Primeiras Transformações

Primeiras Transformações

- Parece que já está pronto Aluado – disse Tiago ao lado de Sirius, enquanto o mesmo olhava petrificado para a cena, balançando os braços nervosamente.

- Mas... tem certeza? – Remo perguntou um pouco acanhado.

- Sim, absoluta – Tiago confirmou, e os quatro que estavam no quarto olharam para dentro do caldeirão.

- Era essa cor mesmo que tinha que ficar? – Pedro perguntou, olhando com nojo para a mistura verde que estava ali.

Sentamos na cama, dois em cada para ficarmos um de frente pro outro. Três olhos estavam com medo e excitados, e apenas um deles evitava olhar para qualquer um dos outros.

- Enfim – Tiago começou batendo as mãos num gesto de entusiasmo. – Já decidiram quais serão os animais?

- Um cachorro – disse Sirius sorrindo.

- Eu sabia! – Tiago exclamou apontando para o garoto na sua frente. – Você é muito previsível!

- Olha quem fala! O seu vai ser o que, um cervo? Quero dizer, um viado?

- Ah, não enche! A gente já falou sobre isso! Um urso que eu não ia ser! E olha quem fala, o cachorrinho de rua!

- Antes cachorro que viadinho né – Sirius disse jogando uma almofada no amigo.

- Ta, ta! Parem de brigar – Remo interveio impedindo Tiago de jogá-la de volta. – O que fazemos agora?

Tiago foi até a escrivaninha e pegou um papel que continha os ingredientes da poção Amorphia. Ele olhava atentamente para a folha enquanto os outros o fitavam apreensivos. Passado alguns segundos ele se pronunciou.

- Precisamos tomá-la todos os dias durante exatamente 9 dias, e sempre no mesmo horário, sempre imaginando como queremos ser. Depois entramos na parte dos feitiços. Pedro, vê lá que horas são.

Pedro foi até a escrivaninha abrindo a primeira gaveta, tirando de dentro um relógio dourado.

- Meio dia e quinze – disse guardando novamente o relógio.

- Ok, então vamos começar – Sirius disse animado e pegando três copos.

- Mas vocês tem certeza mesmo? – Remo perguntou enquanto Tiago enchia os copos. Sirius o olhou entediado.

- Chega Aluado.

- E cara, isso é uma grande diversão pra nós também! – Tiago disse estendendo o copo aos outros dois. – Saúde! – exclamou erguendo o copo em sua mão.

- Saúde! – Os outros dois repetiram e viraram os copos, exceto Pedro.

Sirius e Tiago faziam várias caretas, sentindo o gosto amargo da bebida lhe descer pela garganta. Após alguns segundos os três olhavam para Pedro que começara a tremer.

- O que foi? – Remo perguntou, pois os outros dois pareciam recuperar a fala.

- Eu.. só não sei o que quero ser – murmurou Rabicho com a voz chiada.

- Um rato rabicho, é com isso que você parece! – Sirius exclamou chateado.

- Não é má idéia – Tiago começou pensativo enquanto passava a mão na garganta –, afinal,precisamos de um animal pequeno e ágil, principalmente para apertar o nó na árvore.

- É, pode ser – Sirius disse mal humorado – Só toma isso ai logo que eu vou deitar um pouco, to enjoado.

Enquanto Sirius deitava Rabicho tomava sua dose da poção, enquanto Tiago ia tomar um banho e Remo olhava para os lados com um olhar triste.

Sirius começou a roncar quase que imediatamente, mergulhando em sonhos que envolviam um cachorro, um cervo, um rato e um lobisomem sendo repreendidos por um gato com marca de óculos em torno dos olhos. O rato começou a expelir um liquido verde, fazendo com que o estomago de Sirius embrulhasse e ele abrisse os olhos. Em sua frente estava a mesma cena do sonho, mas agora com o homem que planejava se transformar em um rato.

 

 

 

- Acretebola pherne – exclamou Remo apontando a varinha para as pernas de Sirius que imediatamente se transformou nas patas traseiras de um cachorro e rasgou suas calças

- Acretebola Brene – exclamou agora transformando seus braços.

- Acretebola corpus contretius – exclamou transformando o tronco inteiro de Sirius, deixando a ele com a cabeça normal. A cena seria ilária, se não fosse extremamente tensa.

- Acretebola cariquita – finalizou e deu um suspiro em seguida.

