A Segunda Tarefa
Meus queridos leitores, desculpa mesmo a demora! Ta aí a prova concreta de que eu não abandonei vocês. Esse semestre na faculdade ta me arrancando os ossos. Estou fazendo o possível.
Como sempre não tenho previsão para o próximo capítulo (quando ele sairá...), mas farei o possível pra demorar menos que esse.
Desculpa mesmo a demora, tenho um carinho imenso por vocês, e me doía o coração ver os comentários tristes por minha demora. Espero que gostem do capítulo.
A propósito, eu fiz uma conta no Pottermore! Se alguem quiser me adicionar, mande coruja (hihi) para FlameHeart14336, Grifinória \o/
Beijosss, e como sempre...
Boa leitura!!!
Cap. 27: A Segunda Tarefa
- Foi por muito pouco dessa vez. O que estava pensando quando foi até a biblioteca, senhor sem juízo??? – disse Lilian em meio a uma respiração descompassada logo que ela e Tiago alcançaram o quadro da Mulher Gorda.
- Ahh bem que foi divertido, toda essa adrenalina, não foi? – respondeu Tiago rindo.
Lilian torceu o nariz enquanto Tiago disse a senha e os dois entraram na Sala Comunal. Estava vazia, já era mais de três da manhã.
- Devemos buscar o Harry? – Lilian perguntou olhando o relógio de corda perto da lareira e depois olhando aflita para a entrada da Sala Comunal.
- Eu vou. Será melhor assim, sozinho é mais fácil. Vou buscar minha capa de invisibilidade.
- Tente achar o Mapa no caminho, com certeza eu o deixei cair. Espero que Filch não o ache. – disse Lilian apreensiva.
- Não vai achar, Filch não tem muito cérebro pra compreender como o mapa funciona... no máximo vai achar que é algum pergaminho velho. Já volto.
Tiago subiu as escadas de seu dormitório rapidamente para buscar sua capa, enquanto Lilian sentou-se numa poltrona perto da lareira para esperar. Estava preocupada. Se Filch achasse Harry na biblioteca há essa hora certamente ele teria grandes problemas, e ela se sentiria muito culpada.
Para sua surpresa o Quadro da Mulher Gorda abriu naquele exato momento. Lilian se levantou e sorriu ao ver o garoto magrelo de cabelos desarrumados entrar por ele em segurança.
- Ah Harry, que bom que finalmente você chegou. Me desculpe por largá-lo na biblioteca, mas Tiago... Harry, está tudo bem?
Harry olhava para ela de um jeito que Lilian jamais o vira olhar. Lilian não sabia decifrar se aquele olhar pousado sobre ela era um olhar que a culpava, se era um olhar que sofria por algum motivo. Teria acontecido algo durante a volta da biblioteca?
Mas Harry sabia o que acontecera. Acabara de se tocar finalmente que aqueles olhos verdes preocupados que o encaravam eram da pessoa que um dia o amaria acima de tudo, a ponto de dar sua vida para salvar a dele. Harry abriu a boca uma ou duas vezes, tentando dizer alguma coisa para sua mãe, mas as palavras pareciam que haviam se transformado numa língua diferente, na qual ele não sabia como se expressar. Ele sentia certa angústia e rancor, um peso no coração. Sentia-se traído por todos. Por que ninguém contou que seus pais estavam há semanas junto dele, e ele sequer notara? Certamente Hermione sabia, ela era muito inteligente e curiosa pra deixar uma informação dessas passar levianamente. E Rony, talvez Rony não soubesse, mas ele havia notado certa mudança no amigo nos últimos dias que denunciava que alguma coisa ele sabia. Ao mesmo tempo, um sentimento de extrema alegria o contaminava. Seus pais estavam ali, e finalmente ele poderia passar um tempo com eles. E lá estava ela.
Lilian Potter sempre foi uma imagem conhecida por Harry. Sua mãe morreu para que ele pudesse viver, e ele mais do que ninguém era muito grato por esse sacrifício. Quando a viu pela primeira vez, refletida no Espelho de Ojesed, seu sorriso e seu olhar logo lhe mostraram o quanto aquela mulher o amava e sentia muito por não poder ter vivido o bastante para educá-lo e vê-lo crescer.
“Sua mãe me ajudou num momento em que ninguém mais quis ajudar. Ela não era só uma bruxa com poderes incríveis, mas uma mulher de uma generosidade rara. Ela tinha o dom de ver a beleza nos outros. Mesmo, e talvez principalmente, quando a pessoa não enxergava isso em si mesma.”
As palavras do Prof. Lupin ainda ecoavam em sua mente. Lilian Potter era sua mãe, a quem Harry sempre amou e muito foi grato. Ele não a conheceu, mas não precisava que outros a descrevessem para que Harry soubesse quem ela era. Uma mulher dócil, gentil, delicada e muito forte, que ajudou e uniu pessoas em momentos de grande escuridão. Ninguém era capaz de dizer o contrário, ou dizer menos que isso.
Mas àquela a sua frente não era Lilian Potter. Ela era a sua mãe jovem, Lilian Evans, uma moça possivelmente em seu último ano de Hogwarts, tecendo sonhos e perspectivas, alheia a tudo o que viria a acontecer. Esta moça Harry não conhecia. Ela era um botão de flor prestes a florescer, muito segura de si para se deixar levar pelo mundo, mas muito frágil para durar nele.
- Eu estou bem. – ele disse finalmente, fechando o retrato da Mulher Gorda às suas costas. Lilian então viu o Mapa do Maroto nas mãos do garoto, e finalmente o olhar do garoto fez algum sentido.
Harry tinha a lembrança vívida em sua mente da primeira vez que a viu, os olhos verdes marejados, o rosto pálido e uma feição de desespero. Teria sido o momento que ela soube toda a verdade? Porque contaram a verdade para ela tão cedo? Porque estragar uma vida de sonhos justo agora, quando o futuro dela estaria começando?
- Harry, eu...
Lilian não foi capaz de continuar. O que ela poderia dizer ao garoto? Que sentia muito por ter escondido que ela era sua mãe, e queria que ele levasse tudo numa boa? Não era assim tão simples.
