Em casa para o Natal



Tudo bem galera? Tá aí mais um capítulo. Não consegui postar no domingo como eu disse que faria, mas só atrasei um dia. Ah, desisti de tentar fazer o sotaque do Krum. Chega de conversa, vamos à história.


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 Capítulo 5: Em casa para o Natal


 Já era julho e o verão trouxe uma energia nova àquela casa. Apesar de todo o sofrimento, a família Weasley parecia finalmente estar seguindo em frente, mas Harry notou que o brilho havia sumido da face de todos daquela família. Certo dia durante o café, Molly veio conversar com ele.


 - Oi meu querido, como você está?


 - Estou bem Sra. Weasley, e a senhora? – Harry percebeu nesse instante que ela chorava um pouquinho.


 - Bem, na medida do possível – as lágrimas agora desciam mais livremente.


 - Sra. Weasley... me desculpe – Harry ainda não havia conversado com ela desde que voltaram.


 - Não peça desculpas Harry, você é como um filho para mim. Também teria sofrido muito se você morresse. Minha família está sofrendo, mas é assim durante uma guerra. Você é muito importante para nós. Está ajudando o Jorge e a Gina a se reerguerem e isso significa muito para mim.


 Nesse instante os dois choravam. Harry se levantou e foi abraçá-la, queria mostrar a ela que também sentia falta de Ron e Fred. Aos poucos os outros moradores foram acordando.


 O restante do café da manhã transcorreu normalmente. Depois de alimentados, todos se levantaram e foram se arrumar para começar o dia. Harry e Gina iriam com Jorge até a loja, ainda não sabiam como ela estaria. Antes de saírem, uma coruja pousou na janela. Gina recolheu a carta que ela trazia e reconheceu a letra de Hermione. Já fazia quase um mês que não tinham notícias dela.


 - Harry, Harry, é uma carta da Hermione – Gina subiu as escadas correndo até o quarto onde o bruxo estava e bateu à porta.


 - Entra Gina, o que foi?


 - A Hermione nos enviou uma carta – a ruiva mostrou o pedaço de pergaminho ao menino, que ordenou que ela se sentasse e os dois abriram a carta juntos.


 Caros Harry e Gina,


 me desculpem a demora em escrever, mas as últimas semanas foram muito cansativas. Meus pais finalmente decidiram voltar para a Inglaterra, então estávamos muito ocupados preparando tudo. Além disso, a casa aqui da Austrália demorou mais que o esperado para ser vendida. Amanhã estarei de volta á minha casa e gostaria de convidar vocês a virem aqui no sábado. Estou pensando em retornar a Hogwarts e queria saber se vocês dois já pensaram a esse respeito. Além disso, tenho uma surpresa para contar a vocês.


 Abraços,


 Hermione


 Os dois leram e releram a carta e Gina foi a primeira a falar.


 - Que surpresa será essa? – Ela perguntou claramente curiosa.


 - Não faço nem ideia, ela não deu nenhuma dica. Será que tem a ver com Hogwarts?


 - Acho que não, senão ela não mencionaria isso na carta.


 - Tem razão. Ela disse que retorna amanhã, então lhe enviaremos uma carta dizendo que aceitamos o convite.


 Gina assentiu com a cabeça e os dois se levantaram para irem embora com Jorge.


 Os dias na loja eram muito cansativos. Encontraram-na parcialmente destruída e trabalhavam nela por horas a finco para poder aprontá-la para a reabertura. Depois de uma semana de muito trabalho, Harry e Gina ficaram felizes que finalmente sexta-feira havia chegado.


 - Amanhã é o jantar na casa da Hermione, tô muito curiosa com a notícia que ela tem pra nos dar – Gina falou sentando no colo do namorado.


 - Pois é, eu também, fiquei pensando a semana inteira e não consigo imaginar o que seja – Harry falou pensativo, mas preferiu mudar de assunto – Você já pensou sobre Hogwarts?


 - Na verdade sim, estou pensando em voltar. E você? – aquilo pegara Harry de surpresa, não pensava em voltar a Hogwarts, não sem Rony por perto, e imaginava que Gina faria o mesmo. Depois de absorver o que a namorada falara, ele respondeu.


