Capítulo 26



No capítulo Passado...


 


Quando se viu em um círculo que demarcava os limites do centro do Labirinto, Harry continuou a correr, e se jogou sobre a Taça que emitia um brilho azulado. O garoto Potter se jogou sobre o objeto, imediatamente sentindo uma desagradável fisgada no umbigo, esperando ter a próxima coisa a ser ouvida como uma gigantesca ovação por ele ter ganhado o Torneio.


 


Doce ilusão. Harry Potter abriu os olhos...


 


**♥**


Capítulo 26


 


=== CONTINUAÇÃO... ===


 


 


Doce ilusão. Harry Potter abriu os olhos e constatou que estava num lugar diferente, que nunca havia visto antes. O céu extremamente escuro dava impressão de algo sombrio. Estava deitado no chão; a taça e a varinha não estavam mais em suas mãos.


 


— Mas o que... — murmurou consigo mesmo, ponderando o que o levara até ali. Então com um estalo, descobriu. — A taça era uma chave de portal.


 


Levantou do chão coberto por uma grama amarelada e ressequida. Procurou sua varinha, que estava a alguns centímetros de distância de suas mãos, e a pegou. Arrumou os óculos. Tirou a sujeira que sua roupa adquirira e desamassou suas vestes.


 


Olhou para os lados, a fim de achar a taça e pegá-la de volta. Vasculhou o lugar com os olhos, percebendo, enfim, que estava em algo como um cemitério. O lugar era horripilante: havia catacumbas e estátuas de anjos negros e ceifadores em todas as partes; todas capazes de despertar certo medo em muitas pessoas.


 


Finalmente encontrou a taça. Caminhou até ela, mas antes que sua mão a tocasse, ouviu uma voz fria e conhecida o chamar:


 


— Harry Potter... Vejo que o plano deu certo.


 


Harry dirigiu seu olhar para a pessoa que dissera aquilo e viu um homem alto, de cabelos loiros, quase brancos, e compridos. A aparência não muito velha, em seus quarenta anos, os olhos cinzentos e frios, o rosto fino e pontudo; usava uma longa capa negra e pesada, que caía sobre seu corpo e se arrastava no chão, além de um capuz idêntico aos dos comensais que invadiram a Copa Mundial de Quadribol. Aquele, Harry reconheceu, era Lúcio Malfoy, e carregava um fardo semelhante a um bebê embrulhado em panos negros nas mãos.


 


— O que você quer? — perguntou Harry, com uma expressão de confusão e raiva ao mesmo tempo.


 


— Ora, ora... Pensei que a espertinha Evans tivesse ensinado bons modos aos filhos. — ironizou.


 


— O. Que. Você. Quer? — perguntou Harry mais uma vez, pausadamente, controlando a raiva pelo jeito que ele mencionara sua mãe.


 


— Estou em uma missão para o Lorde das Trevas. — respondera Lúcio brevemente com um sorriso maléfico.


 


O Malfoy fez um pequeno aceno com a varinha, e, no segundo seguinte, Harry Potter estava preso na estátua de uma lápide onde se podia ler: Tom Riddle. A varinha do garoto caiu de sua mão, ficando próxima aos seus pés.


 


Tentou se mexer, se soltar, mas a escultura parecia estar enfeitiçada. A foice do Anjo da Morte que era a estátua se encontrava próxima à sua garganta, impedindo qualquer movimento brusco partido do moreno.


 


Lúcio, certo de que Harry não conseguiria sair dali, colocou cuidadosamente o emaranhado de panos próximo à lápide onde o garoto se encontrava. E então caminhou para algum lugar que Harry não pôde enxergar, pois a posição em que se encontrava lhe permitia apenas a visão do que estava à sua frente, e nada além disso.


 


Harry observou o embrulho no chão. Ele parecia se mexer incomodado, enquanto o garoto sentia um inexplicável arrepio percorrer sua espinha e uma sensação de que, qualquer coisa que estivesse dentro daqueles panos, não queria permanecer ali por muito mais tempo.


