A Picada da cobra.



                                 Capítulo dois. – A Picada da cobra.


 


 


O vento rugia e resmungava  nos cabelos e vestes dos alunos que se dirigiam para as arquibancadas com a intenção de assistir ao jogo de quadribol entre a Sonserina e a Grifinória. Uma grande massa desses mesmos alunos transformavam os terrenos de Hogwarts num mar de vestes negras com um leve toque da cor da casa a qual pertenciam ou que iriam torcer no jogo, tendo como suas exceções os mais abusados que resolviam pintar o rosto, os braços e a usar fantasias de Leões ou Cobras.


O tempo não era o melhor para um jogo, os jogadores teriam que definitivamente se esforçarem para se manterem em cima das vassouras, mas Lince tinha certeza de que a vontade de vencer de ambas as casas garantiria isso sem nenhum problema, e que todos gritariam e torceriam com tanto afinco e garra como se o dia estivesse lindamente ensolarado e enfeitado com borboletas. Apertou o casaco em volta do corpo e estreitou os olhos, sentindo o vento soprar com força em sua pele delicada, fazendo com que tomasse uma cor rosa-claro.


Linette saltitava alegremente ao seu lado como se o dia estivesse realmente maravilhoso, lançando olhares nervosos e sugestivos aos meninos da Grifinória que passavam ao seu lado, cutucando Lince de vez em outra para apontar algum particularmente bonitão. A amiga havia amarrado a bandeira da Grifinória como uma capa, mas Lince se contentara apenas com um cachecol vermelho e dourado que ganhara de uma amiga da Grifinória para torcerem por eles caso jogassem contra a Sonserina. Chegaram finalmente a arquibancada, onde se aconchegaram ao lado da torcida vermelha.


Lino Jordan, quem na maioria das vezes narrava o jogo de forma extremamente engraçada e nada discreta, podia ser visto ali perto já com o microfone na mão e um grande sorriso. Chamou o nome dos jogadores da Sonserina e em seguida os da Grifinória – Lince corou ao ouvir o nome de Fred, mas culpou o vento por deixá-la vermelha. Enquanto os jogadores tomavam suas posições Linette resolveu tagarelar:


 


- O que você acha da Hermione Granger?


- Como assim o que eu acho dela?


 


Linette fez cara feia, fuzilando o bolo de cabelo bagunçado pelo vento de Hermione a algumas fileiras abaixo, e não respondeu. Lince nem precisara ouvir a resposta para saber do que se tratava.


 


- Ela e o Rony não estão juntos, Linette.


- Ela é ridícula, toda sabichona.


 


Lince suspirou e revirou os olhos, rezando pra o jogo começar de uma vez. Foi então que os capitães apertaram as mãos, Madame Hooch apitou e os jogadores começaram a sobrevoar o campo.


 


O jogo se manteve meio empacado por causa do tempo, mas ainda assim divertido com os comentários de Lino Jordan, que faziam McGonagall subir pelas paredes e ameaçar tirá-lo da narração de vez em outra. Linette adorava quadribol e xingava alto cada vez que Rony Weasley tomava um gol, mas Lince sabia que não era exatamente pelo quadribol que ela estava se empolgando, e tentando ser mais discreta do que a amiga, ela acompanhava o desempenho incrível dos gêmeos Weasley como batedores, deixando vários hematomas com seus balaços na cabeça de vários oponentes:


 "Foi um acidente Profª. McGonagall, não estávamos tentando criar uma hemorragia nasal em Rogério, e muito menos quebrar seu nariz" dizia Jorge; "Não que ele precisasse de alguém pra deixar o nariz dele ferrado, olha só pra aquele toco horrendo que ele usa pra respirar..." completava Fred.


 


As multidões urravam a cada vez que os apanhadores se aproximavam do pomo, ou mesmo a cada vez que qualquer gol fosse marcado, perdendo suas vozes ao gritarem pelos pulmões os hinos de suas casas. Lince foi se soltando aos poucos e quando deu por si já estava de pé junto com os outros alunos gritando e torcendo por Harry Potter.


