Na sala precisa



Capitulo 9. Na sala precisa.


   Harry estava desesperado. Quase todos os garotos da Grifinória haviam convidado Charlotte para sair na próxima semana de aulas, para a visita a Hogsmead. No mês seguinte, todos os garotos do sexto ano da escola haviam convidado ela. E ele simplesmente não conseguia. Numa sexta feira, acordou desanimado. Quando ele e Rony saíram do quarto viram que todos estavam amontoados em volta de um cartaz. Harry congelou. O primeiro passeio seria no próximo sábado.


   -Eu preciso convidá-la!- Disse, enquanto ele, Rony e Hermione estavam na mesa da Grifinória, tomando café da manhã. Charlotte estava falando com alguns garotos da Corvinal.


   -Então convide – falou Hermione – ela já recebeu mais de 400 convites. E recusou todos. Ela não vai fazer isso em todos as visitas a Hogsmead, Harry, ela vai acabar aceitando. Todos os meninos de Hogwarts a acham bonita. Você tem muitos concorrentes. É melhor falar logo com ela.


   Harry bufou, olhando Charlotte. Estava parecendo que haveria um baile, como aconteceu no torneio tribruxo. Na ultima vez, Harry não conseguira convidar Cho a tempo, e ela foi com Cedrico. Será que dessa vez aconteceria o mesmo?Ele teve um vislumbre de Charlotte com um vestido, de braços dados com Malfoy. Quase caiu da cadeira. Não deixaria ninguém ir com ela. Levantou-se. Tinha tomado sua decisão.


*~*~*~*~*~*~*~*~*


   Charlotte suspirou. Tinha rejeitado mais cinco convites. Quanto tempo teria que esperar para Harry perceber que ela queria ir com ele?Já tinha pensado em aceitar algum convite, para deixar Harry com ciúmes. Mas não conseguia. Só de pensar em machucá-lo ela tinha nojo de si mesma, nojo de pensar em fazer isso. Mas por que ele não a convidava?


   De repente, ela viu que Harry andava em sua direção. Ele parecia nervoso. Charlotte sorriu. Será que ele ia fazer o que ela estava pensando?Ele finalmente chegou a sua frente. Suspirou. E olhou nos seus olhos.


   -Hum...Bem, Charlotte... – ele começou –...Quer ir a H-H-ogsmead comigo?-ele gaguejou. Ela sorriu. Ficou em duvida, mas depois se decidiu.


   -Eu não ouvi direito, Harry, que tal falar mais auto?


   -Quer ir a Hogsmead comigo?-repetiu ele, sorrindo timidamente.


   -Fale mais auto!


   -QUER IR A HOGSMEAD COMIGO?-ele disse, gritando.


   Todos pararam de conversar. Olharam para eles, esperando. As meninas, surpresas, os garotos, ansiosos. Até os professores pararam de conversar. Olhavam atordoados. Snape olhava Harry, um olhar zangado e mortífero. Ela sorriu, um sorriso atordoante, Harry só olhava para ela.


   -Claro – disse ela, satisfeita – até logo.


   E saiu. As conversas haviam voltado. Os meninos olhavam zangados para Harry, as meninas comentavam o que tinham visto. Os professores voltaram a comer, Dumbledore sorriu e piscou, discretamente, para Harry. Mas ele nem notava, estava olhando para os cabelos dourados que tanto amava, sumido pelo corredor.


*~*~*~*~*~*~*~*~*


   Naquele dia Harry se sentia como se acabasse de ganhar uma partida de quadribol, mas cem vezes melhor. Todos os garotos de Hogwarts o olhavam, alguns estavam zangados, outros chocados.


   Em quase todas as aulas, só ficara olhando para Charlotte. Na aula de poções, foi impossível, mas ele a olhava discretamente. Snape parecia não gostara nada de Charlotte ir a Hogsmead com Harry. Ele notou isso quando entrou na sala de aula. Snape lhe lançava uns olhares mortíferos, que Harry vira apenas uma vez, quando o professor Lockhart estava na escola. Ele decidiu evitar andar saindo pelo castelo sozinho. Snape era capaz de matá-lo, se estivesse com tanta raiva assim.


