O pomo de ouro de Thiago
Olá para todos, espero que estejam gostando da história. Já fazia algum tempo que queria postar este capítulo, mas não sabia como coloca-lo no contexto, admito que a história mudou um pouco de rumo desde o começo. Bem, de qualquer forma, boa leitura e, por favor, mandem quantas reviws quiserem, toda crítica e sugestão é bem-vinda.
Agradecimentos especiais para: Aluada, Fernando, Alicia Spinet, Márcia, Heitor e Fernanda.
Fernanda: Infelizmente, a fic ainda não esta completa, escrevi só até o capítulo 11, mas vou tentar agilizar a produção de novos capítulos.
Só para informar os leitores, está fic esta está sendo publicada nos sites www.fanfiction.net, www.floreioseborroes.com.br e www.alianca3vasouras.com
O pomo de ouro de Thiago
Por volta de meros quinze minutos, uma verdadeira algazarra aconteceu na sala do diretor, na qual era quase impossível diferenciar a voz de Lupin, que revisava os acontecimentos em voz alta, e a de Alex, a qual se ouviam frases sol6tas do gênero “Estava bem debaixo do meu nariz” e “Por que esses elfos nunca contam tudo de uma vez só?”, ainda era possível ouvir Sírius murmurando para si mesmo repetidamente “Eu não acredito... Eu não acredito...” e ver os demais presentes ora olhando um para o outro, ora olhando os três colegas desesperados.
Dumbledore aproveitou esse tempo para conduzir o sr. Burke para fora do escritório e a caminho do Ministério para ser readmitido, e para dar-lhe instruções sobre o que não deveria falar para Cornélius Fudge. Terminada essa pequena tarefa, resolveu por se pronunciar quando foi repentinamente cortado por uma pergunta inesperada vinda de Sírius:
-Dumbledore, com todo respeito, como é possível um elfo com um histórico desses entrar para a área de serviços de Hogwarts, virar chefe de manutenção, e mesmo assim ninguém ficar sabendo sobre essa história?
Os olhares se voltaram para o diretor, o velho suspirou e disse num tom quase calmo:
-O que posso dizer, uma falha que a política de Hogwarts com relação aos seus funcionários se recusa a corrigir.
-Como assim, se recusa a corrigir? – disse Tonks com uma expressão interrogativa no rosto.
-Simples – respondeu Alex – a maioria dos elfos domésticos que foram abandonados guardam lembranças nem um pouco boas de seus antigos donos. Para nenhum funcionário do local, seja ele um membro do corpo docente ou um outro elfo doméstico, é correto fazê-los lembrar de momentos tão ruins. Por essa razão, não são feitas perguntas sobre o passado de ninguém, falar sobre o assunto deve ser uma atitude tomada por iniciativa própria. Podemos até pedir que Bonu nos conte sobre o que sabe, mas não podemos obrigá-lo se ele não quiser, o mesmo vale para com Dobby e Binky.
-Mas se trata de um assunto urgente, sentimentos pessoais não poderiam ser deixados de lado um pouco? Digo, são pelo menos três vidas que temos em risco aqui.
A ruiva abaixou a cabeça e disse quase que num sussurro:
-As vezes, certos momentos do passado são tão ruins que as pessoas preferem fingir que eles não existiram, como se aquela memória... desagradável não estivesse acontecendo com a pessoa propriamente dita, mas com uma outra, como se fosse apenas a cena de um filme ou de uma peça de teatro. Como se não fosse real...
A esta altura, Alex parecia prestes a chorar, e só foi impedida porque Tonks interrompeu a amiga:
-É melhor não pensar mais nisso – tirou um lenço da capa e entregou-o a Alex – Vamos, é melhor você lavar o rosto antes de irmos falar com Bonu.
As duas saíram do escritório do diretor, deixando os garotos para trás. Lupin e Sírius se entreolharam por alguns minutos até que Aluado quebrou o silêncio:
-O que foi aquilo?
-Você não sabe? – respondeu enquanto se transformava em cão e indicava a saída com o focinho.
