A melhor noite de suas vidas
Bem galera, aí está. Mais um capítulo. Mais uma vez, muito, muito, muito, muito obrigado a todos que comentaram. De verdade. Agora eu sei que a fic está agradando, então tenho ainda mais disposição em escrevê-la. Já sabem. COMENTEM, COMENTEM, COMENTEM.
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Capítulo 13: A melhor noite de suas vidas
Ron não sabe quanto tempo ficou esperando, mas de repente ouviu passos e se virou. Seu rosto se iluminou quando viu Hermione voltando pra ele. Se levantou com certa dificuldade e foi até ela.
- E então, falou com ele?
- Falei. Surpreendentemente ele aceitou numa boa. Disse que já imaginava que seria assim, mas ainda assim, não queria desistir de mim. Ele se despediu e já foi embora.
- Ele já foi embora? – Hermione simplesmente concordou com a cabeça.
- Então vem cá – Ron puxou a garota, que soltou um gritinho, mais pra perto e lhe deu mais um beijo apaixonado. De repente, os dois sentiram algo trombando contra eles e pararam assustados tentando se equilibrar. Gina havia se atirado sobre os dois para abraçá-los e tinha um tremendo sorriso no rosto.
- Eu sabia, eu sabia, eu sabia. Que máximo. Fiquei imaginando quanto tempo mais vocês dois esperariam pra se acertar – ela deu um beijinho na bochecha de cada um. Ron e Mione levaram um tempo pra se recomporem do susto. Os dois não conseguiam segurar os sorrisos. Até o gesto bobo de Rony segurar sua mão fez Hermione ver estrelas. Será que se sentiria sempre assim ao lado dele. Gina dava um abraço no irmão, repetindo que aquilo era o maior acontecimento do mundo bruxo, desde que Hogwarts fora fundada. Hermione riu do exagero da amiga e resolveu perguntar.
- Mas como você sabia que a gente estava aqui fora? – parece que a ruiva vinha esperando essa pergunta desde que aparecera ali. Se empertigou toda e começou a falar.
- Bem, eu vi o Ron falando com você e depois saindo irritado. Logo em seguida você saiu atrás dele. Claro que eu não viria atrás pra atrapalhar os dois. Depois de um tempo, você voltou e foi falar com Krum. Ele parecia desolado quando foi embora. Como meu irmão ainda estava aqui fora e eu vi você voltando pra cá, eu não pude segurar. Tive que vir dar uma olhada. Eu estava certa. Foi a cena mais linda que eu já presenciei – ela terminou orgulhosa, como se tivesse acabado de descobrir mais uns seis usos pro sangue de dragão. Ficou na ponta dos pés e deu um beijinho na bochecha do irmão. Depois deu um abraço na amiga.
- Bem vindo à família, cunhadinha – Ela soltou uma gostosa gargalhada. Hermione corou furiosamente. Olhou pro lado e viu que Rony também corara.
- Hermione sempre foi da família, Gina. Você sabe disso – Ron tentou argumentar.
- Eu sei. Mas antes ela não ficava te agarrando pelos jardins, não é mesmo – Gina não conseguia se conter, parecia uma menininha levada. Hermione tornou a corar até as orelhas.
- Venham, vamos entrar, todo mundo precisa saber disso – os dois tentaram argumentar, sem sucesso. Gina começou a puxá-los e eles resolveram se deixar levar. Não soltaram as mãos nenhum segundo. O salão continuava lotado e ninguém pareceu notá-los. Hermione agradeceu por isso. Não queria ter que explicar pra todo mundo porque chegou com um e agora estava com outro. Gina soltou-os e foi correndo procurar Harry. Ron se virou pra Hermione e abraçou-a pela cintura.
- Você está muito linda.
