Capítulo 27



No capítulo Anterior…


 


 Sentiu sua visão ficar turva, e murmurou, antes de cair na completa escuridão:


 


— Voldemort... Retornou.


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Capítulo 27 — O FIM


 


 Ele está acordando!


 


— Harry? Harry, meu filho, está ouvindo?


 


— Afastem-se! O garoto precisa de espaço!


 


Harry abriu os olhos, mas os fechou quase imediatamente, sentindo-os lacrimejarem pela a claridade repentina. Sentiu-se deitado sobre algo macio e quente. Uma cama ou maca, talvez.


 


— Há quanto... — o garoto começou, mas ao notar a voz rouca e falha por falta de uso, pigarreou e recomeçou: — Há quanto tempo estou aqui?


 


O garoto esticou seu braço para a escrivaninha, a fim de encontrar seus óculos; quando o fez, ajeitou o objeto no rosto e olhou em volta. Todos estavam ali: Hailey, Cedrico, seus pais, seus padrinhos (Lene com o barrigão de sete meses de gravidez dupla), William, Gabrielle, Rony, Hermione, Neville, Luna, Arthur, Molly, Amos, Sarah, alguns professores, a enfermeira e até mesmo Krum e Fleur, ao lado de Nigellus e Dominique.


 


— Harry? — chamou Lílian Potter com a voz doce. — Harry, meu filho, o que houve com você? O Cedrico saiu da Tarefa e disse que você estava na direção da Taça, então ficamos te esperando, mas você demorou quase uma hora para aparecer e, quando o fez, estava quase... Morto — a voz da mulher grávida falhou nessa hora —, e tinha um corte no braço feito por uma Maldição da Morte, além de afirmar que... Que Voldemort voltou.


 


Harry levou a mão direita ao braço oposto, mais precisamente à faixa que encobria o lugar onde provavelmente havia uma cicatriz proveniente do feitiço de Tom Riddle que raspou em seu braço, com flashes de memória invadindo sua mente num turbilhão de emoções.


 


— Hm... Mamãe? Gente? — o garoto se dirigiu a todos os presentes. — Será que eu posso falar com meu pai e meu padrinho? A sós?


 


Hesitantes, os visitantes do moreno atenderam ao pedido do mesmo, deixando a Ala Hospitalar de Hogwarts sem dizer nada. Tiago e Sirius permaneceram ali, encarando o garoto seriamente, como era raro para os dois homens. Quando as grandes portas do local se fecharam atrás da enfermeira, Tiago se pronunciou:


 


— Explique-se.


 


O mais jovem respirou fundo e desatou a falar:


 


— Quando Cedrico saiu, eu fui até a Taça, e a toquei, como deveria ser feito para que eu retornasse até o lugar onde todos se encontravam. Contudo, não foi o que aconteceu. Eu peguei na Taça, sim, mas ela era uma Chave de Portal e me levou até um cemitério.


 


Os dois mais velhos ouviam atentamente, e arquearam as sobrancelhas ao ouvirem a afirmação do garoto.


 


— Mas... Como...? — começou Sirius.


 


— Eu vou chegar lá. — interrompeu Harry. — Eu levante, e, pouco depois, Lúcio Malfoy apareceu. Ele começou a falar um bando de coisas sobre estar em missão para o ‘Lorde das Trevas’ — os três morenos reviraram os olhos simultaneamente quando Harry disse o nome com a voz carregada de sarcasmo. — Eu falei umas e a Polly Pocket se estressou e me prendeu numa estátua muito macabra acima da lápide de Tom Riddle Pai.


 


Tiago e Sirius riram dos ‘apelidos’ do filho/afilhado.


 


— Aí — continuou o garoto —, o Malfeito colocou um embrulho muito estranho no chão e fez um ritual mais estranho ainda, pegando os ossos do Tommy-Pai, um dedo dele e um pouco do meu sangue. Aí o Tommy–Filho apareceu com uma cara igual à da cobra dele, e tentou me matar pra se vingar do papai. Nós duelamos. O feioso se distraiu e eu pulei fora, mas fui quase atingido pela Maldição. Eu convoquei a Taça, e vim parar em Hogwarts. E foi isso.


 


Os mais velhos, após o relato, ficaram em silêncio, sendo que este foi quebrado após alguns segundos pelo primogênito dos Potter.


 


— Ah, sim... E eu descobri quem é o espião. — disse o garoto em um tom leviano, como quem comenta sobre o tempo.


 


Os mais velhos se entreolharam divertidos, porém nervosos, com a indiferença do garoto.


 


— E... — começou Tiago no intuito de ter sua frase terminada pelo filho.


 


— E... — Harry imitou o pai com um sorriso. — Vocês dois, chequem aquele frasquinho duvidoso do Moody. Ele vai estar cheio de Poção Polissuco. Ah! Por que não me contaram que o Crouch tem um filho?


 


— Não era relevante. — Sirius deu de ombros. — Mas... O que o ‘Bartie’ tem a ver com o Moody? Ele foi preso anos atrás, quando o Karkaroff foi solto.


 


— Melhor checarem a cela, então. — Harry franziu as sobrancelhas. — Porque de acordo com o Carequinha, Dumbledore é um “velho caduco que sequer perceber que um dos meus seguidores, Crouch Jr., está infiltrado em seu precioso castelo, disfarçado do tão prezado auror e professor Alastor Moody”. — o garoto recitou perfeitamente as palavras do inimigo, imitando, inclusive, o tom sarcástico e debochado usado pelo mesmo.


 


Os dois mais velhos se entreolharam, assentiram mudamente e saíram da enfermaria a passos rápidos.


 


Instantes depois, a porta se abriu novamente, revelando o mesmo grupo de antes, todos com semblantes preocupados e incertos se deviam entrar. O moreno assentiu e os permitiu a entrada com um breve aceno de sua mão.


 


Lílian, sem hesitar, correu o mais rápido que sua ‘condição’ permitia, e sufocou o filho com seu abraço esmagador.


 


— Oh, meu filhinho! Eu estava tão preocupada! Depois você vai ter que me explicar direitinho o que aconteceu.