 


Então, o garoto ouviu um ruído sibilante abaixo de seus pés, desceu os olhos e avistou uma imensa e rechonchuda cobra deslizando pela grama ressecada. Sentiu outro breve arrepio, não por estar com medo da cobra em si, mas por achar o animal incomodamente horripilante.


 


A cobra circundou a lápide em que e menino estava preso. Harry ouviu uma respiração pesada, como se alguém arrastasse algo grande e pesado e, por sua visão periférica, avistou Lúcio arrastando um enorme caldeirão negro de metal para perto da lápide de Tom Riddle. O objeto quase transbordava com um líquido que, pelo som que transmitia ao movimento do recipiente, devia ter densidade semelhante à da água.


 


— Por que não levita o caldeirão com magia, ó poderosa e inteligente Doninha Máster? — perguntou Harry sarcasticamente, revirando os olhos.


 


— Calado, seu mestiço imundo! — rosnou o patriarca dos Malfoy.


 


— Mestiço imundo? — riu Harry. — Desculpe, tia Lucy, mas, caso você não saiba, seu 'dono', o Titio Voldinho, também é um mestiço! Ou você não ficou sabendo que ele matou o próprio pai por este ser trouxa? Francamente, Dona Barbie Malibu! Tá mal informado, hein, oxigenado?! Até meu pai sabia dessa. Ou o que foi? A água sanitária afetou os seus neurônios? Se é que você algum dia você teve um...


 


O loiro, raivoso, levitou o pesado caldeirão até um ponto logo à frente do adolescente, balbuciando coisas ininteligíveis sobre a audácia do mais jovem.


 


— O que foi, Lulu? Resolveu aceitar o conselho de pessoas intelectualmente superiores? Plágio é crime, sabia? Levitar esse negócio foi ideia minha. Sorte sua que eu estou feliz, senão eu chamaria meu advogado e meteria um processo nessa sua 'fuça' arrebitada. — o garoto Potter continuou a provocar, deixando suas raízes marotas fluírem sobre suas atitudes. Sei pai ficaria orgulhoso.


 


— Calado, Potter! — urrou o mais velho.


 


— Ui!... Ficou bravinha? — ironizou o moreno. — Desculpe, titio. É só que...


 


— Silêncio. — o Malfoy apontou sua varinha para o garoto ao proferir o feitiço, impedindo que ele emitisse qualquer ruído. — Garoto desprezível. — murmurou.


 


Os olhos verdes de Harry não se intimidaram com o feitiço silenciador, e, ali, preso naquele cemitério com sua voz impedida de ser pronunciada, o garoto começou a 'gritar', sem produzir sons, musiquinhas infantis de uma trouxa denominada 'Xuxa'.


 


O loiro revirou os olhos.


 


— Comece o ritual. — ordenou uma voz fria e arrastada, que saía do embrulho negro deixado no chão, fazendo o moreno se arrepiar e parar de 'cantar’.


 


— Sim, mestre. — Lúcio disse com uma reverência.


 


E então, com um aceno de varinha, o Malfoy fez surgir chamas embaixo do caldeirão, fazendo borbulhar o líquido contido dentro dele. A cobra, Harry pôde ver, deslizou para longe, embrenhando-se nas sombras e o impedindo de vê-la.


 


— Agora... O ritual. — murmurou a mesma voz fria de antes, como uma ordem.


 


Lúcio, em resposta, caminhou até o fardo no chão, de onde vinha à voz, e abriu o pano que o envolvia, deixando visível o que havia dentro. Harry sabia que se Hailey estivesse ali daria um grito ao ver a criatura antes envolvida pelo pano.


 


Era algo feio, viscoso que continha a forma de uma criança encolhida, e ao mesmo tempo era algo distante de se parecer com uma ser humano. A criatura estava pelada, e podiam-se ver seus braços e pernas finos e fracos. Seu rosto era plano, e lembrava o de uma cobra, com olhos vermelhos e brilhantes e, no lugar de suas narinas, estavam duas fendas ofídicas.