- Você também – ela respondeu baixinho. – Não sei como conseguiu essas roupas, mas você ficou demais nelas, de verdade. E esse cabelo ficou o máximo – ela disse passando a mão na cabeça dele e sorriu, ainda muito corada. Ele sorriu de volta e já ia se abaixando pra dar outro beijo nela, quando ouviram uma voz os chamando, e dessa vez não era Gina.
- Sr. Weasley. Srta. Granger, por onde os senhores... – era a Prof.ª McGonagall, e quando ela viu os rostos dos dois tão próximos, Ron com as mãos na cintura da moça e ela com os braços ao redor do pescoço dele, ela logo entendeu.
- Ah sim. Desculpe interromper. Estava procurando os dois. Tem muita gente aqui hoje querendo falar com vocês. Vocês sabem, sobre a guerra e tudo mais. Mas, já vi que estão ocupados – ela se apressou em terminar, quando viu que Hermione ia protestar. – Não se preocupe Srta. Granger, eu invento uma desculpa – a professora abriu um sorriso que foi retribuído por Hermione. Antes de se virar ela falou baixinho.
- Já não era sem tempo de você fazer alguma coisa, hein Sr. Weasley – ela deu um tapinha no ombro do menino e voltou pro meio do salão. Ron se virou pra Mione e os dois riram juntos. Logo em seguida completaram o beijo que fora interrompido.
- Será que sempre esteve tão na cara assim? – Ron perguntou depois que os dois se desgrudaram.
- Eu venho dando indiretas desde o nosso quarto ano. A escola inteira sabia, só você que não – ela falou alegremente.
- Claro que não. Afinal de contas eu tenho, como é mesmo? A amplitude emocional de uma colher de chá, ou coisa do tipo – ele falou em tom de deboche. Hermione soltou uma divertida gargalhada.
Não demorou muito e os outros presentes começaram a reparar nos dois. Podiam-se ouvir alguns cochichos aqui e ali. Hermione não se importava de estar com Ron agora. Na verdade, se dependesse dela, nunca mais sairia do lado dele, mas já estava começando a se sentir incomodada. Reparou que Ron sentia o mesmo. Agradeceram quando Gina finalmente reapareceu com Harry.
- Então é verdade? Tomaram juízo e caíram em si – ele também parecia muito alegre, mas ninguém podia dizer se era pelos amigos ou pelas cervejas amanteigadas. Sorriu abertamente para os dois e cumprimentou-os. Ron e Hermione também sorriam. Como era fácil pra eles sorrirem agora.
- Desde que eu voltei eu já sabia o que queria. Ela é que... – e fez um gesto de cabeça em direção a Mione. Reparou instantaneamente que ela ficou envergonhada. Até Harry e Gina sentiram o clima pesar um pouco. Tentando remediar a situação, ele se abaixou pra falar com ela.
- Me desculpe, saiu sem querer. Você já me explicou tudo e eu entendi. Não fica assim, esperei tanto por essa noite – então ele levantou o queixo da garota com uma das mãos e ficou olhando pra ela. Hermione mantinha os olhos fechados. Ele deu um beijinho nos lábios dela e ela olhou de volta pra ele. Não precisaria dizer nada, só de olhá-lo pôde perceber que ele realmente entendera tudo. Fez um sinal com a cabeça e ele conseguiu sorrir. Puxou ela pra mais um abraço e ficaram juntinhos.
- Então vai ser assim daqui pra frente? Os dois se olhando sempre com essa cara? Bem, vou ter que me acostumar né. Agora deixa de bobeira vocês dois e me deem um abraço – Ron e Hermione logo o abraçaram. Harry sentiu que o mundo retomara seu curso natural. Os três estavam juntos novamente.
Enquanto ficavam conversando ouviram Hagrid, com um copo de uísque de fogo do tamanho de um balde, anunciando a banda “As Esquisitonas”. Ouviram-se gritinhos aqui e ali e vários alunos correram pra frente do palco.
- Vamos lá. Mais pra perto – Ron chamou os outros três e saiu puxando Hermione. Harry e Gina os seguiram.
