Mapa do Maroto



FÉRIAS \o/
Olá queridos leitores! Mais uma vez, desculpa pelo atraso em postar, eu podia estar roubando, matando, me prostituindo, mas aqui estou eu, me esforçando ao máximo para escrever a fic pra vocês :P
Antes de responder todos os comentários, algumas ressalvas sobre o capítulo: Vocês irão me matar. Tenho certeza, não há dúvidas. A outra coisa é que foi um capítulo bastante divertido em escrever, embora não tenha muita comédia. Eu pedi as duas semanas a vocês porque estava no meu fim de semestre na faculdade, e entalada até o pescoço com trabalhos pra fazer. Não queria escrever um capítulo "nas coxas" e postar, prefiro ter tempo para escrever e deixar as idéias fluirem... Aí me atrasei mais uma semana do que o esperado para essas idéias fluirem, o que me deu TRÊS semanas de atraso na postagem. Agora vocês sabem o que aconteceu, espero que sejam mais compreensivos e não coloquem minha cabeça a prêmio no próximo capítulo D:

Obrigada pelos comentários! Fico sempre muito feliz quando recebo um comentário, principalmente aqueles que falam do que gostaram ou do que não gostaram na história. E acho bom ressaltar uma coisa que deixei meio "no ar" no capítulo anterior: A fic está no fim sim, mas ainda temos uns 5 capítulos pela frente, don't worry yet.

Em resposta: 
Aline Souuza: Obrigada pelo comentário! Realmente, o último capítulo foi bem doce né? rs.
Lu Bernardo: Eita menina, seu comentário quase me fez chorar! Obrigada mesmo por ter escrito tão lindas coisas a meu respeito, e agradeço demais o seu apoio e seus comentários sempre muito fofos. E não se preocupe, sou muito lerda pra escrever... vai demorar um tantinho...rs A Samy e o Sirius estão sendo bem fofos mesmo, mas é aquela coisa de primeiros dias de namoro, sempre muito meloso... logo logo eles voltam ao espírito de sempre e fazem a gente rir a beça! E quanto ao final do Snape com a Lilian, ainda tem coisa por vir... não dá pra simplesmente acabar daquele jeito, não é mesmo?
Laura S Prongs: Foram três semanas :P Me desculpa! Espero que goste do capítulo, e obrigada pelos comentários! Me espere eternamente porquê sempre virei aqui postar, mesmo que demore uma eternidade! XD
karolpotters: Tiago foi interrompido pelo Filch xD E também suspirei várias vezes enquanto escrevia a conversa da Lily com o Snape. E obrigada por entender o quanto sofremos com os trabalhos, porque é doído a vida de universitária viu!
Natalie Mayer Black: Fiquei emocionada com você dizendo que foi a melhor fic dos Marotos que você já leu! Que gracinha! Eu acho que não mereço tanto mérito, mas obrigada mesmo pelo elogio! 
Jennifer P: Não precisa mais esperar eternamente! xD Obrigada pelo comentário :D
Leticia Deipiro: Não precisa mais esperar eternamente [2] xD Obrigada pelo carinho!
Gabi O. Potter: Obrigada pelos elogios :D Também fico triste que a fic esteja acabando, afinal foi um longo período, várias pessoas que me escrevem... enfim, tudo tem que ter um final, infelizmente.
Matthew Malfoy: Lilian safadeenha xD Eu também adorei os momentos Samy e Sirius, eles estão muito perfeitos! Bem, você já me escreveu vários comentários sobre os momentos entre os Potters, e estive pensando nisso o capítulo inteiro... acho que entendi a real razão por eu não conseguir me dar bem com esses momentos mais familiares. A Lilian e o Tiago têm 17 anos, a mentalidade que eles ainda carregam é de dois jovens que ainda aproveitam a juventude que tê, estão "namorando" e mesmo que saibam das responsabilidades que possuem em seu futuro, ainda não são o Sr e a Sra Potter, entende? E Harry, cresceu sem o amor dos pais, é dificil de repente em poucos capítulos reconstituir esses laços. Eu acredito que descrevi essas relações entre pais e filhos nos sonhos que Lilian, Harry e Tiago tiveram ao longo da Fanfic. De outro modo, acredito que sim, eles são pais e filho, mas descrever momentos como esses na fanfic são muito surreais. Vou continuar a me empenhar nisso, prometo. 
Chrys: Desculpa a demora querida! Aí está o capítulo, espero que goste! Obrigada pelo carinho :)
Luiza Arce: Obrigada pelos elogios querida, mas como eu disse, ainda temos uns 5 capítulos ou mais... dá pra aguentar? rs. Sobre postar a fic no Nyah, não acho uma má idéia. Eu tentei postar lá uma vez, mas sei lá o que aconteceu, não consegui (acho que sou sem jeito em mexer com sites assim, sei lá o.o), mas fique a vontade em postar se quiser :) Qualquer coisa me manda um comentário e a gente vai vendo isso direitinho :)
pottermaniaca21: Hahahahaha, olha, eu não era fã do Snape até o último livro, quando chorei duas semanas pela vida que ele teve. Ele foi o personagem que mais me marcou, de verdade. Por isso acho que gosto tanto de escrever sobre ele, principalmente quando os sentimentos dele estão à flor da pele. Quanto a momentos Snape/ Lily, estou programando um. Espero que corra como estou planejando...
Natti Black: Tem coisa sim pra escrever, mas são coisas pontuais, não de desdobrarão com tanta facilidade! xD Poxa, não odeie tanto assim o Snape, ele sofreu tanto :( Quanto ao momento no armário... esse casal sempre surpreende né? xD

Esqueci de alguém? Reinvidiquem suas respostas de comentários!!!
Obrigada a todos que "esperaram eternamente"! Todos os comentários foram lindos, obrigada mesmo, de coração!
Sem mais, aqui está o capítulo 26!

