Capítulo 25
No capítulo Anterior…
Aquele era, definitivamente, o começo do ‘caos’ em Hogwarts.
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Capítulo 25
Muitas semanas se passaram desde a ‘estreia’ dos Cacodaimones e das Melíades, e, desde então, Hogwarts virou um Pandemônio total. Desde então, alunos foram arremessados pelas paredes, banheiros foram explodidos, professores foram ridicularizados, Sonserinos tiveram seus cabelos coloridos e peles transfiguradas nos mais estranhos aspectos...
A cada dia que se passava, os dois grupos recebiam mais e mais detenções, e mais e mais alunos eram vistos na enfermaria sob os cuidados, muitas vezes improdutivos, de Papoula Pomfrey. Os alunos passavam correndo pelos grupos quando os avistavam. Todos tinham medo de se tornarem as próximas ‘vítimas’ das brincadeiras.
Isso se seguiu até o jantar do dia 24 de maio.
Os Cacodaimones e as Melíades estavam separados pelo Salão. Nenhum deles tinha detenção naquele dia… Ou melhor… naquele horário. O ‘Campeonato’ estava empatado, e nenhum deles mais podia fazer planos para os finais de semana, por terem que cumprir diversas detenções no decorrer dos dias e noites.
Hailey, como já era de praxe, estava sentada com Cedrico durante a refeição. William e Gabrielle — agora namorados — estavam com eles, e os quatro riam de qualquer coisa que a ruiva falava. Harry e Gina estavam sentados com Neville, Luna e Hermione à ponta da mesa da Grifinória; e Rony estava sentado com qualquer garota à mesa da Corvinal. Nenhum professor ou diretor era visto no Salão.
Todos no Salão estavam animados, até que puderam ver quatro belas corujas adentrarem o local, pousando graciosamente em frente a cada um dos Campeões Tribruxo. Cada uma delas portava um pequeno pergaminho com os seguintes dizeres:
“Venha até a sala do Diretor imediatamente.
Está na hora de saberem sobre o Final.
Ass. Minerva McGonagall, Vice-Diretora de Hogwarts
PS: Chicles de Bola”
Harry e Cedrico beijaram as respectivas namoradas e se levantaram, seguindo lado a lado com Vítor e Fleur pelos corredores desertos.
Os quatro chegaram em frente à Gárgula que guardava a entrada para a sala do Dumbledore. Cedrico murmurou “Chicles de Bola”, como dizia o post-scriptum da carta, e a gárgula se moveu, concedendo passagem aos adolescentes.
Os quatro subiram as escadas, com os ingleses na frente, e Harry bateu três vezes na porta de carvalho.
— Entrem — disse a voz do diretor claramente, silenciando um burburinho causado por sussurros diversos.
Eles o fizeram, e Harry pôde sentir todos os olhares dos professores, quadros, diretores e demais funcionários da Escola e do Ministério recaindo sobre os recém-chegados.
— Creio que façam uma breve ideia do porquê de estarem aqui. — comentou Dumbledore, recebendo um aceno de cabeça de cada um dos mais jovens. — Eu pedi a Então, meus caros, devem saber que os perigos que os aguardam no Fim do Torneio. Ele ocorrerá em um ambiente terrestre, e possuirá as mais improváveis criaturas que vocês já ouviram falar.
— A Tarefa, como Alvo já disse no Lago, ocorrerá na noite do dia 24 de junho, daqui a exatamente um mês. — Karkaroff continuou o discurso do outro diretor. — E vocês devem se preparar para tudo. Desde um simples Wingardium Leviosa até os mais avançados feitiços que conseguirem praticar neste mês que antecederá a disputa final pela ‘glória eterna’.
— Vocês deverran escolher um amig’ parra acompanhá-los na Tarrefa. — concluiu Maxime com seu acentuado sotaque francês. — Mas sejan prrudentes. O fim é a parrte mais difícil e morrtal do torrneio. Seus escolhidos estarrán arriscando suas vidas ao acompanhá-los. — ela terminou, fazendo os adolescentes se entreolharem com olhares enigmáticos, temerosos pelo que os aguardava.