Assim que a banda começou a tocar, Ron tomou conta da pista. Todos pararam pra ver sua performance. Começou a balançar o corpo de maneira desengonçada. Levantava as muletas pro alto e agitava os braços. Às vezes fingia estar dançando com uma delas. Outras vezes, parecia estar tocando guitarra com elas. Até mesmo a banda parecia se divertir com ele. Ele não se importava em parecer estúpido. Em mais de um ano, aquele era o primeiro dia em que estava verdadeiramente feliz. Iria aproveitar da maneira que bem entendesse. A princípio, Hermione e Gina pensaram em interrompê-lo, mas Harry as impediu. Quando menos esperava, Ron puxou Hermione pelo braço e tascou mais um beijo espetacular. Várias pessoas gritaram ao redor deles. Até mesmo Dino, que até então olhava cobiçosamente para o decote de uma sextanista, parou pra olhar os dois. Daquele momento em diante, Ronald Weasley e Hermione Granger se tornaram a grande atração da festa. Harry achou o máximo em ceder esse posto aos dois. Hermione se sentia envergonhada, mas acabou deixando-se levar, ao reparar o olhar de grande alegria no rosto do amado.
A pista se abriu para os dois. A banda começou outra música e eles incorporaram realmente os personagens. Faziam caras e bocas enquanto dançavam e ocupavam a pista inteira. Todos os professores riam com o desempenho dos dois. Quando eles finalmente se aproximaram, foi a vez de Mione puxá-lo para um beijo. Se possível fosse, as exclamações foram ainda mais altas e a morena corou ainda mais. Quando se separaram, ela, muitíssimo embaraçada, falou baixinho.
- Eu te amo muito – olhou pra ele e sorriu.
- Eu também te amo.
- Mas acho que devíamos sair da pista. Eu não consigo mais. Tô com vergonha – ela afundou o rosto no peito dele. Ele soltou uma gargalhada e saiu puxando-a pela mão. Ouviram protestos de todo mundo e alguns até tentaram fazer com que eles voltassem pro meio do salão, mas eles negaram. Acharam a mesa em que Harry e Gina estavam sentados e foram até ela. Hermione podia jurar ter visto Lilá Brown fuzilando-a com o olhar. Sorriu imediatamente.
- Que show hein. Não sabia dessas suas habilidades – Harry debochou do amigo.
- Bem. Eu sou um exímio dançarino, como você pôde ver, mas nunca pude demonstrar minhas reais habilidades, porque, afinal, você sabe né colega, nunca sobra muita atenção a quem é amigo de Harry Potter – ficaram em silêncio por um momento e, do nada, Harry começou a rir sem parar. Ron disparou a rir com ele e as duas garotas ficaram olhando incrédulas para aqueles dois palhaços. Já estavam chorando de rir, quando finalmente pararam.
- Francamente, parecem duas crianças – Gina falou muito séria. Hermione olhou pra eles e fez coro ao que a amiga dissera.
- Tá aí mais uma das minhas habilidades que não puderam florescer ao lado de Harry. A de humorista – Harry e Ron fizeram menção de começar a rir de novo, mas ao verem a expressão severa das duas garotas, resolveram se conter.
Os quatro ficaram conversando por um tempo. Aos poucos foram se juntando a eles velhos amigos. Neville contou sobre o estágio e Harry, Hermione e Gina, que não sabiam ainda, o parabenizaram alegremente. Simas, Luna, Dino, entre outros, foram se sentando à mesa, que já era a maior do salão. Sempre que alguém diferente aparecia, comentava com Ron e Mione sobre o desempenho dos dois na pista de dança. Alguns ficaram surpresos quando descobriram que eles agora estavam juntos. A maioria disse que demorou a finalmente acontecer. Eles se divertiram ao ouvirem todos comentando. Pra alívio de Ron, a reportagem do Profeta Diário e o confronto com Malfoy não renderam assunto. De repente, Ernesto MacMillan da Lufa-Lufa e Miguel Corner da Corvinal apareceram chamando-os para se reunirem a eles e vários outros membros da AD que estavam em uma das salas de aula vazias no andar de cima. Já haviam conseguido um estoque de cervejas amanteigadas e uísque de fogo que daria pra noite toda. Quase todo mundo concordou. Alguns se disseram cansados e já iriam dormir. Harry e Ron toparam na hora, mas demoraram um pouco a convencer as garotas. Finalmente elas cederam e os quatro seguiram os demais alunos.
