Olhando a Lua



Olhando a Lua


 Os dias se passavam e Remo e Tonks estavam cada vez mais perto. Sirius sempre observava o casal com um sorriso maroto nos lábios. Algumas horas atrás todos os integrantes da ordem selecionados foram resgatar Harry da rua dos alfeneiros. Tudo ocorreu bem, logo depois da reunião alguns ficaram para jantar. Depois de alguns momentos de discussão entre Sirius e Molly, quase todo que estavam presentes foram embora ficando para ajudar na bagunça da cozinha Molly, Tonks e Remo. Molly com um aceno de varinha fez os pratos levitarem até a pia e fazendo isso viu que Tonks e Remo olhavam pra ela parecendo perdidos.


–Queridos podem ir embora se quiserem, eu dou conta. – falou Molly carinhosamente.


 Remo olhou para Tonks e ela deu de ombros. Ambos foram para a sala, mais antes que Tonks pudesse sentar no sofá como queria fazer, Remo pegou em sua mão firmemente e a guiou para fora do largo. Com as mãos entrelaçadas aparataram. Remo resolveu levar Tonks para esse lugar para conversar com ela de forma descontraída. Ele gostava daquele lugar. Tinha boas e péssimas lembranças daquela floresta.


 Tonks olhou para o lugar admirada e curiosa. Admirada por que mesmo a noite aquela floresta era impressionante. A lua lá no alto banhava o céu com uma fraca luz prateada, dando ao lugar um toque mágico. Curiosa, bem ela queria saber o motivo para Remo levá-la até aquela floresta. Remo continuou segurando a sua mão enquanto andava com ela até uma clareira um pouco distante. Ele não pode deixar de sorrir com o sorriso de criança que Ninfadora exibia nos lábios. Continuaram a andar em silêncio. Por incrível que pareça o silêncio não era desconfortável para ambos. Tonks tropeçava de vez em quando em pedras no caminho e Remo ia ajudá-la.


 Finalmente eles chegaram até a clareira. Remo parou e olhou para Tonks. Ela continuava fitando-o curiosa.


–Calma. – ele falou com um sorriso nos lábios.


–O que você está aprontando Sr. Aluado?– ela perguntou marotamente.


 Ele por sua vez largou a mão dela e se sentou no meio de algumas folhas caídas no chão da clareira, dando uma batida ao seu lado convidou-a a se sentar. Ela se sentou ao seu lado e ele voltou a pegar em sua mão. Remo a trouxera ali naquele lugar não só para conversar mais para enxergar o lado dele. Ele a amava muito mais se eles viessem a ficar juntos como ele queria, ele ia ser justo com ela.


–Tonks, eu quis te trazer aqui antes de qualquer coisa para a gente conversar. – ele olhou em seus olhos.


Ela de repente ficou séria. Não sabia o que viria a seguir.


–Desde o dia em que eu te conheci eu gostei de você, por mais que eu não queria admitir pra mim mesmo. Você apareceu de um jeito naquela sede que me enlouqueceu. Você de um lado toda independente, linda, inteligente, gentil. E eu de outro, velho demais, sem um emprego, e ainda por cima com uma maldição para a vida toda. – ele falou calmamente. Ela fez menção de interromper mais ele respondeu.


–Espera Ninfadora!– ela fechou a cara com o nome.


–Antes de a gente continuar, eu queria falar sobre a minha condição. Não é fácil viver ao lado de um lobisomem Tonks. Ser um então... A sociedade me olha com repulsa, a minha espécie é vista assim, e as pessoas com quem eu convivo são vistas assim. – ele terminou de falar com um sorriso triste nos lábios. Essa era a realidade.


Tonks ficou calada. Ela sabia que era difícil para ele. Mais ela via a licantropia dele como uma pequena e difícil parte de sua vida. Assim como ela era metamorfomaga, ele era lobisomem.


