O Poder do Amor Imortal parte2
Abri lentamente meus olhos e uma intensa luz cegou-me. Tive que piscar várias vezes para recuperar a visão e constatar que era o Sol que batia diretamente em meu rosto. Virei lentamente minha cabeça e vi Harry. Ele estava deitado a meu lado, sua mão entrelaçada a minha. Ele também deveria ter acabado de abrir os olhos, já que piscou várias vezes antes de me encarar.
- Estamos mortos? – não havia tristeza, nem alegria, em seu rosto.
- Não sei. – respondi com o mesmo tom neutro. Sentamos simultaneamente, observando onde estávamos. Era uma clareira, no meio de uma floresta. Estávamos rodeados por altas árvores.
- Não era assim que imaginava o céu. – Harry comentou.
- E quem falou que estamos no céu? – perguntei encarando-o com uma sobrancelha erguida. Esse lugar me transmitia uma paz que nunca imaginei que pudesse sentir.
- Eu me garanto. Sempre fui um bom menino. – falou. Rimos juntos de sua frase completamente mentirosa. Encaramo-nos carinhosamente, estávamos envolvidos pela mesma aura de paz e amor que esse lugar emanava. Estávamos, momentaneamente, esquecidos dos problemas que tínhamos em nossa realidade.
- Fico feliz em ver que estão se sentindo bem. – virei meu rosto rapidamente na direção que veio a voz. Uma mulher baixa e magra estava entre duas árvores, ela nos observava curiosamente. Harry segurou firmemente minha mão e me ajudou a levantar. Sabia que nos dois encarávamos a mulher da mesma maneira desconfiada. Seu rosto delicado parecia familiar. Observei o vestido que usava e estranhei o modelo.
- Rowena, meu bem, deveria se apresentar primeiro. – um homem alto e leonino apareceu atrás da mulher.
Meu queixo caiu. Virei meu rosto em direção ao de Harry, em busca de sanidade, mas ele também me encarava incrédulo.
- Vocês não estão mortos. – começou Rowena, com sua voz melodiosa.
- Mas vocês estão! – falei sem pensar.
- Fisicamente sim, espiritualmente não. O espírito nunca morre, Hermione. – Harry apertou minha mão e me puxou para perto dele. – Não faremos nenhum mal a ela Harry, nem a você. Nossa missão e proteger, não machucar. – Godric Gryffindor possuía um olhar tão sábio e bondoso que me fez sentir, verdadeiramente, protegida.
- Nos acompanhem até o chalé, lá poderemos conversar mais confortavelmente. – Rowena sorriu e começou a caminhar de mãos dadas com Godric.
- O que fazemos? – ouvi Harry perguntar num fio de voz. Busquei seus olhos.
- Temos que segui-los. Não temos outra opção se quisermos respostas. – murmurei.
Mantínhamos uma certa distância do casal e caminhávamos de mãos dadas. De tempos em tempos trocávamos olhares preocupados.
– Onde acha que estamos? – sussurrei, mesmo já tendo uma vaga ideia queria saber a opinião de Harry.
- Não tenho a mínima ideia. Mas acho que apenas nossos espíritos estão aqui, nossos corpos ainda estão na casa de meus tios. – Harry murmurou tão baixinho que mal o escutei. Tropecei com o galho de uma árvore ao imaginar os tios de Harry chegando em casa e encontrando dois corpos desmaiados. Harry me segurou firmemente e evitou que caísse. Senti meu rosto ficando corado.
- Obrigada. – sorri fracamente.
Não caminhamos nem dez metros e já estávamos em outra clareira, onde havia um pequeno chalé. Rowena e Godric estavam abrindo a porta. Rowena entrou, e Godric virou para observar-nos.
- Não vão entrar? – ele levantou uma sobrancelha da mesma maneira que eu sempre fazia. – Não acham que se quiséssemos fazer algum dano já o teríamos feito? – ele cruzou os braços no peito e nos encarou impaciente.
Suspirei resignada e comecei a caminhar, puxando Harry pela mão. Nosso medo e nossa surpresa não tinham o menor cabimento, afinal, nos dois já deveríamos estar acostumados a lidar com situações inesperadas e inimagináveis.
Assim que entramos no chalé passamos por uma sala pequena e aconchegante, mas não paramos nela, seguimos Godric até a porta que levava a cozinha. Havia uma mesa para quatro pessoas, Godric nos indicou as cadeiras, num mudo pedido para que nos sentássemos. Sentei ao lado de Harry, ficando cara a cara com o fundador da Grifinória.