Boa leitura :)


Cap. 26: Mapa do Maroto


 



Harry acordou bem cedo no domingo. Ainda sonolento, tomou um banho rápido e chamou Rony. Não tinham tempo a perder, faltavam uma semana para a Segunda Prova, e o desespero de saber que certamente ele era o único dos quatro Campeões Tribruxo a não ter idéia de como fazer a prova o apavorava. Ele e Hermione estipularam que todos os dias acordariam duas horas mais cedo para estudarem antes das aulas, e nos finais de semana estudariam o dia todo. Rony ajudaria também, mas ficava desgostoso em acordas às seis da manhã num domingo.
- Ron, acorda. Eu encontro você e a Mione na biblioteca, vou tentar adiantar alguma coisa.
- Uhum... – ele respondeu sonolento, sem abrir os olhos.
Harry saiu do dormitório. A Sala Comunal estava completamente vazia, o que o desestimulou mais ainda só de pensar em todos os seus colegas aproveitando a manhã de domingo para repor o sono. Ele seguiu para a biblioteca, Madame Pince o olhou assustada ao ver um aluno tão cedo na biblioteca, mas Harry não deu atenção. Seguiu direto para a sessão de feitiços e começou a retirar livros para pesquisa.
Hermione e Rony chegaram uma hora depois, quando Harry já olhava o terceiro livro que havia escolhido.
- “Feitiços Engraçados Que Existem e Você Deveria Aprender”. – Hermione leu o título quando chegou. – Tem algo aí?
- A não ser que eu queira trocar uma das minhas orelhas por um novo nariz, não tem nada que me ajude a respirar debaixo d’água. – ele respondeu, fechando o livro.


- Talvez com três narizes você possa ficar por mais tempo debaixo d’água. – brincou Rony.


- Trouxemos o café da manhã. – Hermione disse, colocando algumas torradas amanteigadas embrulhadas num guardanapo. – Não conseguimos trazer nada pra beber, Madame Pince certamente iria descobrir. Coma logo antes que ela perceba.
Harry agradeceu e deu uma grande mordida em uma torrada, enquanto pegava outro livro.


 


 


 


Samantha acordou de manhã com o barulho do chuveiro ligado. Ela ficara com Sirius até tarde da noite, e quando chegou Lilian já dormia profundamente. Samantha pegou roupas limpas para tomar banho, e ficou divagando sobre as confissões que Sirius e ela contaram um ao outro. Aquilo era o paraíso, ela estava se sentindo tão leve que poderia voar pela janela se a deixassem. Lilian saiu do banheiro tão de repente que chegou a pegar a amiga com um leve sorriso bobo.
- Pensando no Black, Srta. Adríada? – brincou Lilian, enquanto procurava sua escova de cabelos.
- Como sempre. – riu Samantha, com um olhar sonhador. – Lily, ele me disse que me amava... e eu também confessei amá-lo... ai Lily, estou nas nuvens!
Lilian riu e se sentiu muito feliz pelos dois. Ela sabia o quanto Samantha gostava de Sirius, mas temia que o garoto não se sentisse da mesma forma. Saber disso tirava um grande peso de seu peito, enfim tudo estava saindo perfeitamente.
- Samy, fico tão feliz por você! E agora? Estão namorando?
- Não Lily, e nem quero. – Samantha respondeu com um sorriso. – Sabe, eu e Sirius somos pessoas que não se dão bem com compromissos, sejam eles quais forem. Sinto-me melhor se estivermos livres para escolher quem queremos.
- Espera, quer dizer que estão naquilo que chamam de relacionamento aberto??? – perguntou Lilian incrédula.


- Não, não... – riu Samantha. – Só penso assim: Se ele me escolheu, e eu o escolhi, já estamos juntos. Pra que colocar um compromisso no meio? O amor que a gente sente um pelo outro já basta. Se ele me trair, o problema será dele, porque ele estará traindo minha confiança, e conseqüentemente me perderá. 
- Vocês dois são esquisitos... – Lilian disse rindo.
- E você? O que houve ontem à noite depois que você e Tiago foram embora sozinhos de Hogsmeade? – perguntou Samantha com um sorriso malicioso.
Lilian corou e Samantha caiu na gargalhada.
- Conte-me tudo e não me esconda nada! – disse Samantha sentando-se para ouvir o que Lilian iria dizer.
- Bom, o Potter me pediu em namoro acho...
- Como acho? – perguntou Samantha sem entender.
- Ele tocou no assunto, perguntou se eu estaria mais à vontade em ficar com ele se estivéssemos namorando... depois perguntou se eu o amava, mas não consegui responder. – Lilian explicou, enquanto penteava os cabelos.
- Porque não respondeu? Você o ama, não é?
- Humm... acho que sim. – Lilian respondeu com um sorriso tímido.
- Está esperando o que pra pular nos braços dele? – disse Samantha com um largo sorriso.
- Estou esperando alguém não nos interromper quando eu for dizer isso à ele. – respondeu Lilian rindo. – Sabe, Filch ficou bastante irritado quando nos pegou ontem...
- Entendi. Ouvi alguém comentar que você apareceu ontem a noite cheia de meleca no cabelo. Que enrosco hein? – disse Samantha rindo, mas o sorriso de Lilian diminuiu, e ela ficou com uma feição triste de repente.
- Ai Samy... preciso de contar uma coisa...
Lilian se sentou na cama e contou sobre o acontecido na sala de Snape, a discussão entre os dois e o quanto se sentia mal pelo passado escuro do seu melhor amigo na infância. Samantha ouviu atentamente, sem dizer nada. Quando Lilian terminou, Samantha disse:
- Lily, Snape pode ter sofrido, mas como você iria saber? Ele está certo... não escolhemos por quem nos apaixonamos... e mais, nosso passado... há tantas coisas sem explicação... – Samantha respirou fundo, ela imediatamente se lembrou que de alguma forma Sirius se esqueceria dela, e aquilo apertava seu coração. – Não se aflija por isso, o que importa é que você ama o Tiago, e ama Snape como um irmão. O que aconteceria se fosse o contrário afetaria o futuro de uma maneira diferente, não necessariamente boa ou má. Não dá para prever o futuro. E pelo amor de Merlim, entre o seboso do Snape e o gostoso do Pontas, seja sensata uma vez na vida!!!
Lilian e Samantha riram por um momento, e depois Lilian concordou com um sorriso fraco.
- Só você pra me fazer um comentário desses... obrigada Samy. – ela agradeceu com um beijo na testa da amiga. – Vou tomar café, tome seu banho. Nos encontramos mais tarde.
- Vê se aceita a proposta do Pontas, ele gosta muito de você. – Samantha pediu, dado uma piscadela.
- Não vou perder a próxima oportunidade, eu prometo. – Lilian respondeu com um sorriso, saindo do quarto.


 


 



Sirius abriu os olhos ao sentir o calor do sol incomodar a escuridão do seu sono. Ele abriu os olhos lentamente e viu Remo amarrando o cortinado da janela do quarto, e depois olhando-o com um sorriso.
- Bom dia Almofadinhas. – ele saudou.
- Alô Aluado... – ele respondeu torcendo o nariz, enquanto coçava os olhos pra se acostumar com a claridade repentina. – Quando saiu da Ala Hospitalar?
- Hoje de mais cedo. Madame Ponfrey me fez uns preparados para me recuperar das transformações mais depressa, estão ajudando bastante.
- Legal. – Sirius respondeu sem muito entusiasmo, ainda pensando que poderia estar dormindo mais um pouco. – Já que fez o favor de me acordar, acorda o Pontas pra gente ir tomar café.
- Ele ta no banho já. Tá até cantando. – Remo disse com um sorriso. Sirius prestou melhor atenção e viu que o amigo realmente cantava algo muito desafinado debaixo do chuveiro, uma música indistinguível em alto e bom som.


