Hospital St. Mungus
E naquela hora, Albus congelou. Congelou de medo. Alucinado, olhou para os dois.
-O que aconteceu?
-Rose não está aqui. -Respondeu Ron, com os olhos cheios de água. -Ela está no Hospital St. Mungus para Doenças e Acidentes Mágicos.
-Mas, porque? O que aconteceu? Como? -Perguntou desesperado.
-Rose... -Começou Harry. -Foi atacada por uma criatura mágica. Um lobisomem.
Seus olhos paralisaram. Sua prima, que convivera sua vida inteira, fora atacada por um lobisomem. Diante de tantas criaturas mágicas, a que talvez, mudaria seu destino.
-Mas, ela está bem? -Perguntou, ainda com os olhos fitados no chão.
-Está se recuperando, aos poucos. -Respondeu Ron. -Alguns dias e poderá sair do hospital.
-E quando vamos poder visitá-la?
-A hora que quiser. -Falou seu pai. -Se você preferir, pode até ser agora. Só acabe de comprar oque precisa, e logo em seguida, iremos. Ron, você quer ir junto?
-Não, podem ir, eu fico aqui. Mais tarde passo lá. À propósito, Hermione e Hugo estão lá. Combinei que viria aqui comprar os pertences de Rose.
Ao ouvir isso, Albus perguntou:
-Rose vai para Hogwarts? Você sabe, no dia que iremos de trem.
-Acredito que sim. Ainda faltam três meses. Até lá, já estará boa.
Albus se sentiu aliviado, sua prima estaria melhor em poucas semanas, e ainda iria para Hogwarts com ele. Comprou seus últimos materias e já estava pronto para ir embora quando se lembrou de algo.
-Pai, esquecemos da minha coruja.
-É mesmo! Mas seja rápido.
-Não se preocupe pai, acho que já sei qual escolher.
Foram caminhando, até chegar a uma loja chamada Empório das Corujas. A vitrine era a mesma na qual Albus havia olhado horas atrás, antes de comprar sua varinha.
-Pai, está vendo aquela coruja? -Perguntou Albus, apontando para a coruja branca. -É aquela que eu vou querer.
Harry ficou fitando-a por alguns minutos.
-Pai? -Perguntou James. -Tudo bem?
-Tudo, tudo. É só que ela me lembra da minha antiga coruja, Edwiges. -Falou, e olhou para Albus. -Pode ir lá comprá-la Al.
Minutos mais tarde, Albus voltou com ela, presa em uma gaiola.
-E então, como irá chamá-la? -Perguntou James.
-Ainda não sei.
-Podemos ir agora? -Interrompeu Harry.
-Sim. -Responderam em coro.
-Então segurem no meu braço, vou aparatar.
Aparataram em uma rua movimentada, no centro de Londres.
-Me sigam. -Falou Harry.
Eles caminharam até uma loja de departamento de tijolos, chamada Purga e Sonda Ltda. Era uma loja suja, maltratada, em suas vitrines encontravam-se manequins, todos destroçados, de perucas tortas e roupas velhas. Pessoas da rua passavam despercebidas, como se a loja não existisse, e nem notavam as pessoas que desapareciam diante dela. Em sua frente, grandes letreiros informavam que estava fechada para reforma. Um manequim apontava direto para uma porta, que dava entrada ao Hospital St. Mungus.
-É o seguinte. -Falou Harry. -Para entrar no hospital, vocês apenas terão que atravessar a porta, como na plataforma 9 ¾. Pode ir primeiro James.
James foi correndo, e atravessou a porta, desaparecendo. Em seguida, Albus. E logo depois, Harry. Se viram em uma recepção, como qualquer outro hospital, porém, tumultuada de bruxos, muitos deles sentados em bancos de madeira. Atrás da mesa de recepção, se encontrava um cartaz, que dizia todos os andares e oque haviam neles. Pegaram o elevador para o primeiro andar, que se especializava em ferimentos induzidos por criaturas.
-Harry! -Hermione apareceu. -Vocês vieram!
-Oi Hermione! Onde está Rose? Albus e James vieram para vê-la.
-Ela está no quarto número 22. Podem ir. -Se virou para os meninos. -Hugo está lá. Preciso falar com o pai de vocês.
Albus e James foram se dirigindo até o quarto número 22, e sumiram diante da porta. Hermione olhou, preocupada, para Harry.
-Como ela está? -Perguntou Harry.
-Está se recuperando, aos poucos.
-Ele realmente a mordeu? Vocês tem certeza disso?
-Bem, quando descobrimos que ela fora atacada, tinhamos esperanças de que a mordida não teria dado nenhum efeito. -Lágrimas começaram a escorrer sobre seu rosto. -Mas o médico acabou de me dar a notícia de que não teria mais volta, e que ela iria ter que se acostumar a ser um deles.
Hermione começou a chorar, e se apoiou no ombro de Harry. Para ela, não era fácil, a filha tinha uma vida inteira pela frente, e teria que se acostumar com o fato de ter que tomar poções todas as noites de lua cheia, e ter medo de por acaso, machucar as pessoas que amava, não era fácil, não para uma criança.
-Hermione, você se lembra do Lupin? -Perguntou Harry, ainda abraçando-a. -Dumbledore me disse que Greyback o mordeu quando ele tinha apenas oito anos. Disse que no começo era difícil, e que seus pais achavam que ele não poderia frequentar Hogwarts. Mas Dumbledore o deu uma chance, e ele era como uma criança qualquer. E olhe só, ela poderá ir na Casa dos Gritos, quando quiser. Nada vai mudar Hermione, acredite em mim.
-Eu sei, Harry, eu sei. -Suspirou Hermione. -Eu só não consigo me acostumar com a ideia ainda. E o pior é que ela ainda não sabe, e eu terei que contá-la.
No mesmo momento, Ron chegou, com inúmeras pacotes em suas mãos. Ele analisou a situação, sem entender nada.
-O que você faz aí agarrando minha mulher, posso saber? -Perguntou rindo.
-Cale a boca, Ron. -Riu Hermione. -Eu estava chorando, e ele estava me consolando, não me agarrando.
-E posso saber porque estava chorando?
Hermione se espantou. Tinha esquecido completamente de contar ao seu marido que sua filha iria virar um lobisomem. Quer dizer, Ron sabia que ele a mordera, mas ainda não tinha certeza se isso teria afetado algo. Sem avisar, ela foi seguindo até o quarto onde estava Rose. Harry e Ron a seguiram, sem entender. O quarto era de um tom rosa, e ao lado da cama, escontravam-se flores. As crinças conversavam sobre Hogwarts, exceto por Hugo, que emburrado, resmungava que ainda teria que esperar mais dois longos anos. Eles olharam para Hermione, que entrava lentamente no quarto, seguida de Ron e Harry.
-Eu tenho uma notícia, não muito boa, que eu queria que todos ouvissem.-Começou Hermione. -Rose, vou ter que te informar que, a partir de hoje, você é um lobisomem.
E todos a olharam, com cara de espanto, sem acreditar.
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