 


coisa tinha uma aparência quase desamparada, ela ergueu os braços magros e passou-os pelo pescoço de Lúcio, e este a ergueu. Ao fazer isso, seu capuz caiu para trás e Harry viu, à claridade do fogo, a expressão de repugnância em seu rosto fraco e pálido, enquanto transportava a criatura para a borda do caldeirão.


 


Por um instante, o garoto viu o rosto plano e maligno iluminar-se com as faíscas que dançavam na superfície da poção. Então Lúcio depositou aquilo dentro do caldeirão. Harry escutou aquele corpinho frágil bater no fundo do caldeirão com um baque suave.


 


“Tomara que se afogue”, praguejou o Cacodaimone em pensamentos. Lúcio ergueu a varinha para o céu noturno, e, de olhos fechados, disse:


 


— Osso do pai, dado sem consentimento, renove o filho!


 


A superfície do túmulo aos pés do garoto rachou. Harry observou um fiapo de poeira com a forma semelhante à de um osso se erguer no ar à ordem de Lúcio e cair suavemente no caldeirão. A superfície diamantífera da água se dividiu e chiou; disparou faíscas para todo o lado e ficou num azul vivido e peçonhento.


 


E então, Lúcio se encolheu. Parecia temer a próxima parte do ritual. Mas mesmo assim, a fez, com a voz meio trêmula e fria, mas ao mesmo tempo com um quê de indiferença e repugnância:


 


— Carne do servo, dado de bom grado, reanime o seu amo.


 


Harry viu Lúcio erguer a mão esquerda com certo nojo, e tirar de dentro das vestes um pequeno e afiado punhal, para em seguida, cortar o dedo mindinho de sua mão, fazendo este cair dentro do caldeirão.


 


A face do loiro se converteu em dor, mas logo voltou à sua expressão rígida novamente. Caminhou até Harry, e murmurou:


 


— Sangue do inimigo, tirado à força, ressuscite o seu adversário. — sua voz era fria e impassível, como se o que ocorrera segundos antes nunca tivesse sido realizado, e o loiro encarou a face do moreno com superioridade.


 


A mão extremamente branca e suja de sangue do Comensal puxou a de Harry por de baixo da escultura de pedra, e, sem se importar com a manga comprida das vestes do garoto que cobria parte do braço, passou o punhal com certa força por cima, provocando um rasgo em parte da manga da camisa do garoto, e fazendo o sangue Potter escorrer das veias do moreno.


 


Com a mão que segurava a varinha, o Malfoy retirou do bolso das vestes um frasquinho, que colocou perto do braço de Harry e deixou que parte do sangue à mostra, escorresse para dentro do frasco, e fechou-o logo em seguida.


 


Caminhou com o pequeno frasco para perto do caldeirão, abrindo-o e derramando todo o líquido vermelho-escuro dentro do enorme caldeirão. Terminado o ritual, Lúcio se afastou do caldeirão, esperando a reação final.


 


“Tomara que tenha dado errado.”, desejou Harry, ainda sem poder se pronunciar. Então surgiu do caldeirão uma nuvem de vapor que se espalhou por todo o cemitério, impedindo o garoto Potter de olhar Lúcio, o caldeirão ou qualquer outra coisa em volta.


 


Então, por entre todo aquele vapor, Harry conseguiu enxergar (com certa dificuldade) uma figura grande e encolhida emergir de dentro do caldeirão. Aos poucos, a névoa foi se dissipando, e ele conseguiu enfim enxergar com nitidez: era esquelético e alto, mas ainda assim humano, ou pelo menos sua essência assim um dia fora.


 


Aos poucos, a criatura pousou no chão do cemitério, e, ainda encolhida, disse para Lúcio:


 


— Me vista. — ordenou.


 


Lúcio Malfoy levitou as vestes negras que antes encobria o pequeno corpo de ossos despejado no caldeirão, para cima do homem que saíra dele, este a vestiu e levantou-se normalmente, fazendo um gesto com a mão para Lúcio.