 


— Primeiro me digam... Há quanto tempo estou aqui? — perguntou o garoto.


 


— Algumas horas... — disse Gina, abraçando o namorado quando este foi solto pela mãe, e sendo puxada para um beijo saudoso quase imediatamente.


 


O casal continuou a se beijar, ignorando alguns pigarros e risadinhas de seu ‘público’. Quando se separarem, Gina envolveu o garoto com seus braços novamente.


 


— Eu tive tanto medo — sussurrou a ruiva no ouvido do moreno.


 


— Shh... — Harry a acalmou, passeando suas mãos pelas costas da namorada de forma protetora e reconfortante. — Acabou... Eu estou bem, agora... E é isso o que importa.


 


— Promete que não vai me deixar? — choramingou a garota, fazendo-o sorrir levemente.


 


— Eu prometo, futura Senhora Potter. — e a puxou para mais um beijo sob o olhar carinhoso de Lily, Molly e Lene. Instantes depois, os dois se separaram, e Harry puxou Gina para que a ruiva se sentasse em seu colo enquanto encarava os demais presentes. — Se sente melhor, Krum? — perguntou o mais jovem polidamente.


 


O búlgaro apenas assentiu agradecimento, confirmando a pergunta do Potter.


 


Hailey correu até o irmão e o abraçou com força, sem conseguir se segurar por mais tempo e, ao soltá-lo, começou a bater em todas as partes dele que conseguia alcançar.


 


— COMO você desaparece assim Harry Potter? — ela exclamou. — Você sabe o quão horrível foi ficar te esperando, achando que você viria em alguns minutos, e, após quase uma hora, te ver quase morto e sangrando no chão?


 


— Ai! Lily! Pára! — o moreno tentava se defender, enquanto Gina ria, abrindo espaço para os tapas da cunhada.


 


— E tem mais: mamãe e Gina não te bateram porque você está machucado... Mas eunão ligo. E quer saber? Explique-se! — a ruivinha ainda batia no irmão, com algumas lágrimas escorrendo por seu rosto. Harry segurou os pulsos da irmã e a abraçou com força, deixando-a chorar contra seu peito. — Eu achei que tinha te perdido.


 


— Você nunca vai me perder, Lily. — Harry disse embalando a irmã. Gina pousou seu rosto no vão do pescoço do namorado, acariciando os cabelos da amiga para ajudá-la a se acalmar. — Nem você, nem nenhuma outra ruiva que esteja aqui. — o garoto sorriu e virou o rosto minimante, beijando a bochecha da namorada.


 


Por um segundo, Harry pôde se lembrar nitidamente da voz de Voldemort. “Nesta noite, eu irei matar o filho mais velho dos Potter, e assim que o fizer irei atrás de William e Hailey, seus queridos irmãos, Harry. E, por fim, o traidor do sangue do seu pai. Oh, sim... Não me esquecendo de seus padrinhos e do grupinho estúpido dos ‘Marotos’”. O garoto Potter estremeceu e virou-se para os amigos e familiares presentes.


 


— Me prometam que, aconteça o que acontecer, vocês ficarão bem. — disse, em um tom de voz que mesclava preocupação e mistério.


 


— Aconteça o que acontecer? — perguntou Marlene — Harry, o que você...


 


— Mamãe falou que quando eu cheguei eu disse algo sobre Voldemort ter retornado. — disse o garoto seriamente. — Eu não menti. A Taça era uma Chave de Portal, e ela me levou para um cemitério. Lá, eu vi Tom Riddle reviver diante de mim, com algumas gotas do meu sangue... Tiradas à força. Lúcio Malfoy realizou o ritual. E, depois, outro comensais apareceram. Voldemort falou com eles. Nós duelamos, e, em algum momento, a Maldição da Morte roçou em meu braço...


 


— ... E por esse motivo você tinha um corte no braço. Mas é claro! — exclamou a enfermeira com assombro. — Senhor Potter... O senhor sobreviveu à Maldição na Morte. — Os presentes arregalaram os olhos. — É a primeira vez que ouço algo assim. Sinto lhe dizer, mas a cicatriz continuará aí. É impossível remover as marcas causadas por feitiços das Trevas.


 


Harry deu de ombros; já desconfiava desse fato.


 


— Droga! A culpa é minha. — disse Cedrico em um tom injuriado e frustrado. — Se eu estivesse lá...


 


— O Malfoy teria te matado. — interrompeu Harry com um semblante sério. — Foi melhor que você estivesse longe. Agora que Voldemort está de volta, talvez ele passe um tempo escondido, talvez não, mas cedo ou tarde ele vai começar a atacar. E, quanto mais  mortes evitarmos, melhor será para todos e para cada um de nós.


 


McGonagall, assim como os outros professores presentes, sorriu orgulhosa para o aluno.


 


— Muito bem... — disse Madame Pomfrey. — Senhor Potter... O senhor precisa de algo?


 


— Hmm... — ponderou Harry. — Hambúrguer com batatas fritas!


 


Os presentes riram, e a enfermeira o olhou ceticamente.


 


— O que foi? — perguntou o moreno inocentemente. — Eu to com fome!


 


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Sala do Diretor — Hogwarts


 


— Alvo, como já lhe dissemos, — Tiago Potter indicou a si mesmo e aos outros aurores presentes na sala; os mesmos que foram ao ‘resgate’ dos campeões no Labirinto. — Há um espião na Escola, e ele está sob o efeito da Poção Polissuco. Sirius e eu dissemos que investigaríamos sobre isso. Mas não foi preciso. Certamente, Harry lhes contou sobre o que ocorreu depois que ele e Cedrico Diggory se separaram.


 


O Diretor assentiu. Na sala, estavam Sirius, Tiago, Dumbledore, os aurores já citados, Lupin, Alastor Moody, Ludo Bagman, Bartô Crouch e Cornélio Fudge.


 


— Então o senhor está ciente do retorno do ‘Lorde das Trevas’, Tom ‘Voldemort’ Riddle. — Sirius cuspiu o nome com sarcasmo eminente.