Subiram as escadas rindo e se divertindo e dobraram um dos corredores. De repente Hermione sentiu que Ron havia parado e se virou pra ele. Seu coração acelerou ao ver a cara de terror do ruivo. Gritou a Gina e Harry que os esperassem e foi olhar mais de perto o que estava acontecendo. Assim que conseguiu entender, seu coração despencou. Ron estava de frente à porta do banheiro, o mesmo banheiro onde encontraram, há mias de um ano atrás, a sua varinha e aquela foto. Harry e Gina voltaram correndo e entenderam quase de imediato. Os quatro ficaram em silêncio por um bom tempo.
- Foi aqui que, que aconteceu – a voz parecia ter morrido na garganta de Ron. Seu olhar estava fixo na porta à sua frente. Uma lágrima começou a escorrer pelo seu rosto e Hermione começou a segurar mais forte sua mão. Harry parou ao seu lado e pousou uma das mãos em seu ombro. Depois de mais um tempo parado, Ron começou a andar em direção à porta. Hermione tentou falar alguma coisa, mas o garoto já não estava ouvindo. Parou bem em frente e respirou fundo várias vezes antes de empurrá-la.
Assim que entrou, Ron soltou um guincho e começou a chorar. Hermione correu até ele e o abraçou. Harry e Gina ficaram mais distantes. Ron apoiou as duas mãos na pia enquanto chorava. Hermione também tinha lágrimas nos olhos, enquanto tentava inutilmente consolá-lo. Ouviram então um barulho saindo de alguma das cabines e Ron instintivamente sacou sua varinha. Um aluno do sexto ano que estava usando o banheiro se assustou e caiu pra trás. Hermione pediu desculpas e ele saiu reclamando. Sem que ninguém esperasse, Rony começou a falar.
- Eu estava, estava aqui, usando a pia – os três se assustaram, Ron nunca havia falado sobre aquele dia. Estava sendo necessária cada fibra do seu corpo pra fazer aquilo. Hermione se achegou mais perto a ele, dando-o coragem pra continuar. – Eu ouvi um barulho vindo lá do fundo. Me virei e vi que era Lúcio Malfoy – ele respirou fundo mais algumas vezes. Hermione lutava bravamente para segurar as lágrimas. Gina, por outro lado, chorava copiosamente nos ombros de Harry, que também já tinha uma lágrima escorrendo. Ron finalmente continuou. – Eu perguntei a ele porque ainda estava aqui. Ele me disse que tinha assuntos a resolver em Hogwarts. Eu perguntei o que e sabe o que ele me respondeu – Ron tirou toda a coragem que tinha. – “Garantir que você nunca mais veja a luz do sol, seu traidor do sangue miserável” – Ron terminou a frase e soltou o ar, como se aquilo o estivesse sufocando. Os outros três choravam sem parar. – Greyback apareceu. Antes que eu pudesse fazer alguma coisa, Malfoy me estuporou e... – mas não conseguiu terminar. Suas pernas bambearam e ele teve que se apoiar em Hermione pra não cair. Ron afundou o rosto nos ombros dela e começou a chorar de verdade. Soluçava e tremia. Harry ajudou a equilibrá-lo melhor e depois saiu com Gina, deixando os dois sozinhos.
Ron demorou pra se acalmar. Hermione trancou a porta com um feitiço. Quando finalmente se recuperou Ron falou.
