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BBE 1 – Remus Lupin
Quinta feira à tarde, Hogwarts, corredores.
-Opa, cuidado! – Dorcas ouviu pela décima vez, quase caindo enquanto corria com uma pilha de livros pelos corredores, em direção à biblioteca. Estava atrasada para entregar os livros e a biblioteca estava quase fechando, tinha que chegar lá a tempo ou não poderia ir para Hogsmeade, como punição para três atrasos na entrega dos livros. Seguidos.
-Ai, finalmente, graças a Merlin! – Jogou os livros na bancada da biblioteca e sorriu para Madame Pince, que fechou a cara. Agora teria que checar, anotar e colocar os livros de volta no lugar, isso antes de sair – e seu horário acabava em dois minutos.
A mulher resmungou até que Dorcas saísse da biblioteca, sorrindo sem escutar nada, fora do ar de tão satisfeita. Tão fora do ar que tropeçou em alguém no corredor, esbarrando com força na pessoa que andava com pressa, fazendo os dois indivíduos participantes do acidente catastrófico, estatelarem-se no chão.
Dorcas, com uma tremenda dor de cabeça, tentou se levantar sem sucesso. Parte do corpo do outro estava sobre si, como as pernas e a cabeça dele, sem deixá-la se mover. Mas a parte na qual Dorcas estava agora concentrada era a parte sob si – aquele bumbum pequeno e molinho, incrivelmente suave, onde as costas dela estavam pousadas.
O garoto percebeu que a prendia e tirou as pernas de cima dela, deixando-a levantar-se e sair daquele nó humano que a queda proporcionara aos dois.
Dorcas, já sentada no chão, corou levemente, assim como ele.
-Desculpe, acho que não estava olhando para onde andava – Ela desculpou-se, começando a catar os livros dele no chão. Remus sorriu levemente.
-Imagina, eu que estava andando rapidamente demais, distraído demais – Ele respondeu e pegou o resto dos livros, recebendo os que ela lhe entregava. – Tudo bem com você? – O loiro perguntou se levantando e ajudando-a a fazê-lo.
Dorcas, ainda tímida com o garoto, assentiu com a cabeça. Ele alargou o sorriso.
-Ótimo. Então a gente se vê por aí – Remus virou-se de costas e continuou a andar pelo caminho que estivera antes.
E Dorcas ficou ali pensando em como, por Merlin, uma bunda tão gostosinha poderia ficar tão bem escondido naquele par de calças largas que ele usava.
Aquilo era com certeza algo como uma heresia.
Por ela, ele queimaria no inferno por um pecado tão grande quanto esconder uma maravilha tátil como aquela. Naquele momento desejou ser cega e surda, para ter o tato tão apurado que lembraria-se perfeitamente do toque, da temperatura, e de tudo que era necessário para que fantasiasse durante horas que horas, como sabia que faria a partir daquele momento.
E para sempre, amém.
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