capítulo um;
Capítulo Um
Ou Time Is Running Out
Gabinete A; 08:59h; Segunda-feira
Rosie estava no banheiro e estava inconformada.
Um acompanhante? Uma pessoa que estaria ao seu lado nas horas de trabalho? Rosie detestava trabalhar em conjunto. Saia-se bem melhor sozinha, porque era extremamente cuidadosa e atenta. Agora se aquele Malfoy iria cruzar o seu caminho... bom, as coisas tinham que mudar. Tinha que estipular regras de convívio, ao menos. É... As regras sempre funcionaram nas mãos da ruiva.
Jogou a toalhinha de papel no lixo e se olhou no espelho. Seu cabelo estava em ordem, mas sua expressão não estava nadinha complacente. Estava lívida de ódio. Ajeitou a franja e decidiu sair dali com a cabeça erguida. Nada poderia abalar Rose Weasley. Nem mesmo um sujeitinho arrogante como Scorpius Malfoy.
Retornou à sua sala, onde Malfoy e Boris a aguardavam.
Malfoy sorriu impaciente quando ela chegou, e Boris apenas assentiu contente por tê-la de volta.
- O que fazemos primeiro? Vamos atrás de Cornélio Luff? – Rose perguntou de má vontade, sem deixar alguma brecha para o parceiro.
- Não, vocês irão refazer os passos de Tamara.
- E começamos por onde? – Scourpius quis saber, interessado e sério.
- Consta na ficha recente que recebi que ela foi a um show de uma banda conhecida dela. A irmã dela, aliás, Libby, é a empresária da banda – Boris disse, remexendo no jornal matinal.
- Tamara tem uma irmã? – Rosie perguntou surpresa.
- Libby é a mais velha e sempre está viajando com a banda, por isso as duas mal se falavam – o chefe disse.
- E onde podemos encontrar a banda ou Libby?
- Neste endereço – Boris apontou para a tela do computador de Rosie.
- Desculpe a intromissão, mas o que uma banda poderia querer com Tamara? – Malfoy perguntou, estranhando os fatos.
- A vocalista era amiga de colegial de Tamara. Vocês podem arrancar boas coisas da menina.
Rose rolou os olhos, impaciente. O Malfoy já era uma pedra no sapato há menos de dois minutos.
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Rua Fleet Street; 09:35h; Segunda-feira
- Esse lugar cheira a vômito – Malfoy sinalizou, franzindo o nariz.
- Ah, seja mais durão, homem! – Rosie exclamou.
- E se não quiserem nos receber?
- Somos a polícia – Rosie disse com o semblante incrédulo.
- Será que encontraremos Libby?
- Acho que pela barulheira a banda está ensaiando, se isso é música – ela falou com desaprovação na voz.
- Sinceramente, nunca ouvi falar dessa banda. E que nomezinho, hein. Golden Summer, fala sério. Eu na segunda série inventava nomes melhores. Onde eles pensam que estão? No set da Disney?
Rose se limitou a bufar baixo e rolar os olhos.
Bateram à porta. O guincho da guitarra não cessou e as batidas fortes da bateria não diminuíram.
Apertaram a campainha incessantemente, até que uma garota com a expressão muito aborrecida os atendeu.
- O que é? – a loira disse com selvageria.
- Somos a polícia. Você é a vocalista? – Rose disse com autoridade.
- Não, eu sou Libby, a empresária da Golden Summer – a outra disse.
- Ah, você é a irmã da Tamara?
Libby ficou impassível, mas seus olhos se encheram de lágrimas.
- O que querem?
- Precisamos fazer algumas perguntas para você e para a banda. Eu soube que na noite de ontem, às nove, Tamara estava em um show da Golden Summer – Malfoy se adiantou e disse, no mesmo tom absoluto de Rose.
- Sim, ela estava, nós até nos falamos antes do show, porque ela assistiu tudo do backstage... – Libby disse.
- Muito bem, deixe-nos entrar, por favor. Desculpe-me por isso, mas é necessário.
- Não, tudo bem. Eu sei que sim – Libby abriu a porta para dar passagem à Rose e Scorpius - Minha irmãzinha... ela era tão talentosa, tão especial. Sei que não nos falávamos com freqüência, mas ela era a minha protegida, entendem.
A banda estava na sala não muito espaçosa, decorada com quadros de estrelas do rock e de bonequinhas estilo mangá.
- E aí? Quem são eles, Libby? – a menina do cabelo azul anil quis saber com descaso na voz. Tinha um piercing no lábio inferior e outro na sobrancelha direita.
