Uma questão de honra



Oi para todos! Faz tempo não é? Mil desculpas pela demora, como a maioria deve saber o meu computador quebrou, para ser mais precisa a placa de memória queimou e eu tive que esperar a peça nova chegar, além de perder tudo o que estava gravado (inclusive esta fic). Pra completar, meu computador voltou quebrado (o Windows não iniciava). Quando ele voltou para mim uma segunda vez, eu tinha assuntos e dados mais urgentes para recuperar. Eu escrevi este capítulo o mais rápido que eu podia, não era o que eu havia planejado, um pouco de enrolação, admito! Mas melhor do que nada, o próximo capítulo estará mais decente. Por favor, me perdoem e continuem dando suas opiniões. Até a próxima.

Uma Questão de Honra

O quarteto Lupin, Alex, Sírius e Tonks esperava do lado e fora do escritório do professor Flitwick, o silêncio que se instalara ali havia tornado-se extremamente desconfortante nas últimas duas horas. Cada um dos amigos procurava desesperadamente qualquer coisa para se entreter, como notar pela primeira vez o quão parecidas com pessoas era o formato de velhas rachaduras na parede ou quão engraçado era o barulho que um elfo doméstico fazia enquanto limpava ou consertava alguma coisa perto dali.
Exatamente quando um impaciente Sírius já estava prestes a arrombar a porta para descobrir o motivo da demora, ela se abriu, revelando o pequeno professor no seu interior, e dando a Sírius um grande motivo para aprender a esperar, uma vez que a porta bateu em seu rosto quando foi aberta, fazendo com que o jovem se se estatela no chão.
Tão logo se certificaram que Sírius não teria de ser internado no St. Mungos, todos voltaram sua atenção para o amável professor que se encontrava em sua companhia, carregando seguramente em suas duas mãozinhas o precioso “pomo de ouro” que poderia ser a chave para encontrar Thiago e Lily.
-Antes de qualquer pergunta – começou o professor com uma expressão triste – acredito que devo dizer que, infelizmente, não consegui descobrir o lugar para onde esta chave levará caso seja ativada.
Os quatro amigos ganharam uma expressão de grande desânimo quando ouviram essas palavras. As cabeças baixas, cada um com seus próprios pensamentos sobre o futuro incerto.
Quando algum tempo já tinha se passado, Sírius ergueu a cabeça com um olhar confiante e de quem sabe o que quer, ajoelhou-se na frente do professor de modo a ficar da mesma altura deste e proclamou com voz forte e decidida, como se aquelas palavras fossem um voto de honra do mais digno cavaleiro.
-Eu vou mesmo assim!
-Mas Sírius, considere que você pode acabar frente a frente com dezenas de comensais, ou pior, com o Lord das Trevas em pessoa! Não que suas habilidades não sejam boas ou fortes o bastante para tomar conta de um comensal ou dois, mas nem por isso podemos fingir que você teria alguma chance numa situação dessas. Sem falar que, considerando o tamanho da chave, não seria possível levar mais do que três ou quatro pessoas, seria suicídio!!!

Sírius manteve a mesma expressão grave em seu rosto e respondeu:
-Professor Flitwick, você sabe como Thiago e eu nos conhecemos?
-Hã?!?!
Sírius, agora com a cabeça baixa e os cabelos caindo-lhe sobre a testa, repetiu a pergunta, a qual dessa vez o professor respondeu com um fraco não.
-Pois bem, como o senhor deve saber, eu venho de uma família de bruxos que, em quase sua totalidade, possui tendências para as Artes das Trevas. A grande maioria de meus parentes tornou-se comensais da morte sem o menor remorso e, ainda por cima, ressentem-se com todos os bruxos e bruxas os quais os acusaram.
Eu cresci no meio dessa gente, e receio que meus pais me mandaram para Hogwarts no intento de me dar a convivência com os filhos de bruxas e bruxos “honrosos” – ele acentuou a última palavra – Pois então, quando eu havia entrado no trem, nosso caro “amigo” Lúcio veio me cumprimentar, ele era um terceirista na época...
FLASHBACK