- Já estou com a capa, volto num seg... – Tiago então viu o garoto parado diante da porta, sorriu e continuou: - Ah Harry, que bom que está de volta. Achei que eu ia ter que azarar o Filch pra trazer você de volta. É uma pena.
“Você é idêntico ao seu pai.”
Talvez essa seja a maior das informações que Harry obteve de todos que conheceram seu pai antes dele morrer. E agora Harry podia ver claramente o quanto estavam corretos sobre. Tiago era quase um reflexo de Harry, exceto por simples detalhes: Tiago era mais alto, tinha bem mais músculos que Harry, seu nariz era um pouco mais comprido, obviamente não havia cicatriz em sua testa e seus olhos eram castanho-esverdeados. Tiago também tinha no rosto uma feição confiante que Harry jamais teria. Aquela era a primeira vez que ele via Tiago.
- Feitiço Ilusório. – explicou Lilian, ao ver Harry observar Tiago no alto da escada. – Dumbledore lançou nele assim que chegamos. Dá para saber o porquê.
Harry balançou a cabeça afirmativamente. Harry viu o sorriso no rosto do “pai” desaparecer. Obviamente ele havia compreendido o que havia acontecido. Seu pai era totalmente diferente de quem Harry imaginava ser. Era quase uma versão dos Gêmeos Weasley. Como sua mãe se apaixonara por ele era uma incógnita, mas saber que o pai não era tão certinho como imaginava o confortava.
Então Harry teve uma vaga lembrança de alguns momentos que ele presenciara dos dois, sem saber que eles eram seus pais. Estaria ele vivendo no momento em que os dois finalmente estariam começando o romance que se confirmaria num casamento anos depois?
- Harry, eu sei que pode estar zangado agora, mas íamos te contar. – Tiago disse descendo as escadas e parando no final dela. – Só estávamos procurando uma maneira de explicar a você...
- Tudo bem. – Harry respondeu sem emoção. – Eu... preciso dormir, amanhã depois da Segunda Tarefa conversamos, ok?
Antes que Lilian ou Tiago pudessem dizer algo, Harry foi depressa para seu dormitório e fechou a porta.
- Boa noite... – Lilian disse por fim, antes de se jogar na poltrona.
- Lily, ele reagiu melhor do que eu esperava. – Tiago disse se aproximando da garota, sentando no braço da poltrona e lhe dando um beijo no rosto.
- Sim, mas fico insegura com isso... amanhã é a Segunda Tarefa, essa era uma informação que podia esperar mais um pouco sabe?
Lilian encostou sua cabeça no peito do moreno e suspirou. Um peso enorme havia sido tirado de seus ombros, e mesmo que Harry ainda estivesse abalado com a notícia, ela estava feliz. Finalmente ela entendera que o dever que ela havia de cumprir no futuro acabara de começar a terminar.
Harry sentia seu coração bater forte contra seu peito quando fechou a porta do seu dormitório. Não sabia como conseguiria dormir com essa informação ecoando em sua cabeça. Sua vontade era saber tudo e conhecer o possível e impossível sobre seus pais. Melhor ainda, será que agora que eles estavam aqui ele podia contar tudo o que aconteceria futuramente na vida deles e impedir que morressem? Ele sentiu uma pontada de esperança no peito e teve a vontade súbita de acordar Rony e contar sobre isso. Abriu violentamente a cortina do amigo e começou a chacoalhá-lo com força. Rony dormia profundamente e roncava alto.
- Rony, acorda logo, preciso falar com você
- Receio que o Sr. Weasley não vai acordar agora Harry...
Harry pulou de susto e virou de repente pra encarar a face dócil de Alvo Dumbledore, sentado sobre sua cama e observando o rapaz.
- Diretor! Eu não vi o senhor entrar. E como assim ele não vai acordar?
- Eu tive a cautela de colocar um feitiço anti-ruídos e um feitiço relaxante no Sr. Weasley e nos outros alunos do quarto pra que pudesse conversar por cinco minutos com o senhor. – o velho explicou com um sorriso gentil. – Eu vim porque eu estava andando pelos corredores à procura de um toalete quando vi o senhor pegar aquele mapa fabuloso e identificar o nome de seus pais nele, Harry.
Harry olhou espantado para o diretor, e assentiu com a cabeça. Na verdade estava pouco à vontade de conversar com Dumbledore sobre isso agora, como uma consulta psicológica, mas aguardou que o diretor continuasse.
- Seus pais estão aqui por um acaso Harry, um dos muitos acasos que o destino coloca nas nossas vidas. Mas há uma coisa que gostaria de deixar claro para você, e espero que compreenda...
Dumbledore baixou os óculos meia-lua e começou a limpá-los nas vestes enquanto prosseguiu:
- Esses não seus pais. Não ainda. Quem você acabou de conhecer lá embaixo são Lilian Evans e Tiago Potter. Lilian é uma das melhores alunas de Hogwarts, assim como Tiago, Remo Lupin, Sirius Black, Samantha e Domenick Kityara, todos setimanistas, e que também estão dando uma passadinha pelo futuro... – ele sorriu e recolocou os óculos. – Lilian é monitora chefe junto com Remo, Tiago é o melhor apanhador que Hogwarts já teve, até claro Carlinhos Weasley e você tirarem esse posto dele, e todos eles são melhores amigos de Pedro Pettigrew, o homem que virá a trair seus pais.
Harry mordeu o lábio e fechou os punhos nesta última parte, e Dumbledore continuou falando com uma feição gentil, mas desta vez um pouco mais firme:
- Eu disse virá a trair seus pais e todos os amigos deles, porque é isso o que o destino traçou para todos nós. E não podemos mexer com o tempo Harry, você sabe disso. Mas mais importante que isso é que, o objeto que os trouxe aqui, ele funciona como uma ilusão...
- Que objeto? Que tipo de ilusão? – Harry perguntou sem entender. Dumbledore sorriu e com um gesto pediu para que ele o esperasse terminar a explicação.