— E, Sr. Potter, — disse Minerva com a sombra de um sorriso, no canto da sala. — por favor, avise seus amiguinhos que eu e os professores não agüentamos mais colocá-los em detenções. A partir de agora, você, assim como os senhores Krum e Diggory e a senhorita Delacour, deverá se dedicar aos treinos, sem receber auxílio de qualquer um dos professores, e não deverão desperdiçar o tempo com brincadeiras estúpidas e sem sentido.
Harry apenas lançou à professora um sorrisinho debochado, mas concordou com ela, pretendendo conversar com os amigos para estipularem um fim — empatado — para a Competição.
Após mais algumas instruções e avisos sobre o perigo eminente que os aguardava dali a um mês, os estudantes foram dispensados da sala e retornaram ao Salão Principal, onde os Cacodaimones e as Melíades ainda os aguardavam, junto de Gabrielle, na mesa da Grifinória.
Krum se sentou ao lado de Hermione — sua namorada desde uma semana após a ‘estréia’ —, enlaçando-a pela cintura, enquanto Harry e Cedrico faziam o mesmo com suas namoradas, e Fleur se sentava ao lado da irmã, que por sua vez estava envolta pelos braços de William.
— O que houve? — perguntou Hermione após selar brevemente seus lábios nos do namorado búlgaro, sob o olhar indiferente de Rony.
— Nada demais. — respondeu Cedrico, dando de ombros. — O Diretor só quis nos chamar para falar um pouco sobre o fim do Torneio. E a McGonagall pediu ao Harry que vocês parassem um pouco com as brincadeiras, pois vamos ter que treinar muito para a Tarefa.
Hailey sorriu para o namorado.
— Ela tem razão — disse a ruiva. — Está na hora de parar, e, a não ser que alguém arrume mais uma detenção hoje, nós terminamos emHaHHHfeo ifejofi empate.
Os Cacodaimones resmungaram um pouco, mas acabaram por concordar.
Hermione estava totalmente alheia à conversa, observando com desaprovação Christina Moore, uma loira Corvinal do quinto ano, se insinuando abertamente para os garotos que estavam em volta de Hermione.
A garota Granger, mesmo sem saber o motivo, se sentia, de certa forma, incomodada com os olhares da outra, pousados especificamente em certo ruivo que tanto mudara nos meses que haviam se passado.
— Hermi-o-nini. — chamou a voz firme de Vitor, tirando a garota de seus devaneios. — Vamos?
A garota olhou mais uma vez para Christina, que agora se aproximava do grupo onde os Campeões se encontravam com seus amigos.
— Claro! — sorriu a morena ao búlgaro.
Os dois saíram e William olhou de canto para Rony, que não parecia muito feliz com o casal que se afastava. O Potter mais jovem olhou para Cedrico.
— Cinco galeões que Rony e Mione ainda ficam juntos antes de o ano acabar. — disse.
Cedrico sorriu.
— Cinco que eles não ficam juntos este ano, mas que eles se entendem até o fim do sétimo ano deles.
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— Incendio!
— Expulso!
— Impedimenta!
— Expelliarmus!
Esses, entre outros, eram os feitiços ouvidos na Sala Precisa durante os períodos vagos de Harry e Cedrico desde o dia em que foram avisados sobre a Tarefa, que se aproximava mais a cada dia.
Os exames finais haviam acabado, e os dois garotos treinavam arduamente desde então, só saindo da Sala para suas refeições e aulas usuais. Ambos decidiram não ter um ‘ajudante’ para o Final — no intuído de preservar seus amigos —, então os dois se decidiram por avisar à McGonagall que Harry ajudaria Cedrico, e vice-versa.
A professora sorriu minimamente para os dois e acenou brevemente com a cabeça, concordando com a sábia decisão de ambos, e se perguntando o porquê de o garoto Diggory não pertencer à sua Casa, enquanto se orgulhava do garoto Potter, que se tornava cada vez mais parecido com seu ex-aluno Tiago.
— Harry! Ced! — disse a voz de Hailey, irrompendo pela porta da Sala, que imediatamente fez dissolver todas as criaturas que eram usadas nos treinos dos dois. — Venham! Está na hora do jantar. Vocês estão aqui há mais de três horas! Chega! Daqui a pouco terão que ser mandados à enfermaria por desgaste mágico.