Rowena esquentava água no fogão. Um silêncio constrangedor preencheu a cozinha por segundos, todos nos encarávamos de maneira avaliadora. Meus olhos encontraram os de Godric Gryffindor e senti como se estivesse vendo meus próprios olhos. Ele sorriu para mim e falou:
- Quer uma longa explicação ou prefere respostas diretas, sem subjetividade? – um pequeno sorriso se formou em meu rosto.
- Acho que sabe a resposta. – respondi e uma risada melodiosa desviou a atenção de todos. Rowena tinha um bule nas mãos. Godric se levantou para pegar as xícaras e colheres que estavam na bancada.
- Hermione, concordo plenamente. Subjetividade me estressa. – ela sorriu para mim. Godric passou uma xícara e uma colher para cada. Harry e eu agradecemos com murmúrios enquanto Rowena nos servia.
Quando já estávamos todos sentados, meu olhar se desviou para minha xícara, que emitia um cheiro muito familiar.
- É chá de frutas vermelhas, o favorito de vocês dois, se não me engano. – Harry e eu trocamos um olhar incrédulo.
- Bom, acho que não nos apresentamos da maneira adequada. – falou Godric, com um tom que indicava que ia tomar o comando.
- Como se houvesse um só bruxo que não saiba quem são. – a voz de Harry era ironica, e eu pensei seriamente em pegar o bule e bater com ele em sua cabeça. Ele deve ter sentido meu estado de ânimo, já que mergulhou a cara em sua xícara.
- Todos conhecem o que queremos que conheçam, mas há muito por trás do título de fundadores. – Godric respondeu pausadamente. – Poderão ler sobre nossa história no livro que pegou no cofre, Hermione. – apenas acenei positivamente, não ficando mais surpresa por ele saber de tudo.
Godric bufou de maneira pouco educada e falou mal humorado:
- Não consigo me concentrar com esse garoto se perguntando, constantemente, se nasci em 910 a.C ou 910 d.C – os olhos castanhos perfuravam os verdes.
- Sabia que podiam ler nossas mentes. – havia uma expressão acusadora no rosto de Harry.
- Apenas os pensamentos que nos relacionam podemos escutar. – falou Rowena, fixando seus olhos cristalinos nos de Harry. Ela sorriu para ele de forma fraternal e perguntou – Não quer saber o que os levou a fazer o pacto? – a expressão desconfiada de Harry ficou escura e melancólica.
- Vamos explicar tudo, mas para isso precisam prestar muita atenção. – falou Godric encarando Harry fixamente. Pude perceber certa admiração no rosto leonino, como se mesmo com Harry sendo teimoso e desconfiado, Godric o admirasse. Suspirei e perguntei:
- Que lugar é esse? – tinha alguma noção sobre santuários familiares, mas este não poderia ser um já que apenas dois de meus antepassados estavam aqui.
- Esta certa sobre ser um santuário familiar, bom...em parte esta certa. Nos santuários familiares todos os descendentes, após a morte, permanecem no local. Neste, apenas Rowena e eu podemos ficar permanentemente, enquanto nossos descendentes vêm nos visitar. – Godric suspirou tristemente.
- Santuários familiares são criados por maldições muito fortes...tentaram destruí-lo? Por isso apenas vocês ficam aqui? – estava curiosa, afinal, não era normal conversar com pessoas mortas que não fossem fantasmas.
- Bom, definitivamente, para que entendam tudo preciso fazer um breve resumo sobre o passado. Eu...- o olhar de Godric saiu um pouco de foco. Rowena pegou a mão dele e a colocou entre as dela. Eles trocaram um olhar afetuoso e depois ele nos encarou, pronto para nos dar as respostas das inúmeras perguntas. - Rowena e eu resolvemos investigar magia antiga, descobrir maneiras de transformar o mau em bem, a morte em vida e a doença em cura. Tínhamos, por assim dizer, o sonho de tornar a humanidade pacífica e o amor a força mais poderosa. – Godric suspirou e seus olhos adquiriram uma profundidade e sabedoria que o faziam parecer um ser superior. – O amor é a força mais complexa que existe, como vocês sabem o mero fato de dar um presente a pessoa amada cria vínculos. Rowena e eu nos amamos sem medidas, sabíamos que depois que ficássemos juntos não haveria mais ninguém, então, juntando nossos conhecimentos e poderes, resolvemos unir nossas almas de uma maneira nada comum para pessoas ainda vivas. – Godric encarou os olhos cristalinos de Rowena por algum tempo. – Criamos o Pacto de Sangue para ser a chave que abre o Poder do Amor Imortal, para ser a chave de nosso amor.