- Eu preciso sair daqui. Vamos a outro lugar. Lá pra fora, nos jardins – Hermione simplesmente concordou com a cabeça e os dois saíram. Alguns alunos os viram deixando o banheiro e obviamente estranharam. Como Ron ainda chorava um pouquinho, resolveram não perguntar. Os dois desceram as escadas e saíram para os jardins. Sentaram-se em um banquinho ali perto. Ron conseguiu se ajeitar e descansou a cabeça no ombro de Hermione, que começou a lhe fazer um cafuné. Ficaram calados por um bom tempo. Ron então levantou sua cabeça, tomou as mãos de Mione e olhou pra ela.
- Muita coisa aconteceu. Muita coisa horrível. Prometo te contar tudo, mas ainda não consigo. Você entende? – Hermione se arrumou melhor pra poder olhá-lo de frente.
- Claro que sim. Ficarei sempre ao seu lado. Mesmo que você demore 20, 30 anos pra me contar, eu estarei aqui. Faço questão de ajudá-lo a se reerguer. Prometo que nunca mais sairei do seu lado. Conte comigo pra tudo, sempre – ela falou olhando nos olhos dele. Ron conseguiu esboçar um sorriso e deu mais um beijo na namorada. Ficaram mais um tempo em silêncio olhando as estrelas.
- Sabe o que eles queriam? – Hermione olhou pra ele confusa. – Malfoy e Greyback. Sabe o que eles queriam? Que eu lhes entregasse Harry. Eu os ouvi comentando que havia um feitiço muito antigo, que seria capaz de fazer Você-Sabe-Quem retornar à vida, mas precisariam de Harry e de mim para isso. Greyback falou também que deixaria você assistir tudo e depois ele, ele faria a festa com você – Ron fechou os olhos, como se aquele pensamento o estivesse causando dor. Hermione estava petrificada. – Eu disse que preferia morrer a ter que entregar qualquer um dos dois. Eles me disseram que fariam questão de atender meu pedido – Hermione parecia não acreditar. Há pouco tempo atrás ele havia dito que não conseguia falar naquilo e agora estava lhe contando isso.
- Ron, isso é, isso é horrível. Fazer Você-Sabe-Quem retornar. Mas como? – Ron fez um sinal com a cabeça indicando que não sabia a resposta daquilo. Hermione continuava a encará-lo de frente.
- Se você não quiser falar mais nisso – agora Ron voltou a encará-la.
- Eu vou te contando aos pouquinhos. Tá bem? – ela mais uma vez concordou com a cabeça. Ron se levantou.
- Chega de tristeza, vamos pra festa – estendeu uma das mãos pra Mione e a garota também se levantou. Ron passou a mão pela sua cintura e voltaram juntos pro castelo. Hermione conseguiu perceber que aquele desabafo fizera bem a ele. Ela não podia nem imaginar o que a esperava dali pra frente, mas sabia que não havia mais nada no mundo que ela ansiava mais do que ajudar Ron a superar seus temores. Abriu um sorriso e ficou na ponta dos pés pra lhe dar um beijo na bochecha.
Quando chegaram à tal sala, encontraram um verdadeiro pandemônio. As mesas e carteiras foram colocadas de lado e vários pufes e sofás apareceram no chão. A um canto, casais recém-formados faziam um enorme esforço pra tentar devorar os rostos uns dos outros. Alguns alunos jogavam snap explosivo e alguns até mesmo dormiam. Ao redor desses podia-se encontrar várias garrafas vazias. Hagrid estava no centro da sala e ele e outros alunos entoavam versos de “Odo, o terrível”. Ron riu e passou a procurar Harry e Gina. Encontraram os dois a um canto da sala, bastante enroscados. Ron e Hermione chegaram mais perto e o ruivo pigarreou alto. Harry e Gina se assustaram e quando viram que era Rony se levantaram rapidamente.
- Como, como você está? – Harry perguntou inseguro.