Lupin se voltou para Dumbledore que, apesar do pequeno escândalo que tomara o lugar alguns minutos, parecia tranqüilo sentado em sua cadeira.
-Nós vamos ver Bonu então.
-Ele provavelmente está na sala de Defesa Contra as Artes das Trevas, examinando a resistência das carteiras.
A isto, Lupin apenas acenou com a cabeça para indicar que havia entendido e saiu da sala com Sírius. No corredor, puderam ver Alex e Tonks entrando no banheiro feminino e resolveram esperar as duas perto da porta.
-Não sei o quê? – perguntou Remus repentinamente.
-Porque Alex foi para a Alemanha depois da formação da Primeira Ordem da Fênix.
-Pra falar a verdade, ela nunca me disse, eu só fiquei sabendo que ela iria trabalhar no Ministério Alemão no combate às forças de Você-Sabe-Quem um dia antes da partida.
-Quase ninguém ficou sabendo, eu mesmo só descobri porque ouvi Lily e Thiago comentando o assunto.
Lupin olhou para o cão com uma expressão sombria:
-O que aconteceu?
-Você se lembra bem de Sara, não é? (N/A: para os que não lembram, Sara é a velha amiga que Alex e Lupin encontraram no Ministério – capítulo 6)
-Claro, ela foi minha namorada por seis meses enquanto estávamos no sétimo ano, por quê?
-Bem, como você sabe, uns quatro anos depois de nos formarmos, Sara ficou noiva de um tal de Alan Midron.
-Sim, eu me lembro do casamento deles.
-Pois bem, o casamento parecia perfeito na época, os dois se entendiam muito bem e davam total devoção um ao outro, até este ponto nada de ruim havia acontecido. Mas então, Alan acabou por se envolver com alguns indivíduos suspeitos e, quando menos se esperava, se tornou um comensal da morte.
-Eu me lembro, foi por isso que eles se separaram.
-Na verdade, não – Remus encarou o cão com uma expressão confusa – Sara gostava tanto dele que não quis abandoná-lo nem mesmo depois disso, provavelmente deve ter guardado o segredo por anos e fez tudo o que pode para evitar que o marido fosse para Azkaban, mas de nada adiantou o esforço. Perante as evidências Crouch foi implacável, prendeu-o sem ao menos o direito a um julgamento.
Em Azkaban, Sara visitava-o todos os dias, conversava com ele o mais que podia e sempre saia do lugar chorando. Um ano depois, Alan teve a péssima idéia de criar um tumulto para tentar escapar; obviamente a tentativa não foi, nem de longe, bem sucedida e, como medida de prevenção contra outras possíveis rebeliões, o nosso “adorável” amigo e colega Barty Crouch decretou que todos os envolvidos deveriam receber o beijo do dementador. A sentença foi aplicada sem piedade, e Sara, algumas semanas depois da morte de Alan, acabou por enlouquecer e começou a soltar ameaças e pragas sobre os responsáveis pelo “assassinato” de seu querido marido.
Um silêncio repentino tomou conta do corredor, Sírius respirou algumas vezes profundamente antes de continuar:
-Acontece que, o auror que descobriu que Alan era um comensal e prendeu-o foi a nossa querida Alex. É claro que não era intenção dela provocar a morte dele, estava apenas fazendo seu trabalho e, cá entre nós, não dá para ignorar que, se tivesse ficado solto, teria tirado muitas vidas. Mas, aparentemente, Sara não ligou para esses detalhes e foi atrás de Alex para tirar satisfação, invadiu a casa dela e...
-E?
-Bem, a verdade é que ninguém sabe exatamente o que aconteceu nesse dia, nenhuma das duas se mostrou disposta a discutir o assunto, a única coisa que temos certeza é que as duas duelaram. Alex, que sempre foi mais habilidosa que Sara e, como era auror, já tinha uma grande experiência em duelos, saiu sem um arranhão. Sara não se machucou muito, mas terminou o duelo num estado deplorável, era incapaz de dizer uma única palavra coerente e parecia não perceber o que estava acontecendo a sua volta, havia, se alguma forma, se desligado completamente do resto do mundo.