- Esta dizendo que o Pacto é um pré-requisito para poder usar o Poder do Amor Imortal? – o encarei curiosa, afinal, magia não precisava de pré-requisitos.
- Sim, porque ele não pode ser usado apenas por uma pessoa. – ele olhou Harry atentamente e depois a mim. – Precisam entender que todos temos uma alma incompleta, quando encontramos nossa metade a força que surge da união, da plenitude, é incomparável.
- Esta falando sobre almas gêmeas? – Harry o encarou estupefato.
- De certa maneira, mas vocês têm um significado errado para o que acontece quando encontramos nossa metade. Almas gêmeas envolve muito mais do que a pessoa certa, envolve amizade, companheirismo, amor e principalmente: união. Quando encontramos nossa metade e fazemos o Pacto, o Poder do Amor Imortal torna-se a força dessas duas pessoas, o amor dessas duas pessoas é o Poder.
- Então qualquer pessoa que encontre sua metade pode fazer o pacto e...- Godric me interrompeu
- Não Hermione, na realidade, só existem duas pessoas que já o usaram, e duas pessoas vivas que podem usá-lo. – meus olhos buscaram os de Harry, e a mesma pergunta rodeava nossas mentes: por quê? Godric sorriu, havia uma emoção tão forte em seus olhos que um arrepio passou por meu corpo, como se ele estivesse a ponto de me contar sobre algo sagrado, que nenhum homem comum deveria saber. – O amor que me une a Rowena não é normal, é muito mais poderoso, muito mais mágico do que a maioria, nós nos tornamos apenas um ainda vivos. Quando Salazar amaldiçoou nosso filho usamos todo esse amor, todo esse Poder para salvá-lo e assim o selamos, a força de nosso amor ficou todos esses anos trancada, apenas esperando que você nasça e a use. – Godric soltou um suspiro melancólico e continuou. - Sei que não é fácil compreender, mas da mesma maneira que uma profecia determinou Harry como o escolhido, uma profecia determinou que apenas a primeira herdeira gryffindor poderia usar o Poder selado, que apenas essa herdeira receberia a força de nosso amor.
- Salazar amaldiçoou nosso filho quando ele tinha sete anos. Ele disse que apenas um herdeiro Gryffindor seria gerado por geração e que cada vez que um nascesse o outro morreria. Não podíamos permitir que nosso filho morresse ao ter seu próprio filho. Então unimos nossas forças e fizemos o contra feitiço, usamos todo nosso amor. Mas tudo tem seu preço. Nossos espíritos foram sentenciadas a permanecer neste local até que o Poder seja novamente liberado. – Rowena tinha nos olhos a dor que sentira quando seu filho fora amaldiçoado.
- Mas Harry e eu fizemos o Pacto, podemos usar o Poder agora...mas mesmo assim continuam aqui! – estava confusa, era muita informação e...destino! Sim, porque o destino fizera de Harry o escolhido. E agora esse mesmo destino dizia que eu era a chave de um grande Poder, que eu era a portadora de um grande amor. Seria mesmo o amor uma força tão poderosa? Como minha mente lógica podia acreditar nisso?
- Ainda não, a profecia ainda não foi completamente cumprida. – Godric sorria sem alegria.
- “A primeira herdeira gryffindor,
nascida da morte da esperança,
no meio do caos,
carregará consigo o Poder,
o Poder de curar, de reviver, de amar,
em suas mãos está,
aprender a usar, para assim derrotar a serpente,
e a sua família ajudar, a seguir em frente.”
Quando Rowena terminou de falar, senti o mesmo sentimento que vira nas lembranças de Harry: como se tivessem jogado um peso sobre meus ombros, como se o mundo estivesse neles.
- Então foram vocês que nos induziram a fazer o pacto para que assim, independente de qual de nos acabe com Voldemort, as duas profecias sejam cumpridas. – não havia acusação no tom de voz de Harry, mas eu sabia que ele estava tão abalado quanto eu por tudo que ouvira.