— Só mais um pouco, Lily! — disse Harry, cuja camisa estava muito rasgada e desgastada pelo combate com as criaturas que surgiam para atacá-lo, secando o suor do rosto e do corpo.
Cedrico já arrancara a própria camisa havia horas, e apenas imaginava uma toalha úmida, que lhe foi cedida pela sala alguns segundos depois.
— Não me venha com essa de ‘só mais um pouco’, Harry Potter! — ralhou a ruiva, olhando de relance para o corpo muito bem definido do namorado. — Eu te conheço muito bem. E pense na Gina: tenho certeza que minha cunhadinha não gostaria de ter o namorado na Ala Hospitalar por quase se matar de tanto treinar.
Harry resmungou algo ininteligível, e Cedrico riu abertamente, beijando o topo da cabeça de Hailey.
— E Hermione está furiosa com você, — continuou a ruiva — afinal, você nunca teve essa preparação toda para os exames finais, mesmo com ela te mandando estudar e preparando seus cronogramas. Se prepare para o ano que vem, maninho, porque ela com certeza vai pegar no seu pé por causa dos N.O.M.’s.
— Nem me lembre, maninha. — o moreno sorriu. — Mas por que só eu levo ralo? E o seu namorado? Ele tem treinado tanto quanto eu!
Hailey sorriu para o irmão.
— Com ele é diferente. Ele devia estar estudando para os N.I.E.M.’s, mas como Dumbledore conversou com ele, e disse que os dele só serão na primeira semana de Férias, por causa do Torneio, eu relevo. E outra: se ele for parar na enfermaria, eu faço greve! — riu-se a garota, fazendo Cedrico contorcer a expressão numa careta de desgosto e Harry se engasgar com a própria saliva, lembrando-se das palavras que trocara com Rony meses antes, na enfermaria, quando os Weasley descobriram sobre o avanço em seu relacionamento com Gina.
— Greve? — questionou o moreno de óculos em um fio de voz. — Greve de quê?! Explique-se, Hailey Lilian Potter!
Hailey gargalhou, e Cedrico rapidamente terminou de restaurar seu uniforme, vestindo-o em seguida.
— Acredite, maninho, você não quer saber! — a ruiva afirmou entre risos, com as bochechas um tanto coradas, saindo do lugar rapidamente, deixando apenas os dois garotos se encarando.
— Cedrico Diggory! — exclamou Harry. — Por favor, me diga que você não... Que você não...
— Relaxa, Harry. — o mais velho sorriu brevemente, tranqüilizando o cunhado. — Nunca aconteceu nada. Ainda. Hailey pode ser mais nova, mas ela tem plena consciência dos atos dela, e eu nunca faria nada para prejudicá-la. Minhas ações dependem das vontades dela, e não é você, ou o Will, ou mesmo seu pai que vão me impedir de fazer nada. Sinto muito, mas é a verdade. Até mais tarde.
Dito isso, Cedrico deu as costas e saiu da Sala, deixando um Harry boquiaberto e muito irritado para trás.
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22 de junho — Sala Precisa
— Vamos, meninos, Vamos! — gritou Hermione de um pedestal de onde se podia observar os dois competidores escalando uma montanha de uma floresta ilusória criada pela sala para mais um dia de treinamento.
Cedrico e Harry — que ficara bravo com o outro por pouco tempo, entendendo que deveria deixar as rixas para depois da Tarefa — se desviavam de árvores e animais inusitados de todos os tipos enquanto tentavam chegar ao topo.
— Bombarda! — gritou Harry, explodindo uma Acromântula gigantesca que bloqueava seu caminho ao lado de Cedrico.
— Impedimenta! — o feitiço do Lufano atingiu certeiramente uma serpente que se preparava para dar o bote no mais jovem.
Após um tempo de corrida, feitiços e desvios de animais, os dois conseguiram alcançar o topo, fazendo com que a Sala se transformasse em um salão qualquer, com um sofá e cadeiras, com toalhas e mudas de roupas para os Campeões.
