Parte Três
Parte 3
19 de Janeiro
Querido Draco,
Não tenho certeza se ter te visto foi uma coisa boa ou não. Desde então eu não consigo tirar você da minha cabeça. Por sorte, o médi-bruxo Krantz tem me mantido ocupada e ofereceu estender o meu estágio para os finais de semana. Parece que eu tenho futuro, ou pelo menos é isso que me dizem. Nem pensei muito para aceitar, afinal é uma chance de me distrair. Agora eu estarei lá quatro vezes por semana e é quase certo que eu terei um lugar no hospital quando eu me formar, se eu quiser.
Também apareceu uma oportunidade de ir à Suíça no verão, para estudar sob a tutela dos melhores medi-bruxos do mundo bruxo. Verdade seja dita, eu acho que o Krantz quer que eu me increva somente para que eu fique longe da guerra. Que história é essa, de todos os homens da minha vida (que são predominantes) tentarem me proteger contra as mazelas do mundo? Quando eu lhe disse sobre o meu desejo de me tornar uma medi-bruxa de campo e ajudar na guerra, ele quase arrancou a minha cabeça. Eu disse a ele, “Então tudo bem se eu trabalhar dentro da segurança deste hospital, mas tudo péssimo se eu estiver em campo, onde eu poderia ser tão útil quanto sou aqui, ou mais?” Ele me disse, “Exatamente garotinha, agora vá pegar aquele trabalho do laboratório que eu estou esperando”. Ele realmente me chamou de garotinha. O que aconteceu com aquele profissionalismo sério que eu tanto aprecio, eu lhe pergunto? De qualquer forma, eu ainda não me decidi que caminho vou seguir. As inscrições para a Suíça serão aceitas até o fim de Fevereiro. Eu ainda não disse nada para mamãe, se ela soubesse que eu estou sequer considerando a idéia, ela faria a minha inscrição antes que eu pudesse dizer “Pufoso”.
Desculpe-me por ficar tagarelando desse jeito. Como você está? Harry disse lhe alguma coisa quando você voltou para o acampamento? Você sabe que ele armou tudo, não sabe? Se eu não tivesse ido ao salão de chá você teria ido me procurar no hospital?
Eu estou mandando fudge novamente, mas agora que eu estou trabalhando nos fins-de-semana eu não tenho muito tempo para cozinhar. Dobby e eu fizemos este e ele me disse que estaria mais que desejoso de continuar cozinhando para o jovem e bravo Mestre Draco, uma vez que a Srta. Wheezy não tem tempo. Eu disse a ele que você e Harry estavam trabalhando juntos e eu juro que ele estava quase sofrendo uma combustão espontânea de tanta alegria, só de pensar no seu antigo mestre trabalhando com o grande Harry Potter, palavras dele, não minhas. Então, agora você é um bravo mestre, e por aí vai. É realmente desagradável a forma como ele puxa o seu saco.
Mal posso esperar para ter notícias suas novamente, e sinto saudades.
Com carinho,
Gina
P.S. Tive um sonho fantástico ontem à noite. Depois das coisas que eu fiz com você na minha imaginação, você deveria estar se chutando por ter me dispensado no hospital.
~*~
22 de janeiro
Querida Gina,
Sua garotinha provocadora. Não me diga que você sonhou comigo, e deixe as coisas por isso mesmo. Detalhes, bruxa!
Olha, eu não vou dizer o que você deve fazer, mas eu preferiria que você fosse para a Suíça no verão, e ficasse no St. Mungos no próximo ano, do que ter você longe daqui. Agora que você sabe a minha posição a respeito, espero que você a leve em consideração quando for tomar a sua decisão. O que nos leva a um outro assunto. Nós não chegamos a falar sobre “nós” quando eu lhe vi. As coisas aconteceram rápido demais e eu preciso lhe dizer uma coisa, Gina, eu não divido. Sou egoísta e eu quero você só pra mim, mesmo que eu não possa estar fisicamente com você. Antes que nós nos envolvamos mais, eu preciso saber se estamos falando a mesma língua.