 - Acho que não, apesar de todas as lembranças boas que tenho de lá, não consigo esquecer todo o sofrimento que a guerra causou a várias pessoas. Simplesmente não consigo me imaginar vagando por aqueles corredores por mais um ano – Gina ficou olhando para o namorado por um tempo, mas não disse nada, simplesmente o abraçou e os dois ficaram assim por um tempo, ao final do qual resolveram ir dormir.


 O dia seguinte foi muito tranquilo, todos ali passaram o dia conversando. Ao final da tarde, Harry e Gina foram se arrumar para irem à casa de Hermione. Depois de uma breve discussão sobre qual seria o melhor lugar para aparatarem, os dois chegaram por volta das 8:00 da noite, tocaram a campainha e Hermione foi lhes receber.


 - Oi Harry, oi Gina, que bom que vieram – Hermione estava linda em um vestido azul, havia arrumado os cabelos e parecia estar muito feliz.


 - Claro que viríamos, faz tempo que não nos vemos – Gina disse sorrindo e abraçou a amiga. Harry fez o mesmo e Hermione fez sinal para que entrassem.


 Olharam em volta e viram que não havia mais ninguém ali, só os três. Depois de se servirem de cerveja amanteigada, se sentaram para conversar.


 - Cadê seus pais? Achei que estariam aqui – Harry quebrou o silêncio.


 - Estão lá em cima, devem estar descendo.


 - E qual é a surpresa que você tinha para nos contar? – Gina perguntou, seus olhos faiscavam de curiosidade.


 - Ah, já deve estar chegando – Hermione respondeu e corou um pouco.


 - O que já deve... – Harry foi interrompido por Alice e Bill Granger que vinham descendo as escadas. Ele e Gina se levantaram e foram cumprimentá-los.


 Hermione estava impaciente, ficava olhando para o relógio repetidas vezes e estava ficando visivelmente nervosa. Gina, percebendo a aflição da amiga, foi falar com ela.


 - Mione, tá tudo bem?


 - Ele já devia estar aqui.


 - Quem devia... – antes que Gina pudesse completar a frase, ouviram um barulho vindo da lareira e notaram uma pessoa saindo de dentro dela.


 Harry e Gina tiveram dificuldade em reconhecer quem era, olharam para Hermione e viram que ela sorria, apesar de estar nervosa. Passados alguns segundos, Harry conseguiu identificar quem chegara e se virou para contar à namorada, mas notou pela expressão da amada, que ela também já o havia identificado. Antes que pudessem falar alguma coisa, notaram Hermione caminhando em sua direção com Viktor Krum ao seu lado.


 - Harry, Gina – o nervosismo em sua voz era evidente – já conhecem Viktor Krum, nós agora estamos...estamos...bem, estamos namorando – Gina se engasgou com a cerveja amanteigada e Harry tinha um olhar de total incredulidade. Viktor os cumprimentou cordialmente, mas não disse nada.


 - O quê? Mas como...onde vocês...como assim? – Harry não conseguia pensar direito, a notícia o pegou completamente de surpresa.


 Depois de alguns minutos muito constrangedores em que ninguém dizia nada, Gina disse que precisava ir ao banheiro e saiu arrastando Hermione junto com ela e deixando Harry e Krum sozinhos na sala. Podia-se cortar a tensão naquela sala com uma faca.


 - Então Viktor, como vão as coisas? – Harry tentou iniciar uma conversa.


 - Muito bem, Hermio-ni-ni é ótima – Krum parecia feliz que finalmente estava conversando com alguém.


 - Ainda jogando quadribol? – Harry não parecia muito interessado.


 - Sim, sim, estava na Austrália para algumas partidas e reencontrei Hermio-ni-ni.


 Os dois continuaram conversando algumas amenidades, mas havia mais momentos de silêncio do que diálogos propriamente ditos. Harry estava pronto para matar Gina se ela não voltasse logo do banheiro.


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 Assim que as duas entraram no banheiro, Gina foi logo falando.


 - Você e o Krum? Como assim? Ficou louca? Como foi acontecer? – Hermione pediu que a amiga se acalmasse e contou tudo o que acontecera na Austrália, percebeu que a expressão da amiga foi mudando aos poucos. Depois de alguns segundos a ruiva falou.