— Uma hora e vinte e três minutos. — disse Hailey com um sorriso para os garotos.
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23 de junho — Mansão Riddle
— Estamos quase prontos, Mestre. — disse uma voz solene, saindo de um vulto que se encontrava em um canto escuro duma sala fétida.
— Ótimo. — respondeu uma voz arrastada de cima de uma cadeira almofadada de mogno. — Meu plano está quase completo. Em pouco tempo este mundo bruxo conhecerá novamente o Poder das Trevas, e Tiago Potter pagará pelo que me fez.
A segunda voz gargalhou estridente e aterrorizante enquanto uma grande cobra adentrava o local. Um corpo inerte de uma trouxa qualquer flutuava em frente à lareira apagada.
— Nagini... — a segunda voz disse, apontando sua pútrida mão para o corpo da mulher — Jantar.
E então, a cobra deu o bote.
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24 de junho — Hogwarts, Sala do Diretor
— Professores — disse um velho senhor de cabelos e barbas muito brancos, quase prateados. — Eu preciso de um voluntário para colocar a Taça no Labirinto.
— Alvo — disse Alastor ‘Olho-Tonto’ Moody escondendo um sorriso debochado. — Eu posso levá-la até lá.
O velho sorriu.
— Isso seria ótimo, obrigado, Alastor.
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Noite do dia 24 de junho — Hogwarts, Labirinto, Terceira Tarefa
— Boa Noite! Como diretor da Escola-Sede desta ‘edição’ do Torneio Tribruxo, eu, Alvo Dumbledore, tenho o prazer de dar as Boas-Vindas a todos e a cada um de vocês à Terceira e última Tarefa. Nossos quatro campeões passaram por complicadas provações de que eles de fato mereciam e merecem competir pela Glória Eterna.
Todos se encontravam no — agora modificado em um Labirinto — Campo de Quadribol de Hogwarts. Os Campeões estavam Tensos no Vestiário da Corvinal, esperando serem chamados para o início do Fim. Seus amigos e familiares se encontravam ali com eles.
Cedrico abraçava Hailey Potter e Sarah Diggory (sua mãe) enquanto ouviam a voz de Dumbledore, que ecoava pelo lugar.
— Hoje, mais cedo, o professore Alastor Moody se voluntariou para colocar a Taça Tribruxo no centro do Labirinto que todos podem aqui podem ver. — continuou o diretor. — O primeiro Campeão que alcançar a Taça será o vencedor. Mas não se enganem. Aí dentro se encontram as mais variadas e tenebrosas criaturas imagináveis. Os Campeões foram avisados dos perigos aí contidos há exatamente um mês, e tiveram esse mesmo tempo para se prepararem. Fui informado que todos se prepararam e treinaram arduamente para o que os aguarda aqui.
Hailey estremeceu ao lado do namorado ao ouvir sobre a Taça.
— Ced? — choramingou a garota. — Se eu te pedisse algo, você faria?
O garoto a olhou, confuso, com as sobrancelhas arqueadas, fazendo um sinal para que ela continuasse.
— Se você avistar a Taça, não chegue perto dela. — disse a garota sentindo um arrepio de medo descer por sua espinha.
— O quê? — perguntou o rapaz — Mas, Lily...!
— Por favor, Cedrico! — os olhos da garota estavam marejados, e ela começava a soluçar. — Eu não estou com um bom pressentimento quanto a isso. E... Eu tive um... Um sonho. — ela abaixou a cabeça, sentindo as lágrimas escorrerem.
Cedrico sentiu uma pontada de preocupação pela garota que tanto amava.
— O que houve? — perguntou ele, calmamente, embalando a garota em seus braços de forma protetora. — O que houve, meu amor... No sonho?
A ruiva, ao invés de responder, apenas olhou nos olhou do garoto, sem conseguir dizer nada, e beijou-o longamente, como se estivesse se despedindo da sensação de terem seus lábios juntos, o gosto salgado das lágrimas da garota se misturando no emaranhado se sentimentos. Então, com um estalo, Cedrico se afastou da namorada.
— Hailey... — ele começou, temeroso com a reação da garota. — No seu sonho, eu... Eu morri não foi?