 


Mais uma vez, Dumbledore assentiu, e os funcionários ministeriais estremeceram à pronúncia do nome, fazendo Tiago, Alvo, Sirius e Remo revirarem os olhos. ‘Alastor’, prevendo o rumo desfavorável que a conversa tomava, começou a se afastar do grupo lenta e discretamente, mas sem perceber que era observado pelo canto do olho por Lupin.


 


— Cavalheiros, por favor, se adiantem — disse Dumbledore. — Ainda temos que entregar a Harry Potter o prêmio de mil galeões pela vitória do Torneio.


 


Tiago sorriu com orgulho do filho.


 


— Bem... — disse Sirius. — O espião é...


 


— Impedimenta! — gritou Lupin com a varinha apontada para ‘Moody’, que se aproximava da porta, mas foi jogado longe dela pelo feitiço do lobisomem.


 


— Ah, qual é, Remmy! — resmungou Sirius infantilmente. — Cortou o suspense!


 


Tiago sorriu.


 


— Crianças, não briguem. — demandou o moreno de cabelos rebeldes, conjurando uma cadeira. — Agora, Remo, por favor, pode colocar nosso ‘fugitivo’ sentadinho e quietinho aqui?


 


O lupino assentiu e fez o que o amigo pediu, imobilizando ‘Alastor’.


 


— Mas... O que é isso? — perguntou Crouch. — Estão insinuando que Alastor está ao lado dos bruxos das Trevas? Francamente! Ele foi um dos nossos melhores aurores!


 


Sirius revirou os olhos.


 


— Oh, por favor, Crouch, você ouviu uma palavra do que dissemos aqui? O espião está sob o efeito da Polissuco. — afirmou o moreno de olhos cinzentos, contrariado. — E, Bagman, pelo que eu saiba, você é, ou foi... Que seja, um bom preparador de Poções, não?


 


O homem em questão assentiu. Tiago aproximou-se do ‘fugitivo’ e puxou a frasqueira a qual o verdadeiro Alastor Moody costumava carregar consigo.


 


— Bom o suficiente para reconhecer o cheiro das poções? — perguntou Tiago, entregando o objeto a Ludo. O homem assentiu, abriu a frasqueira e inspirou, com seu topo próximo ao nariz, arregalando os olhos logo em seguida.


 


— Poção Polissuco. — afirmou Bagman com espanto.


 


Fudge arregalou os olhos para o companheiro, e, sacando a varinha, se virou para o espião.


 


— Revelio. — proferiu o ministro. Imediatamente, a face que outrora pertenceu a Alastor ‘Olho-Tonto’ Moody começou a ‘borbulhar’, tomando as feições pálidas de Bartolomeu Crouch Jr.


 


— Barty? — perguntou um assombrado Bartô Crouch, como se fosse um trouxa vendo um fantasma.


 


— Olá, papai. — o espião disse com um sorriso de deboche, deixando seu ‘tique’ de mostrar a língua, o que indicava seu nervosismo.


 


— Você não é meu filho. — acusou Crouch-Pai com certo nojo na voz. — Enviem-no a Azkaban. Meu filho está morto.


 


Dizendo isso, Crouch se retirou da Sala, e os aurores (com exceção de Tiago e Sirius) ergueram Barty e o levaram até a lareira, entrando na mesma e, com um punhado de Pó de Flu, gritaram: ‘Prisão de Azkaban!’, e desapareceram por entre as chamas verde-esmeralda.


 


— Agora, Diretor, se me dá licença... — Tiago disse, se afastando em direção à porta.


 


— Obrigada por isso, senhores Potter, Black e Lupin. — disse o diretor com um sorriso amigável. — Podem se retirar.


 


Os três homens assentiram, e deixaram o diretor sozinho com o Ministro da Magia; desceram as escadas, e logo Tiago tomou rumo em direção à Ala Hospitalar, onde sabia que encontraria seu filho. Sirius e Remo preferiram seguir direto até o Salão Principal.


 


O homem Potter foi andando tranquilamente, lembrando-se dos dias mais felizes que passara naquele Castelo; quando conheceu sua ruivinha, o primeiro tapa, quando ele se viu apaixonado por ela, todos os foras, o dia em que engataram num namoro, que por sua vez se metamorfoseou em um belo casamento, com filhos incríveis ao seu próprio modo.


 


Foi assim, distraído, que Tiago se viu parado em frente a uma porta entreaberta, que dava lugar, podia-se ver, a uma sala quase vazia, exceto por dois vultos: um pequeno com madeixas ruivas e um mais alto, que se assemelhava a um morcego. Tiago os reconheceu como Lílian e Snape.


 


 Lils... — disse o mestre de poções com a voz abafada pela porta. — Lils, eu... Eu te amo! E fui um idiota, mas, veja... Você está com o idiota desprezível do Potter. O Santo Potter! Por favor, Lilian, eu...


 


Mas o que...” pensou Tiago.


 


— Basta! — retrucou a ruiva, interrompendo os lamentos de Severo e os pensamentos de Tiago. — Sev... Snape! Você foi meu melhor amigo, você foi aquele que me introduziu ao Mundo da Magia, até o dia em que entramos em Hogwarts, e você foi mandado para o covil de cobras enquanto eu, felizmente, estava na Grifinória.


 


Tiago torceu o rosto aos fatos afirmados pela esposa. Não gostava do fato de sua mulher ter qualquer aproximação com aquele... Ranhoso.


 


— Até pouco depois disso — continuou a ruiva —, conseguimos manter a amizade, mas então você me trocou pelo Malfoy e por toda a baboseira de sangues-puros... Mas você se esqueceu de algo: você não é e nunca foi um ‘sangue-puro’. Você é um mestiço. E veja bem como fala de meu marido. Tiago é um milhão de vezes melhor do que você. Sempre foi e sempre será.


 


O moreno sorriu com isso, sentindo-se orgulhoso com os comentários da esposa.


 


 Então... Seboso — Tiago prendeu uma gargalhada. —, faça-me o favor de manter distância de minha família, e, se tratar meus filhos de forma que eu desaprove, saiba que eu e meu marido o faremos pagar. E acredite quando eu digo que você não gostará nem um pouco dos preços que eu peço. Passar bem. — a ruiva encerrou seu ‘discurso’.