 - Você está feliz?


 - Estou sim, ainda estou um pouco insegura, mas ele é um ótimo rapaz, se deu muito bem com meus pais, acho que pode dar certo – Hermione estava levemente corada.


 - Se você está feliz, isso é o que importa, mas eu preciso te perguntar uma coisa. E o meu irmão? – Gina então corou furiosamente e passou a olhar para um ponto fixo na parede atrás da amiga. Hermione ficou em silêncio por um tempo, mas respondeu.


 - Não sei o que aconteceu a ele, Gina. Achei que me acertaria com ele e que teríamos uma vida juntos. Não podia mais esperar, precisava tocar minha vida. E se ele estiver... – antes que pudesse terminar a frase, Gina percebeu que a amiga chorava e foi abraça-la.


 - Ele não morreu, ainda está vivo – a ruiva disse mais para si mesmo do que para ela. Passados alguns minutos as duas se retiraram do banheiro e voltaram para a sala.


 Assim que viu as duas vindo em sua direção, Harry sentiu um alívio tremendo, achou que não conseguiria ficar nem mais um minuto naquela sala com Krum. Hermione e Gina se juntaram a eles e depois de algum tempo se sentaram no sofá para conversarem. Ninguém dizia nada e a morena resolveu quebrar o gelo.


 - Vocês já pensaram se voltarão a Hogwarts?


 Harry e Gina se entreolharam e a ruiva respondeu.


 - Eu irei, mas Harry decidiu que não irá voltar – Harry olhava fixamente para seus sapatos.


 - Por que não Harry? – o bruxo então repetiu tudo que havia dito a Gina no dia anterior e Hermione pareceu entender. Depois de mais alguns minutos bem constrangedores, Harry e Gina decidiram que já era hora de irem embora. Despediram-se de Krum e Hermione e desaparataram de volta para a Toca.


 - Como ela pôde namorar o Krum, eu não consigo entender – o bruxo desabafou assim que colocaram os pés em casa.


 - Ela está tentando ser feliz novamente, talvez a gente não tenha percebido, mas acho que o sumiço do Rony a atingiu em cheio, Hermione sofreu bastante. Viktor parece um rapaz legal – Gina olhou para Harry, mas não conseguiu decifrar sua expressão, parecia que o namorado ainda não assimilara completamente o que havia ocorrido naquela noite. Depois de passarem um tempo juntos na cozinha, resolveram ir dormir.


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 O resto do verão passou em um piscar de olhos. A loja finalmente reabrira e Harry e Gina tinham ainda mais trabalho. Sabiam que poderiam ir embora mais cedo, mas nunca deixavam Jorge sozinho. As lembranças daquele lugar eram muito fortes e quase sempre faziam o ruivo chorar.


 Em meados de agosto, a menina recebeu uma carta de Hogwarts contendo a lista de materiais para o último ano. Como já fazia um mês desde o encontro na casa de Hermione e como não tinham tido notícias dela desde então, a ruiva resolveu escrever para a amiga para combinarem de irem ao Beco Diagonal na sexta-feira. Passados dois dias recebeu resposta.


 Caros Gina e Harry,


 me desculpem se não lhes dei notícias minhas desde aquele dia, minha vida está uma confusão. Tenho ajudado meus pais a terminarem de colocar as coisas em ordem aqui em casa e não tenho tido tempo para mais nada. Também recebi a carta de Hogwarts e acho que na sexta-feira está ótimo. Nos vemos lá.


 Afetuosamente,


 Hermione


 Quando a sexta-feira chegou, o casal saiu cedo para a loja, iriam trabalhar até a hora do almoço e depois passariam a tarde fazendo compras junto com a amiga. No horário marcado, Hermione apareceu.


 - O Viktor não vem com você? – Gina perguntou, estranhando a ausência do búlgaro.


 - Ele já voltou para a Bulgária, precisava retomar seus treinos de quadribol – Hermione estava claramente constrangida com a pergunta. Harry e Gina simplesmente assentiram coma cabeça e os três foram até a Floreios e Borrões comprarem seus livros.