- Tô bem melhor agora. Foi bom falar aquilo com alguém – sem esperar, Gina correu e abraçou o irmão.
- Tem certeza que tá bem mesmo? Precisa de alguma coisa?
- Calma Gina. Estou melhor. Ainda é tudo muito dolorido pra mim, mas eu vou contando aos pouquinhos, tá bem. Agora para de chorar, que essa é sua formatura – ele sorriu pra ela e secou uma lágrima do seu rosto. Gina conseguiu sorrir de volta e lhe deu mais um abraço. Os quatro ficaram conversando mais um pouquinho, mas Rony percebeu que Mione estava quase dormindo enroscada a ele.
- Você deve estar muito cansada né. Quer ir dormir? – ela simplesmente balançou a cabeça em negação, mas não abriu os olhos. Gina encontrava-se mais ou menos no mesmo estado.
- Venha, vou te levar até seu quarto – ele ameaçou se levantar e ela o segurou pelo braço.
- Não sai daqui. Tá tão gostoso assim – ele conseguiu sorrir. À sua frente, Harry tinha uma conversa bem semelhante com Gina.
- Você não tá aguentando mais. Vamos, vem cá – ele se levantou e puxou-a pelos braços, colocando-a de pé. Hermione fechou a cara e tentou protestar, sem sucesso. Harry conseguiu fazer Gina se levantar e se prepararam pra sair.
- Eu já vou dormir. Você não vem, Hermione? – Gina falou enquanto saia de mãos dadas com Harry.
- Eu já vou levá-la, daqui a pouco – Ron conseguiu falar enquanto Hermione simplesmente balançou a cabeça. Gina fez questão de abraçar os dois. Harry também se despediu e eles saíram.
- Agora vamos. Tá esquecendo alguma coisa? – Hermione respondeu que não e os dois saíram.
Hermione passou quase todo o caminho de volta agarrada ao corpo de Ron. Ele estava achando difícil se equilibrar, mas não disse nada. Subiram as escadas, mas Ron não foi até a Torre da Grifinória. Hermione estranhou.
- Onde estamos indo? Pensei que ia me levar pra Torre.
- Tive uma ideia. Você vai ver – ele sorria largamente. Hermione ficou olhando pra ele, mas resolveu não protestar. Subiram as escadas até o sétimo andar e pararam diante de uma parede muito familiar. Mione logo entendeu onde ele queria ir, e acabou gostando da ideia. De repente, uma porta apareceu diante deles e eles entraram na Sala Precisa.
A sala estava bem simples. Tinha algumas almofadas no chão, com algumas flores ao lado. O lugar tinha uma iluminação bem fraquinha. Ron se adiantou a Hermione e pegou as flores.
- Pra você – ela ficou admirando as flores por um tempinho, parecia que o sono que sentia tinha desaparecido. Abriu um sorriso e deu um beijo no namorado. Ron aproveitou pra puxá-la mais pra perto e instensificar ainda mais o beijo. Mione colocou as mãos por baixo da camisa dele e começou a passear pelo seu corpo. Não sabia o que a havia levado a fazer aquilo, mas aparentemente Ron estava gostando. Eles não se desgrudaram nenhum segundo. Ron passava as mãos pelo corpo de Hermione, mas quando se atreveu a tentar algo mais ousado, Hermione travou. Interrompeu o beijo e se afastou um pouquinho, suas mãos agora comportadamente segurando as mãos dele.
- Me desculpe Mione, me empolguei – ela fez que não com a cabeça, ainda muito vermelha.
- Não precisa se desculpar, não mesmo. Eu é que me assustei um pouquinho, só isso – ela conseguiu abrir um sorriso travesso. Ron não esperava, mas dessa vez Hermione tomou a iniciativa e os dois se beijaram novamente. Ambos ficaram um pouco decepcionados que o outro não tivesse sido um pouco mais atrevido. Depois de um temo, resolveram se sentar. Hermione se enrolou completamente no colo dele, que começou a lhe fazer cafuné.
