Aparatando



N/a: Obrigada Ana Slyterhin pelo seu comentário! As coisas estão começando a mudar para o Neville, de fato. Postando o mais rápido que consegui, por favor continue comentando! E se alguém não estiver gostando ou achar que algo na história ficou mal colocado ou mal explicado pode me avisar, de verdade!


                                                                ***
                                                    Aparatando 


Eu não tinha a menor ideia de como encontraríamos Malfoy, ou de por onde começar a procurar, na verdade eu nem acreditava que conseguiríamos sair dos limites de Hogwarts até que me vi do lado de fora, andando a esmo, com Neville meio se arrastando ao meu lado. Repentinamente eu parei e me virei para Neville, parando ele ao colocar minhas mãos em seus ombros.
-Gina... – Ele falou surpreso e sem jeito, corando automaticamente.
-Não! – Eu balancei a cabeça tentando me livrar da imagem da ultima vez em que eu o havia segurando dessa forma – Escuta, você tem que voltar, comer alguma coisa e descansar, eu acho o Malfoy e levo pra lá e interrogamos ele juntos, ok?
Parecia que ele ia protestar, mas então ele bocejou longamente e simplesmente deu de ombros. Olhou uma ultima vez para mim, como que para confirmar que eu não precisava dele, ele se virou e voltou. E então eu parti sozinha, pensando em como diabos eu ia achar aquele loiro maldito.
-É bom você aparecer logo Malfoy, ou eu realmente não me responsabilizo pelos meus atos quando te encontrar – Avisei o vazio, ainda esperando de certa forma que ele me ouvisse e resolvesse aparecer.
Segui andando mais algum tempo, até que me lembrei de uma história que o Harry tinha me contado algum tempo atrás e tive um palpite de para onde ele poderia ter ido. Foi meio correndo, meio andando e meio com a ajuda de magia que eu me vi parada na entrada na Casa dos Gritos que me dava arrepios cada vez maiores enquanto eu me aproximava dela. Hogsmeade estava tranquila e nem uma pessoa estava na rua naquele instante.
-Você me paga por isso Malfoy – Ameacei baixinho enquanto reunia a coragem necessária para aparatar.
Tão logo eu me vi dentro da Casa dos Gritos, suspirei de alivio e me abracei com força, não lembrava qual tinha sido a ultima vez que havia aparatado e mesmo assim haviam sido poucas as vezes em que eu tinha tentado, então não era de se estranhar meu medo de estrunchar.
-Malfoy? – Mais sussurrei do que chamei, com medo de que alguma outra pessoa (ou coisa) pudesse me ouvir.
Nada respondeu, e por um instante pareceu muito melhor apenas virar-me e ir embora, mas eu estava tomada de convicção de que ele estava por ali, e, portanto, eu avancei, cautelosamente, passo a passo, rumo a escuridão parcamente iluminada pela minha varinha.
-Malfoy? – Sussurrei ao ver uma figura encolhida em um canto.
Novamente o silêncio foi minha única resposta. Eu estava apavorada e cada centímetro do meu corpo berrava para que eu saísse dali, mas eu não ia desistir tão fácil depois de ter chegado ali. Hesitante, eu estendi minha mão e virei aquilo, implorando internamente que nada me atacasse.
Eu tive que levar a mão a boca para abafar o grito que subiu a minha garganta ao ver a figura pálida e banhada em suor de Malfoy. Ele parecia dormir, mas continuamente mexia os lábios como se sussurrasse algo de extrema importância e parecia se debater, embora cansado e fraco demais para conseguir de fato concretizar o ato, de forma que seus braços e pernas apenas tremiam e tentavam se agitar.
Olhei para os lados procurando ajuda, mas eu já sabia que não encontraria nenhuma, eu tinha que chegar com ele em Hogwarts e para isso teria que aparatar, e eu não gostava nada disso. Normalmente seria impossível aparatar em Hogwarts, mas uma vez que eu tinha conseguido sair dali pelo portão da frente, assim como Malfoy, supus que também conseguiria isso.