- Em parte sim, mas vocês precisam do Poder para destruir Voldemort. – falou Godric. Havia receio nos olhos de Godric e eu sabia perfeitamente o que ele não disse com palavras, mas estava subentendido. Havia apenas um motivo pelo qual eu e Harry tínhamos conseguido fazer o Pacto de Sangue.
Permiti-me uns minutos em silêncio, avaliando tudo que ouvira. Tudo era tão simples e...irreal. Rowena e Godric se amaram tanto que encontraram uma maneira de unir suas almas ainda vivos. Dessa união surgiu um grande Poder, capaz de fazer coisas inimagináveis, O Poder do Amor Imortal. Um Poder que fora trancafiado por séculos e nascera comigo. Era fácil compreender, mas não aceitar. Como podia permitir que minha mente aceitasse que o amor era mesmo tão poderoso?
Senti lagrimas nos olhos, então me levantei e caminhei para a porta do chalé. Sentei-me no balanço que havia na sacada e fechei os olhos, perdida em minha própria alma, em minhas próprias dúvidas.
“Por que quanto mais tento negar que o amor é mesmo tão poderoso, mais meu peito dói?”
Sempre fora tão racional, anos de descrença não podiam ser alterados em dias. Ou pelo menos não deveriam. As lagrimas caiam por meu rosto de maneira silenciosa. Não chorava por ter me dado conta que não era tão cética, afinal, no fundo sempre soubera que o amor era forte, o sacrifício de Lílian Potter provava isso. Não chorava porque descobrira que havia uma profecia minha. Chorava por nunca ter olhado para mim mesma, para meu interior, e ter visto o que tinha ali desde meu primeiro ano em Hogwarts. Chorava por nunca ter visto meu amor imortal por Harry Potter. Agora, após toda a explicação dos fundadores entendera que Harry, meu homem amigo, era...minha alma gêmea. E eu simplesmente não tinha a mínima ideia de como conviver com quem tinha me tornado nesses últimos três dias.
A Hermione cética, com pais amorosos e que nunca tinha se apaixonado, transformara-se numa garota crédula, órfã e...completamente apaixonada, não, apaixonada era uma palavra muito fraca para explicar esse calor em meu peito, esse sentimento que parecia ser a fonte da vida que havia em meu corpo.
Ouvi passos e soube que era Harry, ele sempre viria quando precisasse. O balanço mexeu quando ele sentou-se a meu lado e me abraçou. Escondi meu rosto em seu peito, não para chorar, mas porque precisava disso, precisava dele.
- Hermione, tudo vai ficar bem. – ele tinha o queixo apoiado no topo de minha cabeça. – Nos vamos fazer tudo ficar bem. – a voz dele era firme, e a parte de meu ser que sentia o que ele sentia estava calma.
- Como pode estar tão...- minha voz estava tremida, e me amaldiçoei por ser tão fraca.
- Estamos juntos Hermione, sempre foi assim, e sempre será. – levantei meu rosto para encarar seus olhos. Ele tinha uma expressão profunda no rosto. – Sinto tudo o que está sentindo Hermione. Quando tive meu ataque antes de usarmos o medalhão senti sua dor por mim, e isso permitiu que me acalme. Agora sinto toda sua dor, confusão, por não ter ideia de quem é ou por não saber o que sente. – Ele beijou a ponta de meu nariz. – E eu apenas digo: continua sendo a mesma Hermione, apenas amadureceu e descobriu coisas sobre si mesma.
Nós escaramos profundamente. Conversávamos apenas com o olhar, nenhum de nos invadindo a mente um do outro, não precisávamos de mais nada para nos entender. Uma parte de meu ser sentia tudo o que Harry sentia, isso serviu para que entenda que ele estava tão confuso quanto eu.
Ele sorriu incerto, no entanto beijou minha testa e falou com voz firme:
- Não tenho muitas certezas na atualidade, mas uma verdade é irrevogável: Hermione, sempre estarei aqui, até o fim. – havia tanta solenidade em sua voz que entendi que era uma promessa. Um sorriso fraco formou-se em meu rosto, quantas novidades mais suportaria antes de desabar? Os olhos verdes de Harry me deram a resposta: contanto que ele estivesse ao meu lado, nunca cairia.