- Pode parecer bobagem , mas eu tenho que perguntar. Quer namorar comigo? – a morena levantou o rosto para olhar pra ele e, sem querer, começou a rir. Ron ficou completamente corado e imediatamente desviou o olhar envergonhado.
- Seu bobão, isso é pergunta que se faça. Acho que isso já estava bem claro né. Claro que eu aceito – ele sorriu e começaram mais um beijo.
Perderam a noção do tempo. Hermione acabou adormecendo no colo de Ron, que ficou fazendo carinho na namorada enquanto pensava em tudo que havia acontecido naquela festa. Ele acabou cochilando um pouquinho, mas por pouco tempo. Imaginou que já deveriam estar ali há um tempão, então se levantou e com muita dificuldade acordou Mione.
- Onde estamos indo? – ela perguntou, entre acordada e inconsciente.
- Vou te levar pro seu quarto. Você precisa dormir e eu preciso ir embora.
- Não vai não, quero dormir com você – Hermione não pareceu perceber muito bem o que acabara de dizer, mas Ron sorriu alegremente. Terminou de escoltar a namorada até a Torre da Grifinória. Hermione falou a senha e os dois entraram.
A Sala Comunal estava exatamente como Ron a vira há quase dois anos atrás. Ficou um tempo parado admirando-a. Em alguns cantos, alunos que claramente haviam exagerado nas festividades, dormiam em posições estranhas e desconfortáveis. Provavelmente não se lembrariam de nada na manhã seguinte. Ron conduziu Hermione até a escadaria que levava ao dormitório das garotas.
- Bem, é aqui que eu te deixo, durma bem – ele deu um beijinho na testa da namorada.
- Ah, seu chato, tava tão gostoso. Não queria que você fosse embora.
- Mas eu preciso ir, você sabe disso.
- Eu sei, mas a gente ficou tanto tempo separado, não queria ficar longe de você – ele sorriu e deu mais um beijinho na namorada.
- Aqui, vou deixar isso com você, pra se lembrar de mim – ele tirou o paletó e deu a ela. – E amanhã eu vou buscá-la na estação. Prometo – ela conseguiu sorrir.
- Vou dormir abraçadinho a ele. Tem seu cheiro. E ai de você se não for – ela terminou muito séria, mas acabou rindo. Ele corou levemente e Hermione veio lhe dar outro beijo.
- Boa noite meu amor – ela falou e se virou pra subir as escadas. Se virou pra olhá-lo mais uma vez e atravessou a porta.
- Que lindo. Agora vai ser sempre tão melado assim? – Ron se assustou e quando virou, deparou-se com Harry, sentado ali perto. Esquecera completamente dele.
- Você me assustou. Achei que tivesse ido embora – ele se aproximou e sentou ao lado do amigo.
- Fiquei te esperando, achei que não ia demorar. Acabei pegando no sono. Afinal, que horas são?
- Não sei, mas acho que já deve tá quase amanhecendo.
- QUÊ? – Harry se assustou e se levantou do sofá. – Precisamos ir, sua mãe vai nos matar. Venha, vamos logo – Harry olhou ao seu redor, ainda sonolento, sem saber muito bem o que estava procurando. Ron começou a rir e pediu ao amigo que se acalmasse. Harry parou por um segundo antes de vestir o casaco e se certificar que tinha pegado tudo. Saíram pela porta e rumaram para os jardins.
Se fosse possível, o nascer do sol estava ainda mais bonito do que o pôr-do-sol do dia anterior. Ron e Harry andavam devagar, absorvendo os primeiros raios da manhã. Aqui e ali, viam-se alguns alunos voltando para o castelo e outros se preparando para ir embora. Conversaram alegremente todo o caminho de volta até Hogsmeade. Por várias vezes, Harry pôde ver Rony sorrindo, claramente se lembrando de alguma coisa daquela noite. Harry conseguiu rir também. Há muito tempo não via o amigo feliz. Quando finalmente chegaram a Hogsmeade, Ron falou.
