Viu O Que Não Devia



 


 


 


 –Seu final de semana já está disponível. - falou Greyback. – aproveite-o bem, por que se eu souber que você anda traindo o grupo...


– Eu não vou falar nada. – falei feliz. Afinal ficar longe do grupo de Greyback era um presente bem vindo.


Saí daquele lugar com uma certa esperança.logo, logo ia ver Tonks, pedir desculpas por não ter me despedido. Eu simplesmente amava aquela garota, ela trazia cor, esperança e luz para a minha vida. Era verdade que antes eu estava com medo, estava afastado. Não sou digno de seu coração, mais a vida me pregou essa peça e eu vou aceita-la. Como se diz o ditado trouxa, ’’ a sorte só bate uma vez na mesma porta’’, e essa sorte era Ninfadora. Como o lugar que eu estava era bem distante, tive que caminhar bastante para poder achar um local seguro para poder aparatar.


Consegui aparatar no quintal da Toca, logo tratei de andar até a casa. A casa parecia deserta, mais ele não desanimou, bateu um pouco na porta e esperou. Uma voz feminina perguntou quem era.


–Sou Remo João Lupin, sou lobisomem, meu apelido é Aluado, tenho...


A porta se abriu e logo uma senhora baixinha, gorducha e ruiva saiu de dentro da casa. Molly Weasley me abraçou e logo em seguida me soltou dizendo.


– Remo, que bom ver você. - falou me examinando de cima para baixo. – Mais você está muito magro, ande entre que eu preparo um bom prato de sopa para você.


– Desculpe Molly, mais estou com pressa, preciso encontrar... – falei. – Ninfadora está ai?


– Não filho, Tonks está no largo Grimmald.


– No largo Grimmald? Fazendo o que?– perguntei desconfiado.


– Ela está em uma missão. – olhei surpreso, e logo Molly continuou a me explicar. – Dumbledore pediu para ela examinar alguns artefatos na casa, ver se acha alguma coisa suspeita.


– Molly eu tenho que ir, eu preciso falar com ela...


– Claro querido, não vá magoá-la.


– Tchau Molly.


Sai apressadamente para o quintal da Toca e aparatei pensando no largo Grimmald.


Cheguei a frente às conhecidas casas de número onze e treze e pensei nas palavras certas. Logo uma casa com o número doze gravado apareceu em minha frente e eu não hesitei em entrar.


A casa estava uma escuridão, continuei andando pelo corredor e logo cheguei a sala onde não encontrei nem um vestígio de Tonks. Continuei minha busca na cozinha e logo vi várias xícaras de porcelana quebradas, não pude conter um riso. Tonks provavelmente tinha tropeçado ou deixado as xícaras caírem. Foi quando fui andando mais na frente que observei um liquido pegajoso, me abaixei e toquei o liquido. Era sangue, logo a preocupação tomou conta da minha mente. Tonks estava ferida, poderiam os comensais ter invadido a casa e machucado Tonks, ela podia estar morta.


Balancei a cabeça em sinal negativo, ela tinha que estar viva. Provavelmente estava lá em cima relaxando, ou fazendo curativos. Subi as escadas, e por um tempo só tive a companhia das cabeças dos elfos penduradas, logo depois cheguei ao corredor e uma certa voz na minha cabeça me dizia que Tonks estava no seu antigo quarto da ordem. Caminhei para lá sem pressa, o mais assustador era o silencio que se abatia sobre a casa. Logo vi a porta do quarto aberta e rapidamente andei para lá, a fim de encontrá-la. O choque me fez parar na soleira da porta. Tonks estava lá, mais não estava sozinha, estava com uma pessoa de vestes negras e cabelos oleosos. Severo Snape. Ele estava em cima de Tonks, beijando-a, com a mão dentro de sua blusa. Senti uma raiva se apoderando do meu corpo, o lobo há muito tempo adormecido, despertou rosnando.


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Como se por instinto abri os olhos e me deparei com os olhos de Severo, me observando. Logo ele parou de me beijar e sem pressa saiu de cima de mim, mais foi um erro. Não estávamos a sós. Remo estava parado na porta, me olhando lívido. Rapidamente me levantei com certa dor daquela cama e olhei para Severo. Ele estava impassível.


–Remo eu... – tentei explicar mais ele me interrompeu.


–Seu desgraçado!– ele avançou para cima de Snape, com uma fúria assustadora. Logo consegui ver o lobo se libertando do seu corpo.


