Correndo contra o tempo
Primeiramente, muito obrigado a quem comentou. Por favor não parem, só assim eu sei se o que estou escrevendo está agradando ou não.
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Capítulo 6: Correndo contra o tempo
Ninguém entendia muito bem o que estava acontecendo. Jorge e Carlinhos saíram correndo de casa dizendo que haviam visto Rony nos jardins. Demoraram um pouco, mas voltaram carregando um corpo. Assim que entraram, foram ajudados por Harry e Gui e deitaram o irmão desacordado no sofá. Ao ver o estado do filho, a Sra. Weasley se desesperou e precisou ser amparada pelo marido, que não estava em estado muito melhor.
- Tinha um elfo junto com ele, parece que está morto, alguém devia ir lá ver – Carlinhos tremia de frio. Vestiu seu casaco e foi se juntar ao resto da sua família, que estava reunida ao redor de Rony.
- Pode deixar que eu vou – Harry pegou seu casaco e saiu. Caminhou até onde o corpo estava e o reconheceu imediatamente. Ficou imaginando como ele teria ido parar ali, mas não era hora para isso. Não sabia o que fazer com o corpo de Monstro, então deixou-o na garagem. De lá voltou para casa.
Assim que entrou, o bruxo foi até o amigo para poder avaliá-lo melhor. A visão era assustadora. Ron não era mais que um saco de ossos. Estava extremamente magro e machucado. Não vestia nada além de trapos velhos e imundos. Seu rosto tinha enormes cicatrizes e em alguns pontos ainda sangrava. Seus olhos eram duas bolas roxas. Havia vários cortes em seu couro cabeludo, onde o cabelo parecia ter sido arrancado à força. Sua perna estava nitidamente quebrada. Ninguém ali sabia como reagir, precisavam ajudá-lo, e rápido. Antes que alguém pudesse falar alguma coisa, Molly se levantou da poltrona e disse.
- Precisamos fazer alguma coisa, não podemos levá-lo ao St. Mungus agora, não sabemos se ele resistirá à viagem, mas não podemos ficar parados – ela começou a caminhar impaciente de um lado para outro, depois de um tempo sentou-se no chão ao lado do filho.
- Madame Pomfrey nunca deixa a escola no feriado de Natal, quem sabe ela pode vir ajudar, a Rede de Flu ainda está aberta? – Harry perguntou esperançoso.
- Não, mandei fechá-la há duas semanas – o tom de decepção na voz de Arthur era evidente – não achei que fosse necessário. – Todos ficaram em silêncio por um tempo, até que Molly se levantou novamente, mas ela estava diferente. Não estava mais chorando e parecia estar pensando no que fazer.
- Eu posso ir chamá-la. Vou desaparatar daqui até Hogsmeade e termino de chegar caminhando – Gina, que até então não esboçara nenhuma reação, falou e se levantou de sua poltrona.
- Boa ideia minha querida. E tente falar com a Profª McGonagalll também – Gina assentiu com a cabeça e começou a se arrumar. Harry a interrompeu.
- Eu vou com você – o bruxo tentou alcançar seu casaco, mas foi interrompido pela namorada.
- Não, você fica, se ele acordar, vai gostar de te ver aqui – a ruiva olhou nos olhos de namorado e Harry percebeu que seria inútil discutir.
- Harry, querido, você devia ir até o escritório dos aurores, deve ter alguém de plantão por lá. E você Arthur, acho que deveria enviar um patrono avisando o Ministro dos acontecimentos – a atitude de Molly pegara todos de surpresa. Voltara a ser a mãe superprotetora que matara Belatriz para salvar a filha.
Arthur se levantou e foi até seu escritório preparar a mensagem. Harry estava pronto para sair quando foi interrompido por Percy.
- Eu vou com você, você não conseguirá entrar porque não é funcionário do Ministério – Harry simplesmente concordou com a cabeça e rapidamente Percy terminou de se arrumar. Gina já tinha saído quando os dois desaparataram.
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Gina chegou a Hogsmeade e encontrou o vilarejo praticamente deserto. O frio ali estava ainda mais intenso ea desaparatação fora muito desagradável. Quando conseguiu se recuperar, apertou a passo e começou a correr em direção ao castelo. Ao alcançar o portão notou que ele estava fechado, já esperava por isso, mas agora não sabia o que fazer.