- O objeto que trouxe seus futuros pais para cá se chama Ampulheta Abissal. Ela foi encontrada pelos pais de Tiago, seus avós, numa viagem secreta para o Egito, a pedidos do Ministério da Magia, na época que Voldemort estava iniciando suas atividades. A areia dessa ampulheta é feita com lágrimas da primeira fênix que habitou a Terra. Imagine só que um bruxo conseguiu guardar lágrimas de uma fênix que existiu a milhares de anos atrás e cristalizou suas lágrimas usando feitiços inimagináveis e substâncias tão raras que sequer podemos imaginar hoje como foi possível tal feito. Essa ampulheta tem o poder de parar o tempo em todas as épocas e enviar as pessoas de um determinado recinto... uma casa por exemplo, para uma época crucial de suas vidas. Só que essas pessoas que fazem essa viagem pelo tempo não são enviadas realmente. Harry, o que aconteceu é que há exatamente agora, a Srta. Evans está adormecida na casa dos Potter, e os outros também. Foi Lilian quem ativou a ampulheta, e no exato momento que ela fez isso, o tempo congelou, e somente ilusões de suas formas foram enviadas para este tempo, que aliás também é uma ilusão.
- Está muito confuso diretor. – disse Harry sem entender muito bem.
- Tentarei explicar de outra maneira então. Harry, esta conversa que está tendo comigo agora, estes dias que se passaram desde que eles apareceram no trem pra vir para Hogwarts, nada disso realmente aconteceu. Estamos vivento um tipo de sonho, entende? Está tudo parado no tempo. É como todos esses dias estivessem passando em somente um único segundo, numa velocidade incrivelmente rápida.
Harry finalmente entendeu. Aquilo era como se fosse um sonho, muito longo e um dia ele viveria tudo aquilo de novo, de um jeito diferente, e sem seus pais o guiando.
- Eu entendi, senhor. – Harry disse finalmente.
- Eu gostaria que não comentasse isso com ninguém. E por isso quero que entenda: Nada o que disser para seus pais agora vai mudar o que acontecerá no futuro. Quando o feitiço da ampulheta acabar, eles acordarão aonde estiverem, e nós também. E a ampulheta será destruída, como se jamais tivesse sido encontrada pelos seus avós.
Harry assentiu com a cabeça. Aquela quantidade imensa de informações começara a pesar sua consciência e seu ânimo.
- Bem, preciso deixá-lo, afinal já está tarde e amanhã temos uma prova para terminar não é?
O diretor se levantou e abriu a janela do quarto, por onde um vento frio de fim de inverno soprou sobre suas barbas prateadas.
- Ah! Claro, já ia me esquecendo de uma coisa. Como estamos numa espécie de sonho, não me sinto nem um pouco culpado em lhe dar isso.
Dumbledore tirou um pequeno embrulho do bolso de suas vestes azuis-turquesa e entregou a Harry. Quando o garoto abriu, viu que era uma espécie de bola gosmenta, um musgo.
- É o Guelricho. Use-o bem amanhã.
Harry sorriu. Por um segundo sentiu uma pontada no estômago por perceber que descobrira o que o faria respirar debaixo d’água, mas não tinha idéia de onde conseguiria. Imediatamente uma sensação de bem-estar passou pela sua pele de novo.
O diretor sorriu uma última vez e sumiu com o vento. Harry fechou a janela, colocou os pijamas e ao deitar na cama, rapidamente adormeceu.
Lilian acordou com os primeiros raios de manhã, que atravessaram a janela da Sala Comunal e iluminaram seu rosto. Quando seus olhos incrivelmente verdes se ofuscaram com a claridade, ela se sentou na confortável poltrona em que estava, e viu que havia dormido na Sala Comunal. Tiago estava deitado no sofá ao lado, e a luz parecia incapaz de acordá-lo. Ela sorriu e seguiu até onde o garoto estava adormecido.
- Tiago?
O rapaz resmungou alguma coisa ininteligível, então virou de costas e continuou a dormir.
- Tiago, melhor você dormir na própria cama, vamos lá...
Ela o puxou pelo braço até desvirá-lo. Tiago soltou um ronco alto que a fez rir por vários minutos. Quando viu que sua força não venceria, ela suspirou e sorriu para o garoto. Ele parecia tão sereno, tão calmo, que lhe dava pena ter que acordá-lo só para mudá-lo de lugar.
Lilian colocou sua mão na testa do rapaz e começou a mexer no cabelo dele. Agora ela entendia o porquê ele não parava de mexer nele: era macio e cheiroso, assim como sua pele, que cheirava a sabonete. Deslizou seus dedos por sua sobrancelha, e depois para sua face, onde ficou o acariciando ligeiramente corada. Foi quando percebeu uma feição diferente no rapaz que ela parou de repente e o olhou indignada.
- Você está acordado é?
Tiago não pode deixar de rir, e então abriu os olhos ligeiramente, ofuscando-se com a luz.
- Não faz muito tempo ruivinha. Acordou muito cedo?
- Com a luz do sol no rosto, se quer saber. Quer voltar a dormir?
- Vai dormir comigo? – ele perguntou sorridente, já se sentando.
Ela torceu o nariz e ele riu.
- Não faz mal perguntar né? Bom, se quer saber estou muito bem acordado. Quer ir tomar café na cozinha?
- Pode ser. – ela respondeu arrumando as vestes e o cabelo. – Só me dê dois minutos para trocar de roupa e escovar os dentes.
- Vou fazer o mesmo.
Os dois subiram as escadas para seus dormitórios, e quando Lilian voltou Tiago a esperava encostado no fim da escada.
- Está linda. – Ele disse a ela quando ela começou a descer as escadas.
- Obrigada. – ela respondeu dando-lhe um selinho rápido e seguindo para a entrada da Sala Comunal.
- Opa opa opa... – ele disse puxando-lhe pelo braço e com uma das mãos começou a acariciar o rosto dela. – Tão linda e com hálito de hortelã com cereja, acha mesmo que vou deixar você passar com somente um selinho?
- Ainda bem que você caiu na minha armadilha. Eu esperava que você não deixasse mesmo. – ela disse sorrindo maliciosamente, enquanto ele a enlaçava e roçava seu nariz no rosto e pescoço dela. – Mas cereja? Só escovei os dentes com pasta de hortelã. Da onde veio a cereja?
- Foi só um palpite. Acho que vou ter que experimentar sua boca várias vezes até descobrir...