Sim, Potter teve muito pra falar. Sabia que você deixou a sua assinatura no meu pescoço? Bem, Potter percebeu, e o assunto ainda está rendendo. Ameaças de agressão física são o único jeito de fazê-lo calar a boca. Respondendo à sua pergunta sobre se eu a teria procurado se você não tivesse me encontrado... Bem, pra ser honesto, eu já tinha perguntado por você, mas ninguém conseguiu locálizá-la, ou o Krantz, na ala cirúrgica. Antes de ir embora eu iria procurá-la novamente.
Nós achamos que algo grande está sendo tramado; é uma coisa intuitiva, sem evidências substanciais. É algo que você quase pode sentir no ar aqui fora. Então, tenha cuidado extra enquanto você estiver aí no St. Mungos.
Eu sinto sua falta, Gina. E não se preocupe em mandar doces. Eu sei que você está ocupada, então, ao invés de mandar doces, você pode me contar sobre os sonhos que anda tendo. Quero detalhes.
Esperando ansiosamente,
Draco.
~*~
26 de janeiro
Querido Draco,
Humm, então você quer alguns detalhes dos sonhos, hein? Talvez eu não ache que você esteja sendo um bom garoto e, consequentemente, você não mereça detalhes. Além disso, o que eu vou ganhar com isso? Recapitular os momentos mais importantes apenas me deixará ansiosa novamente, valeu, mas não, obrigada. Eu acho que você terá que se contentar com a sua própria imaginação.
Os N.I.E.Ms já estão aí, e eu acho que vou ficar maluca. Embora não tão maluca quanto o Lupin. O homem está uma pedreira, é bom que eu já o tivesse conhecido antes dessas aulas, senão eu iria desprezá-lo num nível que eu tinha reservado somente para a imbecil da Skeeter. Embora agora eu já consiga conjurar um patrono corpóreo, então eu talvez não devesse estar reclamando. Quer uma boa risada? A forma do meu patrono, veja só, é uma doninha (N/T= doninha, em inglês, é weasel, muito parecido com Weasley). Muito apropriado, eu sei. Como se eu já não fosse conhecida como a garota-doninha.
Rony mandou uma coruja ontem. E você pode esperar um berrador a qualquer momento. Estou brincando, ele não o mencionou nenhuma vez, então ou Harry não disse nada a ele ou ele está em processo de negação pelo fato de sua irmãzinha estar fraternizando com o seu arquiinimigo dos tempos de escola. Eu contei à Mamãe sobre a Suíça, que, por sua vez, contou para o mundo sobre isso, então agora eu estou esperando todos os meus irmãos me dizerem como eu devo cuidar da minha vida. Rony foi realmente muito decente. Ele me disse que eu deveria fazer o que achasse certo para mim, e que ele gostaria de me ver longe desta região problemática por quanto tempo fosse possível, mas que esta é uma escolha minha e que ele me daria apoio total. E eu ainda não decidi o que fazer. É uma oportunidade maravilhosa, mas ao mesmo tempo minha contribuição seria muito importante por aqui também.
Bem, chega de falar sobre mim. Algum progresso por aí? Eu me preocupo terrivelmente com você, assim como sinto terrivelmente a sua falta. Quando vamos nos ver de novo?
Com carinho,
Gina
P.S. Pense em você, eu e um monte de fudge derretido, espalhado sobre toda a sua pele nua, antes que eu limpe cada centímetro dela com a minha língua.
Se você quiser mais, então terá que me dar algo em troca. Além disso, eu não espero que você divida. Eu estarei aqui esperando por você.
~*~
28 de Janeiro
Querida Gina,
Eu estava errado, não me diga mais nada sobre os seus sonhos. Até o Potter começou a observar atentamente o estado no qual eu fui deixado depois de ler a nota final da sua carta. Eu me chutei mentalmente por não ter tido você quanto eu tive a chance. É nisso que dá ser nobre, não há dúvidas do porquê eu nunca ter feito isso antes.