Hailey apenas meneou a cabeça positivamente e escondeu seu rosto banhado por lágrimas no peito do amado.
— Lily, meu amor. — chamou o rapaz. — Me escute. Eu prometo a você que eu não vou morrer, e que, se eu avistar a Taça, eu não vou chegar perto dela, está bem?
A garota esboçou um sorriso, enquanto se deixava levar pelo sentimento de proteção que se apoderou dela ao sentir os braços de Cedrico ao seu redor, e limpou suas lágrimas.
— Eu te amo, Cedrico. — sussurrou a garota.
— Eu te amo, meu anjo ruivo. — sorriu o Lufano.
Lílian Potter — agora com uma barriga de seis meses de gravidez (ela já estava de um mês quando descobriu) — sorriu afetuosamente ao ver a cena de sua filha sendo consolada pelo afilhado. Tiago, ao seu lado, suspirou pesadamente.
— Ele é um bom rapaz, e vai cuidar bem de nossa filha. — disse a ruiva ao marido. — Assim como a garota Delacour é uma boa garota, e eu tenho certeza que o Will fez uma boa escolha, apesar de tudo.
— Eu sei. — disse Tiago, abraçando a esposa enquanto acariciava sua barriga. — Eu só... Não gosto de estar perdendo minha menininha tão cedo.
Lilian sorriu e beijou o marido.
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William conversava com os Delacour em um francês fluente, impressionando tanto Monsieur Delacour quanto Apolline Delacour (pais de Fleur e Gabrielle) com a educação do garoto que meses antes lhes mandara uma carta da Inglaterra, pedindo a mão de sua filha em namoro.
Gabrielle estava abraçada ao moreno enquanto conversava animadamente com a irmã, que mais uma vez levaria a amiga Dominique para acompanhá-la na prova.
Hermione conversava animada com Vitor Krum e seu pai sobre qualquer assunto que ela lera em algum livro.
Harry andava, nervoso, pelo vestiário, sob o olhar preocupado de Gina.
— Eu não sei... — comentou a ruiva. — Estou com um mau pressentimento sobre essa tarefa.
O moreno de óculos parou de andar subitamente, olhando curioso para a namorada.
— O que foi? — perguntou Harry abraçando sua ruiva.
— Eu só... Sinto que as coisas podem não acabar como todos esperam.
Harry sorriu docemente e beijou a garota de forma apaixonada.
— E agora — a voz de Dumbledore se fez presente mais uma vez. — Campeões, por favor, venham até aqui. Vamos começar.
Os quatro se despediram dos amigos e dos demais presentes e saíram do vestiário sob uma grande ovação de todos os alunos e professores de cada escola, além de uma banda marcial composta por alunos de Hogwarts, regida pelo Professor Flitwick.
— O senhor Diggory e o Senhor Potter entrarão na frente, por estarem empatados em primeiro lugar, além de terem escolhido um ao outro para se ajudarem nesta Tarefa, com o nobre intuito de preservar seus amigos e colegas. — disse Dumbledore a todos, enquanto as pessoas que estavam no vestiário com eles se acomodavam nas arquibancadas. — E então serão seguidos do Sr Krum e da Srta. Delacour.
O diretor desceu do Palanque onde estava e, junto com Crouch, Ludo Bagman, Olímpia Maxime e Igor Karkaroff, se aproximou dos Campeões, Dominique e um Búlgaro qualquer, que jaziam lado a lado em frente ao início do Labirinto.
— Boa noite, senhores, senhoritas — disse Ludo Bagman. — Como os senhores devem ter ouvido o Alvo, sabem o que fazer. Se vocês forem atingidos ou pegos pelo Labirinto ou pelas criaturas que ali se encontram, lancem faíscas vermelhas da ponta de suas varinhas, para que um dos Aurores responsáveis pela segurança do Torneio possa ir atrás de um de vocês.
Olímpia olhou em um relógio de bolso gigantesco e chamou Dumbledore.
— Prrofessorr Dumbledorre. Crreio qu’ já esteja na horra de seus alunos entrrarrem no Labirrinto.
Dumbledore concordou e retornou ao Palanque, enquanto Moody se aproximava dos dois Hogwartianos que entrariam no Labirinto.