- Hum, não conversei muito com ele ontem à noite. Só o encontrei lá em baixo, na sua transformação. Depois como chegamos cansados, não falei mais com ele. Sabe se aconteceu algo com ele e com a ruivinha?
Remo sorriu misterioso, mas não respondeu, fingindo organizar as roupas de seu malão. Sirius desistiu de tentar voltar a dormir e decidiu se preparar para tomar um banho também. Tiago saiu do banho, cercado por uma densa fumaça de vapor e com um sorriso de orelha a orelha, assoviando alguma coisa enquanto esfregava a toalha nos cabelos molhados. Sirius e Remo pararam o que estavam fazendo para observá-lo.
- Uma veela apareceu pra você nos seus sonhos mais pervertidos, Pontas? – perguntou Sirius com um sorriso maroto. Tiago retribuiu o sorriso.
- Se as veelas puderem ser ruivas, com certeza. – ele respondeu procurando meias para vestir, fingindo não estar empolgado. – Remo já saiu da Ala Hospitalar?
- Madame Ponfrey fez uns preparados pra mim. – Remo respondeu. – Minha transformação terminou à cinco horas e me sinto como se estivesse acabado de entrar na lua nova.
- Finalmente a menstruação mensal do Aluadinho terminou, agora aproveitarei mais minhas noites com melhor companhia. – disse Sirius abrindo um grande sorriso, enquanto entrava no chuveiro.
- Pelo jeito vocês dois se arranjaram bem na minha ausência, não é mesmo? – disse Remo com um sorriso desconfiado. – Vão me contar ou precisarei usar de meus métodos investigativos para descobrir alguma coisa?
- Aposto que você já descobriu metade das coisas, Aluadinho. – respondeu Tiago rindo, calçando os sapatos.
- Das suas aventuras com a Lily no armário de vassouras? Com certeza. – Remo respondeu, fazendo Tiago rir.
- Quê? Conta essa história direito! – gritou Sirius debaixo do chuveiro, abrindo a porta do box pra ouvir melhor.


- As notícias correm, não é mesmo? – Tiago disse rindo, terminando de se vestir. – Na verdade não foi nada que eu não tenha feito com qualquer outra garota num primeiro encontro dentro do armário de vassouras, mas com a Lilian foi diferente e infinitas vezes melhor do que eu pudesse imaginar.
- Seu safado! Nem me contou nada ontem! – Sirius gritou dentro do box.
- Você também tava todo bobo porque começou a namorar com a loira, nem estava me escutando direito cachorro pulguento. – respondeu Tiago. – Aliás, agora é o senhor quem tem que contar essa história: como é que Sirius Black começa a namorar com uma garota?
- Não estamos bem namorando, porque não oficializamos nada. Mas é como se fosse. Eu to louco por ela, ela ta louca por mim, isso já é suficiente pra manter a gente junto. – Sirius respondeu com um sorriso.
- E você não pediu a Lily? – perguntou Lupin com um sorriso para Tiago.
- Meio que pedi... mas o Filch pegou a gente, e depois deu o maior rolo com o Pirraça, ainda não falei com ela depois de ontem.


- E vai pedir de novo? – prosseguiu Sirius, desligando o chuveiro e saindo do banho.
- Claro. – respondeu Tiago com um sorriso. – Só esperarei pela oportunidade certa.


 


 


 


- Muito bem, acho que se lermos mais uma página meus miolos estouram. Estou morrendo de fome, é sério, vamos parar pro almoço.
Rony disse o que Harry e Hermione estavam pensando nos últimos quarenta minutos. Ainda não haviam almoçado e os estudos não saiam do lugar. Harry começou a sentir aquele frio no estômago que antecipa o desespero. Com certeza os outros campeões estavam agora bem tranqüilos aproveitando para utilizar o tempo de folga como bem quisessem, além de não estarem apertados com os deveres de casa. Felizmente para Harry, os Campeões estavam livres das provas finais, entretanto isso não os livrava dos trabalhos e tarefas. Rony e Hermione também estavam ficando atrasados com os deveres (no caso Rony estava em pior situação), mas faziam questão de ajudar Harry a encontrar um meio de respirar debaixo d’água. Isso confortava Harry, mas também o deixava receoso quanto ao descanso dos amigos.