 


O moreno ouviu passos ecoando atrás da portae esperou que sua esposa a abrisse para, então, puxá-la para um beijo apaixonado.


 


— Eu te amo, Lílian Potter. Nunca se esqueça disso.


 


A ruiva gargalhou, enquanto Severo olhava a cena com desprezo, mágoa e repugnância.


 


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Era noite, e os Cacodaimones e as Melíades, acompanhados de Gabrielle Delacour (abraçada a William), Cedrico (que tinha o braço sobre os ombros de Hailey) e dos Gêmeos Weasley, se dirigiam até o Salão Principal de Hogwarts, a pedido de Madame Pomfrey, que apenas liberou Harry com a condição de que ele se alimentasse corretamente, e evitasse muitos exercícios, o que implicava na suspensão temporária do quadribol.


 


— Então, gente, o que vão fazer nas férias? — perguntou William, que retribuía o abraço de sua loirinha de forma protetora.


 


— Fred e eu queremos começar... — começou Jorge.


 


— A criar alguns itens para encher o saco do Filch. — Fred completou a fala do irmão, como se fossem uma só voz.


 


— Itens? — perguntou Cedrico com a sobrancelha arqueada.


 


— Nós queríamos abrir uma loja de logros. — disse Fred.


 


— E por que não abrem? — questionou Neville abraçado à cintura de Luna, que, por sua vez, olhava para todos com seu usual olhar sonhador.


 


— Porque não temos dinheiro. — disse Jorge como se fosse óbvio. — E, Harry...


 


— Será que dá pra tirar suas mãos da nossa irmã? — Fred completou a ameaça, fechando a cara, assim como o gêmeo e Rony.


 


Harry, que tinha seus braços ao redor da cintura esbelta da namorada, ameaçou tirá-los de onde estavam, mas foi impedido por Gina.


 


— Francamente, vocês três. — a ruiva revirou os olhos.  — Arranjem uma namorada, e me deixem em paz com meu relacionamento.


 


Dizendo isso, a caçula dos Weasley parou de andar e puxou Harry para um beijo avassalador, numa óbvia provocação para com os irmãos. O moreno, meio a contragosto, se afastou rapidamente da namorada, temendo a reação dos três ruivos. Ao fundo, os demais integrantes do grupo gargalhavam da cena que se desenrolava.


 


E assim chegaram ao Salão Principal: Gabrielle, William, Neville, Luna, Hailey, Cedrico e Hermione gargalhando, enquanto Gina tinha um sorrido vitorioso, Harry tinha as bochechas um pouco rosadas e os gêmeos Weasley e Rony tinham a cara fechada para o cunhado e para a irmã.


 


O grupo todo se sentou à mesa da Grifinória, e logo Krum se juntou a eles, sentando-se ao lado e Hermione (o que fez a carranca de Rony aumentar mais ainda), Fleur, com Dominique ao seu lado, se sentou ao lado da irmã mais nova e os adultos que foram assistir a Tarefa (Lily, Tiago, Lene, Molly, Arthur, Sirius, Remo, Amos, Sarah e os Delacour), torcendo pelos campeões, se sentaram por entre o grupo, conversando animadamente entre si e com os adolescentes.


 


Instantes depois, Dumbledore abriu as portas do Salão, ladeado por Cornélio Fudge, Igor Karkaroff, Olímpia Maxime, Bartô Crouch e Ludo Bagman.


 


Os seis adentraram o Salão, e, à medida que andavam, as conversas paralelas iam cessando, até que o único som que se fazia presente era o os passos apressados do grupo. Ao chegarem em frente à mesa dos professores, Dumbledore se pronunciou:


 


— Boa noite! Estamos aqui reunidos esta noite não só à espera de nosso maravilhoso jantar, mas também para, enfim, entregar o prêmio a nosso Campeão-Vencedor do Torneio Tribruxo. Por favor, Campeões, levantem-se e venham até aqui.


 


Harry, Cedrico e Krum deram um selinho nas respectivas namoradas e seguiram até as seis autoridades lentamente ao lado de Fleur.


 


— Meus parabéns aos quatro. — disse Dumbledore quando eles pararam à sua frente. — Vocês passaram por desafios perigosos, que testaram suas habilidades das mais diversificadas formas. De certo modo, para mim, todos venceram. Venceram por terem criado laços de amizade no decorrer deste ano. Venceram por sobreviverem às provações que lhes foram implicadas. Mas, no final, apenas um de vocês levará o prêmio de mil galeões, e ficará reconhecido com a Glória Eterna proporcionada pelo vencimento. Meus parabéns, Harry Potter. O prêmio é seu.


 


Dumbledore estendeu ao garoto um pequeno saquinho de couro de dragão sob a ovação de todo o castelo e, é claro, sob as vaias dos sonserinos. O moreno foi abraçado fraternalmente por Fleur, e trocou apertos de mão com Vitor, Cedrico, Dumbledore, Fudge, Crouch, Karkaroff e Maxime, para, então, voltar para a companhia dos amigos e familiares e ser abraçado e parabenizado por todos.


 


— xXx —


 


O jantar transcorreu sem mais complicações. Com os exames escolares e o Torneio Tribruxo terminados, aquela era a última noite que passariam em Hogwarts antes das férias, e, na manhã seguinte os estrangeiros iriam embora às onze horas, exatamente uma hora antes dos alunos ingleses partirem para suas residências.


 


Como era de se esperar, os boatos se espalharam rapidamente por Hogwarts, e todos já comentavam sobre o fato de Harry ter sobrevivido a uma Maldição da Morte, alguns o chamando de ‘O-Menino-Que-Sobreviveu’, outros o tachando de mentiroso, por não terem visto o que ocorreu no Cemitério.