— Boa sorte aos dois. — disse o homem rudemente, puxando os adolescentes pelo braço até uma entrada ali perto. — Eu mesmo coloquei a Taça ali no Centro, então me ouçam: sigam sempre para a esquerda e para frente. Não recuem, não ignorem o que estou dizendo. — o estrondoso barulho de um canhão eclodiu, sinalizando a deixa dos dois para entrarem. Moody os empurrou para dentro do labirinto. — Até mais tarde.
A ‘parede’ de folhas e galhos atrás deles se fechou, abafando todos os sons que provinham das arquibancadas do Campo.
Os dois campeões se entreolharam, deram de ombros e seguiram caminho pelo ‘corredor’ sombrio delimitado pelas ‘paredes’ do Labirinto.
Harry e Cedrico andaram até uma bifurcação.
— E agora? — perguntou Harry.
— Vamos seguir o que o Moody falou, e...
A fala do Lufano foi interrompida por uma rajada de vento somada a um barulho estridente e irritante. Os dois olharam para trás e constataram que as plantas das ‘paredes’ estavam se fechando. Os garotos se entreolharam e seguiram pelo caminho da esquerda. O barulho ficava cada vez mais pronunciado e, ao olhar para trás, Cedrico viu que as ‘paredes’ continuavam se fechando, agora mais rapidamente.
— Corre! — gritou Cedrico, puxando o braço de Harry.
Os dois continuaram correndo até que viram seu caminho impedido por uma Quimera gigante, soltando fogo na direção dos garotos, enquanto as paredes ainda se fechavam.
— Droga! — praguejou Harry. — Aguamenti!
O fogo da Quimera foi evaporado por um potente jato d’água que saiu da varinha do mais jovem. O animal ficou desnorteado por meio segundo, que foi tempo o suficiente para Cedrico sacar sua varinha e gritar:
— Estupefaça!
Harry sorriu e viu o monstro cair inerte, mas ainda bloqueando o caminho dos dois. O moreno de óculos vasculhou sua mente em busca de algo que fizesse o animal sumir, e lembrou-se de seu segundo ano, quando Snape fez desaparecer uma de suas falhas poções.
— Evanesco! — berrou o garoto.
Funcionou. O animal desapareceu, mas as paredes atrás de si ainda se fechavam, O que fez com que os dois continuassem a corrida.
O corredor acabou, mas ainda havia uma saída para a direita, que foi o caminho que Harry e Cedrico tomaram. Enfim as paredes pararam de se fechar, e os Hogwartianos puderam retomar uma caminhada mais tranqüila, com seus corações batendo fortemente em seus peitos.
Ambos caminharam por mais algum tempo, se deparando com as mais diversas criaturas: Dementadores, Bichos-Papões, Explosivins... Até ouvirem gritos femininos muito agudos, partindo de algum ponto ali perto. Harry e Cedrico seguiram até lá, o instinto protetor falando mais alto.
Após alguns minutos, os dois se depararam com Fleur e Dominique sendo torturadas pela Maldição Cruciatus, partida de ninguém menos que Vitor Krum, que — o garoto Potter pôde ver — tinha as pupilas quase brancas e desfocadas. Harry ainda pôde ver o outro búlgaro sendo arrastado pelos ramos de cipós no chão do labirinto para algum lugar desconhecido.
— Impedimenta! — gritou Cedrico para Vitor, fazendo com que o feitiço do segundo fosse anulado. Harry correu para as francesas.
— Carpe Retractum — Harry apontou sua varinha para o búlgaro, e este foi puxado de volta dos ramos do labirinto mas ainda se via envolto em pedaços de cipó que o arrastavam de volta para dentro. Mais uma vez, Harry apontou sua varinha para o búlgaro, mais precisamente para os ramos que o puxavam. — Diffindo.
As ‘cordas’ se desprenderam do outro búlgaro, e este se levantou com medo expressado em seu rosto.
— Vocês estão bem? — perguntou o moreno, ajudando Dominique e Fleur a se levantarem, enquanto Cedrico mantinha sua varinha apontada para Vitor. — Cedrico, deixe-o. — Harry demandou. — Deixe-o! Ele está sob a Imperius.