 


O loiro imediatamente retirou de suas vestes uma varinha, e entregou-a para o seu Lorde. Voldemort olhou diretamente para Harry.


 


— Ora, ora, ora... O que temos aqui? — disse Tom Marvolo Riddle com sua voz fria, mas não tão arrastada quanto antes. — Harry Potter. Filho daquele que destruiu o Lorde das Trevas com uma sangue-ruim.


 


Harry se mexeu desconfortável, abrindo sua boca como se gritasse para defender uma mãe, mas ainda silenciado pelo feitiço. O homem de feições ofídicas gargalhou em escárnio.


 


— Lúcio. — chamou Voldemort. — Chame nossos... Companheiros, sim?


 


O homem loiro assentiu e puxou a longa manga da capa negra que vestia, revelando uma tatuagem de uma caveira prateada com uma cobra verde-esmeralda se desenrolando para fora de sua boca como uma horripilante língua. Então, o Lorde se aproximou de seu súdito e encostou sua varinha na Marca Negra.


 


Imediatamente, sombras negras rodearam os presentes, e delas se materializaram alguns homens encapuzados com máscaras inexpressivas.


 


— Bem vindos, Comensais da Morte. — cumprimentou Voldemort, com a sua voz fria e irônica. — Faz anos que não nos vemos, não é mesmo? — murmurou com ironia, e então sua face ficou rígida. — Entretanto, vocês atendem ao meu chamado como se fosse ontem que nos vimos pela última vez... — suspirou. — Continuamos unidos pela Marca Negra ou não? Vejo vocês, todos saudáveis e com os poderes intactos, melhores do que nunca. Por que não foram me socorrer? Vocês não haviam me jurado eterna lealdade? — O Lorde das Trevas desafiou seus seguidores.


 


— Lúcio afirmou que iria retornar... — começou um dos comensais, mas Voldemort o interrompeu.


 


— Sim, Lúcio... O único de vocês a ir me socorrer... — Lúcio parecia orgulhoso ao ouvir aquilo sair da boca de seu mestre. — Mas será que não o fez apenas por medo? — continuou Voldemort.


 


O sorriso do Comensal desapareceu.


 


— Não, Mestre! Nunca! — afirmou o loiro — Aliás, não havia o que temer... Medo é um sentimento para os fracos, assim como o tão prezado Amor.


 


— Então voltou por puro interesse. — disse Riddle. — Interesse esse que não se relaciona em hora alguma com a lealdade por seu mestre.


 


— Milorde... — Malfoy tentou se pronunciar mais uma vez.


 


— Basta! — o Lorde elevou minimamente a voz. — Mas devo admitir que você vem sendo de grande utilidade para mim, Lúcio. Afinal, sem seu filho obrigando Krum pela Imperius a por o nome de Potter no Cálice de Fogo, nós não teríamos a presença de nosso convidadoaqui hoje. E, falando nele... Finite Incantatem — o ofídico Lorde apontou graciosamente sua varinha na direção do garoto.


 


Harry sentiu um aperto na garganta, e soube que suas cordas vocais já poderiam produzir sons, mas preferiu não fazê-lo.


 


— Harry Potter... Enfim nos encontramos. Tenho aguardado este momento há muito tempo... O momento em que matarei o filho de Tiago Potter, aquele que me destruiu com seus amiguinhos. — o homem ofídico debochou a última palavra. — Mas... Como um Lorde, devo lhe dar a chance de se defender propriamente. — com outro aceno de varinha, o garoto foi solto e caiu de joelhos no chão, alcançando sua varinha rapidamente.


 


Harry caminhou até ficar de frente ao Lorde das Trevas, e disse com certo sarcasmo e desafio na voz:


 


— Ora, ora... Se não é o Tio Voldie... Papai mandaria lembranças, se lembra dele? Oh, que erro o meu... Mas é claro que se lembra do meu pai. Aquele que lançou o ‘Avada Kedavra’ em você, Tommy. Ele te deixou bem incapacitado não foi? — provocou.