 


- E esse é um jogo realmente apertado... - ouvia-se a voz de Lino Jordan ecoando pelo estádio. – Será que Malfoy deixará de ser tão retardado e vai pegar a porcaria do pomo ou vai continuar falando da cicatriz de Harry Potter? Nós já sabemos Draco, que você é louco por uma... E nós podemos te providenciar uma mais tarde, se você prometer que não vai contar pro seu pai, é claro.


 


A torcida vermelha e dourada vibrava de prazer, aplaudindo e assoviando para Lino enquanto uma grande veia saltava na têmpora de McGonagall.


 


- E parece que Malfoy viu alguma coisa minha gente... AI CARAMBA, QUE BALAÇO FOI ESSE? – Lino parecia surpreso e divertido ao mesmo tempo após alguns minutos, apontara para o artilheiro da Sonserina – Fred e Jorge não estão pra brincadeira hoje! Estaria Fred animadinho com a possível admiradora secreta denominada Lince? Onde está o pirraça quando precisamos dele?


- JORDAN! – McGonagall avançava furiosamente para o pódio de onde o rapaz narrava.


 


Lince ficou transparente e começou a roer as unhas: então alguém da mesa da Grifinória ficara sabendo e agora o castelo todo sabia. Tinha sorte de não conhecer muita gente, mas como as coisas eram  não demoraria muito até Fred saber exatamente quem ela era... Queria socar Linette, que no momento quase sufocava de tanto rir. O jogo estava esquentando cada vez mais, e o vento agora se passava como uma incógnita.


 


- Angelina Johnson tem a posse da goles minha gente... Angelina passa para Alícia, Alícia se adianta velozmente pelo campo... Vamos lá Alícia! Cátia Bell sobrevoa Alícia caso algum brutamontes... Jesus, Warrington, está tentando pegar a goles ou se fundir com Alícia? – Lino entoava depois de ver Warrington, o capitão da Sonserina, investir furiosamente contra Alícia na tentativa de pegar a goles – Warrington assusta Alícia, que perde a posse. A goles agora está na posse da Sonserina...


 


Lince olhava para o estádio, nervosa, não queria que a Sonserina ganhasse de forma alguma.


 


- Warrington passa para Montague, e o grandalhão se dirige para os aros e... Façam alguma coisa Grifinória!


 


A multidão vermelha estremeceu e vaiou.


 


- Gol da Sonserina!


 


Linette usava um vocabulário extenso de palavrões ao seu lado, palavras cujos jargões Lince nunca teria sequer imaginado que existissem, e tentou ignorar o nervosismo de Linette, se concentrando na própria frustração: Grifinória estava perdendo.


 


- Potter e Malfoy sobrevoam o estádio, acho que finalmente viram o pomo! Enquanto isso aqui embaixo, Pucey dribla Alícia magnificamente e devolve para Rogério,que ainda sangra e passa para Montague... UH! Goyle acaba de acertar o capitão da própria equipe com um balaço... E que belo balaço! Alguém da Sonserina te explicou que é pra acertar o time adversário? E isso que você está segura...


- Jordan, não comece. – era possível ouvir McGonagall ameaçá-lo.


 


Enquanto Lino sorria angelicalmente para a Professora McGonagall, Cátia Bell dera a volta por cima e  marcara dois gols. Era evidente na expressão da capitã, Angelina,  que estava impaciente para que Harry pegasse logo o pomo, mas isso não aconteceu, porque uma torcida levantou e gritou, uivou de felicidade, e não era a torcida vermelha, era a verde.  Draco Malfoy passava em frente às arquibancadas com sua vassoura acenando com a mão que ainda segurava a pequena bolinha alada e dourada, passando inclusive pela torcida da Grifinória, que o deu uma salva de vaias e xingos.


Linette estava impossível ao lado de Lince, gritando coisas muito feias para Draco. Lince mordeu o lábio e sentiu o peito apertar, queria que a Grifinória ganhasse, queria mesmo, e agora demoraria para que as casas jogassem novamente.


 


- Calma gente – a voz de Lino era composta apesar da derrota de sua casa –Deixe eles aproveitarem...Vocês sabem quantos séculos faz que a Sonserina não ganha alguma coisa competindo com a Grifinória? Sejam bonzinhos, pelos calções folgados de Merlin!