- Não querem fazer o dever da Trelawney depois do almoço? Eu fico estudando lá na biblioteca, não precisam me acompanhar sempre.
- Harry, queremos te ajudar, e três cabeças pensando é muito melhor que uma só. – respondeu Hermione com um sorriso. Os três saíam da biblioteca carregando uma pilha de livros cada um para lerem depois do almoço.
- Sim, eu sei, mas depois vocês ficam atrasados com os deveres e eu me sinto culpado. – Harry gesticulou, subindo as escadas em direção à Sala Comunal para deixar seus livros. - Aproveitem essa tarde pra colocar tudo em dia, eu sei que você ainda tem coisas pendentes Mione.
A morena mordeu os lábios presunçosa. Realmente, Hermione jamais deixava deveres atrasados, e dessa vez estava ultrapassando os limites. Ficava cansada por causa dos projetos do F.A.L.E. e em ajudar Harry todos os dias, e acabava sem tempo de terminar as tarefas. Rony estava em pior situação, mas estava feliz em ajudar o amigo com as tarefas do Torneio Tribruxo. 
- Escutem. Eu estou bem, é sério. Acho que estou perto de achar alguma coisa. Não precisam se preocupar. – continuou Harry, com um sorriso mentiroso. 
- Tudo bem, nós faremos os deveres atrasados, mas faremos os seus também. Quero nem ver a cara do Snape se vir que você não fez os deveres. - respondeu Hermione quando entraram na Sala Comunal e deixaram os livros em cima de uma mesa mais afastada das outras para Harry ler depois.
- Obrigado. – Harry agradeceu.
Os três saíram novamente da Sala Comunal e desceram as escadas depressa, indo para o Salão Principal. O cheiro das batatas coradas e da galinha assada que sentiram logo que passaram a porta de entrada do Salão foi o último anseio de fome. Logo já estavam sentados e enchendo seus pratos de tortas, batatas e purês.
- Essa panqueca tá uma coisa doida...! – exclamou Rony com a boca cheia, se fartando de panquecas.
- Harry, não podemos perguntar a algum professor sobre a prova? Tenho certeza que o Prof. Moody não deixaria de te ajudar. – perguntou Hermione, depois de lançar um olhar reprovador para Rony.
- Não posso Mione, é contra as regras. – respondeu Harry.
- Mas tenho certeza que Karkaroff e Madame Maxxime estão ajudando Vítor e Fleur! Isso é tão injusto...!
- Ah, mas o Vitinho é meio orgulhoso pra pedir ajuda pro Karkaroff não é mesmo? – disse Rony secamente.
- Mas não acho que ele precise pedir ajuda pro Karkaroff contar as coisas pra ele. – respondeu Harry depressa, interrompendo a possível discussão que estava por vir, a julgar pela feição de Hermione.
- E por isso não podemos nos rebaixar a eles, prefiro não achar nada mas ter estudado a semana toda do que ficar sabendo por algum fofoqueiro por aí. Até Cedrico passou boa parte da semana passada na biblioteca, pesquisando. – disse Rony se servindo agora de manjar e sorvete de pistache.
- Mas ele já descobriu algo. Acho que ele só estava aperfeiçoando algo que já sabia. – disse Harry com pesar. – Ao menos Hogwarts vai ter alguém pra fazer a prova.
- Você também fará a prova Harry, e terá a maior pontuação, tenho certeza disso. – respondeu Hermione com um sorriso. 
Harry sorriu, mas ainda estava bem sem esperança. Serviu-se de torta de maçã e passou os olhos pelo salão, distraído. Já vira tantos livros, estava cansado de pesquisar, não dormia direito por causa da ansiedade desde que descobrira o segredo do ovo de ouro. Queria voltar a treinar Quadribol, sentir o vento passar por todo seu corpo enquanto voava em sua Firebolt. Ficar grande parte de seu dia trancado dentro da biblioteca, ou em uma mesa afastada na Sala Comunal. Era bom estar com seus amigos, mas sentia falta de descansar, visitar a cabana de Hagrid, conversar com Sirius...


- Hey garotos!


Harry saiu de seus pensamentos ao ver Samantha acenando para eles, quando entrava no Salão Principal acompanhada de Lilian. As duas estavam sorridentes, embora parecessem um pouco cansadas. Lilian estava com o avental da enfermaria, e Samantha estava com as pontas dos longos cabelos dourados um pouco queimadas.
- Alô meninas. – cumprimentou Rony.
- Estavam trabalhando? – perguntou Harry ao vê-las.
- Pois é! Alguém tem que trabalhar aqui, não é mesmo? – respondeu Lilian sorrindo. – Madame Ponfrey me chamou de emergência, porque um jogador da Lufa-Lufa se machucou no treino hoje de manhã.
- E eu ainda estou cuidando dos explosivins de Hagrid – respondeu Samantha com a voz cansada. – Eles estão enormes, e ainda nem alcançaram o tamanho adulto. Vão virar monstros aquelas criaturinhas.
Rony, Harry e Hermione engoliram em seco. Explosivins adultos era uma coisa da qual eles estavam rezando para não terem que cuidar nas aulas de Hagrid. Samantha, no entanto, parecia bem feliz com a idéia de vê-los adultos.
- Bom, vão almoçar só agora? – perguntou Hermione enquanto elas sentavam do lado dos três.
- Estou morta de fome. – respondeu Lilian enquanto se servia de galinha assada.
- Duas. – completou Samantha, se servindo de vários pedaços de torta de rins. - Estou pensando em levar algo pros meninos comerem. Pelo jeito eles também não almoçaram.


- Bom, acho que somente seu irmão está trabalhando hoje Louise. – respondeu Lilian. – O jogador da Lufa-Lufa que apareceu hoje na Ala Hospitalar foi levado pelo Tiago, ele disse que o treino havia terminado depois do incidente. Black como não estava trabalhando foi ajudar no treino também. Régulo foi preparar uns relatórios. Acho que todos já almoçaram.
- Então a Lufa-Lufa voltou a ter treinos de Quadribol? – perguntou Harry decepcionado.
- Sim sim. – respondeu Lilian. – Como o apanhador deles já pode voltar aos treinos, eles resolveram voltar aos treinos. Porque Harry?


- Queria já ter voltado também. – ele respondeu desolado, mexendo com o garfo os farelos da sua torta de maçã. – Mas enquanto eu não descobrir como respirar debaixo d’água, não posso fazer nada.
- Na verdade, eu conheço um jeito... – disse Samantha pensativa.
- Mas não conte, eu não posso ter ajuda pra descobrir.  – Harry interrompeu.
- Devia aceitar Harry. – disse Hermione para o amigo. – Você é o mais novo dos Campeões, o menos experiente... Fleur, Krum e Cedrico já aprenderam feitiços que você nem sonha que existam. E como eu já disse, pelo menos Fleur e Krum certamente tem toda a ajuda à disposição deles. Cedrico é muito inteligente. E mesmo que Louise seja mais velha que a gente, ela não é um professor... logo seria a ajuda de uma colega.
- Sabe, embora tudo isso que você tenha dito seja verdade Hermione, acho que Harry é perfeitamente capaz de descobrir como fazer. – disse Lilian pensativa. – Eu mesma conheço ao menos duas formas de como respirar debaixo d’água. Podemos fazer um acordo Harry? Você pesquisará até sexta-feira, com toda garra que teve desde que começou as pesquisas, e se descobrir como fazer, será mérito seu. Se não descobrir, Louise lhe contará a maneira que ela conhece.
- Não é algo ruim. Pelo menos não terei tudo de bandeja, não é? – sorriu Harry, gostando da idéia.


- Nós te ajudaremos até sexta Harry, não se preocupe. – disse Rony.
- Eu posso ajudar, se quiser. – disse Lilian sorrindo. - Estou trabalhando de manhã e até às quatro horas da tarde, depois temos aula de dança dos Campeões, e tenho a noite livre. Como vocês têm aula nos horários que trabalho, não haverá perda de tempo. De noite Hermione e Rony podem ficar fazendo seus deveres, enquanto eu ajudo. Assim ninguém se cansa muito, o que acha Harry? 
- Seria ótimo, mas você não ficará cansada de me ajudar à noite? Sabe, é chato ficar na biblioteca pesquisando por muito tempo...
Samantha e Lilian riram.
- Ah Harry, não existe melhor rata de biblioteca como a Lily. Por ela, podia ficar o dia todo lá.
- Hey Samy, não sou tão bitolada assim! – reclamou Lilian, rindo.
- Ah é sim! – retrucou Samantha.