- Hm, são da polícia. Querem nos fazer algumas perguntas.
- Ah, tudo bem, então – a menina colorida voltou a sentar no puff rosa e estampou no rosto um ar amável.
- Vocês duas tinham problemas de relacionamento? – Rose perguntou a Libby.
- Não, nós éramos muito unidas na adolescência, tanto é que foi ela que me arrumou a Golden Summer. Ela sabia que Adelaide queria montar uma banda, mas que precisava de uma empresária.
- Vocês nunca discutiram feio?
- Ah, claro que sim – Libby deixou escapar um riso – Mas você sabe, duas semanas depois estávamos abraçadas na varanda de casa. Tammy nunca gostou muito de ficar brigada com as pessoas.
- Certo – Malfoy falou – Agora me conte como foi a noite de ontem.
- Bem, acho que eu posso contar essa parte. Ao menos a parte do começo, porque Libby não estava lá – Adelaide disse com vigor.
- Muito bem – disse Rose, encorajando a menina.
- Bem, nós passamos o show perto das seis da tarde no pub onde nos apresentamos e logo em seguida estávamos indo até ao apartamento de Tamara, porque tínhamos combinado que chegaríamos juntas para o aquecimento da banda.
- Você notou algo de diferente nela? Ela lhe falou de alguma perda, de algum transtorno?
- Não, Tamara era muito fechada, sabe. Ela preferia escrever a conversar sobre si mesma – Adelaide fez formar uma sorriso de desculpas nos lábios vermelhos.
- Sei, mas ela lhe falou sobre algum medicamento ou sobre algum planejamento para o dia de hoje?
- Ah, vocês acham que ela se suicidou?
- Não é bem assim, porque escreveram “MORRA” no pulso dela.
- Ela mesma poderia ter escrito aquilo – opinou Scorpius.
- Escreveram “MORRA”? – Libby levou as mãos até a boca – Mas quem iria quer matá-la? Tammy era uma menina tão fofa.
- Fofice não é escudo para ódio – Rose disse.
Rose e Malfoy focaram em Adelaide mais uma vez.
- Continue. E aí? Aconteceu algo de estranho com ela durante a apresentação de vocês?
- Bem... – a menina do cabelo azul ficou sem graça – Nós estávamos prestando atenção nos garotos e nas garotas que estavam cantando conosco, não em Tamara.
- Certo, mas quando o show terminou...
- Ah, bem, nós voltamos para o backstage, atendemos alguns fãs e levamos Tamara para casa. Ela não parava de falar que tínhamos arrebentado e que estava orgulhosa de nós – Adelaide sorriu com tristeza, lembrando-se do momento.
- Foi só isso? Vocês não subiram até ao apartamento dela por nenhum minuto? – Scorpius quis saber.
- Ah, o Jeremy subiu, porque ela disse que iria nos dar uma caixa de Coca-Cola.
- Sei – Rose olhou para os meninos – Quem é Jeremy aqui?
Um menino magro de óculos se auto-indicou, mostrando-se tranqüilo.
- O que aconteceu lá dentro do apartamento?
Jeremy piscou e piscou antes de responder.
- Bem, ela foi até a dispensa, pegou a caixa de Coca-Cola, entregou-me, eu lhe disse boa-noite e desci – ele deu de ombros.
- Nada mais?
- Não, você acha o quê? Que eu matei a pobre da Tamara? Ela mal tinha amigos!
- Como assim mal tinha amigos? – Rose perguntou.
- Depois que entrou na faculdade e começou a vender livros com 19 anos, todo mundo meio que virou as costas para ela, entende. Muita inveja rola nesse meio, sabe. Quando você se torna famoso, até mesmo os cachorrinhos passam a te odiar, sabe.
- Então... Tamara era mais odiada do que amada, é isso? – Scorpius finalizou.
- Bem, não é bem isso. Quero dizer, ela era escritora, pelo amor de Deus. É diferente do que você querer ser alguém no mundo da música – Adelaide disse revoltada.
Scorpius e Rose ficaram calados por um instante.
Então a ruiva virou-se para Libby com extrema perspicácia.
- Como era o relacionamento da Tamara com seus pais?
- Bem, meu pai não ligava muito para nós, sabe. Ele é um homem de negócios e mal para em casa, consequentemente mal ia nos visitar, sabe. Mas ele e a Tamara eram bem próximos. Meus pais tinham muito orgulho de Tammy – Libby respondeu com a voz vacilante.
- Muito bem, acho que temos o bastante – Rose disse, virando-se para o parceiro pela primeira vez.