Se lembra que há um tempo eu mencionei que nos tínhamos pessoas tentando descobrir os padrões dos ataques? Uma chance para descobrir quem está liderando a tarefa. É isso mesmo, Granger. Ela está aqui conosto e está tendo um ataque porque ainda não conseguiu as respostas. Eu não acho que Potter esteja usufruindo dos benefícios de tê-la por aqui, até porque ela fica num estado de profunda ira todo o tempo, o que a deixa mais detestável que o usual. Na verdade, é bem engraçado. Aquela mulher ainda consegue me dar nos nervos. E eu tenho tentado ser legal com ela também. Ontem mesmo eu ia chamá-la de “sangue-ruim”, mas parei no meio da palavra, o que mais ela quer? Por que você não podia fazer algo menos chamativo, que pudesse trazê-la para o nosso acampamento por um dia ou dois? As coisas que eu poderia fazer com você nesse período de tempo... Mas não, você escolheu passar seus dias com aquele Krantz. Eu estaria com ciúmes se ele não fosse velho o suficiente para ser avô do Dumbledore.
O prazo final para a Suíça está se aproximando. O que você vai fazer? O relógio está andando, Gininha, e você tem que tomar a sua decisão. Os N.I.E.Ms e a graduação em breve baterão à sua porta, e ninguém pode tomar essa decisão por você. Independência, é tudo pelo que você espera quando está na escola e a coisa mais assustadora que você tem que encarar quando chega a hora. Lá no fundo eu acho que você já tomou a sua decisão. Proclamá-la parece que apenas vai torná-la irrevogável. Faça o que você tem que fazer, e todo o resto se ajeitará.
Se cuide. Espero notícias suas em breve.
Com carinho,
Draco
P.S. Eu posso sentir você estremecer sob o meu toque enquanto minha mão percorre delicadamente a parte interna de sua coxa, deslizando ligeiramente onde você mais me deseja, e onde eu quero estar. Eu a provoco até o momento em que a sua necessidade encontra o meu desejo por você. Minha língua prova a pele macia do seu pescoço, do seu queixo, seus lábios perfeitos.
Sinto sua falta, Gina.
~*~
1º de Fevereiro
Querido Draco,
Eu mandei a minha inscrição para a Suíça, juntamente com uma carta de recomendação, se eu for aceita, eu ainda posso mudar de idéia. Fico feliz que você ache que eu sei o que fazer, mas, honestamente, eu não tenho a mínima idéia. Eu tenho uma reunião com Dumbledore nesta tarde, mas ele foi muito vago sobre o assunto que ele precisa tratar comigo. Eu tenho o maior respeito por esse homem, mas eu tenho que dizer, às vezes ele parece maluco. Quando eu perguntei se ele poderia ser um pouco mais específico sobre o quê ele precisava falar comigo, ele sorriu, me ofereceu um limão confeitado que ele tirou do bolso (eu recusei educadamente) e foi embora.
Colin e eu fazemos dupla em Poções, e estamos trabalhando na Veritaserum. Você por acaso morre de vontade de saber alguma coisa sobre o Colin? Não? Eu também não, mas eu posso perguntar qualquer coisa a ele quando experimentarmos as poções, e ele fará o mesmo. Eu tenho certeza que ele vai tentar me sacanear, e eu gostaria de poder fazer o mesmo com ele. Uma pena eu não fazer dupla com alguém mais escandaloso, tem algumas pessoas que eu adoraria arrancar alguns podres... Ou melhor ainda, eu poderia experimentar no Snape. Aquele é um homem com esqueletos no armário. Eu adoraria percorrer um pouquinho os pensamentos dele.
Hermione ainda está por aí? Não que você esteja realmente tentando, mas eu não vejo por que ela não lhe daria uma chance. Quero dizer, você sempre foi um cara legal com ela, ops, espera um minuto, esse não é você!!! Você era definitivamente terrível com ela, e se eu fosse Hermione, nunca mais falaria com você. O que você fez com os dentes dela seria causa suficiente para odiá-lo e eu tenho certeza que você não tentou realmente conter seus comentários sobre “sangue-ruins” perto dela. Eu acho que se ela voltar para Hogwarts eu vou ensiná-la minha azaração para rebater bicho-papão e outras que eu venho aperfeiçoando. Então, eu sugiro que você tome cuidado com o que faz e diz a ela. Harry pode ser o namorado dela, mas ela é como uma irmã para mim e você sabe como nós, os Wealeys, cuidamos da nossa família.