 


Apesar da tentativa de descontração de Lino a torcida da Grifinória não estava nada contente e ninguém sorria, Potter parecia uma pilha de nervos porque Malfoy usara uma tática injusta para conseguir o pomo, provavelmente um feitiço. Angelina saíra de campo sem falar com ninguém, Fred e Jorge faziam cara feia para Malfoy, que mexia os lábios silenciosamente num "Fracassados". Jorge pareceu se sentir muito atraído em meter a mão no sorriso desdenhoso de Malfoy, mas Fred sorriu pro irmão: “Veja o lado bom Jorge:  pelomenos agora ele pode correr e contar pro pai dele que aprendeu a voar numa vassoura, deve ganhar até beijinho”.


 


Malfoy parou de sorrir abruptamente.


 


Lince passara o braço pela amiga tentando consolá-la, mas só ouviu uns muxoxos de uma Linette de braços cruzados e um grande bico.


 


- Não fique assim Linn... Vamos lá, agora você pode consolar o Rony!


 


O bico de Linette de desfez, mas ainda aparentava estar brava. Olhou para Lince e a menina viu que a expressão ia se desfazendo aos poucos, dando lugar à malícia nos olhos da amiga.


 


- Sabe que era exatamente isso que a gente podia fazer! Vamos ainda dá tempo, e você nem precisa me pagar com sapos de chocolate!


 


Linette agarrou o braço da melhor amiga e saiu correndo pela multidão, deixando Lince absolutamente confusa e perdida enquanto os alunos xingavam baixo pelo empurrão.


- Linette do que você está falando? – ela tentava acompanhar a amiga, olhando pros lados e se desculpando quando empurrava alguém ou pisava num pé ou outro.


- Garantindo nossa felicidade.


 


Quando Lince viu para onde estavam indo, o desespero tomou conta de si: Linette estava indo serelepemente para o vestiário da Grifinória para consolar Rony. Então ela estacou os pés no chão e se recusou profusamente a prosseguir.


 


- Aaaah qual é a sua hein? – Linette resmungava,  a tensão voltando a brilhar em seus olhos cor de mel. – só pra dizer que eles jogaram bem e que Malfoy é um retardado.


- E desde quando eu tenho cara de tiete de quadribol? Não vou, Linette, de jeito nenhum.


- Nem se eu vigiar pra você e Fred...?


- NÃO !


 


Lince sentia que corava novamente, e lançou um olhar extremamente desaprovador pala Linette.


 


- Não sou tiete ok? – adicionou – se você está tão a fim, então espere até amanhã no café da manhã e mande um bilhete pro Rony ou alguma coisa assim... Mas eu não chego perto daquele vestiário.


- Ah, você não é tiete, desculpe... Você é do tipo que fica trancada na sala comunal traçando planos contra Você-Sabe-Quem., tinha me esquecido que assim é muito melhor.


- Não tem nada a ver Linette... Eu sei que você quer se animar porque a Grifinória perdeu, mas essa não é uma boa hora... Olha só pra cara deles, vão chutar qualquer coisa que apareça na frente...


 


E era verdade. O time de quadribol acabara de sair do vestiário com as vestes normais e segurando suas vassouras: seus rostos não poderiam estar mais desanimados e mal-humorados. Angelina parecia estar tendo um derrame, e Cátia Bell chutava o chão conforme andava, todos murmurando incredulidades sobre o jogo uns para os outros.  Fred e Jorge passaram ao lado das duas amigas, e Lince congelou no lugar, tentando evitar olhá-lo. Linette sorriu.


 


- Realmente meu amor, você tem bom gosto.


 


Lince riu baixo contra sua vontade e olhou o vento brincando pelos cabelos ruivos de Fred.


 


- Será que o Jorge tem namorada? Tô pensando em investir sabe... Mas o problema é que eu ia ter que ficar perguntando pra você quem é quem pra não acabar beijando o seu namorado sem querer.


- LINETTE!


- Ok ok, me conformo com o Rony, tudo bem pra você? – ela ergueu as mãos pra cima como se estivesse se rendendo, enquanto voltava a caminhar na direção do castelo. – Mas como por sua causa eu não falei com ele hoje, amanhã quem vai entregar meu bilhete é você.


-QUÊ?


- Ah, vá se ferrar Lince, você ouviu muito bem. Vai entregar meu bilhete e dizer que sua querida amiga Linette está interessada.


