prólogo;
Prólogo
Ou Cookies And Coffees
Gabinete A; 08:34h; Segunda-feira.
Escritora de “Chuvas de Estrelas” é encontrada morta em seu apartamento de Londres.
A escritora da trilogia Chuva de Estrelas, Tamara Novak, foi encontrada morta na última segunda-feira em seu banheiro, no apartamento privado de Londres. Os médicos legistas ainda não sabem exatamente o que ocasionou o falecimento de Tamara, mas segundo fontes próximas poderia se tratar de uma overdose de Diazepam, um medicamento ansiolítico. Cornélio Luff, amigo e editor da escritora, encontrou-a inconsciente na banheira, e logo depois a morte foi confirmada. “Ela sempre estava alegre, sempre estava com um humor saudável, ninguém esperava por isso”, disse Patricia Novak, mãe de Tamara.
Além de escrever os dois primeiros livros da saga Chuva de Estrelas, Tamara já publicou A Casa do Lobo e Alianças Sem Volta. Infelizmente Tamara faleceu antes de finalizar o último livro de Chuva de Estrelas, o que deixou muitos fãs da história chocados e descontentes. Produtores de Hollywood estavam cobiçando a saga para o cinema, porém ninguém sabe o término desta página. Tamara, que ano passado foi consagrada uma das melhores escritoras policiais do país, já vendeu mais de quarenta milhões de livros só no condado de Surrey, local onde nasceu, e já arrecadou mais de dois milhões de libras em caridades para orfanatos e donativos a necessitados.
x.x.x
Ela era uma solteirona. Solteirona.
Rose não estava despedaçada, não, isso nunca. Rose era uma mulher bastante forte emocionalmente. E embora não quisesse aceitar o término de namoro com Ryan Thompson não estava enrolada em uma colcha de retalhos às 08:34h da manhã em plena segunda-feira.
Rose Weasley era a princesinha daquele lugar. Ela era bem vista por todos e tudo o que mais a satisfazia era espalhar justiça pelo centro de Londres. E Rose não estava em casa na segunda-feira de manhã, porque não podia permanecer por muito tempo em casa. As ruas pediam – imploravam – por sua ajuda. Então, Rose estava em seu gabinete. Ela, sendo a perita criminalista mais influente da área podia ter certas regalias como um gabinete próprio. Lá, ela podia atender os telefonemas da mãe e telefonar para outros gabinetes, inclusive em outras sedes.
Aquela manhã tinha vingado como todas as outras. O tráfego estava lento, o café estava frio e as bolachas, murchas.
Mas, quando Wilson Mackenzie interrompeu por sua porta, baforando e com os olhos arregalados, Rose notou que Wilson não apenas precisava largar os cigarros, como também deveria parar de se impressionar com os casos que a sede recebia dos crimes locais. Ela calmamente pousou os cookies no pratinho e ajeitou os óculos.
- Nossa, Wilson, quanta delicadeza logo pela manhã. Muito obrigada – Rose disse com muita ternura.
- Foi mal, Rosie. Mas você chegou a abrir o jornal na parte policial hoje? – Wilson parecia um lunático procurando o maço de cigarros no bolso da calça jeans.
- Eu acabei de chegar, querido – Rose falou com desinteresse, mexendo o café aguado.
- Bem, então é melhor você abri-lo. Boris já irá chegar e disse que é para lermos a primeira notícia. Acho que será o caso da semana – Wilson escolheu uma bituca de cigarro de dentro da caixinha azul com hesitação.
- Caramba, Wilson, o que eu já lhe disse sobre não fumar aqui dentro? Pode, por favor, respeitar a minha alergia a drogas inaladas? – Rosie rosnou com os olhos frios – Quem morreu?
Wilson olhou triste para o cigarro na mão, mas devolveu o maço ao bolso antes que Rosie pudesse lhe tomar (coisa que ela vivia fazendo). Caminhou até mais perto da mesa de Rosie e puxou o jornal matinal ainda enroladinho. Folhou-o até quase a pagina central, correu os olhos pela folha e passou-o para a chefe.
- Tamara Novak – ele lhe respondeu.
Rosie piscou algumas vezes para a foto fora de foco, onde depositava um corpo muito alvo atirado dentro de uma banheira com adornos dourados, e quando leu a manchete seu rosto ganhou um ar de incredulidade.
- A escritora? – a voz dela ondulou a sala num tom chocado.
- Exato. Parece que foi overdose de remédio para ansiedade. Diazepam – Wilson lhe disse.
- Eu cheguei a ler Alianças Sem Volta – Rosie comentou, mas logo abaixou o jornal e se mostrou interessada em partir para seu trabalho – A que horas a morte foi oficializada?
- Perto das seis da manhã. Dafne acabou de receber o relatório do médico legista e, ainda que não tenham mencionado isso na notícia do jornal, foi encontrada em seu pulso direito a palavra “MORRA” feita por um canivete barato e enferrujado.
- Mutilação?
- Não, não tocaram em nenhuma outra parte dela. E não há sinais de estupro – Wilson disse, febril.
Rosie sabia que Wilson estava agitado porque necessitava de seus malditos cigarros perfumados.
- Boris disse que estaria aqui dentro de quantos minutos? – ela quis saber.
- Hm, bem, ele não especificou isso – Wilson estampou um sorrisinho sem graça na face.
- Muito bem. Assim que ele chegar, por favor, avise-me – Rosie disse com energia, sugerindo que ele, enfim, saísse de seu gabinete.