- Pois eu conheço alguém igualzinha... – disse Rony rindo, olhando de relance pra Hermione.
- Hey! – Hermione reclamou, e depois todos caíram na risada.


 


 


 


A semana passou mais tranqüila do que Harry imaginava que seria. A ajuda de Lilian não era só muito útil, mas as conversas que tinham eram simplesmente fabulosas. Harry começou a prestar mais atenção na garota, e sentia como se houvesse algo bastante familiar em vários de seus gestos, seu sorriso, sua voz. Era estranho aquela garota ter aparecido do nada em sua vida, assim como os outros. Fazia tempo que ele não pensara no porquê de Hermione ter parado suas pesquisas acerca de quem eram esses seis jovens que apareceram do nada, e de repente esse grupo tem tanta afinidade com ele e seus amigos. Como Lilian sabia o que o ajudaria a respirar debaixo d’água, era muito mais fácil pesquisar, pois a garota o encaminhava para os livros certos. Embora Harry não tivesse descoberto nada ainda, ele sentia que estava cada vez mais perto da resposta que precisava, e isso o deixava mais tranqüilo.
- Tente esse livro Harry. – Lilian disse lhe empurrando um grosso e empoeirado livro de Herbologia.
Era noite de quarta-feira, Lilian e Harry entraram na biblioteca escondidos debaixo da Capa de Invisibilidade de Harry assim que acabava a aula de dança do Baile de Inverno, e depois que já havia sido dado o horário de recolher. Desde segunda-feira essa tinha sido a rotina dos dois, e para Lilian era muitíssimo prazeroso estudar um pouco com Harry, conhecê-lo melhor.
- Você só me empurrou livros de Feitiços e Herbologia desde segunda-feira. – Harry disse sorrindo, assoprando a camada de poeira da capa do livro que Lilian lhe passara. – Devo supor que um feitiço ou uma planta vai me ajudar nisso?
- E são dez pontos pra Grifinória. – respondeu Lilian rindo. – São livros bem básicos, o que estamos procurando não é nada muito complexo. Vocês estavam dificultando muito as coisas.
- Entendi.
- Vou procurar mais algum livro por aqui. Fique debaixo da capa, é perigoso ficar com esse lampião iluminando o meio da biblioteca.
- Tem razão. – Harry concordou, cobrindo-se com a capa. Logo o ambiente ficou escuro novamente.
Ficaram em silêncio por algum tempo, enquanto Harry abria o livro e procurava alguma coisa que o ajudasse e Lilian checava outras prateleiras em busca de algum livro que os ajudasse. Estava tudo muito escuro, por isso ela usava a varinha para iluminar as prateleiras, enquanto Harry se ocupava do lampião para ler os livros. Lilian tinha no bolso o Mapa do Maroto de Tiago, onde espiava sorrateiramente (longe dos olhos de Harry) sempre que podia a procura de alguma pessoa que pudesse estar se aproximando de onde ela e Harry estudavam. Estava a uma boa distância da mesa de Harry, a ponto de não ver resquícios da presença do garoto no local, quando sentiu uma mão puxá-la mais para o canto e empurrá-la de leve contra a parede.
- Shhh, sou eu. – Tiago falou, tirando a cabeça pra fora de sua Capa e abrindo um grande sorriso.
- Você me assustou, seu canalha! – ela sussurrou, respirando descompassada por causa do enorme susto. – O que está fazendo aqui?
- Vocês estavam demorando, resolvi ver se estava tudo bem. Agora você só passa o tempo com o Harry... – ele disse fazendo bico.
- Ohh tadinho! Tá com ciúme do seu próprio filho agora? – ela disse rindo.
- Nada, a mãe dele já é minha mesmo.
Tiago tirou a capa por completo e puxou Lilian pela cintura para beijá-la. Lilian não hesitava mais em beijá-lo e agarrá-lo por aí, ela tinha plena certeza que ele já era seu, e ela era dele. Era cômico aquele namoro escondido, embora soubessem que todos já sabiam dos encontros deles. Era muito bom senti-lo, eles não ficavam tão juntos desde o encontro no armário pós Hogsmeade.


- Hey Potter, tenho que voltar e ajudar o Harry nos estudos. – ela disse se afastando com um sorriso, depois virando de costas para puxar um livro da estante onde eles estavam encostados.
- Vai me dispensar assim? – ele perguntou fazendo outro bico. Lilian riu.
- Não vou te dispensar assim... porque não me espera na Sala Comunal daqui uma hora? Eu e Harry estamos quase acabando mesmo...
- Vou esperar. – ele lhe disse envolvendo-a e dando-lhe um beijo demorado no pescoço. – Mas não demore muito.
Ele puxou seu queixo para um novo beijo, mais intenso desta vez. Lilian largou o livro e enlaçou seus braços no pescoço do rapaz , enquanto ele a puxava mais perto e a encostava na estante novamente para colarem seus corpos um ao outro. Tiago rapidamente subiu uma de suas mãos para enroscá-la nos cabelos ruivos da garota, e puxá-los para trás e beijar seu pescoço com muita vontade. A respiração deles estava muito alta e descompassada, havia uma mistura de prazer e desejo com medo e ansiedade, sentimentos tão misturados que confundiam a mente de Lilian. Ela percebeu que estava gostando daqueles encontros mais do que deveria. Ela queria ter Tiago para si, dizer que o ama sem sentir-se coibida em fazê-lo. Esse sentimento a fez puxar Tiago de volta para seus lábios e beijá-lo tão intensamente que até Tiago se surpreendeu, e com um sorriso de satisfação a segurou mais firme e a colocou sentada na mesa perante a estante, para se aproximarem mais ainda um do outro. Foi então que um baque ensurdecedor fez seus corações pularem no peito.
O livro que Lilian havia tirado da estante, grande e pesado, caiu em queda livre de cima da mesa, e seu baque ecoou por todo o andar. Lilian se soltou de Tiago, os olhos procurando alguma sombra que se aproximasse, os ouvidos esperando o som de passos. Tiago respirava fundo, retomando o fôlego, apreensivo com a chegada de Filch, provavelmente. Foi então que uma longa sombra apareceu no início do corredor, e com um miado fino, Madame Norra se identificou. Lilian ficaram parados vendo a gata observá-los, e com um miado de satisfação dar meia volta e, como Lilian e Tiago tinham certeza que ela faria, correr ao encontro de seu dono para denunciá-los.
- Lily, precisamos ir. – Tiago disse depressa, pegando sua varinha e puxando a ruiva para fora da biblioteca.
- Não podemos, temos que avisar o Harry! – Lilian disse, parando de repente e olhando para o fundo escurecido da biblioteca.
- Se formos avisá-lo, Filch provavelmente nos encontrará. É melhor sairmos daqui, Madame Norra só viu nós dois, Filch não irá até o fundo da biblioteca nos procurando.
Lilian ficou confusa e receosa. Tiago tinha razão, se fossem até Harry seria o tempo perfeito de Filch pegar os três. Harry não seria encontrado debaixo da capa, se o largassem na biblioteca ele teria muito mais chances de voltar para a Sala Comunal em segurança. Lilian então balançou a cabeça positivamente, ainda com uma feição preocupada e Tiago a puxou correndo da biblioteca, levando-a o mais rápido possível para a primeira passagem secreta que ele encontrasse.
- Pegue o mapa, cheque onde Filch está. – ele disse depois que fechou a passagem do quarto andar, atrás de um espelho.
Lilian rapidamente colocou a mão no bolso a procura do mapa que Tiago lhe emprestara, mas não o encontrou. Tateou o outro bolso e nada.
- Acho que o deixei cair. – ela disse em desespero.
Tiago mordeu o lábio apreensivo. Sem o mapa, a chance de serem pegos pelo zelador triplicava.
- Vamos esperar um tempo, ainda estamos muito perto da biblioteca. Depois saímos debaixo da minha capa, está bem? Não faça barulho.
Lilian concordou, embora sua preocupação em Filch pegar os três ser muito maior. Pelo jeito aquela seria uma longa noite.