 


Mas Harry não ligava. Tinha seus amigos e sua família, e, em breve, teria mais um irmão ou irmã, além de dois ‘primos’. Amava Gina intensamente, e podia afirmar com certeza que ela o amava igualmente. O garoto estava radiante, mas não se podia dizer o mesmo de seu irmão, que portava um semblante sério e impassível, mas, em seus olhos, via-se uma tristeza inconsolável, assim como sua namorada loira, sentada ao seu lado


 


— Ei, Will, meu filho, e Gabrielle também. — chamou Tiago. — Por que estão assim? Animem-se! Amanhã vocês estarão oficialmente de férias.


 


O garoto forçou um sorriso para o pai.


 


— Gabrielle vai embora amanhã, pai. — o moreno mais jovem explicou. — E não sabemos quando nos veremos novamente. Mas... Bem... Acho que talvez devamos aproveitar, não? — ele forçou mais um sorriso e virou-se para a namorada. — Ma petite fleur, que diriez-vous d'une promenade dans le jardins? (Minha pequena flor, o que acha de um passeio pelos jardins?) — disse, num francês impecável, estendendo sua mão na direção de Gabrielle.


 


A loirinha aceitou e se levantou, deixando o salão abraçada a William com um sorriso triste na face.


 


— Onde ele aprendeu a falar francês? — perguntou Sirius, abismado com o afilhado.


 


— Não se esqueça que ele é meu filho, Almofadinhas. — sorriu o moreno de olhos avelã.


 


— É exatamente por isso que eu estou perguntando, meu caro Pontas. — o outro sorriu maroto, levando um tapa na cabeça dado pelo ‘irmão’ Potter.


 


Lilian riu.


 


— William é muito inteligente. — afirmou a mulher. — Ele me pediu alguns filmes trouxa e livros em francês e um dicionário, e aprendeu a falar a partir daí, então ele fez o mesmo com italiano e alemão. Agora, ele não vai ter nenhum problema se escolher se mudar de país depois da formatura. E meus pais me ensinaram um pouco de francês, também, já que minha avó morava na França, então eu ajudei o Will com a língua, enquanto o Tiago o ajudou com o Alemão.


 


Sirius arregalou os olhos.


 


— Pontas, ainda dá pra eu trocar de afilhado? — perguntou. — Esse garoto é muito CDF, e não faz o meu tipo.


 


Lene deu um tapa no ombro do marido.


 


— Não diga isso dele, Black! William é um garoto encantador, e fico feliz que ele não faça seu tipo, afinal... É bom não ter tanta concorrência — riu-se a mulher.


 


— Pode até ser, meu amorzinho, mas ainda é um ‘nerd’. E, isso tem mais a ver com o Aluado do que comigo. E tem mais — disse Sirius com um sorriso maroto, ignorando a última parte da fala de sua esposa. — não se esqueça de que agora você é uma Black também, Marlene.


 


— Nem me lembre dessa desgraça, Cachorrinho. — a morena revirou os olhos, arrancando risos dos presentes.


 


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Na manhã seguinte, os corredores de Hogwarts estavam apinhados de pessoas que derramavam lágrimas com as despedidas. Alguns dos alunos estrangeiros já se encontravam em seus meios de retorno, enquanto outros davam ‘adeuses’ e ‘até logos’ aos amigos que fizeram no decorrer de tão descomunal ano letivo.


 


Em algum ponto do jardim, podia-se ver uma garotinha loira muito bela acompanhada de um moreno de olhos verde-esmeralda.


 


— Vous promets que vous allez écrire? — perguntou o moreno, William Potter encarando os orbes azuis da garota. (Promete que vai escrever?)


— Seulement si vous promettez de ne pas oublier, et la mesure du possible, nous allons voir. — respondeu a loira, Gabrielle Delacour com olhos lacrimejantes. (Só se você prometer que não vai me esquecer, e que nos veremos sempre que possível.)


 


Will, em resposta, puxou a namorada para um beijo desesperado, enquanto, ao fundo, ouviam o sinal que declarava a partida das carruagens francesas.


 


— Je le promets. Je ne vous oublieront jamais, Gabrielle. Je t'aime pour toujours. — o garoto respondeu quando os dois separaram suas bocas, deixando lágrimas escorrerem por seu belo rosto. O sinal soou mais uma vez, e ele a abraçou com força, soltando-a um segundo depois. — Maintenant, allez. Sa soeur est en attente pour vous. (Eu prometo. Nunca vou te esquecer, Gabrielle. Eu te amo para sempre./ Agora vá. Sua irmã lhe espera.)


 


A loira lhe deu um último beijo rápido e correu em direção às carruagens, com o rosto banhado por grossas lágrimas, e William se jogou de joelhos na grama, analisando a aliança de compromisso que jazia em seu anular direito.


 


— Je t'aime pour toujours, ma petite fleur. — o garoto suspirou, deixando as lágrimas rolarem livremente por seu rosto. (Eu te amo para sempre, minha pequena flor)


 


Então, o garoto mais jovem dos Potter viu as Abraxanas de Beauxbatons alçarem voo e se levantou, seguindo, com um forte aperto no peito, até a Sala Comunal da Grifinória.


 


— xXx —


 


Hermione viu o grande navio de Durmstrang se afastar com um sorrisinho mínimo. Pouco antes de o búlgaro embarcar, os dois concordaram com o término do namoro, preferindo manter uma boa amizade à distância, e tendo o antigo relacionamento como uma forma de se conhecerem mais profundamente.


 


A morena sorriu ao ver o pequeno pedaço de pergaminho que seu ‘ex’ a entregada após o término de seu relacionamento. Não havia nada escrito, além de um breve endereço para cartas usuais que poderiam trocar.


 


Quando já não se podia mais ver o navio, Hermione se recolheu rumo à Torre da Grifinória, a fim de checar mais uma vez a organização de seus pertences.


 


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— Mamãe? Papai? Posso falar com vocês por um minuto? — perguntou um moreno míope de olhos verdes e cabelos rebeldes, Harry Potter.


 


Lílian e Tiago assentiram e se afastaram do grupo de professores com que conversavam.


 


— Algum problema, querido? — perguntou Lilian carinhosamente quando seu filho parou de andar.


 


— Não, de forma alguma, mamãe. — sorriu-lhe o garoto. — Eu só... Quero comunicar-lhes sobre o que eu vou fazer com o dinheiro que eu ganhei.