- EI, POR FAVOR, ME DEIXEM ENTRAR – a menina começou a gritar, sem saber se podia ser ouvida. Já estava perdendo as esperanças, quando ouviu passos. De longe conseguiu identificar a figura grande e imponente de Hagrid vindo em sua direção.
- Quem está aí, o que está acontecendo? – o gigante perguntou levantando sua lanterna.
- Sou eu Hagrid, Gina Weasley, preciso urgentemente falar com a Profª McGonagall e com Madame Pomfrey.
- Na véspera de Natal? O que está acontecendo? Está tudo bem? – Hagrid parecia desconfiado.
- Comigo está tudo bem, mas me deixe entrar, eu te conto tudo depois.
- Tudo bem, mas tem que me contar tudo antes de entrar. Ordens da diretora.
Gina então contou tudo o que acontecera naquela noite. Hagrid parecia não acreditar no que ouvira. Tremia um pouco quando destrancou as correntes e Gina passou correndo por ele. O gigante terminou de trancar novamente o portão e seguiu a menina até o castelo.
O castelo estava completamente escuro e não havia ninguém em canto nenhum. Gina teve que esperar o gigante alcançá-la para que pudesse abrir a porta da frente. Os dois entraram, mas Gina não sabia aonde ir.
- O quarto da diretora fica acima da sala dela.
- Então vamos – Gina voltou a correr e Hagrid simplesmente assentiu e saiu atrás dela.
Foram apenas alguns minutos até que a ruiva alcançasse a sala.
- Como faço para entrar?
- A...senha...é...azevinho – Hagrid chegou bufando. Estava completamente sem fôlego.
A menina repetiu a senha e a gárgula se moveu, revelando a escada em espiral. Gina subiu correndo e entrou sem bater. A sala estava escura, certamente a diretora estava dormindo. Hagrid chegou logo atrás dela. A ruiva ia começar a subir as escadas que levavam ao quarto da diretora, mas assim que colocou os pés no primeiro degrau, a escada se transformou em uma rampa e a menina deslizou de volta ao chão. Não tinha como ela subir e já estava ficando desesperada.
- E agora, como eu faço para acordá-la?
- Não sei, nunca tentei subir essas escadas.
A ruiva começou a andar de um lado para o outro impaciente quando teve uma ideia. Sacou sua varinha, disse um feitiço em voz baixa e ouviu-se um estalo muito alto. Hagrid se assustou. Gina explicou que havia aprendido com os seus irmãos, que acordavam a casa inteira daquela maneira. Passados alguns minutos viram a porta do quarto se abrindo e a professora Minerva saiu com cara de poucos amigos.
- Que barulho foi esse? Quem está aí? – a bruxa acendeu as luzes, estava com a varinha pronta para o combate quando viu a figura gigantesca de Hagrid. Olhou surpresa para ele, mas antes que algum dos dois pudesse falar alguma coisa, ouviram a voz de Gina.
- Me desculpe aparecer assim, mas precisava vê-la urgentemente. Meu irmão simplesmente apareceu lá em casa hoje à noite. Está desacordado e muito machucado. Não sabemos o que aconteceu. Vim até aqui para falar com a senhora e pedir a sua permissão de levar Madame Pomfrey. Não o trouxemos aqui porque não temos certeza como ele reagiria – Gina tinha lágrimas nos olhos, seu olhar estava muito aflito. Levou alguns segundos até que a professora processasse o que foi dito, mas finalmente falou.
- Claro minha querida, sem problema. Só vou me trocar e já vamos chamá-la.
Passaram-se uns dez minutos até que a professora reaparecesse. Pegou suas coisas e os três saíram. A ala hospitalar ficava alguns andares mais abaixo. Minerva foi a primeira a entrar. Bateu várias vezes na porta do quarto da enfermeira antes que obtivesse resposta. Madame Pomfrey abriu a porta sem entender nada. Ainda estava meio adormecida.
- O que foi diretora, não está se sentido bem?
- Eu estou ótima, mas um ex-aluno muito importante está muito machucado e precisa de sua ajuda – Madame Pomfrey despertou completamente e começou a procurar pelo tal ex-aluno. Só enxergou Hagrid e Gina, e como a menina ainda é aluna ficou sem entender.
- Mas onde ele está?