Vou dar uma escapadinha para a cozinha antes de me encontrar com Dumbledore. Você acha que, se eu for para a Suíça, ele me deixaria levar Dobby? Só uma idéia.
Sinto sua falta.
Com carinho,
Gina
P.S. Meu corpo estremece sob suas mãos fortes enquanto elas percorrem o meu corpo, incendiando minha pele com o seu toque. Você me puxa para baixo, para que eu me deite sobre você, e eu traço o contorno do seu corpo magnificamente construído vagarosamente, com a ponta dos meus dedos, e em seguida com meus lábios, com minha língua. Começando pelo seu queixo, indo para o seu pescoço e então para o seu peito. Minha língua circula o seu mamilo antes que eu o morda levemente. Eu posso ouvir você sussurrar o meu nome, Gina. O som do meu nome saindo dos seus lábios na sua voz profunda e sexy me deixa com um desejo que somente você pode despertar. Suas mãos se afundam nos meus cabelos enquanto eu continuo descendo...
~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~
“Gina, eu preciso que você vá à sala cirúrgica nível 2. Krantz ouviu rumores sobre outra batalha, e parece que teremos um longo dia. Ele está esperando por você lá, aguardando os pacientes por chave de portal a qualquer momento.”
Gina desceu o corredor desejando que fosse possível aparatar dentro do hospital. Não que fosse adiantar alguma coisa. Nem que ela quisesse, ela não poderia tirar a licença para aparatar. Desde o começo da guerra todas as concessões de licenças foram suspensas até ordem em contrário, a não ser que você tivesse uma aprovação por escrito do Ministério da Magia.
Quando ela virou na última curva e estava prestes a entrar na sala de cirurgia, os pêlos da sua nuca eriçaram-se e ela sentiu uma sensação estranha no seu estômago. A porta da sala estava fechada. “Isso é estranho,” ela pensou. Havia uma janela ao lado da porta e a persiana estava fechada, mas ela poderia espiar através dela. Ela não estava preparada para o que ela viu. Havia uma enfermeira caída inconsciente num lado da sala e o medi-bruxo Krantz estava se contorcendo no chão a poucos metros dela. Um Comensal da Morte estava de pé diante dele, sua varinha esticada e apontada para aquele homem idoso. O mentor de Gina.
Ela sequer pensou, apenas alcançou direto a sua varinha e escancarou a porta. O elemento surpresa era a única coisa que a deixava em vantagem, mas foi suficiente. O Comensal da Morte virou-se para a porta, liberando Krantz da maldição e mal pronunciou o “Av” do Avada Kedavra antes de Gina bradar, “Estupeça,” e ele cair pesadamente no chão. Ela conjurou por segurança antes de correr para o interfone e requisitar o serviço de emergência. Ela levitou Krantz, inconsciente, até a maca enquanto a ajuda chegava.
“Cheque a enfermeira ali no canto, eu preciso de alguém para me ajudar com Krantz. Um de vocês, tome conta do prisioneiro, pegue a varinha dele e se ele sequer tremer, estupore-o novamente, mas o restante de vocês precisa verificar o estado dela,” ela disse, apontando a mulher que ainda estava no chão. Passando sua varinha sobre Krantz para se assegurar do seu estado, ela ficou aliviada ao perceber que não havia nenhum dano permanente. Seus nervos ainda tilintavam por terem sido submetidos à Maldição Cruciatus por tanto tempo, mas agora ele estava consciente e relativamente coerente. Gina conjurou alguns feitiços de cura para amenizar os efeitos, mas não havia muito o que fazer exceto esperar que o corpo se curasse por si só. Enquanto ela se ocupava com este trabalho, Krantz disse a ela que o Comensal da Morte entrou com uma das chaves de portal do hospital. Ele não deveria ter conseguido isso porque cada chave de portal é especialmente elaborada para funcionar somente com o soldado que a carrega. As chaves de portal eram fornecidas somente para a “Luz”, como eles eram chamados agora, então não havia risco dos seguidores de Voldemort entrarem no St. Mungos. Aparentemente eles arranjaram um jeito de contornar esse problema..