 


Voldemort olhou raivoso para Harry. Em seguida, ergueu a varinha dizendo:


 


— Sabe duelar, Harryzinho? — a voz tinha ironia onipresente. — Mas é claro... Tiago deve ter lhe ensinado, não é? Se não seu pai, talvez Dumbledore, aquele velho caduco que sequer perceber que um dos meus seguidores, Crouch Jr., está infiltrado em seu preciosocastelo, disfarçado do tão prezado auror e professor Alastor Moody. Hmpf...


 


— Mas é claro que sei. Minha família é eficiente, Riddle, ao contrário da sua... — murmurou Harry, ignorando a segunda parte do comentário do inimigo. Pensaria nisso mais tarde, agora se concentraria apenas em se manter vivo.


 


— Nesta noite, eu irei matar o filho mais velho dos Potter, — Voldemort ignorou o comentário do garoto. — e assim que o fizer irei atrás de William e Hailey, seus queridos irmãos, Harry. E, por fim, o traidor do sangue do seu pai. Oh, sim... Não me esquecendo de seus padrinhos e do grupinho estúpido dos ‘Marotos’. Tsc, tsc, tsc... Patético.


 


— Não ouse se aproximar de qualquer um deles! — rosnou Harry, irritado.


 


— E então, por fim, o mundo bruxo ficará sobre meu controle. — o Lorde o ignorou novamente. — Matarei todos os sangues-ruins e traidores de sangue... Talvez eu poupe a sangue-ruim da sua mãe... Lílian. Talvez Severo... — mas o Lorde não pôde terminar, pois Harry o interrompeu dizendo:


 


— Não tente tocar em um único fio de cabelo dela, que seja. — o garoto Potter ameaçou e Voldemort gargalhou. — Expelliarmus! — gritou o moreno ao mesmo tempo em que Voldemort berrava:


 


— Avada Kedavra!


 


Os feitiços se chocaram, e ambos mantinham firmes as mãos sobre as varinhas. Harry sentiu seu pulso arder no exato local onde Lúcio Malfoy o cortou com um punhal. Aquele segundo de desvio de atenção, fez com que a maldição proferida por Voldemort seguisse em direção a Harry, anulando o feitiço feito pelo garoto.


 


Harry levantou o olhar a tempo de apenas desviar rapidamente. Abaixou a varinha e ainda sentiu um leve roçar incomodamente doloroso em seu ombro esquerdo, o qual ignorou. Avistou Tom Riddle gargalhando num ponto meio afastado à sua frente.


 


Aproveitou a distração do bruxo, e apontou com a varinha em direção à Taça Tribruxo, murmurando:


 


— Accio Taça!


 


Voldemort voltou seu olhar a Harry, e, em seu lugar encontrou um simples pedaço de pergaminho com os dizeres:


 


Desculpe, não foi dessa vez, Tommy!


 


Em seguida, o Lorde berrou um frustrado e longo ‘não’.


 


**♥**


 


Harry Potter abriu os olhos. Estava deitado sobre um gramado extremamente verde e bem cuidado. Por um instante, pensou ainda estar no cemitério, mas esse pensamento foi afastado de sua mente ao ouvir gritos em seu nome.


 


Ele havia voltado. Sorriu, mas o sorriu desapareceu de seu rosto ao sentir uma dor aguda se apoderar de seu corpo. Gritou. Os gritos desapareceram ao mesmo tempo em que ouvia a voz de Dumbledore gritar:


 


— Silêncio!


 


Então escutou passos em sua direção. Soltou mais um grito de dor. E então dois pares de braços o pegaram. Ouviu uma voz feminina perguntar:


 


— Harry, querido, está tudo bem?


 


— Oh, por favor, Lily, ele parece estar bem?! — respondeu outra. Eram seus pais.


 


Sentiu sua visão ficar turva, e murmurou, antes de cair na completa escuridão:


 


— Voldemort... Retornou.


 

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