Grande Notícia
Conseqüências daquela noite
Autora: Christine Annette Waters
N/A1: Não, Harry Potter não pertence a mim. Se pertencesse, Harry e Draco teriam um caso, Ron e Hermione já namorariam desde o terceiro ano e o Snape estaria saindo com a Sibila.
Sim, foi isso que vocês leram.
...
Capítulo 5:
Harry Potter chegou à estátua de fênix que guardava a sala de Alvo Dumbledore. Deu uma olhada de relance ao redor e viu três corredores na mesma situação: vazios. Os estudantes da escola já haviam todos ido para seus dormitórios após o jantar. Bem, quase todos. Lá estava ele lá, afinal.
Pouco depois do término do jantar, McGonagall lhe alcançara no final da escadaria que levava a Torre da Grifinória e lhe dissera, num tom rápido e baixo, que fosse a sala do diretor imediatamente. Não falara sobre o assunto; embora Harry tenha lhe olhado indagador, ela continuou com a mesma expressão sisuda e... apreensiva? Aquilo havia sido estranho, muito estranho. Normalmente, se Dumbledore fosse lhe dar notícias da Ordem, McGonagall lhe comunicaria em particular, pedindo para ele ficar depois da aula ou coisa assim. Não ia abordá-lo em frente a dezenas de estudantes. Harry sentia algo esquisito no olhar da professora enquanto a acompanhava até o escritório do diretor. Algo lhe dizia que, daquele vez, não era algo comum.
Alguma coisa estava errada. Bem errada.
“--- Aqui estamos, Sr. Potter.” – disse McGonagall de repente, sobressaltando Harry e tirando-o de seus pensamentos. – “O senhor continua sozinho a partir daqui.”
“--- Mas... e a senhora?”
“--- O Professor Dumbledore quer conversar a sós com você”– disse McGonagall, ajeitando os óculos. Algo estava diferente na expressão dela quando olhou diretamente para o grifinório. Em todos os anos de escola, Harry vira pouquíssimas vezes a professora modificar a expressão austera. E essa era uma delas.
“--- Qual é o assunto?” – perguntou o garoto nervoso. Porque McGonagall ia ficar de fora da conversa? Ela também era uma integrante da Ordem, um das principais líderes. Sabia de todos os planos e segredos. Sabia até da profecia. Agora, ela não participaria de uma reunião?
“--- Já falei que o assunto é com o Professor Dumbledore e você” – cortou McGonagall, ríspida. – “A senha é balinhas de mel. Agora, se me dá licença, boa noite.”
A diretora da Grifinória girou nos calcanhares e seguiu de volta pelo corredor que tinha vindo, deixando um Harry Potter com os pensamentos completamente embaralhados. O que será que Dumbledore ia conversar de tão importante que nem McGonagall podia conhecer? Só havia uma forma de saber, no final das contas.
“--- Balinhas de mel” – disse o garoto. A estátua de fênix se deslocou e deu passagem.
“--- Onde será que ele está?” – perguntou Madame Pomfrey, aborrecida com o atraso de Harry, sentada em uma das cadeiras em frente a mesa do diretor. Ao seu lado, estava um vermelho Draco Malfoy, que não sabia para que lado olhar.
“--- Minerva foi chamá-lo.” – respondeu Alvo Dumbledore. – “Devem estar chegando.”
“--- O senhor contou para ela?” – Draco Malfoy havia acabado de falar, a primeira vez desde que pusera os pés na sala do diretor. Dumbledore olhou para o garoto com seus olhos azuis brilhantes ; Draco sentiu-se encolher na cadeira.
“--- Não.” – respondeu ele. A notícia da gravidez do jovem sonserino havia sido surpreendente para ele. Sabia praticamente de tudo o que ocorria em Hogwarts, contudo... aquela notícia havia sido realmente inesperada.
“--- Não?” – perguntou Draco de novo.
“--- Não. Embora tenha plena confiança em Minerva, acho que esse assunto necessita de ser conhecido pelo menor número de pessoas possível, pelo menos por enquanto.”
Seguiu-se silêncio. Alguns minutos passaram vagarosamente. Madame Pomfrey olhando o tempo todo para a porta, Dumbledore olhando o sonserino acuado em sua frente e Draco tentando olhar para tudo, menos para o diretor de Hogwarts.