Gina terminou seu trabalho com Krantz, que se recusou a ser internado como paciente, e recebeu a terrível notícia de que a enfermeira fora atacada com um Avada Kedavra e, é claro, não havia nada a ser feito por ela. Gina tinha acabado de se dirigir para o balcão frontal quando Harry irrompeu pela entrada, seguido de pelo menos uma dúzia de outros homens, todos vestidos com o mesmo uniforme que ela já vira em Simas e Draco. Ele colocou os olhos nela e ela pode perceber o alívio percorrer a sua face. Ele ouviu sobre o ataque e temia o pior.
Ele correu a passos largos em direção a ela e a envolveu em um abraço apertado, enquanto perguntava, “Você está bem? O que aconteceu?” Ela o empurrou delicadamente e ele relutantemente afrouxou o seu abraço. O estado de choque começava a desaparecer e ela passou a tremer levemente. Enquanto ela se afastava alguns passos dele, ela detalhava os acontecimentos que ela presenciou e o que Krantz havia dito a ela. Quando ela terminou o relato, já tinha seu auto-controle de volta e Harry a encarava com um misto de preocupação e orgulho.
Antes que ele pudesse perguntar qualquer outra coisa, Gina já disparou. “Onde está Draco?” ela perguntou, enquanto olhava ao redor novamente para se certificar que ele não estava lá, mas ela tinha certeza que não estava.
Harry pareceu ligeiramente desconfortável antes de falar. “Bem, é, hum... é o seguinte, Gina.”
“Desembucha, Potter! Ele está bem?” ela perguntou, sem ao menos tentar esconder o tom temeroso de sua voz.
“Tá, ele está bem... É que quando ele ficou sabendo que houve um ataque no St. Mungos, bem, ele meio que teve um surto, e nós... hum, nós tivemos que estuporá-lo, Gina.”
“Vocês tiveram que o quê? Harry Potter, por favor, diga-me que você realmente não o estuporou.” Gina censurou-o enquanto massageava suas têmporas numa vã tentativa de afastar a sua crescente enxaqueca.
“Bem, na verdade foi um estuporamento fraquinho,” ele disse, sem sequer se preocupar em esconder a sua expressão presunçosa, “e eu fiz isso sem os outros caras ao redor. E eu lancei um ‘Enervate’ quase que imediatamente, e ele deve chegar aqui daqui a pouco, junto com o resto da unidade. Nós precisamos revistar o resto do hospital e falar com os funcionários. Depois disso nós vamos decidir o que fazer, mas eu aposto que vocês terão alguns soldados fazendo uma patrulha permanente nas redondezas a partir de agora.” Ele percebeu o rosto dela iluminar-se com este último comentário, e odiou ter que ser ele a apagá-lo. “E não, Draco não será um dos guardas. Ele é muito valioso pra ficar aqui. Desculpe, Gina.”
“Não sei do que você está falando. A idéia nunca passou pela minha cabeça,” ela mentiu, virando o seu rosto para encarar a parede.
Harry passou seu braço ao redor da garota e a guiou para uma poltrona no salão. Eles conversaram um pouco mais, e como ele não conseguiu convencê-la a voltar para Hogwarts para descansar um pouco ele ofereceu a ela um café. Ela aceitou, não que quisesse café, mas para ele parasse de fazer aquela tempestade em copo d’água. Sua cabeça começava a latejar e com os cotovelos apoiados nos joelhos ela pressionava sua testa com as palmas das mãos, tentando encontrar algum alívio com a pressão. Não estava funcionando, mas isso a impedia de olhar toda a confusão ao redor dela. Ela sentiu o cheiro de café e ouviu Harry colocar a xícara na mesa próxima a ela antes de sentar e colocar a mão nas suas costas.
“Você não tem mais nada pra fazer?” ela perguntou, num tom mais irritadiço do que ela pretendia.