   Saiu da sala de aula com Hermione e Rony. Charlotte passou por eles, indo na direção da sala da Profa. Mcgonagall. “O que será que ela vai fazer?” Se perguntou Harry.


*~*~*~*~*~*~*~*~*


   Ela estava pronta. Iria encontrá-la. Quase tinha contado a Profa. Macgonagall, mas decidiu não contar. Provavelmente ela iria contar a Dumbledore e este a proibiria. Então, na noite de sábado da próxima semana iria encontrá-la.


   Estremeceu só de pensar nisso. Tinha medo de descobrir a verdade.


*~*~*~*~*~*~*~*~*


   Os dias passaram voando, e Harry nem notou que já era quinta feira. Só faltava mais dois dias, 18 horas e alguns minutos para ele sair com Charlotte. Só conseguia pensar nisso. Estava comendo um pedaço de torrada, distraído, quando Hermione e Charlotte chegaram. Elas conversavam animadas, sobre o tempo. Hermione iria para Hogsmead com Rony, Harry não sabia de quase nada sobre o assunto, mas toda vez que comentava isso, Hermione corava e mudava de assunto. Talvez os amigos resolvessem seus problemas.


   -Temos que fazer aquela lição de runas antigas...Vamos fazer no sábado à noite?-perguntou Hermione. Charlotte olhou para ela de um jeito misterioso.


   -Não posso tenho que encontrar alguém – ela disse, olhando para o chão.


   -Quem?-perguntou Harry, desconfiado e com raiva ao mesmo tempo.


   -Há...Profa. Mcgonagall.


   -Não seria muito tarde para você encontrá-la?-ele perguntou, mais desconfiado ainda.


   -Eu me ofereci para ajudá-la a limpar a sala, só isso – ela murmurou, “por que ele tem que ficar tão desconfiado assim?” Pensava.


   -Hum...


   Harry ficara com ciúmes. E se ela fosse se encontrar com algum garoto?Decidiu que iria segui-la na noite de sábado, e veria o que ela estaria aprontando. Mas tinha medo do que podia ver.


*~*~*~*~*~*~*~*~*


   Charlotte acordou ás cinco. Era o grande dia. Tomou um banho demorado, e se trocou. Havia escolhido sua roupa na noite passada. Colocou uma saia preta, uma blusa rosa de mangas curtas, e um uma sapatilha. Estava muito nervosa. Saiu do dormitório e foi para o salão principal tomar café. Enquanto passava pelos corredores, era olhada por todos os garotos.


   Sorriu. Não sabia por que, mas sempre chamava a atenção dos meninos quando passava, desde que tinha completado doze anos. Na época achava engraçado, mas agora era um problema. A maior parte dos garotos do castelo queriam ficar com ela. Todas as garotas tinham pelo menos uma pontada de ciúmes. E se algum deles tentassem beijá-la?O que Harry acharia disso?


   Sentia-se radiante por Harry ter ciúmes dela. Sentia-se feliz por ele olhar zangado para cada aluno que parava para lhe admirar. E melhor ainda que ele brigasse com Malfoy, por esse ficar olhando para ela. Ele gostava dela. Era um fato. Sorriu enquanto colocava geléia em sua torrada.


   Olhou distraidamente à volta, seu olhar se fixou em três pessoas que acabavam de entrar no salão comunal. Eram Hermione, Rony e Harry. Seu coração bateu em um ritmo maluco. Será que conseguiria passar a tarde toda com ele, sem fazer ele achá-la ridícula?


*~*~*~*~*~*~*~*~*


   Quando Harry chegou no salão principal e viu Charlotte, congelou. Sentia-se estranho desde que acordara. Ficava se perguntando a mesma coisa: O que deu em mim para convidá-la?Uma voizinha no fundo da sua cabeça repetia sempre a mesma coisa: Por causa do Malfoy. Só de pensar no garoto, Harry sentiu a raiva se formar nele. O ódio que tinha por ele aumentara mortalmente desde o começo do ano.


   Sentou-se na mesa da Grifinória, olhando para o seu próprio prato. Depois de acabar, ele se levantou, na mesma hora que Charlotte. Os dois se olharam por algum tempo, e depois saíram do grande salão juntos, ouvindo as pessoas cochichando apressadas. Harry riu. Charlotte o acompanhou.