- Acho que sempre soubemos que seria assim, apenas nos dois e o...fim! – falei com uma convicção que fez parecer que não fora neste exato momento que me dera conta que meu destino e o de Harry sempre estiveram interligados de maneira a formar apenas um.
Minha mão acariciou seu rosto com adoração. Ele retribuiu com um olhar cheio de carinho. Nossos lábios se uniram de maneira inocente, apenas um toque calmo e de conforto.
Assim que nos encaramos novamente sorrimos conformados. Como negar, como recusar algo que já nascera conosco?
- Vamos voltar e terminar de receber a bomba. – brinquei, puxando Harry pela mão.
Caminhamos até a cozinha, onde Godric e Rowena tomavam seus chás tranquilamente.
- Estamos apenas esperando as perguntas. – falou Rowena com voz suave, enquanto sentávamos.
- Bom, então não perderemos tempo. – falou Harry, cruzando os braços na frente do peito. – O que mudará agora? Quero dizer, nossos poderes, nossa capacidade mágica.
- Vocês definitivamente estão mais poderosos. Não apenas uniram suas magias, como agora o Poder circula por vocês. Pode-se dizer que o que Hermione fazia antes do Pacto é apenas o começo do que poderão fazer. – Godric suspirou e encarou a mulher. – Houve uma vez, após o Pacto, que um garotinho se machucou, ele estava com a perna quebrada. Rowena simplesmente colocou as mãos sobre as pernas do menino e o quis curar. A perna sarou.
- Isso é impossível. – soltei, completamente estupefata.
- Hermione, tem que entender que nada é impossível. – Godric fixou seus olhos em mim. – Agora, nada é impossível. – suspirei perante os insistentes olhos. - O Poder do Amor Imortal não é apenas fazer magia sem varinha, envolve muito mais que isso. – Godric captou minha atenção e de Harry. – Não fizeram magia após o pacto, mas vão ver que conseguirão desmaiar alguém apenas tentando desarmá-lo. A facilidade que tinha com magia e seu aprendizado era apenas uma parte do Poder manifestando-se, agora são uma das armas mais mortais que existe, o Poder flui, não esta mais trancado. Compartilharam seus destinos, compartilharam suas profecias. Este é um santuário que apenas pessoas da família gryffindor tem aceso, mas você Harry, esta aqui, porque agora faz parte de Hermione. Tornaram-se apenas um. Isso é o Poder. O Poder é a união, a fusão de energias boas de pessoas que se amam. O que antes estava dividido foi somado. – Godric suspirou profundamente, recuperando o fôlego por ter explicado algo inexplicável. Sim, porque era impossível chegar a entender completamente o porque de eu ser a portadora do Poder, o porque deles terem se amado tanto e feito o Pacto, o porque de eu e Harry sermos almas gêmeas, e principalmente, o porque do destino existir.
- Deixem-me recapitular. – Harry tinha apoiado as mãos na mesa e se levantara, interrompendo meus pensamentos. – Vocês estudaram magia antiga e desenvolveram um Pacto que os ajudou a usar em prol do bem o amor que sentiam um pelo outro, O Poder do Amor Imortal, estou certo? Que viria a ser suas energias e seu amor fundidos, somados? – Rowena sorriu e acenou positivamente. – Foi então que Salazar amaldiçoou o filho de vocês, e para salvá-lo usaram todos esse poder para tirar a maldição. Então, a profecia formou-se e o poder ficou trancado por todos esses séculos, até Hermione nascer com ele dentro dela. Entendi bem? – Harry encarava Godric com uma sobrancelha arqueada.
- Não poderia ter resumido melhor nossa conversa. – o rosto leonino mostrava satisfação. Harry sentou-se novamente e olhou com intensidade sua xícara vazia, e eu sabia que sua mente estava a mil, buscando por novas perguntas.
- O Poder não é nada mais que o amor de vocês, a força de vocês. – murmurei fracamente. Já aceitando, ou talvez me conformando com o poder do amor. Dumbledore teria ficado exultante com essa conversa. Ele sempre confiara tanto nos sentimentos humanos, sempre dissera que o amor seria a maior arma contra Voldemort, e estava completamente certo.
Ficamos em silêncio, talvez reverenciando esse sentimento tão lindo e...perfeito, ou talvez simplesmente associando tudo o que acontecera nesse tempo que conversamos.
- Minha cabeça parece que vai explodir de tanta informação. – falei, sabendo que Harry se sentia da mesma maneira.