“Tudo bem, então eu vou embora,” ele disse.
Não era a voz de Harry.
Ela não olhou para cima, mas rapidamente estendeu seu braço para alcançá-lo enquanto ele levantava, continuando a segurar sua testa com a outra mão. “Não vá. Desculpe. Achei que era outra pessoa.”
“Deveria ter imaginado,” Draco disse, enquanto sentava novamente. Pegou a mão que Gina estendera para ele e entrelaçou-a com a sua mão. Ela ainda não tinha olhado para ele, e ele estava começando a ficar um pouco nervoso. Ele tinha encontrado Potter no caminho enquanto procurava por ela, e ele havia contado brevemente o que acontecera. “Gina, você está bem?” ele perguntou, inclinando-se para levantar o queixo da garota.
“Estou com enxaqueca,” ela resmungou, antes de cair num choro incontrolável. Draco levantou de sua cadeira e ajoelhou-se diante dela, puxando-a para perto de si para que ela pudesse chorar no seu ombro tudo o que estava preso em seu peito. Ele tinha certeza que ela realmente tinha uma enxaqueca, mas que aquele não era o único problema. Ela estava com medo e não queria que ninguém soubesse.
~*~
Quando o choro de Gina começou a cessar e seu rosto secou, Draco levou-a para um quatro preparado para o descanso da equipe médica, que o usava no período entre a visita aos pacientes e as emergências. Ele a cobriu e disse que voltaria para conversar assim que acabasse o seu trabalho. Havia pessoas com quem falar e procedimentos a serem chevados. Ele beijou a testa tela e murmurou um boa noite no quarto silencioso; ela já estava dormindo quando ele fechou a porta.
Draco procurou Harry para ver qual seria o próximo passo a ser tomado. De acordo com as últimas descobertas o Comensal da Morte que atacou o hospital era um homem chamado Walker Price, Draco o conhecia somente pela sua fama e era um homem conhecido por ser um dos mais inteligentes Comensais da Morte. Geralmente atuava nos bastidores desenvolvendo estratégias e não participando diretamente dos ataques, e pelo que Draco ouvira de Lucio, isso deixava Price realmente frustrado. Melhor hipótese: Price “adquiriu” uma chave de portal do hospital, e desenvolveu um feitiço para permitir que outra pessoa a ativasse. Pior hipótese: Voldemort já sabia do plano, e esta seria a recompensa de Price pelo seu bom trabalho “Vá lá e mate você mesmo, aleatoriamente, alguns médicos no hospital”.
A chave de portal foi enviada para perícia para que fosse descoberto seu dono original, a segurança nas alas foram reforçadas, e todos num no raio de cinco milhas ou mais foram interrogados, e todos os portadores de chaves de portal eram pacientes de verdade. O hospital recusou a desabilitar sua entrada através de chaves de portal, insistindo que eles apenas deveriam ser mais cautelosos. Eles não iriam, sob qualquer hipótese, rejeitar qualquer paciente. Qualquer médi-bruxo ou curandeiro que tivesse algum problema com isso estaria livre para ir embora.
Ninguém foi a lugar algum.
Bando de caridosos lunáticos, Draco pensou, sua própria namorada incluída. Ele sabia que ela não iria embora agora, mesmo que fosse só para provar a ela mesma que era corajosa o suficiente para ficar. A Suíça praticamente se fora. Ele soltou um longo suspiro que atraiu a atenção de Harry.
“Ei, o que você acha se a gente der uma escapada para o Caldeirão Furado hoje à noite? Simas pode tocar as coisa uma vez que todo mundo já vai estar de volta ao acampamento e só Merlin sabe quando você ou eu poderemos respirar novamente.” Harry perguntou. Ele podia ver o estresse gravado no rosto do loiro e sabia que o seu próprio rosto estava em situação bastante similar. Não bastasse tudo o que estava acontecendo, Hermione tinha lhe dado notícias pesadíssimas naquela manhã.