— Como sabe? — perguntou o mais velho ao cunhado.
— O Moody me deu uma aula sobre as maldições, e ele mostrou nos alunos os efeitos da Maldição Imperius e da Cruciatus. Acredite, Krum não agiu assim porque quis, e sim porque alguém o está manipulando.
Cedrico assentiu, mas manteve a guarda para evitar um possível ataque-surpresa do búlgaro. Harry se virou novamente para as francesas.
— Vocês estão bem? — o garoto repetiu a pergunta. As duas menearam a cabeça afirmativamente. — Conseguem, ou melhor, querem continuar?
Fleur e Dominique se entreolharam e negaram.
— E você? — o moreno perguntou ao búlgaro, também recebendo uma resposta negativa.
Harry respirou fundo e apontou a varinha para o alto.
— Pericullum. — proferiu o garoto, e faíscas vermelhas subiram ao céu.
— Obrrigada, Arry! — disse Fleur após alguns instantes em silêncio.
— Pelo quê? — perguntou o garoto com as sobrancelhas arqueadas enquanto esperavam os aurores que viriam buscar as francesas e os búlgaros, deixando apenas os ingleses na competição.
— Esta é a segunda vez qu’ você salva alguém de minha família. — disse a francesa. — Obrrigada.
Harry sorriu.
— Não agradeça, Fleur. E não fui só eu. No lago, Will me ajudou com Gabrielle, e agora eu tive a ajuda do Cedrico. Agradeça-os também.
— Mesmo assim. — a loira deu de ombros. — Ginevra é uma garrota de sorrte.
O moreno meneou a cabeça com um breve sorriso, agradecendo à francesa, pensando em sua ruiva, e na reação que ela teria ao ouvir a loira a chamando de Ginevra.
Após mais alguns segundos em silêncio, os grupo pôde ouvir passos se aproximando. Harry ergueu a varinha na direção de onde vinha o som.
— Quem está aí? — perguntou o moreno.
— Harry? Harry, meu filho, é você? — perguntou uma voz muito conhecida pelo garoto.
— Pai? — o garoto ergueu as sobrancelhas. — Pai, é você?
— Sim, Harry, abaixe a varinha. — Tiago Potter disse, se aproximando do grupo.
— Não. — disse o garoto.
— Não? — perguntou o mais velho ceticamente. — Garoto! Eu sou seu pai!
Harry não demonstrou reação às palavras do homem:
— Prove. — demandou.
— Provar? — Tiago agora sorria, e, ao lado dele, podia-se ver mais três aurores, Sirius entre eles, os outros desconhecidos. — Me pergunte algo então.
— Sirius, essa pergunta é para você, também. — o garoto apontou a varinha para o outro moreno, que apenas sorriu e concordou. — Quais foram os primeiros presentes que meu padrinho e meu pai me deram no meu aniversário de um ano de idade?
Os dois mais velhos gargalharam.
— Eu te dei uma vassoura de brinquedo — disse Sirius ao mesmo tempo em que Tiago dizia:
— Eu te dei um pomo de ouro.
Harry sorriu e abaixou a varinha.
— Desculpem, mas isso foi necessário. Tem algo errado. — o moreno explicou.
— Algo errado? — Tiago perguntou ao filho.
— Senhorr Potterr, Vitorr nos atacou. — disse Fleur apontando para si, Dominique e para o outro búlgaro, Nigellus Karovski.
— Como assim? — perguntou Tiago se aproximando de onde Cedrico ainda apontava a varinha para o búlgaro desacordado.
— Krum estava sob a maldição Imperius, pai. — explicou Harry. — E estava torturando Fleur e Dominique com a Cruciatus. Cedrico e eu chegamos a tempo e o impedimos. Karovski estava quase sendo pego pelo Labirinto.
— Maldição Imperius? — perguntou Sirius, pondo a mão sobre o ombro do afilhado. — Tem certeza, Harry?
O moreno acenou afirmativamente.
— E tem mais. — disse Harry, atraindo todos os olhares para si. — Sabem a Murta-Que-Geme?
Sirius e Tiago se entreolharam com sorrisos marotos e acenaram.