Lilian mal fechou seus olhos quando sentiu os lábios sedentos de Tiago invadirem sua boca. Ela sorriu com o gesto e encostou mais no peitoral do garoto e entrelaçou seus braços em volta de seu pescoço, massageando a nuca do rapaz enquanto ele a envolvia e aprofundava o beijo. Lilian estava se sentindo nas nuvens desde que começou a ter esses encontros ocasionais com Tiago, e estava sentindo que não queria nunca que isso acabasse. Estar apaixonada por ele já não a confundia mais, pelo contrário: dava a certeza de que era essa sensação que queria sentir por todo o resto de sua vida.
- Espera. – Lilian disse se afastando e estapeando o ouvido.
- Que é? – perguntou Tiago confuso, achando esquisito o que Lilian estava fazendo.
- To ouvindo um barulho esquisito, tipo um bater de asas constante...
- Entrou algum bicho aí? – perguntou Tiago afastando o cabelo dela para ver melhor.
- Ai será??? – ela perguntou em desespero, cutucando as orelhas para ver se sentia algo.
Tiago começou a rir, chegou perto para ver melhor e mordiscou o lóbulo da orelha dela carinhosamente.
- Tem nada aqui. – ele disse se afastando. – Deve ter entrado água. Está doendo?
- Não. É só um barulho esquisito, como se eu estivesse com areia no ouvido...
Então Lilian parou por um instante e entendeu. Olhou para Tiago e percebeu que ele também percebera a mesma coisa: Seria a areia da ampulheta mágica dizendo a eles que o tempo deles estava acabando?
Saíram depressa da Sala Comunal da Grifinória e andaram tão rápido pelos corredores que quando chegaram em frente a enorme gárgula da sala do diretor, a respiração dos dois estava tão descompassada quanto seus corações.
Para a surpresa dos dois, a gárgula já se movia, e Dumbledore descia as escadas dela acompanhado de McGonagall e Snape, que assustaram ao ver os dois parados nos pés da escadaria respirando fundo.
- Professores, se puderem nos dar licença, acho que a Srta. Evans e o Sr. Potter precisam falar comigo em particular.
McGonagall assentiu com a cabeça e sorriu, mesmo que um pouco preocupada, para os dois jovens. Snape saiu de perto tão rápido como se estivesse perto de um doente altamente contagioso e com feição incomodada como se sentisse o fedor de várias bombas de bosta no local. Lilian percebeu que ele evitou olhá-la ao máximo.
- Então? – perguntou Dumbledore, tirando-a de seu devaneio.
- Ah sim. Professor, sabe como nós saberemos a hora que vamos voltar ao passado? – ela perguntou exasperada.
- Claro. Você ouve o barulho da areia da Ampulheta Abissal escorrer.
Tiago e Lilian se olharam em desespero, e Tiago logo perguntou:
- Quanto tempo??? Lilian está ouvindo o barulho da areia!
- Já parou na verdade. Foi momentâneo, mas quase ensurdecedor!
- Depende. De cinco a sete dias, normalmente os membros voltam aos poucos, não são todos de uma vez. Pode ficar calma, Srta. Evans, acho que vocês terão pelo menos uns cinco dias pra ficarem aqui ainda.
- Cinco dias? – Lilian perguntou indignada. – Mas é muito pouco! Nem conversamos com o Harry direito ainda, e a última prova será daqui a meses...
- Eu sinto muito. Mas sugiro então que aproveitem esses últimos dias da melhor maneira possível. – Dumbledore sorriu, acalmando a garota. – Me desculpem a pressa, mas preciso ir ao Lago o quanto antes, daqui a pouco temos uma prova do Torneio Tribruxo, não é mesmo? Com licença.
Dumbledore sorriu uma última vez e seguiu pelo longo corredor. Lilian e Tiago se entreolharam apreensivos, e quando Lilian mostrou no rosto uma feição de derrota, Tiago a abraçou e lhe deu um beijo na testa.
- Vamos fazer desses últimos dias inesquecíveis, ok? Mas agora vamos, meu estômago está começando a sumir...
Lilian riu e deu um leve selinho nos lábios do rapaz, e seguiram juntos em direção à cozinha.
Samantha acordou lentamente sentindo a breve brisa da grama onde estava deitada, e o toque solene e quente dos raios solares na clareira onde ela e Sirius estavam adormecidos. Ela adormecera na beira do lago na noite anterior, mas não tinha ideia de como havia parado dentro da Floresta Negra. Ela se sentou na grama fresca e viu que Sirius a observava sentado numa pedra um pouco distante, sorrindo pra ela.
- Bom dia raio de sol. – ele disse sorrindo. Tinha perto de si algumas frutas que pareciam deliciosas. Ele tinha em mãos um canivete que com uma faca, cortava pedaços de uma ameixa muito vermelha, e os levava à boca.
- Onde arranjou isso? – a loira perguntou, ainda sentada na grama.
- Acordei bem mais cedo que você, aí fiquei vagando pela floresta caçando nosso café da manhã. Como não achei nenhum bicho, trouxe só umas frutas mesmo.
- Pretendia fazer um javali de café da manhã? – ela perguntou rindo.
- Não seria ruim. Poderia fazer bacon. – ele respondeu sorrindo.
- Acho que eu fico com as frutas mesmo. – ela disse se aproximando, dando um beijo no namorado. Os lábios dele cheiravam ameixa, o que os deixava ainda mais deliciosos. – Mas eu estava perguntando do canivete. Onde o arranjou?
- Ah sim. Tiago me deu há uns três anos atrás. É bem útil.
Samantha sorriu e lhe deu outro beijo. Depois, pegou um pêssego e pegou o canivete do rapaz emprestado para descascá-lo.
- Eu pensei que havíamos dormido na beira do lago. Sabe que nem percebi?
- Você dormiu. Eu ia te levar pra Torre no meu colo, mas quando olhei pro chão, aonde você havia adormecido a grama da beira do lago tinha crescido tão rápido, limpa e fresca, como se fizesse uma cama pra você. Então te trouxe pra cá, onde aconteceu a mesma coisa.