Tiago observava confiante enquanto Pedro lançava olhares amedrontados. Tiago havia sido o primeiro, dando coragem para os amigos que logo se arrependeram por causa da exibição do amigo.

Remo agora colocava a poção que haviam feito anteriormente numa vasilha e colocava na frente do cachorro que abanava freneticamente o rabo. Sirius lambeu a vasilha toda e pulou na cama, levantando a pata e ameaçando fazer xixi na escrivaninha.

- Para Almofadinhas! – Tiago gritou enquanto pegava o cachorro no colo e o levava para o centro do quarto novamente. Mas quando Tiago ia largá-lo Sirius fez xixi, molhando toda a roupa do amigo.

- Sirius! Você me paga! – bradou Tiago enquanto o cachorro latia, evidentemente de felicidade.

Remo apontou a varinha para Sirius, fazendo com que a figura do homem aparecesse completamente nu, no lugar que antes havia um cachorro. Ele rolava de tanto rir, e nem mesmo os amigos puderam evitar, e logo os quatro riam bobamente.

- Quanto tempo mesmo teremos que esperar? – Tiago perguntou enquanto tirava a roupa e Remo preparava o Pedro para a transformação.

- Não muito, só um mês.

- Ok, vou tomar um banho, estou fedendo a cachorro.

- A xixi de cachorro – corrigiu Sirius fazendo com que levasse um soco no ombro.

- Ta, tudo bem, os dois estão fedendo – Remo disse –, então vão tomar banho e me deixem cuidar do Rabicho.

 

 

Um mês depois os amigos estavam reunido em uma clareira da Floresta Proibida, um pouco afastada da orla que rodeava as terras de Hogwarts. Um caldeirão fumegava no centro dos quatro, iluminado apenas com os raios do por do sol que passavam pelas arvores. Três deles seguravam um copo, enquanto outro ficava apenas com uma concha, que ele logo depositou no caldeirão.

- É muito perigoso, vocês sabem né? – Remo disse aflito.

Nenhum deles ousou discordar, todos sabiam que realmente era.

- Vou agora pra casa, vocês já sabem o que fazer.

- A Casa dos Gritos – murmurou Tiago.

- Desculpe?

- É como estão chamando. Não se lembra do velho Froggy falando no Três Vassouras?

- Ah, é verdade.

- Mas enfim, é quando a lua estiver no topo, o que quer dizer, meia noite.

- Sim, sim – murmurou Sirius.

- Até mais Aluado, te encontraremos em breve – disse Tiago abraçando-o.

Remo seguiu seu caminho deixando os três amigos em volta do caldeirão, sentando na grama úmida enquanto esperavam o tempo passar.

As horas se arrastavam, e eles não se permitiam conversar, a garganta de ambos estava seca, as mãos suadas. Tiago não conseguia fazer suas brincadeiras normais, e quando tentava nem Pedro lhe bajulava. Eles estavam petrificados, enquanto o sol se punha e a lua tomava o seu lugar.

- Ta – começou Tiago tossindo um pouco, a voz saindo rouca. – Hum... acho que já devemos começar.

Os três olharam pra lua que estava quase no topo e suspiraram juntos. Se ergueram e Tiago encheu os copos, onde a poção adiquiria uma cor clara, quase branca. Pedro colocou o relógio ao lado deles, que marcava 11:50. Esperaram um pouco, os olhares se cruzando nervosamente.

11:56, 11:58...

Os três ergueram os copos, num brinde intimo.

- A Remo Lupin – disse Sirius olhando para os amigos.

- A Remo Lupin – repetiram Tiago e Pedro no momento em que o relógio marcava meia noite e os três tomavam o conteúdo do copo.

Nada aconteceu, pelo menos aparentemente. Sirius olhou para os lados nervoso, e foi o primeiro a fechar os olhos e enrugar a testa de concentração, seguido pelos outros dois.

Cerca de um minuto se passou, sem que eles se movessem ou abrissem os olhos. Mais um minuto se passou, e então os três fizeram uma cara de dor, como se algo dentro deles se rasgasse. Mais um minuto se passou, e onde antes haviam três garotos se encontravam um cervo, um cachorro e um rato.

 

N/A: Desculpem a demora, mas como vocês puderam ler, algumas coisas não foram fáceis de criar. Mas espero que tenham gostado e por favor comentem, faz bem *-*
PS: Irá ter um bônus desse capítulo, em breve.

Beeeijos e até a próxima ^^ 

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