-Me deseje sorte – Pedi a Malfoy, segurando seu corpo junto ao meu – E se alguma coisa der errado, você vai pagar com essa sua miserável vidinha, eu prometo – Falei da boca pra fora, apenas porque ficar brava com Malfoy me deixava um pouco mais tranquila em relação ao que estava prestes a fazer. E assim, eu aparatei.
Eu não conseguia respirar e eu tremia de medo e nervosismo, por alguns instantes terríveis eu achei que alguma coisa ia dar terrivelmente errado, mas então eu vi a salvo;
-Funcionou! – Eu soltei o ar, com o rosto banhado de suor, respirando fundo de alívio, ao me ver no gramado em Hogwarts.
Meus braços tremiam e eu percebi que apertava Malfoy com tanta força contra o meu corpo que temi estar machucando-o, mas eu estava tão aliviada que o abracei ainda mais.
-Gina! – Harry me chamou, fazendo com que eu me virasse repentinamente, derrubando Malfoy ainda inconsciente.
-O que...? – Ele não conseguiu nem encontrar as palavras para transmitir seu espanto frente aquilo.
-Ele estava desmaiado na Casa dos Gritos – Esclareci.
-E como você o trouxe? – Ele franziu a testa examinando meu rosto com atenção.
-Eu aparatei – Murmurei ainda meio impressionada.
-E por que essa cara? – Perguntou preocupado, me examinando com os olhos, a procura de possíveis ferimentos – Aconteceu alguma coisa?
-Eu aparatei – Repeti sorrindo orgulhosa.
-Só isso? – Ele me olhou sem entender.
Eu fechei a cara irritada. Só isso?!
-Desculpa se eu não derrotei o lorde das trevas nem nada... – Murmurei irritada.
-Gina... – Ele começou a protestar quando respirou fundo – Desculpe, esquece, é só que eu fiquei com medo de ter acontecido alguma coisa...
-Tudo bem, eu exagerei agora – Dei de ombros – E o resto do tempo também.
-Fico feliz que você esteja bem – Ele sorriu – E que tenha conseguido aparatar sem problemas – Ele ampliou o sorriso – Ainda mais transportando carga junto.
-Malfoy! – Gritei repentinamente me lembrando dele.
Ele continuava caído ao meu lado na grama, pálido, suando e agitado. Eu comecei a tentar levantá-lo quando vi Harry parado com uma cara estranha me encarando.
-Não vai me ajudar? – Perguntei tentando evitar uma ponta de irritação na minha voz.
-Nós não podemos só entrar e chamar alguém? – Ele perguntou inseguro.
Respirei fundo, olhando bem para Harry e me preparava para dar uma resposta muito mal criada, quando ele murmurou um “estava brincando” e me ajudou a erguer Malfoy.
Fomos tropeçando enquanto arrastávamos Malfoy Hogwarts adentro, ele era surpreendentemente pesado para alguém tão magro. Eu estava tentando encontrar forças para subir um degrau com ele apoiado em mim, quando Harry abruptamente o tirou dos meus braços e começou a carregá-lo, sozinho, para a enfermaria. Eu fui atrás, incerta sobre o que aquilo significava.
-Entregue! – Informou Harry largando-o na primeira maca que encontrou.
-Malfoy... – Resmungou Madame Pomfrey com desagrado – Como se não bastasse ter que cuidar da peste, ainda tenho que ficar me preocupando em se ele fugiu ao não... Maldito comensal – Ela praguejou irritada.
Eu e Harry paramos atônitos, fitando a enfermeira sem acreditar que tínhamos realmente ouvido isso dela. Ela viu nossas caras e abriu um sorriso debochado.
-Vocês não acham realmente que eu ficaria feliz em ver um comensal da morte andando por ai como se estivesse tudo bem, acham? – O sorriso se alargou, sem humor nenhum – Por mim esse menino estava em Azkaban, onde é o lugar dele!
-Então por que você não deixa ele ai? – Harry deu de ombros – Você pode deixá-lo nesse estado...