   -Aonde iremos, Sr. Potter?-perguntou ela, olhando em seus olhos, sorrindo.


   -Não sei. Veremos quando chegarmos em Hogsmead – falou Harry. Estava menos tenso. Tinha se esquecido como era fácil ficar sozinho com Charlotte. Era como se ela fosse um raio de sol, que iluminava a todos.


   Chegaram às portas do castelo. Foram os primeiros. Filch, o detestável zelador da escola, olhou para eles desconfiados, depois de verificar se o nome deles estava na lista, deixou-os ir. Filch era um aborto (filho de bruxos, que não tinha poderes mágicos), e por isso lutava contra os alunos e principalmente Pirraça. Sua gata, Madame Nor-r-ra, tinha o habito de ficar olhando os alunos, como se fosse uma monitora. Se alguém saísse dos limites na sua presença, ela corria para chamar Filch, que vinha rápido como um relâmpago.


   Harry e Charlotte caminharam para Hogsmead, conversando sobre as lojas que havia no vilarejo. Harry não se surpreendeu quando a garota começou a falar na Casa dos Gritos, ele duvidava que houvesse qualquer coisa que ela não soubesse. De repente sorriu. Ele poderia perguntar sobre seus pais, com certeza ela saberia.


   Chegaram ao vilarejo. Harry e Charlotte foram a zonko’s, Harry comprou algumas bombas de bosta, estava pensando em pregar uma peça no Malfoy. Charlotte só olhava os produtos, rindo muito. Depois foram ao Três Vassouras, pediram duas cervejas amanteigadas e se sentaram em uma mesa distante das outras.


   -Você se lembra de alguma coisa dos meus pais?-perguntou Harry, sem pensar. Charlotte o olhou com ternura, sorrindo um pouco.


   -Seus pais eram boas pessoas – ela disse, olhando para longe, distraída, como se estivesse vendo algo que Harry não via – sua mãe era uma estudante exemplar. Não desobedecia nenhuma regra, ao contrario do seu pai, e mais tarde, se tornou monitora. Ela era uma boa amiga. Ela conseguia animar você mesmo que estivesse tendo o pior dia de sua vida. Ela via o que você tinha de bom, e não ligava para os defeitos – Harry sorriu – Seu pai, por outro lado, era um pouco diferente dela. Também era um ótimo aluno, mas era muito bagunceiro. Se alguma brincadeira fosse feita, já era certeza: eram os marotos. Jogava quadribol muito bem. E ele era muito engraçado e bonito. Todas as garotas queriam sair com ele.


   -Queria que eles estivessem comigo – disse, enquanto saiam do Três Vassouras, uma hora depois.


   -Eles estão, Harry – falou Charlotte. Sentia-se muito ruim por Harry estar sofrendo – eles nunca deixaram você. Estão dentro de você.


   -Obrigada Charlotte – ele falou. Ele olhou nos seus olhos. Aproximaram-se lentamente, e seus lábios quase tinham se tocado, mas nessa hora, Rony chegou, chamando-o. Harry quase azarou o amigo.


   -Harry, vamos ver Hagrid. Ele acabou de chegar de uma missão da ordem... – ele sussurrou.


   -Sobre a ordem da fênix?-Charlotte perguntou, parecia muito interessada.


   -É – Rony disse, estupefato.


   -Bem, pode ir Harry, eu tenho que acabar uma lição de runas antigas, mesmo – ela disse, sorrindo.


   -Ta bem. Rony vai indo que eu já vou – ele falou.


   -Ta – Rony falou, parecendo irritado. Com certeza queria ouvir a conversa.


   -Eu me diverti muito com você hoje – disse ela, quando Rony saiu, contra a sua vontade – talvez nós saiamos na próxima visita – ela sorriu, e depois de abraçar Harry, saiu em direção ao castelo. Harry, com mais raiva ainda do amigo, caminhou até a cabana de Hagrid.