Pomfrey rompeu o silêncio:
“--- Por Merlin, onde está esse garoto?”
“--- Acalme-se, Papoula” – disse Dumbledore, conciliador – “Ele já deve estar ...” – ouviu-se batidas surdas na porta do escritório. Draco suspirou pesadamente, tenso. Dumbledore sorriu. – “Ele chegou.”
Com um rangido, a porta do escritório do diretor se abriu e um Harry Potter descabelado ( como sempre) entrou por ela.
“--- Boa noite, Professor Dumbled...”
A voz morreu quando viu as duas outras pessoas na sala.
Numa cadeira, a frente do diretor, estava Pomfrey, olhando aborrecida para ele. E na outra encontrava-se ninguém mais ninguém menos do que Draco Malfoy, justo a pessoa que o grifinório menos gostaria de encontrar para o resto da sua vida. Seus olhares se cruzaram por um momento antes que Draco rompesse a ligação, corado, e se recostasse de novo na sua cadeira, um pouco nervoso, passando a mão involuntariamente na barriga. Era impressão sua ou o bebê estava chutando?
“--- Harry, finalmente aqui.” – saudou Dumbledore – “Venha, junte-se a nós.”- acrescentou, apontando uma cadeira de espaldar alto do lado de Malfoy. Harry demorou uns segundos para entender a fala, tamanho era seu espanto daquela dupla tão desigual estar ali.
“--- Deve estar se perguntando o que Madame Pomfrey e o Sr. Malfoy estão fazendo aqui”- comentou Dumbledore, o olhar indo de Harry para Draco, num movimento sem trégua.
“--- Bem...é...estou sim.” – Harry olhou para os dois lados, como que para ver se a bizarrice que estava vendo não era uma ilusão. Não era.
Silêncio. Dumbledore olhava do grifinório para o sonserino, pensando em como falar do estado para o loiro para Harry sem que ele tivesse uma síncope. Quando havia decidido que ia comunicar-lhe da forma mais suave possível, Pomfrey atropelou-o:
“---Desculpe, diretor, mas essa situação não pode continuar assim. É a segurança e a saúde de um dos meus alunos.” – Virou-se para Harry, os olhos brilhando como duas jóias – “Potter, o Sr.Malfoy está...”
“--- Papoula, vamos com calma” – interferiu Dumbledore quando Pomfrey estava prestes a pronunciar a palavra fatal. Do lado de Pomfrey, Harry olhava para ele como se não estivesse entendendo nada. Draco afundara ainda mais na cadeira.
“--- Diretor! É a saúde de um dos meus alunos sob minha responsabilidade!” – Apontou com a cabeça para Draco – “Ou o senhor pensa que ele, e não somente ele” – argumentou destacando sutilmente a sentença- “...está tenso com essa situação?”
“--- Não somente eles, Madame.” – o tom de voz de Dumbledore tornou-se mais intenso. Por sua vez, Harry entendia cada vez menos. “ Não somente ele?”
“--- CHEGA!” – Agora Draco havia mesmo ficado aborrecido. Tanta enrolação para quê? Ele ia saber da mesma forma... Baixando o tom, acrescentou – “Deixa que eu mesmo conto.”
Pomfrey e Dumbledore se calaram de imediato. Draco virou-se na cadeira para encarar Harry mais de frente, pensando em como falar aquilo para ele. Mas no momento em que olhos verdes encontraram os olhos cinzentos, faltou ao sonserino ar – e palavras. Seria necessário apenas uma sentença para fazê-lo entender tudo, porém... A mente do loiro pareceu de repente vazia e oca. Não conseguia realmente reunir a coragem necessária para falar.
“--- Eu... você...quer dizer, nós...nós...”
“--- Sr. Malfoy?” – Draco finalmente desviou o olhar de Harry e focalizou Madame Pomfrey, com uma expressão que se podia chamar de maternal – “Acho que seria melhor contar eu mesma.”
Draco simplesmente assentiu com a cabeça e recostou-se no sofá. Harry virou-se para a enfermeira, com uma sensação muito estranha na garganta. Algo está errado... Foi quando Pomfrey olhou nos olhos dele e disse as sete palavrinhas que iam mudar sua vida para sempre:
"--- O senhor Malfoy espera uma filha sua."
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