 A tarde transcorreu tranquilamente, ninguém mais tocou no assunto Viktor Krum e também não mencionaram Ron. Harry percebia que Hermione agora estava um pouco mais distante. Ele e a amiga ainda não tinham conversado sobre o sumiço do ruivo, mas o bruxo deduziu que aquela não era hora para aquilo. Talvez nunca tivessem essa conversa, achou que talvez Hermione nunca superasse a perda de Rony.


 O resto do dia foi muito cansativo, compraram todos os materiais necessários e foram embora, Gina insistiu que Hermione fosse jantar na Toca. Fazia mais de dois meses que não encontrava os Weasleys. Muito relutantemente, a menina aceitou o convite e os três desaparataram de volta para a casa.


 - Hermione, minha querida, quanto tempo – a Sra. Weasley puxou a menina para um abraço bem apertado assim que ela entrou na cozinha.


 - Minha vida está uma loucura, não tenho tido tempo pra nada – Hermione respondeu um pouco envergonhada.


 - Me conta tudo, como vai sua vida? – Molly puxou Hermione e as duas se sentaram no sofá da sala. Harry e Gina haviam subido até seus quartos e nenhum dos outros Weasley havia chegado do trabalho.


 Hermione começou a contar sobre como conseguira recuperar a memória dos seus pais. A Sra. Weasley deu uma pequena risada quando ouviu a história que a menina havia inventado para se aproximar deles. Conversaram também sobre os preparativos dela para retornar a Hogwarts. Hermione decidiu omitir, pelo menos naquele momento, que estava namorando Krum, não sabia como Molly reagiria. Não conversaram sobre Rony ou Fred, esse ainda era um assunto muito delicado. No início da noite, os Weasley foram chegando um a um e todos pareciam realmente felizes em rever Hermione.


 O jantar foi muito agradável, todos riram e pareciam estar se divertindo. Hermione percebeu como sentia falta daquele lugar, sabia que não tinha mais graça sem Ron por perto, mas sempre teria ali um segundo lar, um refúgio no mundo bruxo, sempre que precisasse. Hermione resolveu voltar cedo para casa. O dia fora muito cansativo. Despediu-se de todos e saiu.


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 No dia do embarque a Hogwarts, Harry e a Sra. Weasley acompanharam Gina até a estação de King’s Cross. Chegaram, como sempre, em cima da hora, e Gina teve certa dificuldade em encontrar uma cabine vazia. Depois de algum tempo, Hermione veio se juntar a ela. As duas conversaram bastante. Neville, Dino e Simas vieram cumprimenta-las, mas logo saíram. Quando a moça dos doces passou, Hermione resolveu comprar um sapo de chocolate para cada uma. Gina abriu o seu e a figura da Profª McGonagall apareceu. Hermione foi a próxima, mas assim que viu a figura sua expressão mudou completamente. Gina, reparando a mudança da amiga, resolveu perguntar.


 - O que foi, Hermione, tudo bem? – A morena demorou um pouco para responder.


 - Não é nada, não se preocupe.


 - Como assim, foi só você olhar para esse cartão que sua expressão mudou. Quem você tirou? – Gina esticou a mão para Hermione. A morena hesitou um pouco, mas acabou entregando o cartão para a amiga.


 Gina também sentiu seu coração despencar. No cartão estava a foto de Ron sorrindo e logo abaixo, estava escrito


 “Ronald Weasley. Bruxo muito corajoso e de coração muito puro. Melhor amigo de Harry Potter e Hermione Granger. Peça fundamental na vitória sobre Lorde Voldemort.”


 Gina devolveu o cartão à amiga e enxugou uma lágrima. Já anoitecera e as duas passaram o resto da viagem simplesmente olhando pela janela, sem dizer nada.


 A visão de Hogwarts foi um choque. O castelo ainda estava em obras, várias paredes estavam pela metade, faltavam muitas janelas e portas, quase não havia plantas e árvores nos jardins. Os alunos caminharam até a entrada, mas a situação do castelo por dentro não estava muito melhor. Sentaram-se no Salão Principal, ainda muito destruído e aguardaram o pronunciamento da diretora Minerva McGonagall.


