Primeira
***
Ouvi ruídos e acordei completamente desperto – gritando. Eles haviam voltado. Toda a minha massa encefálica deu um salto e me dei conta de tudo. A dor pelo meu corpo... Quanto tempo eu havia ficado desacordado? Um dia, um minuto? Os vultos ao meu redor giravam insanamente, com suas capas pretas esvoaçando, parecendo um macabro carrossel. Eu gritava contra-azarações:
- Expelliarmus! Protego! Estupefaça!
Minha varinha não estava em minhas mãos, mas ainda assim eu gritava, tentando desesperadamente fazer com que a força da minha dor e do meu ódio materializassem qualquer coisa. Eu sabia, sabia que não sairia dali vivo. Mesmo assim, nada poderia me fazer parar. Não importava quanta dor aquela maldição imperdoável pudesse me causar, não era nem ínfima se comparada a dor de ouvir... Os gritos dela. Eu tinha, tinha de fazer alguma coisa!
Como se pudessem ler a minha mente, os canalhas voltaram a torturá-la. O sangue sobre minha face não me deixava ver muito além do viscoso vermelho sobre meus olhos. Mas os seus gemidos, suspiros e gritos, audíveis... Me sacudi, ensandecido, as cordas nos meus pulsos penetrando minha carne.
- Soltem-na, seus canalhas! DEIXEM MINHA MULHER EM PAZ! COVARDES!
Eu poderia estraçalhá-los só com meus dentes e minhas mãos. Com meu ódio! Covardes!
- FRANK! - a ouvi me chamar, num grito de dor alucinado... Aquilo me queimou como ferro em brasa.
Eu enlouqueceria. Parem! Parem! Pensava com ferocidade. Sabia que perderia o juízo ouvindo-a me chamar e não poder fazer nada, nada. Uma devastadora sensação de frustração me enchia o peito, me fazendo gritar como uma fera.
Meus músculos se retesaram de tão modo que romperam com as cordas que prendiam meus pulsos – mesmo quase rompendo os próprios pulsos. Com estrépito, saltei, ficando em pé, minha cabeça dando voltas. Eu me esforçaria pra que eles tivessem algum trabalho antes de conseguirem me imobilizar de novo. Eu teria de livrá-la daquilo! Não adiantava pedir, oferecer a minha vida... Aqueles sádicos só ficariam mais satisfeitos em descobrir o que mais me afetava. E eu não imploraria, não me curvaria diante do imundo.
Não vi quando fui atacado, se era feitiço, ou se apenas estava muito debilitado, mas o chão deslizou sob meus pés e cai, batendo forte minha cabeça no que parecia uma barra de ferro, sentido a dor me partir o crânio. Eles me agarraram. Canalhas! Imundos! Tirem as mãos da MINHA MULHER! Mas então, uma picada mortal, e cai novamente no abismo da escuridão.
***
N/A: Bom, nem tudo é tão negro qnt essa primeira sinapse. rs
A cabeça de um louco pode ser muito interessante (e qm sb, até divertida - se vc esquecer o triste da situação)... E estou tentando descobrir cada vez mais ^^.
Tenho q agradecer a Grega e a Bia que leram primeiro e disseram q tava ok pra eu postar - Brigadão, meninas! =D
É isso, comentem pra eu saber o q acharam ^^"
Bjo.
Comentários (1)
Incrível essa! E agoniante, sabe? É como se Frank estivesse me possuindo enquanto leio, como se ele tivesse me mostrando o que aconteceu através de sentimentos OOMuito F%$%!Seus pontos de vista, como sempre, os melhores.
2011-04-27