- Ainda acordada loirinha?
Samantha assustou ao ouvir a voz de Sirius bem perto de seu ouvido. Ela estava sozinha na Sala Comunal, pensando nas últimas coisas que haviam acontecido tão depressa: ela descobrir que amava Sirius, e depois que ele a amava também, descobriu que ele a esqueceria mais futuramente, e agora estavam num pseudo-namoro. Era muito bom, mas ao mesmo tempo lhe dava um desespero no coração no qual ela estava com certa dificuldade em esconder.
- Seu maldito, eu tava quieta aqui. – ela disse rindo, depois de receber um selinho do garoto.
- Alô maninha. – cumprimentou Domenick, jogando-se na poltrona ao lado dela.
- Até que enfim você apareceu, seu galinha nato. – ela disse para o irmão, que somente riu do comentário dela. – Por onde esteve?
- Estive fazendo várias coisas, com várias garotas diferentes. Você não compreenderia. – ele respondeu, lhe lançando uma piscadela.
Samantha revirou os olhos enquanto Sirius ria e sentava ao seu lado.
- Onde está o Remo? – ela perguntou aos dois.
- Dormindo feito pedra. – respondeu Domenick.
- E o que os senhores estão fazendo aqui em baixo? – ela perguntou com um sorriso duvidoso.
- Estávamos querendo comer algo na cozinha. Vamos?
- Pode ser. – ela respondeu.
- Eu tenho um encontro com uma menina da Corvinal. – Domenick respondeu levantando-se depressa. – Já estava esquecendo.
- Às duas da manhã? Você não cansa não? – Samantha perguntou indignada, enquanto o irmão saía depressa pelo quadro.
- Você se cansa de ficar aos pegas com o Black? – ele perguntou sorrindo, e depois saiu.
Samantha riu e olhou para Sirius, que lhe deu um beijo carinhoso.
- Você se cansa de mim? – ele perguntou com um sorriso maroto.
- Não, não canso. – ela respondeu.


- Ainda está com fome? Quero te dar uma coisa, mas não sei se a cozinha é um bom lugar.
- Quer me dar uma coisa? E o que é? – Samantha perguntou com um sorriso curioso.
- Segredo. – ele disse sorrindo. – Já sei aonde vamos. Melhor pegar um casaco.
Samantha o fitou por alguns segundos, curiosa e desconfiada, então buscou um casaco em seu quarto e logo estava de volta.
- Aonde vamos? – ela perguntou quando já estavam no hall de entrada de Hogwarts.


- Vai ver. – ele respondeu, misterioso.
Ele continuou a levando pelos corredores, até chegar a um buraco na parede, escondido por um vaso de plantas e uma estátua de metal.
- Vamos lá fora? – ela perguntou quando ele a conduziu pelo buraco.
- Não é muito longe, estamos perto.
Sirius segurou a mão de Samantha e a levou pelos jardins congelados de Hogwarts. A noite estava bastante fria, mas estava serena e bem iluminada pela lua minguante. Não havia nuvens, então Samantha podia ver claramente as gigantescas constelações naquele céu de azul profundo. Estava tão absorta com a paisagem noturna que demorou para perceber que Sirius havia levado ela para a beira do Lago Negro.
- Hum. – ela disse quando chegaram.
- Não gosta muito desse lugar? – ele perguntou já sabendo a resposta.
- Na verdade...
Samantha sabia muito bem que aquele lugar era o lugar exato que há aproximadamente cinco anos, Sirius havia a magoado profundamente. Não só a envergonhou em público, mas jogou fora o único e o objeto de maior valor emocional que ela tinha: uma flor, uma camélia branca que sua mãe havia lhe dado dias antes de falecer. Ao lembrar-se disso, ela sentiu um peso em seu coração, um peso que havia algum tempo que não sentia. Ela prometera que iria esquecer isso, iria se vingar de Sirius futuramente, e se vingou. Mas agora estava tão feliz com ele, porque ele a levaria para um lugar onde despertava tão negras lembranças?
- ... na verdade eu não ligo mais se esse lugar já foi palco de um momento da minha vida que eu gostaria muito de esquecer. – ela continuou. Samantha andou pelo local e foi reconhecendo cada perímetro. O grande carvalho, sem folhas por causa do clima invernal, estava envelhecido pelo tempo, mas estava ali, forte, assim como a angústia que ela ainda carregava no peito por aquele lugar.
- Não liga mais? Eu duvido muito disso, e por isso te trouxe aqui.
Samantha o olhou profundamente quando ele terminou de falar. O que ele pretendia? Pedir desculpas? Ela sabia que seria um grande gesto dele, mas não tinha certeza se fecharia as cicatrizes que seu coração teimava em carregar. 
- Porque me trouxe aqui Sirius? – ela perguntou o olhando nos olhos.
- Samy, o que eu fiz naquele dia não tem desculpas. Quando vi você sair correndo, um arrependimento maior que qualquer coisa que eu já havia sentido me tomou tão depressa que eu me senti a pior das criaturas da Terra. Me senti pior que um monstro. Eu destruí um objeto que simbolizava uma pessoa muito importante pra você. Então eu pensei... destruí? Não teria uma forma de consertar esse erro?
Samantha não entendia o que ele estava dizendo. Como assim consertar?
- Então assim que eu pude, corri até a sala de Dumbledore, e disse que havia perdido algo no lago, havia deixado cair sem querer. Dumbledore me acompanhou de noite até o Lago e recuperou a flor...
Samantha não estava acreditando no que ele estava dizendo. Ele havia recuperado? Era impossível...
Sirius não continuou. Ele colocou a mão no bolso do casaco e tirou um lenço que embrulhava algo muito delicado. Ele pegou a mão de Samantha e depositou a camélia, em perfeito estado, como se tivesse sido colhida há minutos atrás.
- Eu usei uns feitiços para mantê-la bonita até eu tomar coragem pra te dar ela de volta. Ela não vai murchar, ela ficará assim pra sempre. Me desculpe por guardá-la em segredo por tanto tempo... é que...
Ele hesitou em responder. Ela colocou a mão em seu rosto e disse:
- É que certos erros do passado são difíceis de serem desenterrados no futuro.
Samantha sorriu levemente e colou seus lábios nos de Sirius. Foi um beijo terno, um beijo de desculpas. Sirius a abraçou e beijou seus cabelos, enquanto ela sussurrou:
- Me desculpe por ter sido estúpida nesses anos que se passaram.
- Você? Estúpida? – Sirius sorriu carinhosamente para ela. – Você sabe que só há um culpado nessa história, e não é você. Não receba essa flor como pedido de desculpas, porque eu já disse que o erro que cometi quando ainda era um moleque não tem perdão, mas receba-a como um tipo de presente, algo que guardei pra dar a você no momento certo.
- Sirius, eu culpei você sim por um grande período. Mas é passado. Talvez minha mãe, onde quer que ela esteja, colocou essa flor no nosso caminho, pra um dia acontecer algo que nos unisse. Não fique mais se culpando, por favor. Só de saber que você correu atrás de Dumbledore para consertar tudo... me sinto envergonhada de ter te julgado por tanto tempo. O que já passou não me importa mais. Só o que me importa agora é que estou com o homem mais maravilhoso desse mundo, e eu te amo.
Sirius sorriu e encostou sua testa na dela, puxando-a mais para perto de modo que ficassem abraçados. Depois olhou bem fundo em seus olhos e lhe sussurrou antes de puxá-la para um profundo beijo: 
- Eu te amo mais.