*~*~*~*~*~*~*~*~*


   Estava tudo certo. Já estava arrumada, tinha trocado sua roupa pelo uniforme. Estava com a varinha na manga do braço direito, caso precisasse. Só precisava esperar mais algum tempo. As garotas estavam dormindo, silenciosas. Olhou para o relógio. Era meia noite. Levantou-se, de um salto. Era melhor sair logo, ou se atrasaria.


   Saiu do dormitório sem fazer barulho, desceu as escadas e olhou a sala comunal. Estava vazia. Com um suspiro, se dirigiu a saída. Estava tão preocupada que não notou um vulto, a seguindo.


...


   Estava andando já havia um tempo, até agora, felizmente, não encontrara ninguém. Quando estava no quinto andar, quase chegando ao lugar marcado, viu uma luz. Escondeu-se rapidamente, atrás de um vaso de flores. Era Filch, patrulhando os corredores, a procura de alunos que estivessem fora de suas camas. Como ela.


   Ele estava muito perto, se andasse para frente e olhasse para os lados, a veria. Estava encrencada. Iria ser expulsa. Mas algo interrompeu seus pensamentos. Pirraça. Estava rindo, com um esfregão na mão.


   -Boa noite, Filch. Esta fazendo o que aqui?Quer brincar comigo?Estou tão sozinho, sem os meus aluninhos para brincar – riu de novo.


   -Claro que não!Estou ocupado, Pirraça, por que você não chispa daqui, antes que eu fale com o Prof. Dumbledore?


   Pirraça, lançou o seu esfregão, rindo, e este foi cair na boca de Filch, que havia aberto a boca para xingá-lo. O zelador arrancou o esfregão da boca, enquanto Pirraça ria, e começou a persegui-lo, sumindo de vista.


   -Entre debaixo da capa – disse uma voz muito conhecida ao seu lado, ela levantou a mão, pegou a capa e a jogou por cima do seu copo. Harry estava embaixo dela, sorrindo – quem diria, o que você faz à uma hora dessas nos corredores, mocinha?


   -Me divertindo, arrumando confusão – disse ela, rindo – e o que você esta fazendo aqui? A propósito, obrigada por impedir que eu fosse expulsa.


   -Bem, eu não tinha nada para fazer, então pensei em pregar uma peça em alguém – mentiu ele – e foi um prazer a tirar dessa enrascada.


   Nem bem Harry havia dito isto, Snape apareceu pelo corredor, Harry, com medo e raiva, pegou o pulso de Charlotte e a puxou pelo corredor.


   -Pense em algum lugar para nos escondermos – sussurrou ele. Charlotte entendeu. Fechou os olhos e pensou com todas as suas forças. Mas nem havia aberto os olhos quando foi puxada de novo pela mão.


   Entraram numa sala escura. Charlotte estremeceu. Tinha medo de lugares escuros. Quando era criança, tinha encontrado um bicho-papão debaixo de sua cama. Só a lembrança a deixava com calafrios. Apertou a mão de Harry.


   -Estamos na sala precisa, não é?-perguntou.


   -Sim – disse Harry, perto dela. Estavam tão próximos que ela podia sentir o seu cheiro. Corou. Naquele instante ficou feliz pelas luzes estarem apagadas. A única luz que vinha era de uma única e pequena janela. Olhou para cima. Viu uma planta, que estava brotando do teto, já estava tão grande que pendiam por suas cabeças. Ela olhou com mais atenção. Era visgo.


   -Pra que visgo?-perguntou, constrangida.


   -Para isso – sussurrou Harry. Ele não estava mais agüentando. Então se aproximou. Charlotte não fez nada para impedi-lo. Só segurava fortemente a mão de Harry.


   Seus lábios se tocaram. E eles se beijaram. Beijaram-se por um longo tempo, alheios ao resto do mundo. Para Charlotte, Harry era tudo o que existia.


   Amava Harry. Tudo não era uma paixão boba, como pensava. E não sairia do seu lado.


*~*~*~*~*~*~*~*~*


PS:Espero que tenham gostado...

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Comentários (2)

  • Gina Evans

    Sinto muito, mas se eu contar agora estraga a história. Nos proximos capitulos alguns segredos serão revelados.

    2011-04-09
  • rosana franco

    Finalmente um beijo entre eles,ela é uma vampira ou uma veela?Com quem ela foi se encontrar?

    2011-04-09
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