Samantha sorriu e olhou para o lugar onde estava deitada. Realmente, por conta da genética de sua mãe, que era ninfa, havia uma grande circunferência no chão, feita de grama esmeralda, muito fresca e fofa, como uma cama mesmo.
- Essa é nova. – ela disse surpresa. – Mas aqui é um ótimo lugar para dormir. Podemos repetir mais vezes, o que acha?
- Se for pra estar com você, posso dormir até junto da Lula Gigante. – Sirius respondeu dando-lhe um selinho. – Mas prefiro aqui, se não se importar.
Samantha gargalhou.
- Poxa que pena! Seria tão bom dormir um dia dentro do lago...
Sirius puxou a namorada pra perto e a encostou no seu peito, sentindo o cheiro de grama recém-cortada que seus cabelos loiros exalavam. Ficaram em silêncio por um tempo, apenas ouvindo o ruído que o vento fazia ao chocar-se com as enormes árvores da floresta, o canto ininterrupto dos pássaros nos galhos, o som das folhas rolando sobre a terra, o zumbido de pequenos insetos sobre a água, sentindo o cheiro das frutas recém-colhidas por Sirius, o perfume das pequenas flores de campo ali próximas.
- Isso não lhe parece perfeito demais? – Samantha disse quebrando aquela harmonia da natureza.
- Como assim? – ele perguntou desinteressado, ainda extasiado pelo cheiro dos cabelos e da pele dela, tão próximos de seu rosto.
- Nós dois, aqui e agora, tudo acontecendo de uma maneira tão surreal... e mesmo com tudo o que está acontecendo nós estamos juntos, sozinhos no meio de uma clareira na Floresta Proibida, despreocupados com o mundo, porque tudo que importa é que estamos juntos, apaixonados. Não lhe parece perfeito demais?
- Quem disse que estou despreocupado com o mundo? Eu me preocupo com você. – ele respondeu. – O meu mundo agora é você.
Sirius não viu, mas os olhos de Samantha se encheram de lágrimas de emoção quando ouviu suas últimas palavras.
- Já parou pra pensar que vamos esquecer tudo isso? – ele continuou. – Vou ter que te conquistar de novo.
Os dois riram.
- Prometo facilitar na próxima, está bem? – ela disse lhe dando um beijo no pescoço, rindo. – Talvez a gente volte sabendo que estamos juntos, seria bom não é?
- Seria ótimo. – ele respondeu rindo. – Mas não me importo em correr atrás de você de novo. Vou fazer você se apaixonar por mim quantas vezes for preciso.
Eles sorriram um para o outro e se beijaram profundamente. Mais alguns instantes juntos foram suficientes para perceberem que precisavam voltar para o castelo antes da Segunda Tarefa começar, e assim fizeram.
- Harry?
Harry sentiu-se chacoalhado por alguém várias vezes de manhã, e após tatear o criado-mudo em busca de seus óculos, colocou-o no rosto e piscou várias vezes antes de identificar Simas Finnigan olhando-o assustado.
- Simas? O que foi?
- O que foi? Faltam quinze minutos para a prova.
Quinze minutos. Quinze minutos. Essa frase ecoou na sua mente umas cinco vezes até ele sentir o estômago praticamente vir à boca com o susto da informação. Esse foi o preço que pagara por dormir tão tarde.
Harry levantou num pulo e foi desenterrando de sua mala as roupas que usaria na prova. Estava no fim do Inverno, e entrar no Lago Negro era a última coisa que queria fazer naquela manhã. Estava muitíssimo atrasado, McGonagall pedia aos Campeões que chegassem no mínimo em meia hora de antecedência, e lá estava ele, colocando seus sapatos sem as meias, com o coração na mão. Porque Rony não havia o acordado?
- Rony, porque diabos...! – ele reclamou, mas Simas o interrompeu:
- Rony não passou a noite aqui. E pelo que a Parvati me disse, Hermione também não. Parece que Percy chamou os dois ontem a noite para falar com a Profa. McGonagall, mas eles não voltaram.
- Hum. – Foi o que Harry conseguiu responder, ainda se vestindo o mais depressa que podia. Se preocuparia com Rony e Hermione mais tarde, precisava correr.
- Boa sorte Harry! – Simas desejou quando Harry saiu em disparada pela porta. O Salão Comunal, assim como os corredores, estava vazio. Provavelmente todos os espectadores já estavam em volta do lago, esperando a prova começar.
Quando Harry saiu da escola finalmente, viu no Lago Negro uma das maiores estruturas já montadas em Hogwarts. Haviam arquibancadas cobertas em volta do lago, formando uma meia lua na margem. Duas torres cheias de professores, funcionários do Ministério e da administração do evento, onde ele localizou Krum, Fleur e Cedrico apreensivos, enquanto os diretores Karkaroff, Madame Maxxime e Dumbledore davam as últimas instruções. Minerva olhava diretamente para a porta do Saguão onde Harry acabava de atravessar correndo, e deu um suspiro de alívio.
- Onde você esteve, Potter? Quase foi eliminado da Tarefa por se atrasar!
- Desculpe professora. – ele disse ofegante, recuperando o ar. – Eu dormi demais.
- Certo, então podemos começar? – perguntou Ludo Bagman, sorrindo para Harry e os outros Campeões, que acenaram positivamente.
- Harry, boa sorte! – desejou Dumbledore, se afastando dele. Minerva deu um sorriso apreensivo e seguiu o diretor.
- BEM VINDOS ALUNOS DE HOGWARTS, DURMSTRANG E BEAUXBATONS PARA A SEGUNDA TAREFA DO TORNEIO TRIBRUXO!- Bagman gritou com o feitiço Sonorus. Vários gritos, assovios e palmas foram ouvidos das arquibancadas, o que fez o estômago de Harry se torcer e seu coração acelerar mais. – A TAREFA DE HOJE CONSISTE EM CADA UM DOS CAMPEÕES ENCONTRAR DENTRO DO LAGO UMA COISA QUE LHES FOI ROUBADA, UMA COISA MUITO PRECIOSA. ELES TERÃO UMA HORA PARA ACHAR ESTA COISA E TRAZÊ-LA DE VOLTA À SUPERFÍCIE. CAMPEÕES, BOA SORTE!