–Remo você sabe que eu nunca liguei para a sua licantropia. E por você não ter emprego, isso também é de menos. No momento certo você vai achar um emprego, pode não ser fácil, mais quem disse que a vida é fácil? E por você ser mais velho, bem isso só torna você mais charmoso. – ela terminou a frase com um sorriso enorme.


Ele olhou para ela procurando algum vestígio de omissão, mais só encontrou sinceridade naqueles olhos negros. Agora só faltava a segunda parte do seu plano.


–Tonks eu não sei como fazer isso. – ele começou constrangido. Afinal ele já era velho, e pedir em namoro uma garota que era mais nova que ele era complicado.


Ela vendo o seu constrangimento riu. Aquele homem era incrível. Mesmo sério de vez em quando Remo Lupin ficava constrangido. Remo olhou-a com uma mescla de espanto e curiosidade. Ninfadora parou de rir, quando olhou para ele e viu que estava constrangendo ainda mais.


–Desculpa, que inconveniência. – ela falou ficando corada.


Assim que viu ela corada ele abriu um sorriso. Olhando-a nos olhos continuou a falar.


–Ninfadora Tonks, você quer namorar comigo?


Ela ficou muda. Achou que não estava ouvindo direito.


–o que foi Tonks?– Remo perguntou preocupado.


–Eu te amo. – ela falou chegando mais perto dele e o beijando de forma lenta. Ele passou suas mãos no cabelo dela de forma delicada e aprofundou o beijo levando a mão que estava no cabelo dela em sua nuca. Ela passou a mão em sua costa fazendo leves caricias. Ele quase perdendo a razão interrompeu o beijo.


–Devo interpretar isso como um sim, Ninfadora?– ele perguntou.


Ela sorriu com os olhos brilhando e sussurrou em seu ouvido.


–Sim, Remo Lupin. – ele sentiu um breve arrepio.


Eles se abraçaram e continuaram assim, olhando para a lua. O olhar de Tonks refletia a lua. Ela estava feliz por estar namorando aquele homem, ele era grande parte da sua felicidade.


–A lua é linda. – ela falou sonhadora.


Remo pensou no que ela disse. Ele nunca tinha reparado na lua. Para ele a lua era só parte do cenário que ele tinha que enfrentar todo mês. Mais olhando demoradamente para ela ele viu que Tonks estava certa.


–É linda sim, e única igual a você. –falou olhando nos olhos dela e fazendo carinho em sua bochecha. Ela fechou os olhos com o toque.


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 Enquanto isso no largo Grimmauld, Sirius saiu do quarto em que estava Bicuço e desceu a escada até a cozinha. Não encontrou ninguém lá. Ele ia dar uma passada na sala quando uma idéia passou em sua cabeça. E se saísse por alguns minutos? Não tinha ninguém para vigiá-lo e ele ia sair de noite, ninguém ia vê-lo. Subiu a escada em silencio e entrou em seu quarto. Pegou a varinha em cima de sua escrivaninha e saiu. Desceu a escada de novo e olhou ao seu redor. Ele se sentia culpado por trair a confiança de todos, mais ninguém sabia o que ele estava vivendo. Na verdade ele nem se sentia mais vivo. Entrou na sala, mais não viu nada entrou tratou de andar até a porta quando uma voz surgiu atrás dele.


–O que você está fazendo, Sirius?– era a voz inconfundível de Molly Weasley. Sirius olhou para trás e viu a mulher baixinha e ruiva com uma expressão preocupada no rosto.


–Eu estava procurando o Aluado. – mentiu.


–Remo saiu. E pelo que eu vi você estava querendo sair também. –ela o fitou com intensidade.


–É Molly, eu ia sair. Eu não agüento mais ficar aqui nessa casa, trancado. – falou ele andando até a escada.


–Não faça isso de novo Sirius. Todos sentimos muito por você ter que ficar aqui, mais é para a sua própria segurança. Pense nisso, antes de repetir a besteira que você iria fazer agora.

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