- Desculpe acordá-la – Gina então passou à frente da diretora e se dirigiu diretamente à enfermeira. – Meu irmão foi sequestrado há sete meses, mas hoje ele reapareceu, ninguém sabe como ele conseguiu. Precisamos que a senhora vá até nossa casa para ajudá-lo – Madame Pomfrey levou um tempo para entender o que fora dito, por fim falou.
- Se a diretora permitir, eu irei sim, mas preciso saber o que levar. Como ele está?
Gina então contou a maneira como Rony foi encontrado. Enquanto falava, conseguiu notar as expressões de horror nas caras de Hagrid e Minerva. Madame Pomfrey não mudou sua expressão, simplesmente assentiu e voltou para o quarto para se arrumar. Passados alguns minutos ela voltou. Percorreu os corredores da enfermaria e juntou vários frascos e maletas. Pediu a Hagrid que carregasse todas as suas coisas e os quatro saíram. A Profª McGonagall pediu que todos a seguissem em direção à Torre de Astronomia.
- De lá eu posso fazer com que todos aparatemos juntos – Hagrid olhou espantado para ela, o gigante estava proibido de aparatar e não fazia isso há pelo menos dez anos. Pensou em argumentar, mas a professora falou antes dele.
- Você irá conosco. Se mostrou muito leal a todos nós, e não vejo nenhum problema em você desrespeitar essa regra, pelo menos por hoje – Minerva estendeu sua mão e o gigante sorriu antes de segurá-la. Em um segundo estavam todos nos jardins da Toca. McGonagall ainda estava um pouco tonta, por ter transportado algo tão grande. A experiência também não fizera bem ao gigante. Depois que todos se recomporam, caminharam em direção a casa.
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Harry não via o Ministério desde o dia em que roubaram o medalhão de Umbridge. O prédio fora bastante danificado durante a guerra e notou que vários pontos ainda necessitavam de reformas. Ele e Percy caminharam até o segurança que fazia a ronda naquela noite.
- Sou Percy Weasley, assessor direto do Ministro Shacklebolt e preciso entrar – o ruivo entregou seu crachá ao segurança, que olhou para os dois bastante desconfiado.
- Posso saber qual o motivo?
- Na verdade não, são ordens do próprio ministro que eu não conte a ninguém.
- Desde a guerra, as ordens são de que eu não deixe ninguém entrar sem autorização por escrito do próprio ministro ou do chefe dos aurores – o guarda devolveu o crachá a Percy e cruzou os braços à frente do peito. Harry, já perdendo a paciência, tomou a palavra.
- Boa noite, meu nome é Harry Potter. Já deve ter ouvido falar de mim – ao notar que a expressão do segurança mudara, se sentiu mais confiante para continuar. – Me tornei amigo pessoal de Kingsley Shacklebolt após a guerra e estou aqui a pedido dele. Inclusive, ele está nesse momento lá em casa para a comemoração de Natal, e eu não posso me demorar. Eu não gostaria de ter que contar a ele que eu fui impedido por você – Harry terminou de falar e olhou para o guarda. O mesmo ainda estava meio desconfiado, e não tinha muita certeza de como agir. Harry estava começando a ficar preocupado, achou que o guarda não havia engolido aquela história toda, mas naquele instante o rapaz falou.
- Ok, podem entrar, mas preciso confiscar suas varinhas. Não são permitidas após as 21:00 horas – Percy tentou argumentar, mas foi contido por Harry. Os dois entregaram suas varinhas e entraram correndo.
- Muito bem Harry, realmente convincente o que você falou – Percy sorria enquanto os dois corriam pelos corredores.
- Obrigado, nessas horas ser famoso ajuda.
Os dois rapazes correram até os elevadores, mas os encontraram desligados. Não queriam pedir ao guarda que os religasse, acharam que estariam abusando da sorte, então resolveram ir de escadas.
O escritório dos aurores ficava no sexto andar. Terminaram de subir e pararam no corredor para recuperar o fôlego. Estava escuro, mas à medida que iam caminhando, as luzes iam se acendendo. Passaram por várias portas até chegarem à única que tinha uma luz acesa. Entraram e encontraram um bruxo de faces duras, sentado atrás de uma mesa.
- Em que posso ajudar? – ele disse secamente.
- Boa noite. Meu nome é Percy Weasley e eu sou assessor do ministro. Esse aqui é Harry Potter – a expressão do guarda não se alterou ao ouvir o nome de Harry. – Meu irmão foi sequestrado há sete meses e hoje ele foi encontrado desacordado nos jardins da minha casa. Vim aqui porque gostaria que um auror me acompanhasse para nos ajudar a esclarecer o que ocorreu – o auror sentado atrás da mesa soltou uma risada antes de responder.