 O discurso foi muito emocionante, Hermione se pegara chorando várias vezes e percebeu que Gina também se emocionara. Após o processo de seleção subiram para o Salão Comunal. Hermione parou assim que entraram.


 - O que foi, tudo bem? – Gina perguntou ao notar a expressão da amiga.


 - Sim, sim, é que faz tanto tempo que não venho aqui, me faz lembrar de... – nesse instante, Hermione caiu no choro e foi consolada pela amiga. Passado algum tempo as duas foram para o dormitório. A morena não conseguiu dormir, tudo ali lhe lembrava Ron, percebeu que seria um ano longo e difícil.


 No dia seguinte, após o café da manhã, as duas pegaram seus horários e foram direto para a sua primeira aula do dia. A carga de trabalho agora era muito maior, teriam que prestar seus N.I.E.M.s ao final do ano e os professores não davam moleza. Gina e Mione perceberam que eram o centro das atenções, até mesmo a Profª McGonagall olhava para elas com uma expressão que não conseguiam identificar. Não estavam gostando nada daquilo.


 As primeiras semanas passaram voando. Hermione tinha muito trabalho a fazer e passava a maior parte do tempo na biblioteca, havia decidido que se dedicaria exclusivamente aos estudos, talvez assim seus pensamentos não voltassem a Ron. Passado algum tempo, chegou o aviso sobre a primeira visita a Hogsmeade. Hermione gostava bastante de lá, mas dessa vez, não sentia muita vontade de ir. Depois de muita insistência de Gina, resolveu ceder.


 O dia da visita amanheceu claro e sem nuvens, estava quente e uma pequena brisa soprava no castelo. Gina estava muito empolgada, pois se encontraria com Harry mais tarde. Hermione não se sentia muito disposta a ir. Não tinha companhia e ainda teria que aguentar os amigos se agarrando na sua frente. Depois do café se arrumaram para sair.


 - Harry, Harry – Gina saiu gritando assim que viu o namorado. Harry se virou para ela e a ruiva se atirou em seus braços. Hermione vinha logo atrás e cumprimentou o amigo.


 - Oi Harry, tudo bem?


 - Tudo, e com você Mione?


 - Tudo – Hermione mentiu. Definitivamente não queria estar ali. Harry percebeu o desconforto da amiga e tentou amenizar o clima.


 - Vamos ao Três Vassouras? – as duas concordaram e eles saíram.


 O bar estava apinhado de gente. Com muito custo, conseguiram achar uma mesa e se sentaram. Pouco tempo depois, Hagrid entrou, mas não os viu ali. Harry, feliz de poder reencontrar o amigo fez sinal para ele.


 - Harry, que bom te ver, quanto tempo – Hagrid lhe deu um abraço de amassar os ossos. Harry sorriu e cumprimentou-o.


 - E vocês duas hein, já faz mais de um mês que as aulas recomeçaram e ainda não foram me ver – Hagrid apontava para as duas meninas que ficaram um pouco envergonhadas. Hermione foi a primeira a falar.


 - Desculpe Hagrid, é que a carga de trabalho este ano está muito alta, não temos tido tempo, com os N.I.E.Ms chegando e tal.


 - Eu entendo, mas duvido que uma passadinha rápida na minha casa vá atrapalhar seus estudos tanto assim – Hermione e Gina estavam bastante coradas.


 - Você tem razão – agora era Gina quem falava.


 - Espero vocês lá essa semana então. Mas me contem, onde está o amigo de vocês, o Ronald? – nesse instante todos se calaram e suas expressões mudaram. Harry tentou falar.


 - Ele foi sequestrado, Hagrid. No dia que a guerra acabou. Ninguém tem notícias dele – Gina chorava um pouquinho e Hermione olhava pela janela, sem esboçar nenhuma reação. Hagrid estava atônito, mas antes que pudesse falar alguma coisa, escutaram pessoas gritando do lado de fora do bar e correram para ver o que estava acontecendo.


 Dois aurores estavam carregando um bruxo de vestes pretas, que Harry logo deduziu se tratar de um Comensal da Morte. Haviam cortes e arranhões nas faces dos três, com certeza havia ocorrido uma briga. O comensal gritava palavrões e ofensas a todos na rua. Assim que avistou Harry e os outros sua expressão mudou.