- Mas eu... Linette você sabe que eu tenho vergonha de falar com meninos.


- Que bobagem... Eles são meninas com um acessório a mais e menos coragem, pense nisso e tudo vai ficar bem...


 


Lince engoliu a seco e olhou para a amiga, aterrorizada.


 


- Olhe – ela sorria – isso é pra você perder o medo tá? Entrega o bilhete pro Rony e diz quem sou eu, pode até me apontar. Quando as coisas derem certo – porque acredite em mim meu amor, a Linette manda bem – eu falo que tenho uma amiga interessada no irmão dele e...


- Não, nem pensar. Pára com isso Linette, eu não quero nada com o Fred, só acho ele bonitinho, grande coisa. Dá pra parar de ficar me empurrando pra ele? Que saco.


 


Linette arqueou as sobrancelhas e suspirou.


 


- Tudo bem então... Se é assim que você quer... – ela deu de ombros, pegando a amiga pelo braço e arrastando-a para o calor do castelo. – mas mesmo assim... que gracinha, você...  achando o Fredinho bonitinho!


 


Os palavrões de Lince foram cobertos pelo forte vento.


 


Quando já estavam na tranqüila Sala Comunal da Corvinal, Lince colocava de lado sua pilha de deveres recém concluídos e já apanhava um livro na mochila, e Linette escrevia seu bilhete para Rony. Os outros alunos não faziam coisas muito diferentes, e os poucos que se diferenciavam falavam sobre quadribol animadamente ou conversavam perto da lareira. Um desses alunos era Terêncio Boot, ele falava baixo com um colega na esperança de não ser ouvido por mais ninguém, mas Lince estava, como sempre, em alerta.


 


- Foi Cho quem me convidou... Ela disse que essa reunião vai acontecer amanhã em Hogsmeade e que vai ser muito bom. Disse que era pra todos que estavam cansados das aulas mal dadas pela Umbridge, o que eu concordo com ela, são péssimas e não acrescentam nada na nossa instrução... Que porcaria ela acha que vamos aprender daquele jeito?


 


O amigo de Terêncio parecia nervoso, mas ouvia atentamente.


 


- Bem, acho que nesse ponto não seria nada mal ter aulas com Harry Potter, afinal, ele sabe do que fala e temos realmente que nos proteger pra quando Você-Sabe-Quem voltar de vez... Mas tudo o que ela disse foi isso, os detalhes serão explicados em Hogsmeade, o que você acha?


- Aulas com Harry Potter embaixo do nariz de Umbridge e do Ministério? – sussurrou o amigo de Terêncio com o pânico crescente na voz.


 


 Lince puxou Linette violentamente para que a amiga ouvisse também.


 


- Nada melhor pra salvar nossas vidas, não concorda?


- Ah... S-Será que vale a pena arriscar tudo isso só por causa de uma matéria que não satisfaz os padrões antigos de Hogwarts? – gaguejou seu amigo.


- Não seja um bundão, Merick.


- Não sou bundão, só estou dizendo a verdade! E se formos pegos?


- Prefiro ser pego aprendendo a me proteger do que ser pego pelos Comensais da Morte e morrer feito um inseto indefeso!


- Ainda não sei ok? É muito arriscado... aquela mulher enlouqueceria se soubesse de algo desse tipo...


- Ok então, se você não tem coragem o suficiente pra encarar os fatos, então só me resta te pedir uma coisa: se mantenha quieto sobre essas coisas... poucos alunos sabem dessa reunião e não queremos tumulto.


- Pois me parece que vocês estão é loucos por um pouco de tumulto... – resmungou Merick – Mas tudo bem, não direi nada a ninguém.


- Ótimo.


 


 


- Você ouviu isso? – perguntou Lince.


- É claro que eu ouvi, você tá quase me esfregando na cara do Terêncio, pelo amor de deus.


- Linette, você sabe o que isso significa? Temos uma resistência nessa droga de castelo! Finalmente eles criaram juízo e resolveram fazer alguma coisa!


- Fala sério Lince! Até parece que isso vai dar em alguma coisa... Merick está certo, Umbridge vai descobrir tudo e vai acabar com a raça dessas pessoas... mais nada. Sem falar que, Harry Potter dando aulas? O que a gente pode aprender com um garoto de quinze anos?