Draco esfregou suas mãos em seu rosto, tentando apagar as lembranças daquele dia. “Essa é a melhor idéia aque você já teve, Potter. Eu sabia que você servia para alguma coisa,” ele disse com um sorriso de lado. “Eu prometi a Gina que eu voltaria para falar com ela antes de ir embora, então me dê uns trinta minutos. Nesse tempo você consegue mandar todo mundo de volta?”
“Ela já tem você na palma da mão dela. Não que eu possa culpá-lo, se não fosse pelo fato de que eu amo Hermione e por eu considerar Gina como uma irmã mais nova, eu bem que poderia...”
“Se você ousar terminar esse pensamento, você ficará feliz de já estarmos em um hospital quando eu acabar com você,” Draco rosnou.
Harry não conseguiu segurar a risada. Às vezes era muito fácil irritar o Príncipe Sonserino. “OK, trinta minutos devem bastar. Me encontre na saída dos fundos, vamos sair por ali.”
Tudo havia sido arrumado e Draco estava ao lado da figura adormecida de Gina, questionando-se se a acordava ou não. Ao invés disso, levantou o cobertor e deitou-se ao seu lado. Deslizou seu braço atrás dela e a ajeitou de modo que a cabeça dela descansasse sobre o seu peito. O braço dela automaticamente enlaçou-o enquanto ela se aconchegava ao seu corpo. Sua cabeça estava zunindo com os acontecimentos do dia. Aquela pessoa delicada que estava em seus braços subjugara sozinha um Comensal da Morte, sem se importar com a sua própria segurança. Ele não podia evitar a sensação de orgulho que o invadia, independentemente do pavor que ela sentira. As coisas poderia ter sido terrivelmente diferentes e o sentimento que o assolou quando ele soube do ataque ao St. Mungos foi pavoroso, atingindo uma escala totalmente diferente. Houve um momento de insanidade em que nada mais importava além de ver o rosto de Gina Weasley. A sua unidade não podia vê-lo daquele jeito. Além de Potter, era por ele que os demais procuravam quando precisavam de apoio, e um lider instável não poderia manter o moral de um exército. Então, Potter o estuporou e permitiu que sanidade retornasse. Quando isso aconteceu, então ele percebeu aquilo com todas as suas forças. De alguma maneira, aquela ruivinha havia penetrado sob a sua pele. Não sabia se pelo fato que ela o via como Draco, e não como o Comensal da Morte Malfoy, ou se pelo fato de que ela relevava o seu comportamento, se era aquela preocupação que ela sentia com os outros, ou pela necessidade incessante de brincar com elfos domésticos, ele não tinha certeza. Talvez tivesse sido o fudge, ou talvez tivesse sido tudo isso junto. Seus pensamentos foram interrompidos quando ele sentiu que ela se mexia. Ela olhou para ele com seus grandes olhos cor de chocolate e ele percebeu que não importava o porquê daquilo ter acontecido, importava apenas que tivesse acontecido.
~*~
“Por quanto tempo eu dormi?”, Gina perguntou, voltando lentamente do seu estado de sono profundo.
“Eu diria que por volta de duas horas. Mas eu estou aqui há apenas alguns minutos. Nós revistamos o hospital de cima a baixo e colocamos guardas em todos os andares. Isso deve tornar o lugar um pouco mais seguro. Existe alguma maneira agora de persuadí-la a ir para a Suíça?” Seu tom era neutro, mas seus olhos esperançosos.
Ela se levantou sobre o seu cotovelo e plantou um sólido beijo nos lábios dele antes de responder. “Eu não posso fazer isso. Por um momento eu achei que deveria, mas e os eventos dessa tarde realmente mexeram comigo, mas agora eu sei, eu estou determinada como eu nunca estive, aqui é onde eu tenho que estar. Eu também decidi que não quero trabalhar num hospital de campo, a não ser que me peçam. Eu quero ficar aqui no St. Mungos.”
Draco a encarou por um momento e viu a determinação em seus olhos. Ele não teria um instante de paz a partir daquele dia, mas ele não tentaria fazer com que ela mudasse de idéia. Havia um monte de pessoas na vida de Gina que poderiam tentar e fazer isso por ele. Ele deixaria que ela ficasse brava com essas pessoas, e então o procuraria para conversar sobre o assunto. Além disso, poderia ser pior. Ele não a queria numa base de acampamento. Eles eram atacados a torto e a direito.