— Ela me disse que estava andando... Ou seja lá o que os fantasmas fazem... Pelo encanamento da escola e achou restos de Poção Polissuco, o que só pode significar uma coisa...
— Temos um espião na Escola. — completou Sirius com um semblante fechado. — Bom trabalho, garoto.
Harry acenou com um sorriso discreto, mas mantendo a impassibilidade em sua face.
— Temos que avisar ao Dumbledore. — afirmou Tiago, sério. — Muito bem... Quem vai conosco e quem continua na Tarefa?
— Eu fico. — Harry disse, firme, recebendo olhares orgulhosos do pai e do padrinho.
— Eu também fico. — Cedrico sorriu, fazendo com que Tiago lhe atribuísse mais alguns pontos em seu conceito.
— Mais alguém? — perguntou Sirius. Ninguém respondeu. — Ótimo... Vamos logo. Harry, Cedrico, boa sorte.
— Obrigado, padrinho.
— Obrigado, senhor Black.
— Tchau, filho, tchau genro-afilhado.
— Tchau, pai. Mande um beijo para minhas ruivas mãe, irmã e futura esposa.
Tiago riu e concordou e Cedrico apenas acenou.
Os aurores e os adolescentes se despediram e aparataram dali. Segundos depois, Harry e Cedrico ouviram um estalo já conhecido, e as paredes atrás deles tornaram a se fechar. Com um suspiro pesaroso, os dois desataram a correr novamente.
Os garotos não sabiam quanto tempo havia se passado desde que estavam ali, e já haviam enfrentados todos os tipos de perigos e criaturas possíveis, desde Tronquilhos até uma Esfinge e um Dragão Norueguês, até que...
— Harry! — exclamou Cedrico olhando diretamente para algum ponto à sua frente. — Olhe lá!
Harry olhou e viu um brilho azulado mais à frente. Sorrindo, ele e o cunhado começaram a andar naquela direção. Contudo, suas visões para a Taça foram impedidas, pois, mais uma vez as paredes começaram a se fechar, mas, desta vez, eram as à sua frente.
Os garotos entraram em uma falha nos galhos e folhas do Labirinto e desataram a correr na direção da Taça. Até que Cedrico parou bruscamente. “Se você avistar a Taça, não chegue perto dela.”, dissera Hailey um tempo antes de eles entrarem.
— Cedrico, o que foi? — perguntou Harry.
“— Hailey... — ele começou, temeroso com a reação da garota. — No seu sonho, eu... Eu morri não foi?
Hailey apenas meneou a cabeça positivamente e escondeu seu rosto banhado por lágrimas no peito do amado.”
Ele prometera à garota que não se aproximaria. E cumpriria a promessa.
— Cedrico? — Harry o chamou novamente.
— Sinto muito, Harry... Eu prometi à Hailey que não iria. Vá você... Eu tenho que cumprir minha promessa. — disse o mais velho.
— Oras, o que é isso?! — exclamou o mais jovem. — A Lily vai entender, vamos! Você não pode ficar pra trás!
— Sinto muito. — disse Cedrico, e apontou a varinha para o céu. — Pericullum. É a sua vez de brilhar Harry. Até mais tarde.
Mais uma vez, os aurores foram ouvidos, e, agora, Cedrico se fora. Harry estava sozinho, e seu caminho para a Taça estava desimpedido. Então, o garoto Potter correu rapidamente, lutando contra suas pernas cansadas, desviando dos ramos que queriam impedi-lo de chegar a seu destino.
As paredes ao seu redor começaram a se fechar, mas Harry não ligou. Continuou a correr desembestadamente, se aproximando cada vez mais da Taça.
Quando se viu em um círculo que demarcava os limites do centro do Labirinto, Harry continuou a correr, e se jogou sobre a Taça que emitia um brilho azulado. O garoto Potter se jogou sobre o objeto, imediatamente sentindo uma desagradável fisgada no umbigo, esperando ter a próxima coisa a ser ouvida como uma gigantesca ovação por ele ter ganhado o Torneio.
Doce ilusão. Harry Potter abriu os olhos...
Continua no próximo capítulo...
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