 


 


Bulbos Salteadores: Uma planta pequena, redonda com muitas raízes. Raízes essas que se mexem muito. É uma planta muito rara. Necessita de bastante cuidado porque se mexe muito. Esta planta é conhecida como a planta contorcionista, que ataca principalmente a cara dos feiticeiros. Os Bulbos Salteadores deitam um pus esverdeado e quando este pus chega aos olhos dos feiticeiros deixa-os cegos durante, aproximadamente, duas horas.
Uma planta muita conhecida no ramo das poções curativa é a de plantas e fungos mágicos, incluindo como importarmo-nos com eles e usar as suas propriedades mágicas. Algumas plantas mágicas dão forma a ingredientes nas poções e outras produzem efeitos mágicos quando ingeridas.


“Nada a ver”, pensou Harry. Seus olhos já começavam a pescar quando ele viu que se passara das duas da manhã. Entretanto ele estava perto de achar algo, tinha certeza. E Lilian havia ido procurar outro livro, onde será que ela estava?
Mandagel: Eles são boas bases de poções de transfiguração, poderosos repelentes de insetos e ótimos para preparar salada de fruta.


“Claro, uma salada de fruta seria bem útil no fundo do Lago Negro, não é mesmo? Talvez eu ofereça aos sereianos para me darem o que me roubarão”. Harry já não agüentava mais ler sobre plantas das quais nunca ouvira falar, e nem tinha interesse nisso também. “Eu devia ter visto mais livros de feitiços... como vou encontrar a planta que preciso quando eu descobrir qual é?” Os pensamentos atordoavam a mente de Harry, e a imagem do escuro do cortinado de sua cama e ele deitado bem quentinho debaixo de seu cobertor felpudo lhe parecia cada vez mais tentadora. Mas ainda precisava esperar Lilian voltar...


Guelricho: Descoberto por Elladora Ketteridge, embora Beaumont Marjoribanks tenha levado os créditos. É uma raiz que se prende às margens de lagos, usado para respirar debaixo d’água. A bruxa Elladora Ketteridge descobriu o uso do guelricho quando quase morreu sufocada depois de comer um. Só se recuperou quando enfiou a cabeça em um balde de água.


