim que chegamos a Hogsmead, uma cidadezinha próxima a Hogwarts. De lá era possível ver o grande castelo de Hogwarts.


- Conheça Hogsmead Charlotte. – Remus disse.


- Chuck. – Falei. – Não me chame de Charlotte.


- Chuck. – Ele repetiu.


- Será que a gente pode passar na Dedosdemel? – Ron perguntou antes de levar um tapa de Hermione. – Ai!


- Não é hora para isso, Ron. – Hermione disse.


- Eu tive bons dias aqui com seu pai. – Remus se voltou para Harry.


Harry sorriu em resposta.


Então eu comecei a me sentir fraca. Soltei meus malões e me apoiei em um deles.


- Você está bem? – Ron me perguntou.


Balancei a cabeça em negação. Foi então que eu perdi toda a minha força e me sentei no chão. Fechei meus olhos, coloquei minhas mãos no rosto e tentei respirar fundo. Assim que abri meus olhos, tudo parecia diferente.


Literalmente, em um piscar de olhos a noite virou dia, as pessoas que haviam me acompanhado até lá haviam desaparecido e um grande número de garotos e garotas usando o uniforme de Hogwarts surgiram. Procurei meus malões e não os achei.


- Anna! – Uma garota de cabelos loiros bem lisos falou olhando em minha direção. – Você se machucou?


- Anna? – Perguntei sem entender.


- Você está bem? – Ela me perguntou séria.


Nesse exato momento tudo foi ficando distante. Os sons, as imagens, tudo desapareceu.  Enquanto eu piscava meus olhos, a imagem da garota de cabelos loiros e lisos foi se mesclando com quatro rostos que, perto de tudo que eu havia visto naqueles últimos segundos, eram familiares.


- Ela está acordando. – Ron disse.


- Você está bem? – Remus perguntou.


- O que é que aconteceu? – Eu perguntei.


- Te disse para não comer apenas batatas. – Remus falou. – Você ficou fraca, provavelmente. O que era de se esperar de alguém que teve um dia como esse, não dormiu e só comeu batata-frita. Você consegue ficar em pé?


- Claro. – Respondi me levantando com a ajuda de Harry e Remus.


- Então vamos. – Remus disse.


Meus primeiros passos foram com a ajuda dos dois, mas logo eu conseguia andar por mim mesma.


- Quem é Anna? – Ron me perguntou.


- Várias pessoas são “Anna”. – Respondi sem muitos detalhes, mesmo porque não tinha o privilégio de tê-los.


 Logo chegamos à Hogwarts. Na entrada do castelo um homem pálido, de cabelos bem pretos e lisos e humor quase pior que o meu nos aguardava.


- Lupin. – Ele disse à Remus.


- Snape. – Remus retribuiu.


- Aqui estão eles. – Remus disse. – Esta é a sobrinha da professora Hayes.


Snape apenas me olhou fixamente por alguns segundos.


- É melhor irmos. – Ele quebrou o silêncio.


Enquanto os três se despediam de Remus eu permanecia parada.


- Chuck. – Remus disse e eu me virei para ele. – Apesar do dia de hoje, espero que Hogwarts seja como um lar para você.


- Oh, acredite em mim, depois do dia de hoje, até Azkaban seria um lar para mim. – Eu lhe disse.


Ele riu e nos recomendou “Juízo, para os quatro”. Virou as costas e aparatou dali.


- Sigam-me. – Snape disse.


Caminhamos atrás de Snape em silêncio. Já havíamos caminhado por alguns corredores quando ele parou e se virou para nós.


- Vocês três. – Ele disse para Harry, Hermione e Ronald. – Dumbledore quer falar com vocês. Presumo ao menos Potter sabe onde é a sala dele. E você. – Ele se voltou para mim. – Você ficará no quarto reservado à professora Hayes até segunda ordem. Eu lhe mostrarei o caminho.


- Até mais Chuck. – Hermione disse.


- Nos vemos amanhã. – Ron prosseguiu.


- Boa noite. – Harry finalizou.


Eu sorri em resposta.


Assim que Snape começou a andar eu comecei a segui-lo e não demorou muito pare ele me mostrar o quarto que seria de Kathy, e que eu deveria passar a noite.


- Caso você esteja com fome... – Ele ia dizendo.


- Eu já comi. – Eu o interrompi.


- Há água naquela garrafa. – Ele me disse. – Caso você fique com sede. Boa noite.


- Boa noite. – Respondi.


Eu realmente estava com sede após tanta caminhada, Hogwarts era bem maior que Durmstrang. Bebi toda a água da jarra e sentei-me na cama. A respiração ainda estava pesada, eu me sentia suja, mas fraca demais para qualquer movimento. Fraca o suficiente para tirar minhas botas com os próprios pés. Minhas pálpebras ficaram pesadas e a respiração mais leve. Deitei-me na cama e abracei o travesseiro.


Tentei esquecer tudo, ou pelo menos ignorar para o próprio bem do meu sono.
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Nota autora:

Demorei um pouco, não é? Bem, a partir de agora eu vou tentar postar toda sexta! Tentar... Acho que depende um pouco da minha imaginação... Mas vamos esperar que dê certo e tudo saia como planejado!
Por favor, comentem e votem na fic? <3

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Comentários (1)

  • Jheni weasley

    Eu amei a fic. O Vitor é muito fofo.A Churck vai ter que ter muita força para enfrentar tudo isso. E o Sirius porque será que ele reagiu daquela forma perto da Churck to curiosa, e a tia dela não gostou muito de ver o Sirius. E o pai dela pq se suicidou será que ele teve algum motivo. To ansiosa pelo próximo capitulo.

    2011-08-27
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