- Não seja uma idiota Linette, Harry Potter esteve cara a cara com você sabe quem ano passado e lutou contra ele mais de uma vez, quem é melhor do que ele pra nos ensinar como fazer isso? Ele sobreviveu, Linette.


- Grande coisa, o menino só teve uma grande quantidade de sorte. Quando Você-Sabe-Quem retornar, se é que isso for verdade, não há ninguém além de Dumbledore que poderá fazer alguma coisa decente, muito menos nós, meros jovens.


- SE ISSO FOR VERDADE? ONDE VOCÊ ESTEVE DO ÚLTIMO ANO ATÉ AGORA?


- Caaalmaa... respira fundo... só acho que essa reunião não vai dar em nada além de problemas, só isso...


 


Lince fuzilou a amiga com o olhar e se levantou bruscamente, com o coração palpitando no peito. Não importava se Linette não acreditava, se queria negar pra si mesma e se iludir... a chance de lutar estava ali, e ela não perderia aquilo por nada nesse mundo. Encaminhou-se muito decidida e internamente ansiosa até Terêncio, e puxando o menino pelas golas das vestes até um canto afastado da sala, o encostou na parede.


 


- Me fale mais sobre essa reunião.


- Ah... Ah... Quê?


- Não se faça de bobo Terêncio... – ela o soltou, olhando-o como se não tivesse acabado de quase enforcá-lo com a gola das vestes – essa reunião, essa resistência, eu estou interessada.


- Ei, não precisava ser tão violenta ok?


 


Lince arqueou as sobrancelhas, impaciente.


 


- Tudo bem... tudo bem... – o rapaz massageou a garganta enquanto a olhava – Mas não tenho mais nada pra te falar se ouviu minha conversa com Merick, que sem dúvidas você ouviu. Se você estiver pensando em aparecer, vamos nos reunir no Cabeça de Javali amanhã...


- Cabeça de Javali, hmm, ok. Obrigada Terêncio, e desculpe pela intensidade...


- Tudo bem... não faz mal... não é sempre que posso ser encurralado numa parede por uma garota...


 


Lince corou e ignorou o menino, virando as costas e se voltando para seu sofá onde Linette dobrava o bilhete cuidadosamente e o guardava em sua mochila.


 


- Então... ele te falou como funciona? – perguntou Linette.


- Falou, e eu vou... quero participar disso. – Lince sentou-se no braço do sofá e ficou olhando a amiga brincar com uma caixa de feijõezinhos de todos os sabores.


- Que bobagem – Linette resmungou – você podia ocupar seu tempo livre com coisas muito mais legais do que essas porcarias, sabia? Começando pelos seus planos conspiratórios...


- Não seja idiota – Lince não estava para brincadeiras – Você-Sabe-Quem voltou, e você queira ou não, precisamos fazer algo. O Ministério está escondendo a verdade porque não quer mostrar a ineficiência, não quer revelar ao mundo bruxo que não tem como lidar com a situação, entendeu? Se você quer ficar com a sua bunda sentada e relaxada enquanto nós lutamos, a escolha é sua, mas não nos atrapalhe falou?


- Eeei não precisa ser grossa, tá? Só estou expressando minha opinião sobre tudo isso... você não pode ter certeza de que está certa, afinal, onde estão as provas que Ele realmente retornou?


- Harry Potter contou o que aconteceu no Torneio Tribruxo, Dumbledore acredita nele, e nos fez aquele discurso ano passado. Ele matou Cedric e feriu Harry gravemente, Ele está causando muitas mortes por aí, mortes tanto de bruxos quanto de trouxas, que o Profeta Diário oculta, assim como não publicam uma só palavra sobre as fugas de Azkaban.


 


Linette pareceu surpresa, mas não mudou de ideia.


 


- E como você sabe tudo isso?


- Tenho fontes muito seguras, acredite em mim.


- Hm.


 


As duas ficaram em silêncio pelo resto do tempo que permaneceram ali, Linette levitando os feijõezinhos até sua boca e Lince escrevendo em seu caderno, até que resolveram se retirar para o dormitório feminino.


 


 


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