-A questão não é essa – Ela balançou a cabeça sorrindo como se tivese acabado de ouvir uma grande tolice – Eu não posso simplesmente decidir quem eu acho que merece viver e quem não é bom o bastante para isso. Isso é com eles – Ela olhou para Malfoy acusatoriamente, ainda agitado sob o lençol branco – Não comigo.
E com isso, determinada, ela se virou e saiu para preparar as poções de que Malfoy necessitaria.
-Uau... – Murmurei olhando para Harry, que desviou o olhar, constrangido.
-Ainda não sei como você aparatou aqui, ou como vocês dois saíram de Hogwarts – Ele falou em uma clara tentativa de mudança de assunto – Isso não faz o menor sentido.
-Ontem a proteção foi desativada para que os visitantes pudessem chegar ao castelo – Uma voz exausta, de quem respondia quase que automaticamente, saiu do fundo da enfermaria – E com toda a confusão da festa McGonagall não teve tempo de reativá-la.
-Hermione? – Eu e Harry nos viramos rápido demais, tentando localizá-la.
-Olá – Uma figura confusa de cabelos emaranhados e rosto manchado de sono e lágrimas fez uma vaga tentativa de um sorriso ao nos ver.
Ela estava sentada ao lado de uma das camas, onde alguém repousava completamente coberto, deixando para fora apenas um tufo de cabelos ruivos.
-Rony... – Eu mal consegui pronunciar as palavras enquanto andava até ele – O que aconteceu?
-Ele estava mal por causa da coisa toda dos seus irmãos e o bebê – Ela arrastava as palavras, como se fosse dormir a qualquer instante, ou cair no choro – E ele acabou exagerando na festa e se meteu numa briga e eu não sei ao certo o que aconteceu... Acho que ele pensou que eram a Angelina e o George... – Os ombros dela começaram a tremer – Eu não sei... Eu estou com tanto medo... – Ela olhou para mim com as lágrimas descendo sem controle – Eu não sabia o que fazer...
Eu queria desesperadamente responder alguma coisa, abraçar ela, prometer que ia ficar tudo bem, mas eu não consegui, eu só fiquei paralisada vendo ela ali naquele estado, e meu irmão, sabe-se lá como ele estava. Eu só queria que todos ficassem bem, porque isso parecia cada vez mais difícil?
-Shh... – Harry murmurou ajoelhando-se para ficar cara a cara com ela – Vai ficar tudo bem, ok? Ele vai ficar novinho em folha num instante, só precisa descansar. Nesse momento, você é quem precisa de cuidados, vem, eu te ajudo – Ele a levantou gentilmente, apoiando-a nele – Vamos comer alguma coisa bem rápido então você vai dormir e quando acordar o Rony já vai estar por ai te deixando louca da vida de novo.
-Mas eu não posso deixar ele... – Ela balbuciou, com uma fraca tentativa de se soltar de Harry e voltar a sua cadeira.
-Eu fico aqui, e qualquer coisa eu te aviso – Me prontifiquei – Você PRECISA descansar Hermione.
E hesitando uma última vez, ela se deixou ser arrastada por Harry, que cuidadoso, a guiou para fora. Ela ia ficar bem. Eu sabia disso. E olhando Madame Pomfrey apressadamente de um lado para o outro consultar anotações e preparar poções soube que os dois ali ficariam bem também. E então eu vi Malfoy e senti uma pontada de preocupação por ele, e passei a me preocupar se algum dia eu ficaria bem.




Continua...

 

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Comentários (2)

  • vritupotter

    Eu fico esperando respostas ou o fechamento de tramas, mas só aparecem mais e mais coisas se abrindo hahahaha A Gina merece uma medalha de honra ao mérito por ter aparatado! E pra Casa dos Gritos ainda por cima, sinceramente, só o amor pra fazer ela parar lá.

    2021-03-02
  • Ana Slytherin

    Faz tempo que o capitulo saiu mas só agora to lendo, sorry Eu sempre adoro os capitulos!!Eu não esperava essa atitude da Madame Pomfrey !!Ai ai Rony sempre aprontando E já to esperando o proximo!!! 

    2012-09-09
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