 - Você está aqui hein, se acha o máximo não é. Pena que não conseguiu proteger seu amigo – a voz do rapaz estava cheia de fúria, cada sílaba do que falara carregada de veneno. Antes que Harry pudesse reagir, Hermione sacou sua varinha e foi em direção ao homem.


 - O que você sabe sobre isso? – a varinha agora estava apontada para o rosto do bruxo. Os dois aurores puxaram o preso, que era muito maior que eles, para longe da menina. Antes de sair, ele soltou uma gargalhada.


 - Você nunca mais verá seu namoradinho, NUNCA MAIS – nesse instante os aurores desaparataram levando o prisioneiro.


 A expressão de todos ali era de total surpresa. Ninguém havia entendido muito bem o que havia ocorrido. Hermione continuava parada no mesmo lugar, imóvel. Harry foi ver como ela estava.


 - Tudo bem Mione?


 - Eu, eu, ele sabe... – então Hermione caiu no choro, as lágrimas manchavam – lhe o rosto. Não havia chorado desde o primeiro dia de aula, mas o que aconteceu ali foi demais para ela. Mais e mais pessoas foram chegando, curiosas para saber o que havia ocorrido. Gina se juntou aos dois, também tinha lágrimas nos olhos. Passados alguns instantes, Hagrid se aproximou e os acompanhou de volta ao castelo. Quando atingiram o portão, Harry sabia que teria que ir embora, mas não queria deixar a amiga naquele estado. Só depois que Gina assegurou que iria tomar conta dela é que ele saiu.


 Se as coisas já estavam estranhas antes daquele dia, agora então, estavam beirando o insuportável. A notícia havia saído ate no Profeta Diário. Por todos os cantos as pessoas comentavam. Hermione sabia que era o centro das atenções e, para evitar trombar com outras pessoas, passava quase o dia inteiro na biblioteca. Para piorar, os treinos de quadribol haviam recomeçado e Gina era a capitã do time da Grifinória. As duas quase não se viam mais. Hermione nunca se sentira tão sozinha. Pela primeira vez na vida, não tinha certeza se voltaria após o recesso de fim de ano.  


 Quando dezembro chegou, a situação estava um pouco melhor. A história daquele fatídico dia aparentemente havia esfriado e Gina conseguiu arrumar mais tempo para passar com a amiga. Até os finais de semana em Hogsmeade estavam mais agradáveis. Em alguns deles, Viktor Krum conseguira ir visitá-la. Era provavelmente o melhor aparatador que Hermione conhecia. Podia ir e voltar da Bulgária sem o menor problema.  A morena se surpreendeu com o tanto que ficava feliz quando o reencontrava. Eles ainda não tinham planos para o fim de ano e resolveram conversar a respeito.


 - Onde você vai passar as festas de fim de ano? – Krum perguntou.


 - Provavelmente com meus pais, e você?


 - Não sei, meus pais não estarão em casa. Irão a Paris, de férias.


 - Passa lá em casa com a gente então – Hermione se arrependeu da pergunta assim que terminou de formulá-la. Achou que talvez estivesse exagerando um pouco. Nesse instante viu que o búlgaro abriu um largo sorriso.


 - Claro, claro, vou adorar – então se inclinou para beijar a namorada. – Depois você vai para a Bulgária comigo, conhecer meus pais. Eles já vão ter chegado.


 - Eu, eu, não sei se devo...preciso pensar.


 - Ah por favor, você é minha namorada, já conheço seus pais, nada mais justo que você conheça os meus. Vamos comigo, por favor.


 - Tudo bem então, você tem razão – Hermione respondeu sem ter muita certeza se havia feito a coisa certa. Eram namorados, mas a morena não sabia muito bem até onde queria levar esse relacionamento. Gostava de Krum, mas ainda estava muito insegura.


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 Os últimos dias de aula antes do recesso foram muito tranquilos. Os professores alviaram um pouco a carga de exercícios. Hermione amadureceu melhor a ideia de ir à Bulgária com Krum. Pesquisou sobre o país na biblioteca e descobriu coisas muito interessantes. Estava definitivamente mais empolgada com a viagem.