- É, acho que o negócio de vocês é só... tocar – Scorpius pigarreou.
- Se quiser aparecer num show nosso, podemos arranjar ingressos de graça – Jeremy disse.
- Isso é uma bajulação ou uma chantagem emocional? – Rose estreitou os olhos.
O menino dos cabelos em cachinhos, que estava perto de uma das guitarras riu.
- Whoa, calminha aí, amiga. Só estamos querendo fãs.
- Nós somos peritos, não fãs – Rose respondeu com frieza.
- Além do mais, que tipo de nome é esse? Golden Summer? Por acaso Green Day já não é um nome esdrúxulo o bastante? – Scorpius falou com a testa franzida.
- O que você tem contra a música, cara? – o loiro, possivelmente baixista, rebateu em um tom seco.
- Nada, mas isso é realmente...
- Ah, por favor! – Rose repreendeu baixo, dando uma cotovelada nas costelas de Malfoy.
Os integrantes masculinos da banda amarraram a cara e Adelaide apenas se concentrou em lixar as unhas.
- Bem, se não pretendem fazer mais perguntas, acho que é melhor eu os acompanhar até a porta. Sabe, temos que ensaiar para o show de amanhã.
- Então vocês vão ter que ensaiar pela eternidade – Scorpius disse sarcástico.
A banda e Libby endureceram as faces, irritadas.
- Tudo bem, talvez eu não tenha excepcionalmente adorado aquela música que vocês estavam praticando – desculpou-se ele.
- Malfoy – Rose disse entre dentes – Vamos.
Libby percorreu a sala e abriu a porta para os detetives policiais.
- Quaisquer dúvidas voltem. Vou deixar meu cartão com vocês se rolar algum imprevisto e eu não estar aqui com a banda – Libby disse, catando um cartãozinho, que no canto tinha uma guitarra verde estampada. Estendeu-o para Rose.
- Obrigada, talvez seja necessário – Rose disse imperturbável.
Disseram um tchau breve para a banda, que não respondeu (provavelmente porque tinha acabado de ter o ego musical ferido por Malfoy), e logo estavam no corredor úmido e fétido.
- Sabe, quando eu tinha vinte anos, eu escutava Red Hot Chili Peppers, não Simple Plan. Aliás, o Simple Plan ainda existe? – Scorpius disse, como se estivesse em um monólogo.
- Isso vai mudar a sua vida, por acaso? – Rose explodiu.
- Não, mas alguém tem que fazer essa gente desistir de fazer música.
- Eles ainda são imaturos, só querem curtir – Rose revirou os olhos azuis, impaciente.
- E qual é a moral daquela vocalista ter o cabelo azul? Ela quer virar sinônimo de quê? De algodão-doce?
Rose preferiu não retrucar, porque em sua mente estavam passando as piores respostas.
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Rua Hay’s Mews; 10:13h; Segunda-feira
- A mãe dela? Tem certeza?
- Não é por que um adulto é pai ou mãe que é inteiramente responsável em seus atos. Já solucionei casos de pais que sufocaram os filhos.
- Mas não foi assim que Tamara morreu – Malfoy disse - Não encontraram fibras nos pulmões dela nem hematomas em torno de sua garganta...
- Achei que você fosse bom no que fazia, mas pelo jeito você se convence facilmente – Rose disse.
- Eu só estou seguindo minha experiência.
- Então pelo visto não tem experiência alguma – a ruiva murmurou.
- Por que você é sempre tão desconfiada?
- Quando eu tinha sete anos, eu tinha um gato. E um dia ele sumiu. Dias depois, encontraram-no envenenado no pátio do vizinho. Nosso vizinho, na época, era um senhor muito gentil, que vivia assando cookies para os netos. A partir daquele dia, eu parei de confiar nas pessoas – Rose disse com a voz muito energética.
- E foi aí também que parou de agir como uma humana capaz de amar? – retorquiu Scorpius.
Rose parou no meio da calçada.
- Não lhe devo satisfações. Logo, logo nunca mais precisaremos nos ver.
- Espero que essa hora chegue rápido – ele disse.
- Eu também – ela concordou com fúria.
Andaram em silêncio.
- Por que a mãe dela a mataria? O que ganharia com isso? – Malfoy tornou a resgatar o assunto.
- Dinheiro, reconhecimento.
- Mas como sabe que, se Tamara morresse, os pais teriam direito à herança dela?
- Simples: a maioria do dinheiro era mandada a uma conta conjunta, e o banco lhe assegurava que, em caso de morte, as libras passavam para o parceiro vivo.