Ele deu um soco no nariz de Snape, e o sangue começou a jorrar rapidamente. Snape rapidamente pegou sua varinha e gritou.


– Expelliarmus!– Remo foi derrubado, e caiu de encontro com a minha cama. Ele se levantou e logo percebi que de sua cabeça estava pingando sangue. Severo foi de encontro a ele e Remo logo pegou sua varinha, antes que alguma coisa pudesse acontecer me coloquei entre os dois.


– Vamos parar?– falei exaltada. – Vocês estão se comportando como duas crianças!


– Tonks, sai da frente, por favor... – pediu Remo, tentando me afastar.


Não sai, encostei as mãos nos peitos dos dois e fiquei olhando Remo.


– Remo, por favor, eu.


–Levicorpus!– Remo disparou o feitiço.


Severo estava pendurado no ar de cabeça para baixo, com uma expressão homicida no rosto. Rapidamente Severo de desfez do feitiço e apontou a varinha para o peito de Remo.


–Sectumsempra– o feitiço atingiu o alvo errado.


Como eu ainda estava com a mão no peito de Remo, o feitiço acertou o meu peito em cheio e eu rapidamente tombei para trás. Logo depois não consegui distinguir som nenhum.


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– Tonks!– Severo gritou. Tonks tinha desabado no chão, coberta de sangue.


– O que você fez?- perguntei, olhando com um ódio imenso para a figura pálida se Severo. Mesmo tendo consertado o seu nariz, o sangue ainda pingava, mais ele não parecia preocupado com isso.


Tonks piorava a cada instante, estava muito pálida e continuava desacordada. Snape chegou perto dela e começou a fazer alguns gestos, como se fosse um encantamento e logo o sangue diminuiu um pouco, não completamente. Severo pegou-a no colo e colocou-a gentilmente na cama.


– O que foi aquilo?– perguntei, retomando a discussão.


– Ah, querido Lupin, você viu muito bem o que estava acontecendo naquela cama... – Falou Snape, com um sorrisinho sínico nos lábios.


– Você a obrigou a te beijar, não foi?– perguntei tenso.


Ele me respondeu com um levantar de sobrancelha, e eu não tive mais estomago para continuar a discutir. Passamos algum tempo em silêncio, os dois absortos em seus pensamentos, até que sem nenhum aviso...


– Ai!– exclamou Tonks. – Que dor!


Severo se encaminhou até a porta e jogou um olhar significativo para Tonks. Até que eu não consegui evitar e olhei para ela, ela estava com um sorriso triste no rosto e uma expressão cansada.


– Remo, me desculpe, eu...


– Você não me deve explicações Ninfadora. – falei em tom duro.


– Remo... – ela tentou de novo.


– Não precisa falar nada. – falei andando em direção da saída do quarto.


– Por favor, me escuta...


–Tchau. – falei segurando a maçaneta da porta.


–REMO JOÃO LUPIN, PARE DE ME INTERROMPER, EU QUERO FALAR COM VOCÊ!SENTE AQUI. – depois de gritar comigo ele apontou para uma cadeira ao seu lado, e eu de má vontade sentei. Ela se apoiou na cama e começou fazer força para se sentar, eu levantei da cadeira e a ajudei-a, depois me sentei novamente.


– Remo, eu sinto muito pelo que você viu, eu não vou colocar a culpa na sua partida para o grupo de Greyback, mais isso mexeu comigo. Eu sei que isso não tem nada a ver, mais eu amo você, mesmo você tentando me afastar, repetindo que’’Sou velho demais para você, pobre demais, perigoso demais...


– Pará Tonks, você não precisa falar nada disso. Eu não sou seu pai, nem sua mãe nem seu namorado para você me explicações do que você faz ou deixa de fazer. E outra, eu te afasto por que eu sei que você nunca vai ter uma vida digna comigo e é isso. – me levantei da cadeira, eu não ia agüentar partir o coração de Tonks de novo.


–Remo, agora me escute com atenção. – me virei para encará-la. – Eu não beijei o Snape.


– Terminou?– minha voz saiu um pouco rude demais. Não pretendia ficar mais ali, passei pela porta mais mesmo assim ainda pude ouvir a voz dela.


 –Eu só quero que você saiba que eu não me arrependo dele ter me beijado, eu só quero que você saiba isso Remo, só isso...


 

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