 


Tiago sorriu.


 


— E o que seria, meu filho? — perguntou o Maroto.


 


— Eu vou dá-lo todo a Fred e Jorge. — respondeu o garoto simplesmente.


 


Tiago se engasgou e Lilian sorriu.


 


— Como? — perguntou Tiago.


 


— Isso mesmo que você ouviu, papai. — disse Harry sorrindo. — Fred e Jorge querem montar uma loja de logros no Beco Diagonal, mas não têm dinheiro para isso. Como nenhum de nós vai precisar deste dinheiro, de qualquer forma, eu pensei em ajudá-los. E eu sei que, orgulhosos como são, eles não vão aceitar isso de graça, e vão querer me pagar assim que puderem, então... Pode-se ver o que estou fazendo como um investimento.


 


Lilian aumentou mais ainda seu sorriso e abraçou o filho.


 


— Fico feliz que queira ajudá-los, Harry. — a ruiva disse com orgulho.


 


— Eu também. — disse Tiago com um sorriso. — Vá em frente, meu filho. Estou orgulhoso de você. Ultimamente, você só tem nos trazido orgulho, Harry. Você e seus irmãos. Eu realmente espero que continuem assim.


 


O garoto riu e acenou, abraçando a mãe com cuidado e sorrindo para o pai, se retirando correndo dali para entregar o dinheiro a Fred e Jorge.


 


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Algumas horas depois, os adolescentes Hogwartianos se encontravam embarcando no Expresso Hogwarts; alguns, como era o caso dos setimanistas, pela última vez, e estes alunos (agora Ex-alunos) em especial, olhavam pela janela da Maria-Fumaça, buscando um último vislumbre do castelo onde haviam crescido e aprendido coisas que levariam por toda a vida.


 


— Cara! — exclamou Neville. — Eu não agüento esse clima de despedida!


 


— Somos dois, Ceutônimo. — bufou Rony, revirando os olhos. — Que tédio!


 


— Então... — começou Hailey, com um brilho maroto no olhar. — O que acham de uma despedida dos Cacodaimones e das Melíades? Com os dois grupos agindo em conjunto, digo, contra um inimigo em comum: Draco Malfeito e as Draquetes seguidoras dele.


 


Gina riu ao lado de Harry.


 


— Você tem uma mente brilhantemente maléfica, Adrastéia.


 


— Obrigada, Adamantéia! — agradeceu a ruiva mais nova. — Mas... O que acham de...


 


— xXx —


 


Cedrico estava sentado em sua cabine, observando pela última vez a Escola se afastar pelo vidro do trem. O ‘ex-Lufano’ pensava em todos os momentos que vivera ali.


 


Todas as risadas, as brincadeiras, os namoros... Pensar em seus antigos namoros fez-lhe lembrar de Cho ou, como Hailey costumava dizer, a ‘nojenta da Changalinha’. O rapaz não sabia como conseguira agüentar tanto tempo ao lado da oriental, sendo que esta era tão fútil e tão... Tão diferente de Hailey.


 


Hailey. Sua namorada. A primeira e única garota por quem já se apaixonara. Antes dela, Cedrico estava com a oriental apenas por conveniência. Antes disso, tinha a garota que queria em seus braços pela noite, e em momentos de solidão em que o garoto deixava seus hormônios ‘fazerem a festa’.


 


Sua namorada sabia de tudo o que ele fizera no passado, mas os dois preferiram não se prender a esses fatos. No início ela se chateara, mas logo se acostumou com a ideia, sabendo que nada daquilo poderia ser mudado.


 


O rapaz de cabelos loiro-acobreados sabia com Hailey era diferente. Havia, sim, o desejo, mas ele respeitava a filha de seus padrinhos, e não fazia nada que a garota não quisesse, o que, às vezes, o garoto confessava, lhe rendia bons banhos congelantes para ‘acalmar os nervos’.


 


Mas o que sentia por ela ia além do desejo carnal. Além de qualquer coisa que o rapaz já chegara a sentir. O que Cedrico sentia por Hailey era um puro e belo amor, que apenas fazia crescer a cada dia.


 


De certo modo, isso o preocupava, porque não poderia mas se dar ao luxo de encontrarsua ruivinha pelos corredores. Sentiria falta dos passeios pelos jardins da propriedade. Sentiria falta de Hogwarts. Ainda retornaria à escola dali a uma semana, como Dumbledore lhe instruíra, para prestar seus Níveis Extremamente Exaustivos em Magia, mas não como um aluno, propriamente dito.


 


Cedrico participara da bela formatura dos setimanistas, sendo o orador da Lufa-Lufa, juto à monitora-chefe da mesma Casa. Enfim o Castelo sumiu de sua visão, e Cedrico soube que agora estava, assim como seus amigos setimanistas, lançado às cegas à incógnita que era o futuro.


 


Subitamente, o rapaz foi tirado de seus devaneios pelo leve barulho da porta sendo aberta vigorosamente. Em poucos segundos, Cedrico pôde ver a cabeleira vermelha de sua amada.


 


— Interrompo? — perguntou ela timidamente.


 


— Nunca. — o rapaz lançou-lhe um sorriso apaixonado. — O que foi? — perguntou, puxando a garota para seu colo. Inicialmente, Cedrico estava com seus amigos setimanistas na cabine, mas estes foram procurar o carrinho de doces, e ainda não haviam voltado.


 


— Nada... Eu só estava pensando, e... Vai ser tão estranho. — disse a garota, descansando sua cabeça no vão do pescoço do namorado e inspirando profundamente. — Sabe? Não te ter por perto. E pensar que ainda faltam cinco anos para eu terminar a escola...


 


— Não se preocupe com isso. — sorriu o rapaz. — Depois que sair o resultado dos meus N.I.E.M.’s, se eu conseguir passar em todos os que eu preciso, ano que vem eu começo a fazer um curso preparatório de Cura e Medicina Bruxa. Quem sabe eu não consiga com o Dumbledore permissão para entrar na escola como auxiliar da Papoula?