- Isso estava na ficha dela?
- Não, mas achei que como Libby mal se falava com Tamara, os pais tinham quase total controle da herança da filha mais nova.
- Mas isso ainda não é uma prova.
- E é por isso que estamos indo até a casa dos Novak.
- Acha que os dois planejaram?
- Tudo é possível nesse mundo, meu caro. Já lidei com casos de melhores amigas que mataram a outra por conta da popularidade, por conta de bulling e por conta de inveja. E pelo o que presumia, Tamara era um tanto quanto reclusa da família. Estava mais mergulhada nos próprios mundinhos que criava.
- Acha que ela tinha alguma síndrome? Tipo, autismo ou Asperger?
- Pessoas comuns são bastante qualificadas a escrever e a ser criativas, sabia?
- Foi apenas uma suposição.
Caminharam por mais alguns metros e levantaram os olhos para o grande prédio. Os Novak, depois dos livros da filha, pelo jeito, estavam sendo muito bem cuidados, a julgar pelas luxuosas sacadas.
- Uau, e pensar que eu moro em uma quitinete! – Scorpius riu amargamente.
- Ah, é, que pena. Pensar também que nem dá para fazer uma festa lá dentro da quitinete! – ironizou Rose em tom entediado.
- É verdade, não caberia nem um cachorro lá dentro – ele disse.
Rose revirou os olhos e chamou e apertou ao interfone.
- Quem é? – a voz disse.
- Somos policiais. Temos que trocar umas palavrinhas com os Novak – Scorpius falou.
- Aguardem um instante – o homem pediu.
- Onde será que eles passam as férias? Em Dubai?
- Quer calar a boca e se concentrar no seu trabalho antes que eu meta um soco na sua cara? – Rose exclamou irritada.
- É o que dizem – ele riu.
- O que dizem? – ela esquadrinhou os olhos azuis.
- Que as ruivas são irritadas.
- Não sou irritada, eu só tenho foco e não gosto quando alguém me atrapalha, como você está fazendo desde que chegou a minha sala.
- Eu sou o seu parceiro. Temos de trabalhar juntos.
- Quer parar de me lembrar disso? – ela disse enfurecida.
- Está vendo? Você está irritada.
- Você me deixa irritada!
- Sabe por que os lobos caçam em matilha?
- Por que são bobos?
- Não, porque eles sabem o significado da palavra compartilhar.
- Eu não quero compartilhar nad...
- Senhor? – o homem do interfone chamou.
- Pois não?
- Vou abrir para vocês. A senhora Novak está em casa e irá recebê-los.
- Obrigado – Scorpius disse.
O portão de aço se abriu com um estalo. Os dois passaram por ele e logo chegaram ao lobby do edifício.
- Olá – o porteiro disse – O número do apartamento dos Novak é 744 e fica no sétimo andar.
- Sério? Não me diga que fica no sétimo andar! – Scorpius disse.
- Bem, fica – o porteiro deu de ombros, sem saber o que responder.
Malfoy não respondeu, apenas seguiu Rose até o elevador.
- Você podia ter deixado quieto.
- Eu tenho intolerância a perguntas idiotas – ele disse.
Assim que chegaram ao sétimo andar, perceberam que a senhora Novak já os aguardava à porta. Estava vestida com elegância.
- Policiais, não? – a senhora sorriu melosa.
- É - confirmaram juntos, Rose e Scorpius.
- Entrem, entrem – ela disse gentilmente.
- É a respeito de Tamara, não?
- Sim, somos a, hm, equipe que está investigando o caso – Rose respondeu, olhando Scorpius com relutância.
- Fiquem à vontade – ela os conduziu para dentro do apartamento – E façam quantas perguntas forem necessárias.
- Faremos – Malfoy confirmou.
Os três sentaram-se no espaçoso sofá cor de cereja.
- São perguntas básicas, okay – Rose avisou.
- Claro. Eu sei que precisam disso de praxe para solucionar o caso – a senhora fungou.
- Eu sinto muito – Rose disse.
- Está tudo bem – a outra respondeu com a voz embargada.
- Então... como era o relacionamento de você com ela?
- Tamara sempre foi uma menina meio esquisitinha, sabe. Ela vivia num mundo só dela e poucas vezes dava passagem a nós. Era como se suas histórias fossem reais e a realidade fosse fantasia. Ela era muito talentosa. A primeira vez que li algo escrito por ela, Tamara tinha seis anos. Ela sempre foi muito precoce e aprendeu a escrever antes do esperado.