 O retorno para casa foi muito tranquilo. Ela e Gina ficaram na mesma cabine que Luna e Neville e os quatro se divertiram a beça. Pela primeira vez em muito tempo, não pensava em Rony. Decidiu que aproveitaria ao máximo esse tempo livre. Krum iria encontrá-la em sua casa em Londres para o Natal e os dois iriam para a Bulgária no dia 27 de dezembro e retornariam dia 02 de janeiro. Nada poderia prepará-la para o que descobriria quando retornasse.


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 Era véspera de Natal e a família Weasley havia decidido que teriam um Natal o mais alegre possível. Harry se sentia genuinamente feliz. Poderia passar todo o tempo ao lado de Gina. Os negócios com Jorge estavam indo muito bem e ele agora se mudara com o ruivo para o apartamento em cima da loja. A Sra. Weasley se desdobrava para conseguir arrumar tudo, e como sempre, enchia a todos de tarefas. Somente Hermione não estaria presente.


 Após o jantar, todos se reuniram na sala. Estavam todos alegres e riam bastante. Não se via tanta felicidade na Toca há muito tempo. Harry e Gui começaram um jogo de xadrez com Fleur torcendo pelo marido e Gina torcendo pelo namorado.


 A cozinha já estava arrumada e Molly e Arthur se preparavam para irem dormir, quando ouviram um barulho vindo da cozinha. Todos se viraram e repararam que Carlinhos deixara cair um copo e olhava fixamente pela janela, sem se mover.


 - O que foi meu filho, aconteceu alguma coisa? – O sr. Weasley perguntou preocupado


 - É o Ron, É O RON! – sem se importar com a neve e com o frio, Carlinhos disparou pela porta da cozinha em direção ao jardim. Antes que alguém pudesse processar o que havia acontecido, Jorge, que estava olhando pela mesma janela, saiu correndo atrás do irmão.


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 Ron ainda não assimilara completamente o que havia ocorrido ali. Mal conseguia se manter em pé, mas tinha que reunir forças para escapar. Tinha que voltar para casa, para seus pais, seus irmãos, seus amigos e para ela, para Hermione.


 Tentou aparatar, mas não conseguiu, deduziu que teria que sair dos terrenos da Mansão para tal. Ron olhou ao seu redor e encontrou sua varinha perto do corpo de Lucio. Deu mais uma olhada ao seu redor e viu o corpo de Monstro ali perto. Não poderia deixá-lo ali para ser enterrado como um animal. Ele havia salvado sua vida e Rony devia a ele pelo menos um enterro decente


 Pegou-o nos braços com muita dificuldade. Tentou correr escada acima, mas uma dor lancinante atravessou seu corpo, aparentemente sua perna estava quebrada. Reuniu todas as forças que ainda lhe restavam e, ignorando a dor horrível que sentia, foi se arrastando escada acima. Conseguiu chegar à porta da frente e abrí-la. Assim que saiu, uma lufada de vento gélido o atingiu em cheio, estava nevando e Rony estava vestindo somente alguns trapos. Sabia que teria que alcançar os jardins para aparatar. Engoliu a dor e o frio que agora ameaçava tirar sua consciência e contendo a vontade de gritar, pôs-se de pé. Conseguiu, a duras penas, alcançar o jardim. Nesse momento viu uma luz do outro lado do portão, mas não sabia quem era e não tinha tempo de descobrir, essa era a sua última chance de escapar.


 A aparatação fora sem dúvida a pior experiência de sua vida, drenara todas as suas energias restantes. Estava com frio, com muita dor e fome e, além disso, carregava um elfo que agora parecia pesar uma tonelada. Assim que conseguiu reorganizar suas ideias viu a Toca à sua frente. Tentou caminhar, mas era impossível. Antes de desmaiar viu dois vultos correndo em sua direção, sabia naquele instante que estava salvo.


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 Bem gente, este foi o capítulo 5. Não tenho muita certeza como me sinto em relação a ele. Acho que ficou muito episódico, tive que avançar muito no tempo para poder chegar ao ponto que eu queria. O Rony voltou e agora a história vai ficar mais interessante. Comentem por favor.

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