- Podem voltar sempre que quiserem, aqui não há tempo nem espaço. – Rowena sorria carinhosamente. – Adoro visitas, mas ainda agora que tenho uma amiga, depois de todos aqueles marmanjos altos e grandes.
- Obrigada pela paciência. - falei, sorrindo verdadeiramente para ela. Ainda tinha muito o que perguntar, mas precisava de um tempo, precisava digerir tanta informação.
- Leiam o livro, entenderão muito melhor o que tem que fazer agora que sabem de tudo. – falou Godric, levantando-se.
- Tenho mais uma pergunta...meu...Gregory? – minha voz saiu tremida, afinal, como poderia chamar um homem que não conhecia de pai? E como não chamá-lo de pai sabendo que ele arriscara a vida para que tivesse um futuro?
- Ele esta lutando, e o maior guerreiro da família. – Godric suspirou. -Ele vira atrás de você Hermione, não pode tirar-lhe o direito de buscar de volta aquilo que ele mesmo deixou. – Vi cansaço no rosto leonino e soube que ele não me diria mais nada.
- Vão descansar, ainda tem muito o que enfrentar. – disse Rowena bondosamente
- Como...- comecei a perguntar, mas fui interrompida por Godric.
- Basta voltar até a clareira e dizer “O Poder do Amor Imortal”. – respondeu.
-So mais uma pergunta....nossos sentimentos, mudaram tão rapidamente ou eles sempre existiram? – Harry perguntou o que eu constantemente me perguntava a mim mesma. Eu busquei seus olhos, mas ele os tinha fixos em Godric. O s fundadores trocaram um longo olhar e decidiram responder:
- Albus Dumbledore identificou o que estava acontecendo com vocês desde seu primeiro dia em Hogwards, então, com medo que Voldemort usasse o que sentiam um pelo outro para destruí-los, ele usou um feitiço muito complicado e poderoso: Adormentia Amore. Com sua morte, o feitiço acabou, e o que sentem um pelo esta sendo revelado, esse am...carinho mutuo só tende a crescer. – a voz de Godric era firme, mas vi que ele estava incerto sobre nos, sobre nossa capacidade de lidar com tanta informação.
- Obrigado. – murmuramos juntos. Harry segurou minha mão e me conduziu para fora da casa, e esperava eu, que de volta a realidade.
Quando abri os olhos estava novamente na casa dos tios de Harry. Levantamos e caminhamos em silêncio até seu quarto. Não conversamos pelo que pareceu horas. Ficamos deitados na cama magicamente ampliada, nos encarando, tentando entender o que deveriamos fazer agora.
- Estamos ferrados? – perguntou Harry, apertando minha mão.
- Acho que sempre estivemos. – respondi melancólica. Ele levou minha mão até seus lábios e deu um delicado beijo.
- Mas pelo menos estamos ferrados juntos. – tentei não achar graça, mas acabei rindo e rolando na cama até abraçar Harry.
- Sim, pelo menos estamos juntos. – murmurei contra seu pescoço.
- Estamos prontos para ler o livro? – levantei meus olhos e encontrei os de Harry.
- Sim, estamos prontos. – respondi sorrindo. Porque não importava se éramos almas gêmeas, não importava se o futuro estava sob nossos ombros, não importava que eramos poderosos. Nada importava além do vínculo que sempre nos uniria: a amizade. E deixariamos a vida seguir seu curso, deixariamos que tudo acontecesse a seu tempo.
Apenas levantei minha mão e o livro flutuou até mim. Harry sentou na cama e me acomodou contra seu peito, e então começei a ler. E li a história do Poder do Amor Imortal, do amor de Godric e Rowena. E de certa maneira, era a história de meu amor e de Harry, já que esse poder circulava agora por nós, esse amor agora era nosso.
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N/A: Sophi sorri amarelo e pede mil desculpas!!!! Eu sei que a prova da UFRGS já passou faz um tempinho, mas eu precisei de uns dias de descanso, não sabem como esse ano foi difícil para mim. Para os curiosos que querem saber se passei no vestibular, terei que admitir que não passei. Então estive me matriculando (novamente) em cursinho esse ano. E para piorar, como ainda não tenho 18 anos, meu pai teve que ir junto (e ele fazia questão de dizer que esse ano eu ia passar, aff, pressão psicológica na minha família não existe). Melodrama a parte, espero que o capítulo esteja claro, eu me enrolei bastante tentando explicar o inexplicável. Mas como todos sabem, qualquer dúvida, estou as ordens. Muito obrigada pelo apoio e pelos votos de boa sorte! Bjs, Sophi Potter. O próximo capítulo vai sair logo logo, é uma promessa.
