Epílogo



- Você tá com muita cara de idiota nessa – Marlene comentou quando viu a foto.


Estava atrás de James, que tinha o notebook no colo; estavam vendo as fotos do noivado. Ela se mantinha apoiada na cadeira redonda pelas mãos, o rosto quase se encostando ao pescoço do amigo. A cara foto fazia um comentário diferente. James já tinha ouvido que estava “com cara de bêbado”, “com cara de mongolóide”, “parecendo um drogado” e agora, “idiota”. Tudo bem.


- Você é bem chata quando quer, prima.


- Não é como dizem? Não se escolhe família, James – ela riu.


E sentiu algo a envolver. Ah, novidade. Aqueles braços a puxaram pra perto de si, beijando seu pescoço logo em seguida, fazendo com que ela suspirasse baixo.


- Não gosto de você arrebitando a bunda, Marlene. Todos que passam podem ver – Sirius disse mantendo a seriedade.


Ela não agüentou e quase caiu de tanto rir: - Ah tá. Aham. Obrigada pelo aviso, ok?


- Qual a graça? Não estou conseguindo enxergar – permaneceu sério.


- Você – revirou os olhos e voltou a prestar atenção no notebook, dessa vez sem se debruçar na poltrona, já que com isso só daria uma bela “ré no quibe” do Sirius que estava ali atrás.


É. A Marlene realmente detestava dar ré nesse quibe específico... Não, era quase uma tortura.


- E aí? Já viu todas as fotos? Estou terrível, Lene! Nem no meu noivado eu consigo ficar bonita, é deprimente! – Lily apareceu da cozinha, começando a colocar as comidas na mesa.


- Quer ajuda? – logo seguiu a amiga para pegar os outros pratos – E nada disso, você tá maravilhosa. Você é maravilhosa!


- Você diz isso porque ficou uma diva em todas as fotos, né?


- Como se eu realmente fosse uma diva. Tá bom – revirou os olhos e pegou o peru.


Sem trocadilhos maldosos, por favor – foi o que Marlene pensou automaticamente ao pegar o prato. Mas óbvio que não conseguiu evitar as piadinhas do próprio namorado e de seu amigo idiota. Além das de Remus e Emmeline, que haviam acabado de surgir da porta.


- Vou ajudar! – a loira gritou e rapidamente brotou ao lado das amigas.


Enquanto as meninas terminavam de arrumar a mesa, os meninos ficaram servindo-se de bebidas e conversando poucas coisas sobre o noivado de James e Lily, o último acontecimento com repercussão no grupo. Aliás, o acontecimento mais recente. Pois acontece que eles decidiram bater apostas um com outro e, no meio disso, Dorcas e Peter acabaram se pegando, assim como Dorcas e Lily, Emmeline e Marlene. Álcool sempre fazendo amores surgirem...


- Aqueles dois ali – Lily apontou para Dorcas e Peter que conversavam (haviam chegado há pouco) – Que coisa, não? Nunca imaginei.


- Acho que ninguém imaginou, né? Mas eles combinam. Sofreram muito, os dois – Emme concordou.


Todos se sentaram à mesa ao chamado da dona da casa. Agradeceram pela comida como de costume (todos pegavam seus garfos e facas, os seguravam, diziam “muito obrigado”, o batiam três vezes na mesa e gritavam “atacar”... tão idiota).  Comeram, conversaram e riram. Por fim, acabaram sentados na sala, espalhados entre as poltronas redondas e os dois sofás. Bebiam whisky, conhaque ou champagne e conversavam mais.


- Até hoje eu não entendi como é que vocês voltaram a ser melhores amigas – James apontou com o copo para Emmeline e Dorcas. – Eu jurava ver umas coisas saindo dos olhos de vocês.


- Confluências organizadas pelo destino – Emmeline falou por alto misteriosa.


- E pelo álcool – Dorcas completou.


Todos riram. Ninguém nunca imaginaria realmente como foi a volta das duas, além de Lily e Marlene que já faziam uma idéia grande da coisa toda. Mas também, esse não é tipo de situação que se compartilha. Não é preciso gritar ao mundo; só se é preciso saber.


- Aproveitando o momento de confidências... Como é que vocês começaram? – Sirius perguntou, se referindo a Dorcas e Peter.


- Ah. Vocês viram, por que perguntam? – ela falou simplesmente.


- Vocês nunca, sei lá, tiveram um conflito sexual antes? Jura? – Sirius insistiu.


Dorcas riu: - Cala a boca.


Ele apenas levantou os braços em sinal de defesa. Marlene o abraçou, murmurando algo como “coitadinho do meu lindo, não fala assim”. Incrível como ela tinha ficado tão fofa. E comentários quanto a isso nunca acabavam...


- Até aceito que nunca houve conflito sexual entre Dorcas e Peter – Remus comentou enquanto colocava mais conhaque no copo – Mas jamais vou acreditar que a mudança da Lene aconteceu sem algum tipo de pacto ou seita.


- Ai amor, credo... – Emmeline disse rindo – Não acho que o Sirius partiria pra esse ponto, mesmo no desespero.


- Eu tenho minhas dúvidas – Dorcas concordou com o amigo, lhe estendendo o copo para que recebesse mais conhaque, também.