Ela ainda estava apoiada sobre ele quando ele passou sua mão ao redor da nuca dela para trazê-la para si. Sua outra mão correu para a cintura da garota enquanto seus lávios se encontravam no meio da maciez de tantos beijos. Ele parecia nunca ter o suficiente dela em si mesmo, então aprofundou o beijo, correndo sua língua pelos lábios dela. Ela imediatamente abriu sua boca para deslizar a sua língua sobre a dele. Experimentando e explorando. Ele a afastou por um instante para dizer, “Eu não posso ficar muito tempo. Potter está mandando todo mundo de volta para o acampamento, então a gente não pode ficar aqui enrolando. Além disso, eu falei com Dumbledore e ele espera que você volte quando levantar, e o seu turno de amanhã foi cancelado.”
Ela ia começar a protestar, mas os lábios dele juntaram-se aos dela e ela se esqueceu de pensar, se esqueceu de ficar brava porque a equipe médica a tratava como uma garota mimada, se esqueceu de tudo, a não ser de Draco. A forma como ele a puxava para si, tentando fazer com que ela ficase sempre mais perto. Ele parecia nunca estar perto o suficiente, ela pensou num lugar muito remoto da sua mente. Ela voltou a se concentrar na boca de Draco, e em como ela estava ocupada procurando e descobrindo todos os lugares que a faziam gemer e murmurar o seu nome. Delirou com a forma que as pontas das orelhas dele ficavam ligeiramente vermelhas quando ele estava excitado. Ela já tinha observado isso da última vez e achou absurdamente sexy. Até mesmo no quarto escuro em que estavam agora, ela podia ver pela luz da vela.
As mãos dele tinham acabado de deslizar para dentro da camiseta de Gina, e suas palmas pressionavam suas costas, quando a porta foi aberta e um feitiço iluminador foi conjurado.
“OH! Desculpem-me, eu sinto muito. Não queria atrapalhar vocês,” a jovem enfermeira disse, voltando para a porta com os olhos fixos em Draco. Gina realmente não podia culpá-la, porque ele estava incrivelmente sexy naquele estado desgrenhado, mas ela não pôde evitar o olhar raivoso que dirigiu à garota antes que a porta fosse fechada.
“Acho que eu tenho que voltar para Hogwarts e você tem que voltar para a sua unidade, certo?” Ela não queria sair daquele ninho quentinho em que eles estavam. Aqueles momentos juntos eram tão raros... Ela odiava não saber quando o veria novamente.
Draco não achou que seria necessário dizer a ela que ele estava indo encontrar Potter para se divertir num pub local. Seria melhor que algumas coisas ficassem somente entre os homens. Não haveria problema algum se ela acreditasse que ele voltaria para a sua unidade. Então, ele apenas respondeu que sim, a beijou pela última vez até ficar sem fôlego antes que ela pegasse sua chave de portal para Hogwarts. Despedindo-se para mais uma noite solitária, ele dirigiu-se para a saída dos fundos para encontrar Potter. Maciças quantidades de álcool realmente pareciam uma boa idéia, mesmo se fosse para passar o tempo com o garoto com o qual ele começava a se afeiçoar.
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N/A. Obrigada pelas reviews! Estou emocianada com a resposta que venho tendo e extremamente feliz. Então, obrigada novamente, vocês são os melhores!
N/T. Também agradeço as reviews!!! Embora elas tenham vindo em baixíssimo número, elas já foram um incentivo e tanto!!!
Para a Sophia_w, que pediu o link do original: Acho ótimo que você queira ler a fic original, a Anni escreve muito bem, ela tem umas shortfics que são demais, leves e irônicas... muito boas!!! A única coisa ruim é que vc vai ver que a minha tradução não é tudo isso... :-( Brincadeira... Vai ser legal, porque aí você pode opinar na tradução tb...
O link é: http://fanfiction.portkey.org/index.php?act=read&storyid=1665&chapterid=
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