Comentários (9)
olá...leitora nova...eu adorei,amei,vc escreve de um jeito tão perfeito e facil de entender,o enredo em si é bem criativo e bom,bem feito,eu adorei,estou amando o shipper: harry/mione.............devo admitir q me divertir muito no momento de bebados e jogos,achei tão legal o modo como a sua estoria está seguindo...e estou mega ansiosa pelo proximo capitulo
2012-06-29OMG!!! Capítulo maravilhosamente perfeitoooo!!! Não consegui parar até chegar ao finalzinho do cap, a cada novo post mais emocionante fica a história XD Ahh Rowena e Godric lembram tanto Harry e Mione *-* Agora os dois terão de enfrentar essa nova profecia juntos!!! Pleaseee continua com a fic!!! E quanto ao vestiba não vale desanimar!!! Você vai passar sim, tenha fé, você é inteligente, determinada, sabe o que quer e estaremos todas aqui torcendo por você o/ Milhões de beijinhuxxx
2012-02-04HEY gosti bastante da fic.é dificil achar HH de qualidade hoje em dia, parece que a tia Jo tirou o animo da nossa nação de amantes aos morenos, mas é bom saber que isso não atingiu a todo (minhas escritoras de fic favoritas ainda continuam firmes) e que cotinuam surgindo novas histórias muito boas.Parabéns pela sua fic, to curisa pelo próximo capítulo.Att assim que der, por favor.Beijos...
2012-02-03Sou nova leitora por aqui!! =DQuero te parabenizar pela fic, tá ótima!! (tá, não sou puxa-saco, então vou falar mesmo assim) O que dificulta é o português... Sei que vc avisou no primeiro capítulo sobre ele, mas te garanto que não há nada que o Word não corrija... ;)Enfim, história FANTÁSTICA!! Tô adorando demais e j;a estou ansiosa pelo próximo capítulo!!Abraços!
2012-02-01Oi, queria te parabenizar, o capítulo está fantástico, você escreve muito bem, com simplicidade, coerência, inteligência, desenvolvendo bem suas idéias, simplesmente ótimo.Confesso que no começo fiquei meio assim com o resumo que você fez, mas quando comecei a ler não consegui mais parar até chegar ao último capítulo, realmente a fic é muito envolvente, inteligente, adorei seu argumento.Espero que você tenha mais tempo disponível agora, mas não desanime, você é muito jovem e inteligente, tenho certeza que logo, logo vai atingir seus objetivos e passar no vestubular, ânimo e tenha certeza que estaremos aqui torcendo por você.Mas voltando para a fic, adorei esta cumplicidade entre a mione e o harry e espero que eles possam namorar um pouco antes que a batalha possa tomar conta do tempo deles, eles merecem se conhecer um pouco e aproveitar este momento, afinal, eles encontraram a alma gêmea deles né, eles merecem...Beijos e até o próximo capítulo.
2012-01-28Começei a ler esta ficagora ,e posso afirmar com convicção que está é excelente e maravilhosamente escrita, essa história do amor imortal é deslumbrante, e adoro fics H/Hr, por favor continue assim e não demore a postar, kk.abraçosobs:quanto a vestibular, enetndo muito bem isso, mas Deus me iluminou este ano, e começarei a cursar medicina no dia 06/02, e posso dar uma dica, se medicina for realmente seu sonho, nunca desista, pois pode ter certeza de ele se concretizará.
2012-01-28AMEI! A história ficou ótima contada pelo Godric, quero só ver o que eles vão descobrir com o livro. E o Dumby aprontou para eles... Quero ver também o romance e sua resistencia a pressão pscicológica, kkk, pena que não passou (eu era uma das curiosas), boa sorte já antecipada, kk. Posta assim que puder, amo sua fic. Beijos.
2012-01-27Esta bem claro como tudo aconteceu vamos ver agora como vai ser a reação dasoutras pessoas sobre tudo q esta acontecendo com os dois.
2012-01-26Amei!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Posta logo!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Beijosssssssssssssssssssssssssssss
2012-01-26