Ela foi internada numa área especial do St. Mungos, onde permaneceu até o ano passado, quando se concluiu que já era capaz de se reintegrar a sociedade sem representar um perigo para ninguém. Quanto a Alex, bem, o acontecido tinha sido demais para ela, que pediu transferência para outro Ministério, e na semana seguinte já estava com as malas prontas e a caminho da Alemanha.
-Então foi por isso...
O cão a seu lado apenas acenou positivamente a cabeça.
-Deve ter sido muito difícil, ainda mais sozinha em um país estrangeiro.
-Ela queria esquecer.
-Então, ela fez um bom trabalho.
Sírius encarou o amigo interrogativamente.
-Encontramos Sara no Ministério, mas as duas agiram como se nada tivesse acontecido, eu não teria adivinhado mas... mesmo assim, imagino como ela devia se sentir cada vez que alguma coisa acontecia aqui.
-Isso não temos como avaliar, é difícil dizer exatamente como uma pessoa se sente quando um de seus melhores amigos foi levado para Azkaban ou se você levanta de manhã e, na primeira página do jornal, está uma notícia falando que seu primo e a mulher dele morreram. O pior ainda é não poder fazer nada a respeito, é uma sensação de impotência a qual muitos veteranos da época de Você-Sabe-Quem compartilham.
Quanto a Sara, não posso te dar certeza absoluta, mas dizem as más línguas que, como parte de seu tratamento no St. Mungos, ela passou por alguns feitiços de memória. Em outras palavras, não se lembra do envolvimento de Alex no caso.
-Entendo... – disse Lupin com ar pensativo.
A porta do banheiro feminino se abriu de repente, e dele emergiram Tonks e Alex, que parecia muito melhor. Lupin e Sírius não demoraram a contar onde poderiam encontrar Bonu e os três se dirigiram imediatamente para a sala de Defesa contra as Artes das Trevas.
EM ALGUM OUTRO LUGAR
O ataque parecia ter cessado novamente, pelo menos por enquanto. Harry e Nadia podiam ouvir os passos de seus ofensores que haviam misteriosamente começado a recuar. Quando já estavam a uma boa distância, Harry perguntou:
-O que estão fazendo?
-Voltando para os salões, o Sol alcançou sua altura máxima, é um costume importantíssimo para os membros da seita se recolherem a este horário.
-Por quê?
-Para melhor preservarem o seu corpo, os imortais bebem sangue de unicórnio e untam com o mesmo os locais do corpo mais digamos decadentes.
-Por quanto tempo dura esse ritual?
-De meia a uma hora.
O garoto suspirou tentando não pensar muito.
-A saída desse lugar fica muito longe?
-Não se corrermos.
O garoto fez um aceno positivo com a cabeça e ajudou a cobra a voltar para sua mochila antes de seguir em frente.
HOGWARTS
O quarteto entrou na tão conhecida sala que tantas memórias trazia. O ex-professor dava leve suspiros toda vez que se lembrava de cenas de suas aulas há quase três anos.
O devaneio do grupo foi quebrado por um som vindo do interior da sala do professor e que, sem a menor sombra de dúvida, pertencia a um conhecido elfo doméstico.
-Dobby não encontrou nada estranho.
-Ótimo, nada errado aqui, próxima sala é a sala de Transfiguração. Para o segundo andar! – respondeu a voz de Bonu.
Pouco depois, alguns elfos domésticos surgiram pela porta e desceram a pequena escada em caracol numa fila indiana. Dobby, o primeiro da fila, disparou na direção do grupo assim que os viu, pulando de felicidade e fazendo uma pergunta atrás da outra sem ao menos dar tempo para qualquer resposta.
-Obrigado pela calorosa recepção Dobby, mas estamos com um pouco de pressa no momento.
-Pressa?
-Mais ou menos. Na verdade, precisamos muito falar com Bonu.
-Com Bonu?
-Sim, é urgente.
-Dobby trás Bonu até amigos.