- Mas vocês tinham discussões com freqüência ou algo do gênero?
- Não, Tamara era uma pessoa muito calma, raramente se irritava ou se estressava com algo. Ela era meio distante de nós. Acho que ela se desapegou de nós muito rapidamente. Para mim, ela ainda era uma criança quando entrou na faculdade. E ser assassinada aos vinte e um anos não é algo que algum de nós imaginava! – o choro dela rapidamente encheu a sala.
- Quer um copo d’água? – Scorpius perguntou.
- Não, obrigada, querido – a senhora respondeu.
- Como sabe que ela foi assassinada?
- Ela lutava contra qualquer tipo de violência, sabe. Ajudava crianças em momentos de crise, em momentos de fragilidade. Ela nunca que iria dar o exemplo errado para aquelas crianças.
- Talvez tenha dado – Malfoy disse – Ora, ela não era santa!
- Ela nunca apresentou quadros de depressão ou qualquer outro distúrbio? – Rose perguntou, ignorando Scorpius.
- Ela era muito alegre, muito viva, apesar de sempre represar os sentimentos.
- E por que ela represava os sentimentos? Ela presenciou alguma cena traumática?
- Não, sério que não. Tamara era muito desligada do mundo. Era muito distraída. E era bastante tímida também. Libby nunca entendeu Tamara, mas as duas se davam bem.
- Interrogamos Libby agora a pouco.
- É mesmo? – a mulher ficou surpresa.
- É, acho que elas tinham algum problema de comunicação.
- Não, é que Tamara sempre foi de preferir o silêncio a uma conversa familiar. Como eu disse, ela era muito tímida e se excluía muito de qualquer círculo de pessoas.
- Ela tinha problemas de se relacionar com pessoas?
- Claro.
- Então, não é nenhum namorado na parada? – Scorpius perguntou.
- Ela era uma menina muito ocupada, vivia escrevendo, não tinha tempo para meninos – a mãe disse.
- Tem certeza?
- Eu saberia.
- Certo, e vocês já sabem o que irão fazer com todo o dinheiro que Tamara deixou?
- Vamos providenciar o que ela desejava.
- E o que ela desejava?
- Desejava ser solidária ao máximo. Então, iremos doar o dinheiro a instituições.
- Irão simplesmente doar?
- Bem, grande parte, sim. Porque ela nos deixou um pouco.
- Ela deixou dinheiro para vocês?
- É, na poupança.
- Ah, muito bem. Acho que... é só.
- Espere. Não perguntamos sobre o relacionamento com o pai – Scorpius falou olhando para Rose.
A mãe fungou mais uma vez e disse:
- Meu marido, desde que as meninas eram crianças, é muito ocupado, entende. Eles poucos se falavam, realmente, mas acho que tinham um relacionamento estável.
- Podemos voltar outro dia para interrogá-lo?
- Claro, mas acho que vai ser difícil.
- Bem, temos tudo o que precisamos – Rose disse, por fim.
A senhora encaminhou-os até o corredor e logo estavam novamente no elevador.
- O que achou das afirmações dela? – Scorpius perguntou à Rosie, quando entraram no carro.
- Convincentes, até. Mas não podemos excluí-la do bolo de suspeitos. Ainda não temos nenhuma base concreta.
- Não achava que iria ser fácil, achava? – ele riu.
- Crimes nunca são fáceis de desvendar – ela disse com mau humor.
- Ainda acha que foi suicídio?
- Seria muito fácil se fosse – ela respondeu.
- Você quer sempre as coisas complicadas, hein.
- Simples: pessoas complicadas almejam coisas complicadas.
- Voltamos para a sede?
- Não, precisamos visitar outra pessoa ainda.
- Quem?
- O editor de Tamara.
- Achei que já tivessem cuidado dele.
- Eu quero interrogá-lo.
- Por que um editor mataria a pessoa que a faz trabalhar e ganhar dinheiro?
- As respostas poderiam ser infinitas, querido.
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N/a: então, né. A minha beta foi bem rapidinha e estou postando o capítulo um. Comentem que logo o dois vem *-* Obrigada pelos comentários *-* Beijo beijo :*
N/b: OMG, Rose e Scorpius agindo como casal na discussão *-*. Eu sei, eu sei, podem me chamar de louca, mas para mim, eles estavam agindo como se fossem casal e ponto final. Anyway, a o capítulo ficou divo *-* e ainda terminou com uma boa resposta *-*. Quero mais T-T.
Nina H.
28/02/2011
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