 


— Você promete que vai tentar? — choramingou a ruiva.


 


— Eu prometo. — o rapaz a abraçou. — Eu te amo, minha Lily.


 


— Eu te amo mais, Ced. — a ruiva sorriu e colou seus lábios nos dele num beijo terno.


 


O beijo perdurou por mais um tempo, até que...


 


 Hem-hem. — ouviu-se um pigarro divertido na porta — Será que dá pro casal vinte se comportar? Há crianças ingênuas presentes.


 


Era Dimitri Narrow, o garoto de cabelos e olhos castanhos que ajudou Cedrico na Segunda Tarefa, acompanhado de outros dois formandos, um loiro de olhos muito azuis,  Kevin Rosier, e de um moreno de curiosos olhos violeta, Trevor Cygnus.


 


— Ingênuo? Você, Dimka? — perguntou Hailey ceticamente com um brilho divertido no olhar. — Quem te disse essa mentira?


 


— E quem disse que eu estava falando de mim, Esquentadinha? — perguntou o garoto alegremente, bagunçando os cabelos da ruiva e se jogando ao lado de Cedrico no banco da cabine. — O único ingênuo daqui é o Kevs, já que o Cedrico está  corrompendo sua inocência.


 


Trevor riu e Kevin se indignou.


 


— Hey? Por que eu sou o ingênuo? — perguntou ofendido.


 


Os demais riram do rapaz.


 


— Liga não, Keke. — disse Hailey carinhosamente, depositando um beijo na bochecha do amigo. — O Dimka é um chato. E ‘olá’ pra vocês todos garotos. Educação mandou lembranças. Sabiam que é feio interromper os outros?


 


Cedrico riu e admirou a cena de seus amigos conversando e brincando animadamente com sua ruiva. É... Sentiria falta disso.


 


O grupo ficou conversando por um bom tempo, e, pelas janelas da Maria Fumaça, podia-se ver o Crepúsculo se desenrolando lentamente. Logo, três leves batidas foram ouvidas na porta, e a mesma foi aberta.


 


— Hmm... Com licença? — disse Hermione timidamente à porta. — Hailey? Está na hora.


 


A ruiva pulou do colo do namorado e sorriu.


 


— Mas já, Ida? — a garota mais jovem estranhou. Sequer notara o tempo passar.


 


— Sim, e vamos logo, Adrastéia. O trem vai chegar daqui a pouco. — disse a morena.


 


— Ok... Meninos, eu me vou, mas eu volto. — disse Hailey teatralmente. — Tentem não morrer de saudades nesse meio tempo. Meu amor... — ela virou-se para o namorado. — Os Cacodaimones e as Melíades vão só se despedir do nosso ‘amiguxo do peito’ Draquito Malfeito.


 


E, dizendo isso, saiu rindo da cabine após dar um selinho em Cedrico.


 


— xXx —


 


Hailey voltou após alguns minutos com um sorriso imenso, e, quando os garotos perguntaram o que ela havia feito, ela apenas sorriu enigmática.


 


— Esperem até chegarmos à estação, e vocês verão.


 


Ninguém comentou mais sobre o assunto. Após quase duas horas, o trem foi perdendo a velocidade, e Hailey foi até sua cabine para pegar seus pertences e sua gata, com Cedrico, Dimitri, Trevor e Kevin ao seu lado, cada um carregando um malão e uma gaiola.


 


Os cinco entraram na cabine dos Cacodaimones e das Melíades, apenas esperando o trem parar de vez. Quando isso aconteceu, os formandos saíram do trem com sorrisos tristes, despedindo-se pela última vez do grande trem, e de tudo ali dentro.


 


Dimitri, Kevin e Trevor se separaram do grupo e foram se encontrar com seus respectivos responsáveis. Cedrico continuou ao lado de Hailey com um sorriso fraco.


 


— Hey! — chamou a ruiva. — Vamos? Papai tem que ver o que fizemos com a Doninha Júnior.


 


O mais velho sorriu e beijou a bochecha da garota, ocupando-se em carregar seu malão e o dela até o grupo de adultos que os aguardava. Lilian e Marlene já queriam partir de imediato, mas os adolescentes insistiram em ficar até Draco surgir com seu grupinho sonserino.


 


As grávidas reclamavam cada vez mais, até que...


 


— Ali! — apontou Harry caindo na gargalhada.


 


Descendo as escadas do trem, um grupo de sonserinos tinha suas peles coloridas, cobertas por uma gosma fétida, além de terem partes de seus corpos transfigurados nos mais diferentes animais, desde possuírem olhos de corujas, chifres de cervos, línguas ofídicas bifurcadas, orelhas de ursos, cauda de gatos... E assim por diante.


 


Os Marotos gargalharam, parabenizando os dois grupos pelo ‘trabalho’. Lílian e Lene boquiabriram-se, a primeira em descrença pura, e a outra em divertimento.


 


Antes que os pais dos ‘modificados’ viesse tirar satisfações, o grupo composto por Tiago, Sirius, Remo, Lílian, Lene, Tonks, Harry, Gina, Rony, Hailey, Cedrico, Fred, Jorge e William (Neville e Luna haviam se despedido deles no trem, visto que cada um iria para sua respectiva residência) se dirigiu até um carro, cujo interior fora magicamente ampliado para comportar a todos, e Tiago dirigiu até a Mansão Potter, em Godric’s Hollow, onde os irmãos Weasley e Cedrico passariam o início das férias.


 


Gina perguntou o motivo de ela e os irmãos passarem as férias na Mansão do namorado, e o casal Potter explicou que Molly e Arthur estavam fazendo uma viagem à Romênia para visitarem Carlinhos.


 


Quanto à Cedrico, Amos e Sarah haviam deixado o garoto escolher para onde iria, e o rapaz, obviamente, preferiu aproveitar mais o tempo ao lado de sua ruivinha, pelo menos até obter os resultados dos N.I.E.M.’s e se inscrever no curso de Medicina Bruxa.


 


O carro parou, e os adolescentes, com Lilian e Tiago, adentraram a Mansão Potter, mas os Black ficaram para trás.