Mais uma onda de aplausos, gritos e assovios irradiou, e Bagman voltou-se para os quatro jovens.
- Prontos?
Os quatro respiraram fundo e afirmaram.
- PREPARAR... JÁ!
Harry tirou as vestes muito rápido, tomando cuidado de antes tirar de seu bolso o viscoso Guelricho. Os quatro campeões correram para a margem, e Harry enfiou na boca o vegetal, tentando mastigar rápido para não sentir na boca o gosto da planta. Foi entrando na água depressa, tentando ignorar seus ossos trincarem ao sentir o gelo da água. Quando finalmente engoliu o guelricho, já estava com metade do corpo dentro da água. Não estava se sentindo diferente e começou a se desesperar. Teria Dumbledore lhe dado uma planta que não funcionava para poupá-lo de fazer a tarefa?
Sentiu-se sem ar, e por um momento pensou em voltar para a margem. Quando viu que várias pessoas lhe olhavam surpresas, rindo. Sua falta de ar aumentava, começava a se sentir tonto. Foi então que percebeu que algo havia aparecido em seu pescoço. Ganhara guelras. Então entrou dentro do lago rapidamente, sendo absorvido pela água.
O primeiro gole de água foi um alívio. Sentiu novamente ar em seus pulmões. A água estava gelada, mas isso não o incomodou. Viu que seus pés e mãos achataram-se, dando-lhe maior velocidade para nadar. Ele engoliu mais água para ganhar fôlego e lançou-se para a imensidão azul.
Tiago, Lilia, Sirius, Samantha, Lupin e Domenick não estavam nas arquibancadas. Eles escolheram um lugar mais reservado, na margem esquerda do lago, onde podiam ver a prova tão bem quanto os professores nas tendas separadas. Samantha estava encostada no namorado, olhando absorta para o lago, enquanto Sirius tentava roubar sua atenção dando-lhe pequenas mordiscadas na orelha e carinhos em seu cabelo. Lupin estava mais atrás, lendo um livro enquanto esperava a prova acabar. Domenick estava mais atrás, encostado em uma árvore observando o local. Lilian estava quase com os pés dentro d’água, olhando aflita dentro da água, como se pudesse ver algo. Tiago a observava um pouco mais atrás. Vê-la preocupada com um menino que ele seria o futuro filho lhe acalentava o coração. Lilian era tão preocupada com as pessoas, sempre pondo em primeiro lugar as pessoas que ela realmente se importava. E de certo modo, mesmo sabendo que se tratava de um futuro injusto, sentia orgulho em saber que ela morreria para salvar a pessoa que ela mais amava.
- Será que ele está bem? – Perguntou Samantha olhando para o lago, preocupada.
- Ele é meu filho, lógico que está. – disse Tiago sorrindo.
- Teremos que esperar uma hora até ele voltar. É melhor ficarem calmas. – disse Lupin tranquilizando Samantha e Lilian, que também estava se remoendo de preocupação.
- E até parece que deixariam o garoto afogar lá dentro. – Domenick disse.
- Pessoas já morreram nesse evento! – Lilian disse irritada, sem tirar os olhos do lago.
- Lily, não vai acontecer nada. Além do mais, se ele enrolar muito lá dentro eu e o Pontas entraremos lá dentro pra tirar ele, não é Pontas? – perguntou Sirius sorrindo para o amigo.
- Claro que entramos. Mas se a Lily e a Samy forem junto seria mais legal, adoro ver mulheres de roupa molhada. – respondeu Tiago com o bom e velho sorriso maroto.
Os garotos riram enquanto Lilian e Samantha protestavam, dando leves tapas em Sirius e Tiago. Samantha se aproximou de Lilian para sentar-se ao seu lado e desatinaram a coversar. Sirius aproveitou a deixa para sentar ao lado de Tiago, Lupin e Domenick para iniciarem um “papo de homem”.
- E aí, já estão namorando ou estão só se agarrando pelos cantos mesmo? – Sirius perguntou pra Tiago de repente.
- Oi? – Tiago respondeu surpreso, vendo que os três amigos o olhavam marotamente, como se pensassem a mesma coisa.
- Você sabe. Você e a Lily praticamente desaparecem o dia todo, e ela volta toda corada, toda apaixonadinha... – Domenick disse, dando-lhe uma piscadela.
- É, a Lily está bem transformada Pontas. E você também. – disse Lupin com ar de sabe-tudo.
- Não é oficial ainda, seus fofoqueiros do inferno. – respondeu Tiago sem graça. – E se vocês deixarem ela envergonhada por causa disso, eu vou...
- Ninguém fará isso, Pontas. – disse Lupin acalmando-o.
- Pode ficar tranquilo.A gente sabe como a ruivinha age sobre pressão. Iria atrapalhar tudo. – Sirius completou. – Mas seria legal vocês definirem o que vocês são um pro outro.
- Ela sabe o que ela é pra mim. O que ela significa pra mim. – Tiago disse. – Só falta ela ter certeza do que eu sou pra ela.
- Mas ela tem certeza. – Domenick interrompeu. – Minha irmã disse que ela confessou que te ama, e que não perderia a oportunidade de namorar com você.
- Tem certeza? – perguntou Tiago olhando para Domenick totalmente nas nuvens, e depois olhando para a cabeleira ruiva à alguns metros a sua frente, conversando com Samantha e sorrindo por algo que a amiga lhe disse.
- Nós todos temos certeza. – respondeu Lupin dando palmadinhas nas costas do amigo. – E mesmo que você tenha que começar do zero quando voltarmos ao nosso tempo, tenha certeza que bem antes de estarmos aqui, ela já tinha esse sentimento guardado dentro dela.
- Isso soou muito gay, Aluado. – disse Sirius, fazendo todos rirem, exceto obviamente Lupin, que socou o amigo no ombro.
- E vamos torcer pro Aluadinho aqui tomar uma dose de semvergonhisse quando voltarmos pro nosso tempo e ir finalmente dar uns agarros na Ninfadora, não é? – completou Sirius.
- É Tonks. – Lupin respondeu corado, com raiva dos amigos que caçoavam dele. – Ela não gosta de ser chamada de Ninfadora, já disse isso a vocês.