- Pode deixar – Wilson disse, aliviado por poder se enfiar na sala dos empregados para fumar com calma.
Então, retirou-se com uma aceno breve.
Rosie resgatou a notícia da morte de Tamara Novok e leu-a com calma.
Mas as palavras que cabiam no quadrado imposto do jornal não lhe deixavam escapar muitos detalhes ou pistas. Era meramente uma notícia como todas as outras.
Suspirou por saber que as segundas-feiras de sua rotina nunca eram parecidas com as dos vizinhos. As dos vizinhos começavam com uma caminhada até a padaria, para comprar pão, e então se estendiam com preguiça até às 9h, horário em que muitos estavam saindo para trabalhar. Logicamente, muitos desses vizinhos eram empreendedores ou executivos e não tinham nem a metade da responsabilidade que Rosie sentia carregar todos os dias.
Alguns minutos se passaram e Rosie pôde ouvir o burburinho dos funcionários do lado de fora. Muitos carregavam o jornal matinal e apresentavam semblantes desiludidos.
Quando ela decidiu se abastecer de um pouco mais de café (o da máquina, não o do bule, pois este era muito fraco), Boris bateu na porta com vigor. Ela o viu pelo vidro e assentiu, sinalizando que ele podia entrar.
- Olá, Rosie – Boris, o chefe do departamento em que todos ali atuavam, disse-lhe com humor na voz.
Rose adorava o bom humor matinal do chefe. Ele podia estar enfrentando o pior dos dias, mas sempre sorria e demonstrava uma habilidade descomunal para deixar todos para cima.
- Bom dia – ela lhe retribuiu com formalidade.
Ela notou o relatório completo de Tamara Novak na mão de Boris e reprimiu o impulso de lhe arrancar.
Ele sorriu brevemente e então depositou a ficha do novo crime em pauta na mesa de mogno de Rosie.
- Prevejo que você já sabe quem é o nosso caso da semana – Boris falou.
- Wilson me disse – Rose disse com graciosidade.
- Sempre o delator – Boris balançou a cabeça teatralmente, com humor.
- Então, por onde começo? Pelo apartamento? Ou o senhor encontrou algo incriminador em outro ponto da cidade?
- Não, não. Não coloque a carroça na frente dos bois, minha querida Rose – seu chefe lhe disse.
- Terei de interrogar algum suposto acusado? – Rosie ficou surpresa. Isso nunca lhe acontecera antes! Será que isso queria dizer que Boris confiava ainda mais nela?
- Não, nada disso. Ainda não temos nenhum suspeito. Claro que teremos de interrogar o tal do Cornélio Luff, mas o Patrick já está cuidando disso.
- Então... por que não estou autorizada de fazer o meu trabalho? – Rose apertou os olhos, irritada.
- Porque quero que você conheça o seu parceiro para este caso – Boris lhe disse com gentileza, sem demonstrar se abalar pelo comportamento de Rose.
Rose achou que fosse mais uma frase sarcástica do chefe, porque Rose Weasley trabalhava sozinha. Ela era quem ia com a perícia até o local do crime e era ela também que conversava com os médicos legistas quando algum suspeito de algum crime apresentava síndromes esquisitas, e que ela não podia explicar.
- Eu não preciso de um parceiro – a ruiva disse, taxativa.
- Rose, eu sei que é complicado entender isso, mas duas mentes pensam mais do que uma, entende? A mulher que morreu não era a sem-teto ali da esquina. Era uma escritora famosa. Precisamos de reforços.
- Eu posso dar conta do caso sozinha.
- Sei o quanto você é engenhosa, mas entenda que não estou fazendo isso porque a desconsidero, okay? É apenas uma medida necessária.
Rose bufou baixo.
Não podia admitir aquilo! Ela sempre trabalhou sozinha! Nunca precisou de ajuda!
- Quem é o meu parceiro? – ela perguntou, por fim.
- Scorpius Malfoy. Ele é da sede C. Atua perto da zona Leste.
- Hm – ela revirou os olhos, aborrecida.
Boris, então, foi para a porta e disse algo para alguém que estava no corredor.
Scorpius entrou triunfante no gabinete. Analisou a mobília com escárnio e ajeitou a franja loira que lhe caía sobre os olhos azuis acinzentados. Vestia um paletó claro, quase cor de marfim, e um sapato de executivo.
- Prazer, eu sou o Malfoy – o loiro disse, estendendo a mão.
Rose olhou.
Nunca que apertaria aquela mão! Ele certamente estava achando que ela era muito frágil para sustentar um caso como aquele!
- Weasley – ela disse, de má vontade.
Boris bateu palma.
- Então, podemos começar!
;;;
N/a: então, né. Eu jurei para mim mesma que eu tinha que parar de criar fics, mas a Paty me pediu uma e eu não tive como negar. Além do mais, vou poder deixar o meu dom policial fluir nessa fic. Espero que tenham gostado do prólogo. Eu nunca escrevi Rose/Scorpius, mas né. Vamos ver que bicho vai dar. Beijo beijo ;*
N/b: Ai meu deus, eu amei esse prólogo, além do mais, recentemente me tornei fã do casal R/S. Eles são divos, mas essa escritora resolveu juntar com drama policial, outra coisa que eu amo, que acabei tendo infarto quando ela me contou. Tive que pedir se eu podia ser beta e fui aceita *---* Quero mais, adorei o final do prólogo. Quando vem o primeiro capítulo?
Nina H.
23/02/2011
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