 


— Ei! Padrinho, madrinha! — chamou Will. — Vocês não vêm?


 


Sirius sorriu.


 


— Agora não, Willy — o homem rui do apelido dado ao garoto pelas francesas. — Seu pai não falou? Nós compramos a casa aqui ao lado. Agora o Bambi-Pai e a Ruiva vão ter que me aturar pro resto da vida. — o moreno Black sorriu, se dirigindo ao portão da gigantesca Mansão, tão grande quanto a dos Potter.


 


Tiago fechou a cara, mas se era pelo apelido ou pelo fato de ter que aturar o amigo por tanto tempo, William não pôde dizer.


 


○○○○¤~♥~¤○○○○


 


Os dias se passaram rapidamente, e as barrigas e o mau humor, tanto de Lilian quanto de Lene, só fizeram aumentar, principalmente durante a semana de Lua Cheia, quando Remo precisou da ajuda de Tiago e Sirius.


 


Na quarta-feira, dia 19 de julho de 1995, primeiro dia após a Lua Cheia, Tiago, Sirius, as esposas e os adolescentes se encontravam almoçando na Mansão Potter após uma manhã exaustiva, na qual os Marotos dormiram por todo o tempo, no intuito de descansar pelas últimas noites mal dormidas.


 


Tudo estava na mais tranqüila paz, até que Lilian e Lene, simultaneamente, sentiram uma forte dor no ventre, e sentiram um líquido escorrer por suas pernas.


 


— Tiago/ Sirius? — disseram em uníssono.


 


Os dois homens olharam para suas respectivas esposas, e logo entenderam o que estava acontecendo. Sirius congelou. Tiago, como já passara por isso três vezes, não precisou de muito para sair distribuindo ordens:


 


— Hailey, vá até a casa dos Black e pegue a bolsa que a Lene deixou separada no quarto dela para um possível parto não-planejado. William, vá até meu quarto e pegue a de sua mãe. Gina e Harry, dêem um jeito de fazer o Sirius reagir. Cedrico e Jorge, ajudem a Marlene a se levantar, e aparatem com ela até o St. Mungo’s. Fred, me ajude com a Lilian. Rony, mande uma carta a Remo e Tonks, Amos e Sarah e a Alice e Frank. — ninguém agiu de imediato, e, quando Lilian gritou de dor, Tiago se pronunciou novamente. — O que estão esperando? Movam-se! Ah, e tem um pote de pó de Flu ao lado da lareira. Vão ao hospital por meio dela.


 


As ordens de Tiago foram seguidas sem mais demoras, e logo todos estavam na sala de espera da maternidade do Hospital St. Mungo’s.


 


— xXx —


 


Sirius andava de um lado para o outro, nervoso, esperando notícias de sua esposa e filhos. Tiago o observava revirando os olhos.


 


— Acalme-se, Almofadinhas. Lene é forte, ela vai ficar bem. — dizia o de cabelos rebeldes.


 


— Acalmar? — exclamou o outro. — Pontas, minha esposa está tendo filhos! Como você quer que eu me acalme?


 


— Esquece, Pontas. — disse Remo. — O Almofadinhas sempre será o Almofadinhas. Eu nunca conheci alguém tão exagerado quanto ele.


 


Sirius se preparou para retrucar, quando duas enfermeiras adentraram o local, se dirigindo a ele e a Tiago.


 


— Senhor Potter, Senhor Black? — chamou a primeira. — Suas esposas estão prontas. Querem vê-las?


 


Tiago se levantou sorridente, e puxou Sirius para fora da sala de espera, onde cada um deles foi conduzido para uma sala diferente.


 


Tiago adentrou a sala de Parto e encontrou um Lilian suada, mas sorridente, com um embrulho de panos cor-de-rosa apoiado delicadamente nos braços.


 


— Ela é linda, Tiago. — sorriu a ruiva, e o moreno se aproximou da esposa, sentando-se na ponta da cama e envolvendo Lilian com seu braço, depositando um beijo na testa da mesma enquanto encarava o pequeno bebê de cabelos negros que ressonava tranquilamente.


 


— Amy Rose Evans Potter. — sorriu Tiago. — Bem Vinda à família, pequena.


 


— xXx —


 


Sirius foi levado a uma sala idêntica à que o amigo fora enviado, e logo pôde ver Marlene Black com dois embrulhos, um rosa e um azul, portando um sorriso bobo na face ao encarar as crianças, que tinham cabelos muito negros, mas seus olhos estavam fechados.


 


— Lene? — chamou Sirius, agora mais calmo. — Como se sente?


 


— Como se um milhão de hipogrifos tivessem me pisoteado. — sorriu a morena sem tirar os olhos de seus filhos. — Mas valeu à pena.


 


Sirius sorriu largamente e se aproximou da esposa.


 


— Merak e Adhara Mckinnon Black. — disse Marlene, enfim olhando para o marido, que arqueou as sobrancelhas. — Eu pesquisei esses nomes, e vi que pertencem a Estrelas. Pensei em Merak Sirius e Adhara Andrômeda. Mas... Você que sabe... Se quiser mudar...


 


O moreno a silenciou com um beijo.


 


— É perfeito. Obrigado. — disse a ‘ovelha branca’ da Família Black.


 


— Pelo quê? — perguntou a morena sem tirar o sorriso do rosto.


 


— Por permitir que eu te ame tanto. — Sirius sorriu e beijou Marlene cuidadosamente, mas com toda a paixão que sentia pela mulher que lhe dera a felicidade que nunca teve.


 


FIM!!!

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Aaah, vou sentir falta de vcs *-*
Mas não fiquem tristes! A Voltando no Tempo está sendo reescrita, http://fanfic.potterish.com/menufic.php?id=40400
Espero que vcs leiam a Voltando no Tempo novamente (: E assim que ela for terminada, eu anunciarei no ultimo capítulo dela a continuação dessa fanfic aqui . (: Vejo vcs lá?! 

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Comentários (1)

  • VicBlackPotter

    Adorei, fantástica. Um Harry bem maroto, uma família grande! E voce escreve muito bem!

    2011-12-03
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