- Desculpe então Aluado. – disse Tiago ainda rindo. – Mas realmente, não tenho porque perder mais tempo né?
- Não tem motivo algum. – afirmou Sirius.
Tiago sorriu e olhou para Lilian, sentada na beira do lago olhando atentamente a margem oposta, atenta se Harry havia saído da água. Parecia que algum Campeão já havia saído da água, pois o barulho nas arquibancadas havia aumentado bastante, mas Tiago não parecia estar atento a isso. Observava Lilian como nunca havia observado. Se ela o amava tanto assim e ele não fizera nada para que aquele anseio dos dois terminasse, era hora daquilo acabar.
Tiago se levantou de repente determinado, o que fez os três amigos sorrirem marotamente para ele. Ignorando os olhares perversos, ele agachou-se perto da ruiva, que olhava algo que Samantha apontava perto da tenda dos Campeões, e disse-lhe ao pé do ouvido:
- Lily?
- Hum? – ela respondeu sem muita atenção, olhando-o.
Tiago se aproximou tão rápido dos lábios dela que Lilian ficou desconcertada. Ele a puxou mais para perto, aprofundando o beijo. Ele sentia o rosto da ruiva ficar quente, mas logo a mão dela deslizou pelo seu pescoço em um gesto de carinho.
- Já chega vocês dois aí! Assim a Samy vai querer me agarrar, por inveja. – Sirius disse para os dois, fazendo-os rir.
Lilian se afastou devagar do rapaz enquanto ouvia Samantha xingar Sirius por tê-los atrapalhado. Lílian ainda colou seus lábios aos dele mais umas duas ou três vezes com um selinho, e depois sorriu para ele.
- Eu te amo. – ele lhe disse ao pé do ouvido, já se preparando para voltar ao seu lugar.
- Espera. – Ela o puxou de volta e sorriu.- Tiago, eu tamb...
- E HARRY POTTER É O ÚLTIMO CAMPEÃO A CHEGAR.
Ludo Bagman gritou a última frase mais alto que qualquer outra coisa que ele tivesse falado naquela manhã. O barulho que a multidão irradiou não deixava que nenhuma palavra pudesse ser ouvida.
Lilian levantou-se tão rápido que Tiago caiu sentado. Ela e Samantha ficaram a poucos milímetros da água do lago, enquanto gritavam vivas.
- Você é o cara mais azarado que eu já conheci. – Sirius disse pra Tiago, oferecendo a mão para ajudá-lo a se levantar.
- Nem me fale. – Tiago disse chateado, mas depois sorriu. – Mas valeu a pena.
- Quero logo parabenizar meu afilhado! Finalmente vocês contaram a ele. Já estava quase eu mesmo indo fazer isso. – disse Sirius se espreguiçando.
- É isso aí. Fico feliz também. – disse Lupin sorrindo, guardando seu livro no bolso e olhando piedosamente para Tiago. – Acho que podemos voltar pra Sala Comunal, não é? Provavelmente vai ter festa de comemoração hoje à noite.
Os Gêmeos Weasley fizeram questão de enfeitar a Sala Comunal em grande estilo. Os moradores da Casa da Grifinória que chegavam às oito horas da noite na Sala Comunal, iriam encontrar várias bandeiras da Casa nas paredes e janelas, diversos mini fogos de artifício rondando os estudantes, várias imagens do leão da Casa rugindo quem passasse por eles, e é claro muita cerveja amanteigada e excelente comida da cozinha de Hogwarts.
Enquanto a música tocava e os estudantes comemoravam mais uma vitória de Harry no Torneio Tribruxo, Rony e Hermione explicavam para Harry como foram parar debaixo d’água.
- Te juro cara, não tinha como te avisar. McGonagall nos pegou de surpresa.
- Na hora nem fiquei tão preocupado com vocês, eu estava tão atrasado pra prova que esqueci quem eu era. – respondeu Harry, tranquilizando Rony.
- Mas foi bem legal até. Eu não me lembro de nada, só de ter bebido uma poção com Dumbledore. – explicou Hermione. – Não sei se deve ter sido poção do sono... como explicaria nós ficarmos debaixo d’água sem respirar? E Harry, você salvando a Gabrielle... foi tão corajoso! Apesar que eu acho que Dumbledore não a largaria lá, mas foi tão bonito e...
- Mione, acho que ele precisa respirar. – disse Rony acalmando a garota.
Harry sorriu para os amigos e olhou para o outro lado da Sala. Seis jovens bebiam suas cervejas amanteigadas bem contentes, sentados nas poltronas (e nos braços dela) enquanto conversavam sobre coisas que Harry sempre se perguntou em saber. Lilian estava linda. Vestia uma calça jeans azul escura, uma blusa azul-petróleo de mangas compridas e ombros de fora, e uma bota preta. Ela estava sentada ponta de uma das poltronas, ao lado de Tiago que estava sentado na mesma poltrona onde ela estava. Ela ria muito de algo que Sirius contava. Seu padrinho era incrivelmente bonito quando jovem, e Harry nunca imaginara isso. Era bom ver o padrinho sorrindo, sem preocupações, sem estar cadavérico como o atual. Como ele gostaria que isso fosse real, e que essa felicidade durasse pra sempre.
- Ron, Mione, preciso resolver uma coisa. – disse ele se afastando.
- Claro! Vamos pegar algo para beber!
Harry atravessou a sala, indo em direção aos seus pais. Lilian o viu se aproximar, seus olhos incrivelmente esmeralda pousaram sobre ele e ela sorriu angelicalmente. Harry sentiu um calor transpassar seu corpo, aquele olhar e sorriso de mãe que ela lhe dera o fizera querer deitar em seu colo, confessar seus medos e tristezas, buscar conforto e proteção. Harry nunca tivera isso, queria aproveitar enquanto pudesse.
- Aeee Harry, parabéns! – disse Sirius lhe dando palmadinhas nas costas. – Botou os sereianos pra correr, salvou o Ron e ainda a donzelinha indefesa!
- Valeu a tentativa não é? – ele respondeu rindo. – Mas finalmente passou. Agora são dois meses até a última Tarefa.
- Que você vai finalizar tranquilamente, tenho certeza. – Tiago disse sorrindo.