- Quem teve a brilhante ideia de vir voando hein? Eu mato quem foi.
- Foi um trasgo vesgo chamado Ronald Weasley. Já ouviu falar?
- Ah sim, sei quem é. Um verdadeiro panaca esse cara – os dois deram boas risadas e bateram na porta do Três Vassouras, onde Madame Rosmerta guardava suas vassouras. Ela abriu a porta, ainda meio sonolenta e entregou as vassouras a eles, resmungando. Ron se preparou pra montar a sua, mas Harry o interrompeu.
- Acho melhor aparatarmos. Se sua mãe vir a gente voando, é bem capaz dela nos matar e servir de café da manhã às galinhas – Ron deu um risadinha e concordou com a cabeça. Deram um leve giro no ar e no segundo seguinte estavam nos jardins da Toca.
Assim que chegaram, eles foram guardar as vassouras. Quando terminaram e iam em direção à casa, a porta da cozinha se abriu com violência e a Sra. Weasley vinha esbravejando.
- Isso são horas? No que estavam pensando? Por que não deram notícias? E cadê seu paletó, Ronald Weasley? – Harry e Ron ficaram parados, assustados, somente ouvindo o que ela dizia. Ron pensou em responder, mas Molly se adiantou a ele.
- Não importa, já pra dentro agora – os dois não discutiram. Rapidamente entraram em casa. Encontraram o Sr. Weasley sentado à mesa.
- Bom dia meninos – antes que eles pudessem responder, a Sra. Weasley falou novamente.
- Você viu que horas são? Eles não podiam ter demorado tanto – surpreendentemente, Arthur conseguiu sorrir.
- Calma querida. Lembra da nossa festa de formatura? Chegamos em casa muito mais tarde que eles – Molly ficou escarlate na hora. Não conseguiu pensar em nada pra falar. Ron riu em triunfo.
- Então é assim, dona Molly Weasley. Chegando tarde em casa você também né.
- Fica quieto que eu sou sua mãe. Agora senta aí se quiser café da manhã – Ron e Harry puxaram suas cadeiras e se sentaram. Arthur ficou conversando com eles enquanto Molly preparava o café. Depois de bem alimentados, Harry falou.
- Obrigado pelo café, mas eu já vou dormir – Ron aproveitou a deixa do amigo e se levantou também.
- Ah, antes de ir, eu tenho uma coisa pra contar. Eu e a Mione estamos namorando – O Sr. Weasley engasgou com o chá. A Sra. Weasley derrubou uma das panelas que estavam sendo lavadas sobre a pia.
- Quê? Quando isso aconteceu.
- Ontem à noite – Ron começou a rir da expressão dos pais. – Quando eu acordar eu conto os detalhes.
Ele e Harry subiram para o quarto. Ron colocou seu pijama e deitou-se na cama. Só então percebeu como estava cansado. Tinha um sorriso que parecia não desgrudar do seu rosto. Se virou pra falar com Harry, mas ele já estava dormindo. Ficou olhando pro teto, relembrando como sua vida mudara naquela noite. De repente tornou-se impossível controlar o sono e fechou os olhos. Definitivamente teria os melhores sonhos da sua vida. Mal sabia ele que naquele instante o ministro e dois aurores rumavam para sua casa com notícias nada agradáveis.
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Espero que gostem. Eu gostei bastante. Pretendo gastar os próximos capítulos explicando o que realmente aconteceu a Rony. Então já sabem o que esperar. Muito obrigado. COMENTEM, COMENTEM, COMENTEM.
Comentários (2)
adorei esse capitulo bem interesante msm
2012-01-01até que enfim esses dois se acertaram. agora o Ron não vai mais se sentir sozinho. amei o capítulo espero que o proximo chegue rápido. bjs! até a próxima!
2011-07-28