Um Sírius de onze anos acaba de chegar à estação e, sem se despedir de seus pais que aparentemente não se sentiam incomodados com o assunto, correu com seu malão para dentro do trem escarlate.
O jovem foi andando em passo acelerado por entre os vagões, procurando desesperadamente uma cabine que estivesse vazia. Hoje, definitivamente, não era um bom dia, e Sírius Black não estava disposto a suportar a companhia de seja lá quem fosse.
Depois de muito andar por entre os corredores, ele finalmente conseguiu encontrar uma cabine desocupada, esquecida no último vagão. Entrou e fechou a porta com tamanha violência que várias pessoas colocaram as cabeças para fora de suas próprias cabines no intuito de descobrir o que havia causado o estrondo.
O jovem Black jogou sua mala no bagageiro e sentou ao lado da janela, entediado. Ele ficou parado olhando a paisagem com um olhar distante por um longo tempo, não se mexeu nem ao menos quando os solavancos que sentia indicavam que o Expresso Hogwarts havia iniciado sua trajetória.
O garoto só voltara a dar sinais de vida quando a porta de sua cabine foi aberta quase que com a mesma violência com que fora fechada, revelando um adolescente loiro cujo rosto era caracterizado por uma irritante expressão esnobe.
O loiro deu o que deveria ser o mais falso sorriso o mundo e estendeu a mão para o moreno à janela:
-Lúcio Malfoy, é um prazer ter mais um black em Hogwarts!
Sírius ignorou a mão que lhe era estendida e disse com desdém:
-Se você pensa que pode fazer de mim mais um de seus lacaios este muito enganado – Lúcio fez uma cara surpresa – Eu não vim para cá para ser mais um de seus bibelôs como Crabbe, Goyle, Narcissa, Snap e Bellatrix, diferente deles, eu ainda tenho algum cérebro e orgulho.
Com uma expressão indignada, Lúcio lançou-lhe um olhar de sobreaviso e disse por entre os dentes cerrados, antes de sair e fechar a porta atrás de si:
-Você vai se arrepender de ter dito isso!
Sírius parecia não se importar com as ameaças do loiro, como se ele fosse apenas mais um inconveniente que ele teria de enfrentar pelos próximos anos.
Quando a imagem por trás do vidro começou a lhe parecer monótona e repetitiva, o moreno resolveu ir atrás da mulher com o carrinho de doces e guloseimas para refazer seu estoque de sapinhos de chocolate e, talvez, encontrar aquela bendita figurinha de Merlin que simplesmente se recusava a aparecer.
Ele fez sua pequena jornada até o primeiro vagão com passadas rápidas e o olhar na direção de seus pés, de modo que acabou de atropelar algumas pessoas no meio do caminho, entre elas um ridículo menino gordinho que gritou como uma menininha ao sofre o impacto, um batedor da Lufa-Lufa, um gato malhado que teve a infelicidade de ter seu rabo pisado e, por fim, um garoto que se exibia para um grupinho dizendo como eram impressionantes suas habilidades como apanhador.
Este último, Sírius se arrependeu profundamente de ter cruzado o caminho, pois ele resolveu revidar e passou a segui-lo, esnobando-o, puxando-lhe o cabelo, atirando-lhe bombinhas de bruxo e outras coisas do tipo.
Quando Sírius, após uma torturante viajem que aparentou ser a mais longa de toda a sua vida, chegou ao primeiro vagão, comprou meia dúzia de sapinhos de chocolate e já estava no caminho de volta para sua cabine com o garoto infernal logo atrás.
Ele havia acabado de chegar a uma espécie de vagão restaurante, com várias mesas as quais os alunos usavam para comer alguma coisa ou conversar, mas que nesse exato momento estava vazia exceto por Malfoy e seus seguidores, o que já era uma boa explicação para o porquê de ninguém se atrever a entrar ali.
O loiro lançou um olhar de desdém para o recém-chegado e falou com voz melosa e autoritária:
-Olha só quem resolveu nos dar o prazer de uma pequena visita, certo pessoal – os demais, com exceção de um garoto de cabelos oleosos, começaram a rir como se Malfoy tivesse acabado de contar uma piada muito engraçada – Porque que não lhe damos as boas-vindas.
O grupinho que o rodeava até aquele instante passou a marchar para o garoto como feras encurralando a presa. O jovem moreno empunhou sua varinha, mas não havia muitos feitiços com que pudesse se defender, especialmente considerando que a maioria de seus agressores já estava em Hogwarts há dois ou três anos.
Ele recuou até encostar-se à parede, pensando a mil por hora. Quando seus oponentes estavam prestes a atacar, uma das mesas redondas que se encontravam espalhadas pelo vagão foi rolando até o local, atropelando o séqüito de Malfoy como se eles fossem pinos de boliche durante um strike.
-Vamos!!!
Gritou uma voz e Sírius sentiu que alguém lhe puxava pelo braço e o lavava para a porta do outro lado ao mesmo tempo em que três monitores entravam em cena, dando um sermão nos garotos sobre arrumar confusão antes mesmo do primeiro dia de aula.
O moreno continuou correndo junto de seu salvador e parou só quando já estava a muitos vagões de distância. Enquanto tomava fôlego, Sírius finalmente teve a chance de perceber que, incrivelmente, fora o infernal apanhador que o havia livrado da situação.
O jovem Black abriu a boca para falar, mas antes que pudesse produzir qualquer som, outra voz irrompeu no vagão:
-THIAGO!!! Nós nem começamos a ano letivo e você já está arrumando confusão por aí?!?!?!
-Ei, Alex! Em primeiro lugar, eu não arrumo confusão, a confusão é que parece me perseguir, segundo, a culpa não é minha se Malfoy resolve aprontar para cima dos outros quando não tem ninguém olhando!!!
A ruiva de olhos cor de esmeralda que se chamava Alex mudou sua expressão de brava e séria para, repentinamente, atenciosa e preocupada.
-Quer dizer que Malfoy está no meio dessa correria toda?! Essa não, você não se machucou, não é? – disse enquanto revistava a cara e braços de Thiago em busca de qualquer coisa fora do lugar e, enquanto fazia isso, se assemelhava muito com uma mãe cuidando de um filho travesso.
-Eu estou bem, aquele cara é muito lento e tapado para conseguir fazer alguma coisa.
A jovem lançou-lhe um olhar desconfiado e foi embora dizendo:
-Então eu vou voltar para a cabine, todo mundo está lá então vê se não demora.
-Pode deixar.
Ele então se voltou para Sírius, que ficara esquecido todo esse tempo e parecia observar a cena com muito interesse. Thiago corou um pouco e disse em tom despreocupado e coçando a cabeça:
-Minha prima, sabe como é que é – o moreno não respondeu – Há, bem. Eu sou Thiago Potter, é um prazer!
O garoto chamado Thiago estendeu a mão a Sírius num gesto muito parecido com que Malfoy havia executado algum tempo atrás em sua cabine. Sírius olhou para a mão que lhe era oferecida de forma inquisitiva, como se estivesse tentando decidir algo. Um momento depois, ele aceitou o cumprimento e disse em tom cordial:
-Sírius Black, e o prazer é todo meu!
Thiago apertou a mão do outro com energia e disse rindo:
-Nome legal Sírius. Sabe, o Malfoy já deve estar procurando pela gente, porque não vamos até a minha cabine, eu tenho vários amigos lá, vamos ter mais chance em grupo e, além do mais, eles são todos muito legais, podemos jogar uma partida de Slughorn (antigo professor de Poções) explosivo se você quiser.
-Quem é Slughorn?
-Eu também não sei, um professor pelo que me disseram. Mas o jogo é pra lá de divertido. Você vem?
-Claro, por que não?!?!
-Esse é o espírito! Vamos, a minha cabine fica para aquele lado.
Thiago foi andando na direção da porta quando Sírius lhe chamou.
-O que foi Sírius?
-Nada, só queria dizer obrigado.
-Não tem de que.
Os dois novos amigos saíram pela porta indicada por Thiago conversando e rindo.