- Nós estaremos zelando por você Harry. – Lilian disse num sorriso fraco, porém sincero.
Harry engoliu em seco. Esqueceu que eles não estariam ali na última tarefa. Ouvir aquilo na voz de sua mãe foi ainda mais difícil.
- Eu precisava conversar com vocês. – Harry disse, se referindo a Lilian e Tiago. – É rápido.
- É nós vamos pegar outra cerveja! – Disse Samantha se levantando da poltrona, puxando Sirius, e levando Lupin e Domenick com eles.
- Bom... – começou Harry, alisando sua garrafa de cerveja amanteigada. – Eu queria dizer que sinto muito por ter recebido a notícia mal ontem a noite. Sei que deve ser difícil pra vocês também.
- Eu quase não dormi, sabe? De preocupação. – disse Tiago sério. Lilian lhe deu um cutucão e ele começou a rir. – É brincadeira Harry, ta tudo bem.
- Sim Harry. Sua reação foi melhor do que a gente esperava. Ficamos felizes com isso. – Lilian disse com um sorriso acalentador.
- Eu... nunca imaginei que isso seria possível. – Harry disse. – É estranho ter passado a vida toda imaginando como vocês eram, o que vocês faziam, do que gostavam, sobre o que falavam... eu tinha tantas perguntas, não sei nem por onde começar agora.
- Harry, temos a semana toda para ver isso, e nós ficaríamos tão felizes em descobrir isso de você também. – disse Tiago com um sorriso. – Preciso te dar mais aulas de Quadribol, ensinar uma azarações, como pegar a mulher mais linda do colégio...
Os três riram, e Lilian continuou:
- Não se preocupe Harry, vai dar tudo certo. Quero aproveitar meu filho essa semana. – disse Lilian.
Harry ficou sem palavras. Acenou com a cabeça e sorriu gentilmente para os dois.
- Bom... eu vou encontrar meus amigos... a gente se vê. – ele disse sem jeito.
Harry se afastou, então Tiago puxou Lilian para seu colo na poltrona.
- Hey! – ela protestou.
- Desculpe, não resisti. – ele disse sorrindo, e logo depois lhe deu um breve beijo.
- Você precisa se segurar mais, fica me puxando pra perto de você toda hora... é perigoso. – ela disse.
- Hmmm... eu rio na cara do perigo. – ele respondeu, dando uma risada maquiavélica.
- Hey Potter, precisamos conversar.
- Ai Merlim, que aconteceu com o Tiago? Porque voltou pra Potter? O que eu fiz? – ele perguntou amargurado.
- Nada... – ela riu. – Queria te responder uma coisa.
- O que?
Ela se aproximou do lóbulo da orelha dele, e sussurrou baixinho:
- Tiago, eu também te amo.
Quando ela se afastou, a feição de Tiago era muito séria. Um pequeno sorriso surgiu no canto dos lábios dele, e ele a puxou para perto. Com a mão esquerda, enlaçou sua cintura. Com a direita, puxou seu queixo para quase colar seus lábios nos dela.Olhando profundamente nos olhos de Lilian, e ela fazendo o mesmo com os olhos dele, ele retirou uma mecha dos cabelos dela e jogou-o para trás. Contemplou-a. O rosto corado da menina, um pouco mascarado por maquiagem, o perfume que ela exalava entrando por suas narinas e lhe dando calafrios de prazer.
- Então tenho uma pergunta para te fazer, Lilian Evans.
Ela não respondeu. Seu olhar se abriu, como sinalizasse positivamente para que ele prosseguisse com sua fala. Seu rosto ficou mais quente, sentia seu hálito mentolado e o calor da sua voz penetrar sua pele. Sua vontade era fechar os olhos e se entregar completamente ao rapaz, mas precisava manter o foco. Naquela troca de olhares estavam todos os sentimentos dos dois sendo contados, como pequenos segredos. Ambos os corações acelerados, respirações descompassadas e borboletas no estômago. Ele abriu a boca para continuar e Lilian pode sentir de novo o frescor de sua voz.
- Lily, namore comigo.
***
PS: Um adendo de última hora: Agradeço sim a tantos comentários lindos e desesperados no último capítulo! Vocês são demais! E querendo pedir um favor... ~um favorzinho de nada :P ~ se puderem, de um voto para a fic! É interessante que eu saiba como anda o sucesso da fic. Mesmo que você não queria comentar, um voto já me ajuda a saber se vocês leitores curtiram ou não a história :) Obrigada!
Gostaram? Não gostaram? Comentem!
Até a próxima :)
Comentários (12)
Tão triste pensar que eles só tem mais 5 dias com Harry =/Ainda tenho esperanças que você continue a fanfic depois de 1 semestre e meio sem atualizar...Não me desaponte ;)Só triste pensar que tudo vai se desfazer quando eles voltarem... Evitariam tantas mortes, tanto sofrimento. É realmente triste o Sirius depois de sair de Azkaban. Tomara que, ao menos Harry, se lembre desse sonho.
2013-02-03eu acho que eu votei na fic desde o primeiro capitulo.... *-* meeeeeeu..... lily, namore comigoisso não precisa de resposta pontas.. ela vai casar com você, você viu o filho de vocês *----------* aaaw, eles são muito fofoooos
2012-06-21Amei!!Estou aguardando o proximo muito ansiosa!!
2012-05-27own.. Ti lindo/fofo <3
2012-04-23amei. gamei.
2012-04-23uma palavra:AMEIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII *--*
2012-04-21Awn que capitulo mais fofooo adorei ^.^
2012-04-17AHH, foi presente de aniversário Milena? Postou bem no dia do meu aniversário!!! ahahaMuito lindo, como seeeempre! Sua imaginação me surpreende, criando essa história perfeita.
2012-04-17Bom, muito bom, gostei muito até que enfim Harry pode conhecer os pais, mesmo que por pouco tempo isso vai ser extremamente gratificante, sua fic está acabando?, diga que não heheabraços e até o próximo
2012-04-16Ammmeeeeei de parabens a Lily e o Tiago são tão fofos juuuntooos!!! naum demora pra posta mais please!!!!!!!!!!
2012-04-16