- Se seu irmão voltou, então não há necessidade de enviar ninguém até lá. Esperem ele acordar e perguntem a ele o que aconteceu. Imagine ter que mandar um auror toda vez que um menino aparecesse machucado – agora era Percy que parecia irritado e ralhou com o bruxo à sua frente.
- Pois saiba que ele não é simplesmente um menino machucado. Minha família é muito prestigiada pelo ministro e ele não vai gostar nada de saber que os aurores se recusaram a nos ajudar – Percy se inclinou e apoiou-se na mesa antes de continuar. – O caso do sequestro dele é tratado como primeira prioridade pelo chefe de vocês e ele certamente enviaria alguém para nos ajudar – o auror se levantou e apontou para os dois bruxos a sua frente.
- Saiba que eu não acredito nisso. Até onde eu sei, seu irmão voltou para casa e vocês o salvaram. Quando ele acordar, ele que venha aqui para recolhermos seu depoimento – ele agora mirava os dois quase com fúria. Percy e Harry se afastaram e voltaram para os corredores.
- E agora, o que faremos? – Harry perguntou aflito.
Percy não respondeu de imediato. Depois de alguns segundos voltou para a sala. Harry nunca vira o rapaz tão decidido antes. Assim que o auror viu que ele retornava, se levantou novamente de sua mesa.
- Olhe aqui – começou Percy enérgico. – O ministro está, nesse momento, a caminho da minha casa. Se nenhum auror quiser colaborar comigo, tenho certeza que ele não vai gostar nadinha. Já que você não acredita em mim, acho melhor você procurar pelo caso do meu irmão e então você verá o quão importante ele é. O nome dele é Ronald Weasley – Percy terminou confiante e não desviou os olhos do homem à sua frente. Reparou que, ao ouvir o nome de Rony, o auror hesitou um pouco antes de falar.
- Es...espere aqui que eu já volto – então saiu em direção aos fundos da sala.
Harry ficou olhando admirado para Percy. Sempre o vira como um rapaz muito sisudo, que simplesmente obedecia a ordens e defendia todos que trabalhavam no ministério. Nunca imaginou que ele seria capaz de enfrentar alguém assim, ainda mais sabendo que o outro estava simplesmente fazendo o seu trabalho. Percebeu que sem Percy ali, nunca teria ido tão longe. Nesse instante, ouviram passos e repararam que o guarda voltava, com uma expressão completamente diferente.
- Me...me desculpem. Eu não sabia. Só estava fazendo meu trabalho – o auror parecia genuinamente arrependido. Percy não mudou sua expressão.
- Tudo bem, quem irá nos acompanhar?
- Já enviei uma carta ao responsável pelo caso do seu irmão. Não deve demorar para que ele apareça. Enquanto esperam, posso lhes preparar uma xícara de chá. Aceitam? – Harry olhou para Percy ao seu lado e resolveu aceitar. Fazia horas que não comiam nem bebiam nada.
Harry acabou cochilando no sofá que tinha ali perto enquanto esperava o bruxo que ia acompanhá-los. Foi acordado por Percy e ao abrir os olhos notou que havia dois rapazes jovens conversando com o auror que os recebera. Depois de alguns minutos vieram falar com eles.
- Boa noite, sou Julian Estevez e esse é Colton Ross. Somos os aurores responsáveis pelo caso de Ronald Weasley – eles estenderam as mãos e cumprimentaram os dois. Fizeram algumas perguntas relacionadas ao aparecimento de Rony e pediram que preenchessem um formulário. Falaram alguma coisa com o funcionário de plantão e se viraram para Percy e Harry.
- Prontos para irem? – os dois rapazes assentiram e os quatro saíram. O elevador estava religado e desceram rapidamente.
Caminharam até a porta, onde Percy e Harry recuperaram suas varinhas. Saíram do ministério e foram até uma rua ali perto de onde desaparataram para a Toca.
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Harry não podia imaginar a confusão que estaria na Toca quando chegasse. Gina já tinha retornado e trouxera Madame Pomfrey, Professora McGonagall e Hagrid. A enfermeira gritava ordens para todo mundo enquanto passava uma pomada no rosto de Rony. Havia um líquido com uma coloração arroxeada no chão ao seu lado que ela fazia Rony beber aos poucos. O garoto já estava com a coloração um pouco melhor e já não respirava com tanta dificuldade. Assim que seus olhos encontraram os de Gina, foi correndo até ela.