O elfo deu um salto e correu de encontro a pequena aglomeração formada pelos demais elfos presentes que haviam parado para observar o colega. Ele mergulhou no meio da multidão e ressurgiu com o Chefe da Manutenção de Hogwarts logo atrás.
-Como Bonu pode ajudar?
-Bonu, eu sei que deve ser muito difícil para você. Mas precisamos que nos conte sobre... o seu passado.
O elfo doméstico ficara estático repentinamente, ele parecia assustado, triste e magoado, tudo ao mesmo tempo. Por um minuto, Alex pensou que perguntar a ele não fora uma idéia tão boa assim.
-Antigos donos eram muito maus com Sneff... venderam ele porque Sneff não estava sendo um bom elfo doméstico – disse Bonu mecanicamente e de cabeça baixa, como se tivesse entrado numa espécie de transe.
-Bonu – exclamou Lupin – você se lembra o porquê de seus donos terem vendido-o?
-Sneff era mau elfo doméstico, porque era bom com prisioneiros.
O coração de Lupin disparou, esta era a grande chance deles de encontrar Thiago e Lílian.
-Me diga Bonu, você se lembra dos prisioneiros com quem conversava?
-Sneff conversava com muitos...
Tonks tirou da capa uma foto velha e já meio amarelada e mostrou-a para Bonu.
-Você se lembra desses dois?
O elfo levantou os olhos para se encontrar observando um casal lhe acenando como se fossem velhos amigos que não se viam fazia muito tempo.
-Potter – disse baixinho.
Alex abriu um sorriso.
-Você se lembra deles?
-Potter eram muito bons para Sneff, muito gentis com Sneff. Únicos vivos quando Sneff foi embora.
O sorriso no rosto de Alex ficou ainda maior.
-Me diga Bonu, você sabe o que aconteceu com eles depois que você foi embora?
-Sneff não sabe – o rosto de Bonu se transformou e logo ele estava com um sorriso que ia de orelha a orelha – mas Potter deixaram um recado para amigos.
-Recado?!?!?!
-Potter mandou dizer que procurassem pelo seu pomo de ouro.
-O pomo de ouro de Thiago?
Bonu abaixou as orelhas.
-Potter deu pomo a Sneff, mas novo dono tomou o pomo de Sneff.
Lupin tirou da capa um corpo redondo e brilhante com duas asas.
-Por acaso seria esse pomo que Thiago lhe entregou, Bonu?
-Sim, sim!! – disse enquanto dava pulinhos e batia palmas como se fosse uma criança que tinha acabado de ganhar um brinquedo.
-Ele disse mais alguma coisa?
-Potter ia dizer mais, mas Bonu não teve tempo de ouvir.
-Muito obrigada Bonu, é melhor você voltar ao trabalho agora.
Bonu fez uma grande reverência e voltou para o grupo de elfos domésticos que, assim que se viu com a presença de seu chefe, rumou para a porta em direção à sala de Tranfiguração. Quando eles sumiram de vista, o quarteto voltou sua atenção para a pequena bolinha dourada como se esmerassem que Thiago e Lílian saíssem dela de alguma forma.
Alex, como se tivesse acabado de ter uma idéia brilhante agarrou o pomo que descansava nas mãos de Remus e o observou mais atentamente na frente da luz. Depois de alguns segundos, ela voltou-se para o grupo com um grande sorriso no rosto.
-É isso, o pomo, parte do autógrafo de Malcom Roterfire está apagado.
-E daí?
-Thiago nunca deixaria isso acontecer, este era seu pomo favorito.
-Minha cara Alex, não sei se você percebeu mas a maioria aqui não consegue raciocinar tão rápido quanto você. Então, será que você podia nos fazer o favor de ser direta e contar tudo de uma vez – retrucou um Sírius nervoso.
-Muito simples, Thiago apagou o autógrafo de propósito, porque o pomo era o único objeto que ele tinha a mão e que podia ser transferido através de Bonu sem que ninguém percebesse.
-Continuo sem entender.
-Este pomo... é uma chave precisa!
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