- Dá pra vocês pararem de falar de mim e do meu namorado enquanto estamos presentes? – Marlene falou em meio aos próprios risos – E parem com essa história de seita e pacto. Vocês andam vendo muita ficção.


- Vamos mudar de assunto! – Lily falou toda feliz – Tenho uma novidade pra contar!


James olhou pra ela assustado. Ela ia contar? Assim? Sem preparar ninguém psicologicamente? Sorriu com o próprio pensamento. Essa era Lily, não? Sempre falando as coisas de repente, de uma maneira fofa que te faz querer colocá-la num potinho, só pra que pudesse admirá-la pelos dias de sua vida. Ele era tão apaixonado por ela; tão completamente apaixonado por ela.


- Desembucha, filha! – Emmeline a apressou.


Marlene sorriu secretamente; Lily já havia lhe contado. Não poderia dizer, mas tinha sido a primeira a saber, devido ao grande medo da amiga de como o James reagiria, já que não eram casados.


- Estou grávida! – sorriu daquele jeito de desenhos japoneses – E o nome dele é Harry.


- Ainda não decidimos isso – James pontuou.


- Decidimos sim – ela lhe lançou um olhar bravo (parecido com aqueles de criança) e lhe mostrou língua em seguida.


Não pode nem respirar nos próximos segundos, pois as amigas já a atacavam, dando gritinhos histéricos e dizendo coisas como “precisamos pensar no chá de panela, no enxoval, no seu vestido de casamento, ai meu Deus, tanta coisa!”.


- Bem que eu percebi que a Lily andava mais bonita nos últimos dias – Sirius comentou do seu canto, levando um pequeno tapa de Marlene, que logo lhe apontou James.


Este apenas lançou um olhar falsamente nervoso ao melhor amigo: - Cuidado com o que você fala, Black. Eu posso muito bem acabar com você.


- Estarei sempre esperando, Potter – levantou o copo de whisky como se propusesse um brinde.


Os dois sorriram um ao outro. Cúmplices, amigos. O que sempre foram e não deveriam deixar de ser. Assim como todos ali presentes, unidos antes pelo desejo de acabar com Lisa e hoje pela grande amizade que nutriam uns pelos outros.


Falando nisso...


- Ah é! – Emmeline gritou do nada – Nós prometemos te contar no seu aniversário de 20 anos, James.


- Me contar o quê?


- Amor... – Lily surgiu dengosa do seu lado – Tem que prometer que não vai brigar com a gente.


- Ou então eu soco sua fuça – Lene comentou.


- Eu ajudo – Dorcas apareceu do seu lado.


- Tudo bem, sem violência. Eu prometo.


Todos se sentaram; divertidos. O cargo de contar a verdade ficou pra Marlene, pois já que eles tinham um grau de parentesco seria muito mais difícil pra ele odiá-la ou qualquer coisa assim. Lily não seria odiada por James de maneira alguma, também, mas decidiram manter a pobrezinha fora de risco. Imagina? Aqueles olhinhos tão bonitos... Não! Jamais.


- Então. A culpa foi sua. Você foi idiota. Nos abandonou e virou um viado junto daquela McCoy. Nós nos juntamos e bolamos um plano pra acabar com ela. Só isso.


- Só isso? – ele riu.


- É. Mas “isso” quer dizer que tudo de ruim que aconteceu na época entre vocês, inclusive a Dorcas e o Sirius, foram coisas planejadas. Nada foi por acaso, entende?


- Eu sempre suspeitei. A Lisa não tinha perfil de usuária de drogas – falou pensativo.


- Oh. Você adivinhou a parte que iríamos omitir. Que lindo – ela sorriu.


- Gostaria de não ter sido a vítima na época. Deve ter sido um plano engraçado pra caralho.


E então, a tarde se seguiu com comentários básicos do tipo “ah, ela era mesmo uma idiota” ou “eu vi ela um dia desses, estava casada, acho”; “é, também me lembro de ver uma aliança dourada no dedo dela na última foto que ela postou no facebook”; “por que você tem o facebook dela?!”; “sei lá, tenho o de todo mundo!”, e etc.


A beleza de se ser eternamente jovens, não?


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 Queridas pessoas! Eis as minhas explicações: a) estive esse tempo fora por bloqueio total ao meu mundo de escritora; estive em crise com a escrita e qualquer coisa relacionada a ela e sim, foi a coisa mais estúpida e idiota que já me aconteceu b) ninguém mais tá nem aí pra essa fic, seremos honestos. eu mereço, pois desapareci e a vida continua... mas eu tinha que postá-la, mesmo assim. era um trabalho não-inacabado que eu tinha com Floreios e era meu dever seguir até o fim! c) esse é o mesmo motivo pelo qual eu postei todos os capítulos que faltavam de uma vez: sei que ninguém mais ia acompanhar a fic, comentar sempre e tudo mais. então, se alguém pelo menos ainda quiser ler por ler, está aí. d) obrigada a todos que, em algum momento, me trouxeram a alegria de sua presença nessa fanfic! e) não gosto mais tanto dela hoje em dia, mas definitivamente é um orgulho pra mim ter terminado minha primeira long fic separada oficialmente em capítulos. 

Muito obrigada e... bem, nos vemos por aí, certo? (: 

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