- Então, como foi? Você está bem?
- Tô sim, mas...mas ele tá tão machucado – a menina começara a chorar. Harry abraçou-a e percebeu que a ruiva agora chorava mais forte.
- Ele voltou meu amor. Tudo vai dar certo agora – o bruxo queria parecer confiante, mas não tinha muita certeza do que dissera. Passaram alguns minutos abraçados até que Hagrid veio falar com eles.
- Como você está Harry?
- Estou bem, um pouco cansado – o gigante simplesmente assentiu com a cabeça. – Muito obrigado por ter nos ajudado essa noite, Hagrid.
- Não foi nada, faria tudo de novo para ajudar um amigo – Harry então soltou Gina e deu um abraço no amigo. Sempre poderia contar com Hagrid.
Passados mais alguns instantes a enfermeira se levantou. Parecia exausta quando enfim falou.
- Nunca vi nada parecido. Ele tem sorte de estar vivo, mas precisamos levá-lo até o hospital. Não posso fazer mais nada – ela falou enquanto pegava uma xícara de chá que Fleur lhe trouxera.
- Mas como vamos levá-lo? – Arthur perguntou aflito.
- Existe uma conexão especial pela Rede de Flu, exclusiva para o transporte de pacientes em estado grave, mas precisamos de uma autorização especial – Julian Estevez, um dos aurores que acompanharam Harry respondeu. Todos olharam para ele sem entender quem era aquele homem. Ele logo se apresentou e ao seu colega. Nesse instante ouviram passos na cozinha e todos se viraram para ver que o ministro acabara de chegar. Percy se levantou de um salto e foi recebê-lo.
- Boa noite a todos. Recebi seu patrono Arthur e vim o quanto antes. Alguém pode me contar o que está acontecendo? – Percy lhe contou rapidamente o que acontecera, inclusive sobre o que aconteceu no ministério. O ministro simplesmente assentiu. Cumprimentou os dois aurores e Julian lhe contou que havia sugerido que fossem ao hospital pela Rede de Flu especial, mas precisariam de autorização.
- Eu posso fornecer essa autorização. Preparem-no para o transporte – nesse instante várias pessoas se levantaram ao mesmo tempo. Madame Pomfrey comandava tudo. Embalou todas as poções que havia dado a Rony até então. O fez tomar mais um pouco daquele líquido arroxeado e pediu a Hagrid que o levasse no colo até o hospital. Kingsley chamou os dois aurores para conversarem longe dali. Depois de alguns minutos, quando Rony já estava pronto, os três retornaram para a sala.
- Vamos fazer assim. Molly, Arthur e o resto da família vão na frente. Hagrid vai logo em seguida carregando Ron. Minerva e Pomfrey vão logo depois. Já que Harry é o melhor amigo de Ron e não é parente direto dele e Jorge e Carlinhos foram quem o encontraram gostaria que eles ficassem para conversar com os aurores. Eu também ficarei. Está todo mundo de acordo? – todos acenaram com a cabeça e começaram a se arrumar. Jorge e Carlinhos ainda estavam meio confusos, mas concordaram em ficar. Em um instante todos estavam em frente à lareira. Kingsley jogou um pouco de pó de Flu e as chamas verdes apareceram. Então o ministro falou.
- Requisito transporte especial de paciente em estado grave e toda a sua família para o hospital St. Mungus. Autorização para o ministro Kingsley Shacklebolt. Auror. Ordem de Merlin, Primeira Classe – as chamas então se tornaram laranjas. – Basta vocês entrarem, não precisam dizer nada, a viagem será bem mais rápida – um a um eles foram entrando. Quando todos já tinham ido, Hagrid se espremeu com Rony no colo e logo desapareceu. Em seguida a professora e a enfermeira entraram na lareira e então só restaram Harry, Jorge, Carlinhos, o ministro e os dois aurores na Toca. Shacklebolt fez sinal com a cabeça e todos sentaram-se à mesa da cozinha.
Ficaram em silêncio enquanto Colton Ross preparava tudo. Tirou um pedaço de pergaminho e uma pena de repetição rápida. Fez sinal com a cabeça quando terminou. O ministro então falou.