FIM DO FLASHBACK

-Se é que vocês me entenderam, desde o princípio Thiago nunca me deixou na mão, nunca precisou pensar duas vezes para me ajudar, mesmo quando estávamos em grande desvantagem numérica. Pois bem, assim como Thiago me salvou aquele dia de Lúcio Malfoy e seus comparsas, eu também não posso deixá-lo na mão justamente quando ele mais precisa. Por isso, eu quero... Não! Eu tenho que ir mesmo não sabendo o que me espera do outro lado!
O pequeno professor Flitwick parecia prestes a desfazer-se em lágrimas, alguma já caindo de seus olhinhos negros.
-Você é um bruxo muito bom e nobre, Sírius. Um dos melhores que eu conheço – ele fez uma pausa tentando controlar os soluços – Tome, aqui está o pomo – ele o colocou na palma firme de Sírius com delicadeza, como se fosse uma jóia de extremo valor – Mas não vá ainda, espere uma noite para descansar, eu também preciso de algum tempo para preparar uma coisa ou outra que pode vir a ser útil numa missão dessa magnitude.
Flitwick voltou com passinhos rápidos para a porta de seu escritório e, pouco antes de fechá-la, disse:
-Sírius... boa sorte.
O moreno olhava para as asinhas que se debatiam em sua mão fechada e sussurrou para si mesmo:
-Não precisam se preocupar, Thiago, Lílian, eu logo estarei aí.
-Por que eu? Nós vamos também, certo pessoal? – disse uma bem humorada Tonks.
-Mas é claro! – respondeu Alex.
-Nós começamos isso juntos, e juntos vamos terminar! – Lupin tomando a palavra.
-Amigos... – Sírius tentava dizer com um belo sorriso no seu rosto e a mão tremendo.
-Você não é o único amigo que Thiago e Lily tinham, nós vamos salvá-los, faremos isso por eles. Por Thiago e Lílian!
Disse Alex enquanto estendia sua mão para os outros três amigos. Lupin sorriu colocou sua mão sobre a de Alex e disse em tom decidido:
-Por Thiago e Lílian!
Tonks soltou um grito de emoção e se se juntou aos dois amigos, colocando sua mão sobre a de Lupin:
-Por Thiago e Lílian!
Os três olharam para Sírius, que havia deixado algumas lágrimas percorrerem seu rosto e, com um sorriso que há muito não viam, colocou sua mão sobre as outras três e disse numa voz carregada de felicidade:
-Por Thiago e Lílian!

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