- Achei! – Harry sussurrou, dando um viva de felicidade. Levantou-se para ver se Lilian estava por perto, mas a garota parecia estar em alguma ala distante dentro da biblioteca. Guardou suas coisas na mochila e resolveu continuar lendo mais sobre o Guelricho. 
Harry foi surpreendido ao ouviu um barulho ensurdecedor dentro da biblioteca. Algo havia caído em um corredor distante do qual ele estava. Devia ir conferir? Será que era Lilian? Ela estaria bem?
(N/A: Só para constar... quando Harry pensa, eu coloco o nome Lilian, mas na verdade para ele Lilian é Lily, ou Liliane, como Tiago disse. Eu descrevo como Lilian porque são pensamentos... é confuso, mas acho que deu pra entender rsrsrs)
Harry ouviu passos apressados saindo da biblioteca. Haviam outras pessoas lá dentro. Seria Lilian e mais alguém? Ou outras pessoas?
Harry não sabia se ia embora ou esperava por Lilian (ou pelo pior, ele não tinha certeza). Rapidamente pegou o livro sobre Guelrichos, marcou a página e o jogou dentro da mochila. Com a varinha em punho, ele apagou o lampião e agora usava apenas o Lumus para iluminar o local. Tinha sorte de estar com a Capa de Invisibilidade, mas estava com medo de Filch aparecer e pegar Lilian andando pela biblioteca depois do horário.
Harry então ouviu um miado rouco. Seu coração disparou ao ver Madame Norra acompanhada de Filch vasculharem algumas estantes distantes dele. Filch levava uma vela e checava embaixo das mesas, procurando por alguém.
- Um livro no chão, Madame Norra. Sabe o que isso significa? Algum aluno zanzando pela biblioteca!
A gata deu um miado longo, como se concordasse com o dono, e depois foi até a porta, com o dono em seu encalço. Eles estavam indo embora, Harry suspirou aliviado. Harry imaginou que Lilian já devia estar longe dali, certamente ao derrubar o livro ela tratou de se esconder. O melhor a se fazer era voltar para a Sala Comunal e esperar pela garota.
Harry colocou a mochila no ombro e seguiu cauteloso, esperando não fazer barulho para atrair o zelador novamente. Saiu da biblioteca e seguiu pelo corredor, com os olhos bem abertos e os ouvidos apurados a procura de qualquer barulho suspeito. 
Seu coração foi parar na boca quando ouviu um barulho próximo dos seus pés. Olhou para baixo e viu que havia pisado em um pergaminho no meio do corredor. Olhou para os lados à procura de alguém que pudesse ter sido atraído pelo barulho, mas para sua sorte não veio ninguém. Harry se abaixou e pegou o pergaminho. Era um pergaminho muito usado, estava dobrado e amassado, ele abriu e reconheceu que se tratava do Mapa do Maroto.
Mas como? Harry emprestara seu mapa para o Prof. Moody à algumas semanas, na noite em que fora tomar banho no banheiro dos monitores, e que por pouco não foi pego por Snape e Filch (N/A: Aos de memória fraca, vide o Cálice de Fogo). Agora ele estava ali, jogado no chão como lixo. Será que Moody o havia perdido? Embora as questões o perturbassem, Harry não podia negar: Ter achado o mapa naquele momento foi a melhor coisa que já o acontecera.
- “Juro solenemente não fazer nada de bom!”
O mapa foi preenchido de seus riscos, e Harry abriu-o logo à procura do zelador. Filch estava no terceiro andar, o que fez Harry suspirar em alívio. Procurou então por nomes que estivessem próximos, não encontrou nada. Decidiu voltar à Sala Comunal.
Harry foi checando o mapa. Filch conhecia bem as passagens secretas do castelo, era muito fácil que o zelador de repente aparecesse em sua frente em dois instantes. Harry decidiu tomar um caminho mais longe possível de Filch e Madame Norra, o que lhe fez perder uns bons dez minutos. Quando finalmente estava a um andar da Sala Comunal da Grifinória, dois nomes surgiram no mapa.
O coração de Harry disparou. Sentiu sua saliva secar de repente e uma tontura invadir sua cabeça. Algo impossível estava acontecendo, ele piscou várias vezes e aproximou o mapa de seus olhos para visualizar melhor. Não podia ser, mas a medida que ele se aproximava da Sala Comunal, os nomes flutuantes no mapa ficavam cada vez mais nítidos:

               Tiago Potter                                           Lilian Potter



Como seria possível? Era impossível aqueles dois nomes estarem no mapa.
Harry começou a correr, precisava confirmar. Seriam espectros? Ele nunca se perguntara quanto tempo demorava para alguém virar um fantasma. Estaria o Mapa adulterado por alguma magia, e ter achado o mapa no meio do corredor foi uma simples brincadeira de muito mal gosto de alguém? Mas já não importava mais, seu coração iria explodir se ele não fosse conferir com seus próprios olhos.


Harry parou em frente ao quadro da Mulher Gorda e respirou. Estava com medo e ansiedade do que estava por vir. Ele fechou os olhos, apertou o pergaminho em sua mão, e num sussurro desesperador proferiu a senha.


* * *

Não disse que iam me matar? :P Desculpa por acabar assim! O próximo promete!
Aguardo como sempre muuuitos comentários!
Obrigada por lerem, até o próximo!

  

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Comentários (16)

  • Sah Espósito

    Mih... posso te matar??? Vou morrer de curiosidade!! AHhh meu merlim... continue pliss Ta perfeito bjs!

    2011-12-21
  • jennifer p.

    Como você pode fazer isso connosco Milena? Quase tive um avc de tanta ansiedade! Não faça de novo. ahahAdorei a "menstruação mensal do Aluadinho" ahahahahahahahE o Sirius é tão perfeito! Ele e a Sammy são o casal mais perfeito, depois da Lily e o Tiago, claro :DParabéns pelo cap, tô adorando a fic! Mas como tudo o que é bom tem um fim... Bom, quando acabar, pode ter certeza que vou acompanhar futuras fics suas, ganhou uma fã, óh!

    2011-12-21
  • Lediane Werner

    A ideia é nos fazer enfartar? Vamos morrer de curiosidade... Adoro tua fic... Parabens... Bjus!!!!!!

    2011-12-21
  • Gemeas Potter

    Er.. Oi =). Já estou lendo a sua fic faz algum tempo, e ela é realmente muito boa. Você escreve muito bem e tem uma criatividade enorme e admirável. Estou me apaixonando pelo casal Lily e Tiago! Eles são perfeitos juntos! E amo de paixão o Sirius Preto lindo *-*, um dos meus personagens preferidos de toda a saga. Enfim, ja disse que amo a sua fic? PERFEITA! HAHA e a curiosidade nos mata novamente !! Não demore a postar ok? E por acaso vc sabe como se livrar de uma denuncia? Minha fic foi denunciada e eu to morta de raiva!! Enfim, se souberes, por favor, me diga.. beijão e estou amando a fic!

    2011-12-21
  • Luiza Arce

    O.O Acredite, eu to me segurando (vulgo mordendo minha unha) pra nao gritar!!! Desde que eu li a parte que o Tiago tinha perdido o Mapa eu imaginei isso. Ai Merlin!!! Mas... A capa! Eles dois ainda estão cobertos pela capa! O.O Ele pode achar que e só uma brincadeira e que o Mapa está enfeitiçado, como havia pensado antes...!     Tomara que seja mais, amo fics longas. ;) Voce tem conta lá? Porque eu acabei de ter uma ideia. Tipo, certo voce nao conseguiu postar, eu consigo. Poderia fazermos um acordo, maaas depois falamos deles. Se voce aceitar, porque incluiria voce me contar a senha e a ID do seu login do Nyah, isso se voce tiver. Quando se né? Rs. Adorei o capitulo. É sempre tão engraçado. Tipo a conversa da Samantha com o irmao-que-eu-nao-gravei-o-nome. Rs.     Voltando ao negocio do acordo, eu nao postaria no meu nome, mesmo pondo que a fic é sua, sabe por que? Porque eu acho que é um direito seu *dando de ombros*. Oras! A fic é sua, as ideias sao suas...! Eu iria postar no meu nome, sabendo que (possivelmente) voce tem uma conta lá? Bom... Chega de falar! To a espera dos proximos capitulos, e que eu torço pra ser mais que cinco. Rs. Beijos, Lu.

    2011-12-21
  • Leticia Depiro

    Não acredito nisso!!! Meu Deus .... vou morrer de curiosidadee!! Quando pretendo postar de novo .... espero que não demore muito ook?? Mas eu ameei, muito muito muito perfeito ... ta de parabéns!!

    2011-12-20
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