- Preciso que me digam exatamente como tudo ocorreu. Quem o encontrou primeiro?
- Fui eu senhor – Carlinhos começou a falar. – Estava olhando pela janela quando vi um vulto aparecendo no jardim, não sei como, mas naquele instante senti que era Rony, simplesmente saí correndo e Jorge veio atrás de mim. O encontramos caído desmaiado no chão e ao seu lado havia um elfo doméstico, que parecia estar morto. Levantamos meu irmão e o trouxemos para dentro – todos ouviram o que Carlinhos dizia, a pena escrevia sem parar. Julian Estevez então falou.
- Você disse que havia um elfo doméstico morto junto com ele. O que foi feito com o corpo dele?
- Eu o coloquei na garagem. Não sabia o que fazer, pretendo enterrá-lo depois – Harry respondeu e notou a cara de espanto do ministro e dos aurores. Julian perguntou mais uma vez.
- Você conhecia o elfo?
- Sim, era Monstro, o ministro também o conhece, pertencia ao meu tio Sirius Black e foi deixado para mim, quando ele morreu.
- Quer dizer que você era o dono dele?
- Sim senhor.
- Deixa eu ver se entendi direito. Um elfo, que pertencia a você, foi encontrado junto ao rapaz que estava desaparecido. Quando ele retorna, você convenientemente esconde o elfo na garagem. Você poderia me explicar porque seu elfo estava junto com ele?
- Na verdade não – Harry estava um pouco irritado com tom de voz daquele homem – não o via há mais de um ano, ele deveria estar morando na antiga casa da família Black.
- Então, o seu elfo, que mora na casa que eu presumo ser sua também, agora que seu tio morreu, estava junto ao rapaz desparecido? – antes que pudesse continuar, o ministro, percebendo aonde o auror queria chegar, se levantou e disse.
- Eu sei onde está querendo chegar Julian, mas não vou permitir. Tenho a total convicção que Harry não tem absolutamente nada a ver com o desaparecimento de Ronald. Acho melhor pararmos por aqui. Os meninos precisam ir ao hospital e vocês dois tem uma investigação a realizar – os outros também se levantaram e ficaram se olhando por alguns segundos, quando Colton, o auror que raramente dizia alguma cosia se pronunciou.
- Ok ministro, paramos por aqui. Mas precisaremos ver o corpo do tal elfo antes de sairmos. Vamos investigar essa tal casa onde ele morava e saiba que teremos que chamar o senhor Potter para prestar mais esclarecimentos. Assim que Ronald Weasley acordar precisaremos do seu depoimento também – Harry e os outros fizeram cara feia para os aurores e foram até a garagem. Viram o corpo de Monstro sobre uma mesa de metal. Os dois foram examiná-lo de perto. Passados alguns minutos, um deles falou.
- Sectusempra, típico de um comensal da morte, não são muitos que sabem esse feitiço – o outro simplesmente concordou com a cabeça.
- Seu amigo tem sorte de estar vivo. Pelo estado do rapaz sequestrado e pelo modo como esse aqui morreu, Ronald Weasley pode se considerar sortudo por não ter morrido – os outros não responderam, gostavam cada vez menos daqueles dois. Passados alguns minutos voltaram para casa.
Os dois aurores recolheram suas coisas. Despediram-se de todos e foram até os jardins, de onde desapareceram.
- Desculpe-me por isso Harry – o ministro falou.
- Não é culpa sua, mas agora precisamos realmente ir ao hospital, como faremos?
- Viajarão pela Rede de Flu normal, podem ir agora se quiserem – então os três rapazes juntaram suas coisas e se reuniram em frente à lareira. Carlinhos jogou o pó e foi o primeiro a sair. Jorge saiu em seguida. Antes de ir, Harry se dirigiu ao ministro.
- Preciso trancar a casa antes de sair
- Pode deixar Harry, Arthur me deixou uma chave para alguma emergência, pode ir que eu cuido de tudo.
- Você não vem?
- Hoje não. Tenho alguns formulários para preencher, e quero falar com aqueles dois ainda hoje. Amanhã eu encontro vocês – Harry então estendeu a mão para Kingsley e se despediram. Logo em seguida desapareceu nas chamas. O ministro terminou de trancar a casa e também saiu.
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Comentem por favor, tem muitas emoções ainda por vir. Obrigado
Comentários (1)
Tenso,momento mega tenso
2013-02-12